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História Como conquistar o cara ERRADO - Salada com molho de atum.


Escrita por: LadyCandy

Notas do Autor


Não sabia que nome dar ao capitulo...
Gente, to morta arrumando as coisas da mudança, mas queria postar porque não sei quando vou poder postar de novo...
e não queria demorar muito para o próximo.
Deu bloqueio criativo e os capítulos que estou postando estão perigosamente próximos do ultimo que escrevi.
Tenho que postar menos...

Capítulo 25 - Salada com molho de atum.


 

 

Lisa tinha ido embora... e eu ainda não tinha visto Jungkook.

Ele podia estar ocupado, e fazia pouco tempo... eu sei que ele teria levado Lisa no aeroporto. Eu não fui junto porque ela tinha dormido comigo na noite passada.

Os pais dela e os meus pais deixavam sem problema nenhum ela dormir no meu quarto, por motivos lógicos, além de sermos amigos desde pequenos... foi bom passar um tempo com Lisa, o tema em momento nenhum voltou para Jungkook. Ela não queria. Eu não queria.

Vimos filmes, falamos sobre séries, shipps, mil e uma coisas... até mesmo teorias da conspiração.

Mas não Jungkook.

Ela foi embora enquanto eu estava na universidade, e Jungkook não foi no café.

Eu não sabia se ele estava me evitando novamente, eu não sabia se Lisa tinha contado para ele, eu não sabia se ele... sentia vergonha de mim. Talvez até mesmo nojo?

Eu realmente não sabia.

O que sabia... era que eu não tinha visto Jungkook ainda.

Será que Lisa estava errada? Será que no fim ele gostava dela e agora estava mal? Será que ele... me culpava? A culpa era mesmo minha.

Eu só queria... saber o que Jungkook pensava agora.

Sai do trabalho e voltei para casa, todo mundo tinha sido muito solidário comigo ao não me perguntar o porquê eu tinha estado meio louco no dia retrasado.

Ou talvez Yoongi os mandou não perguntar.

Eu tinha muita sorte em ser amigo do chefe E do gerente. Mas... duvido muito que Yoongi não fizesse o mesmo por qualquer outro funcionário. Por traz da cara de demônio e do jeitinho malcriado, Yoongi sempre tinha sido um xuxu.

Em casa o de sempre, meus pais ainda não tinham chegado, Jihyun estava largado no sofá, e como eu esperava... Jungkook não estava com ele.

Eu não sei porque isso ainda me entristecia.

Subi para meu quarto e tomei banho para preparar algo para o jantar, meus pais logo iriam chegar e seria bom pelo menos preparar algo rápido... já que eu comeria porque não fazer algo para eles também, certo?

Quando desci, já de pijama, olhei na geladeira se tinha sobrado algo do almoço. Não achei nada, mas vi que minha mãe novamente tinha comprado vários tipos de alface, provavelmente para a nossa dieta que planejávamos faz anos, sempre começávamos e pausávamos em 3 dias por tempo indeterminado.

Como salada estragava, decidi cortar várias folhas e fazer duas bacias com meu tempero especial de atum enlatado, conhaque, cenoura ralada e mais uma ou duas coisas que me apetecesse misturar na panela onde eu preparava o molho.

Eu amava fazer umas misturas malucas, principalmente com atum.

Atum enlatado é vida.

Terminei minha comida e deixei o molho esfriar um pouco, quente demais estragaria a salada.

Minha mãe chegou primeiro. Agradeceu pela comida, e decidiu fritar algumas rodelas de batata doce para que meu pai e Jihyun não reclamassem da falta de sustança. Decidi fazer um suco de limão, casca de limão ralada, mel e gengibre... porque eu simplesmente amava esse suco, e sempre que me dava disposição eu fazia.

Jungkook também amava.

Suspirei.

Minha mãe ligou para meu pai, e como ele estava perto ela decidiu começar a servir a mesa e mandar Jihyun desligar o vídeo game para tomar banho. Ele xingou, esperneou, disse que já era adulto e não precisava ser mandado... Mas foi. Porque fazer a minha mãe se irritar nunca era uma escolha inteligente.

Quando meu pai chegou Jihyun tinha acabado de sair do banho, e ainda não tinha descido.

Sentamos na mesa, meu pai perguntou como tinha sido o nosso dia, Jihyun disse que tinha sido normal e eu apontei que sentia falta de Lisa.

Foi quando começou.

A princípio, escutávamos as vozes alteradas e mais altas que o normal, mas não entendíamos as palavras. Era raro discussões no nosso bairro, principalmente vindas da casa de Jungkook. Mas ocorriam quando Junghyun fazia alguma nova merda...

Mas não era o nome de Junghyun que a mãe de Jungkook gritava agora.

– ME EXPLICA ESSA HISTÓRIA DIREITO JUNGKOOK!

E eu não podia escutar a resposta dele.

Eu... apenas tive que ficar parado, no meio da sala, encarando meus pais e Jinhyun, sem entender o que possivelmente poderia fazer a mãe de Jungkook brigar com ele: o filho perfeito.

E eu ouvi ela gritar, entre várias outras palavras, a palavra viado.

Eu ouvi coisas serem jogadas e comecei a ter uma ideia do que podia estar acontecendo.

E, no pior momento da noite, eu ouvi a mãe de Jungkook gritar o meu nome, e que eu deveria ser o culpado.

Porque eu era o viado que Jungkook conhecia.

Porque eu deveria ter o influenciado.

E o pai dele também gritava, gritava porque como ele podia ter terminado com Lisa? Como ele podia...

E eu não conseguia ligar os pontos.

Foi quando eu ouvi, da voz de Jungkook, em um tom alto e raivoso que eu nunca tinha ouvido antes:

– SIM! EU SOU GAY! E SIM, EU GOSTO DO JIMIN.

E ele disse mais, mas eu não conseguia mais ouvir.

Todos os olhos da sala estavam em mim.

Eu estava provavelmente chocado demais para me levantar.

Escutei, o último grito da noite, que foi quando a mãe do Jungkook o mandou ir embora. Por fim escutei a porta bater forte na casa ao lado.

E ao mesmo tempo em que Jihyun, eu levantei, correndo escadas acima.

Porém Jihyun não, Jihyun foi em direção a nossa porta, e a abriu, porque, como eu, Jihyun sabia que Jungkook viria se afugentar na nossa casa.

Jihyun sabia que Jungkook precisava dele.

E eu vi quando Jungkook entrou e abraçou meu irmão, chorando como eu nunca antes o tinha visto fazer.

E meu irmão o abraçou de volta, com força, alisando suas costas e sussurrando algo que eu não podia ouvir...

Mas eu apenas virei as costas e me tranquei no meu quarto.

Porque eu não sabia o que fazer.

Eu nem a menos sabia o que pensar.

Sentei na minha cama, mas logo escorri para o chão. Abracei meus joelhos e escondi minha cabeça entre eles, tentando pensar, tentando entender...

 

Jungkook era gay.

 

Jungkook gostava de mim.

 

Quando ele se aproximou... não tinha sido fruto da minha imaginação.

Eu não podia acreditar, não fazia sentido... Jungkook sempre tinha sido meu amigo. Jungkook... Como eu podia nunca ter percebido antes?

E então eu me toquei... que Taehyung já sabia.

E Yoongi.

E provavelmente Hoseok... e mais do que provavelmente Jin também sabia.

Talvez até mesmo Namjoon.

Jihyun não parecia surpreso...

E era disso que Lisa falava quando disse que Jungkook nunca se apaixonaria por ela.

Só eu nunca tinha percebido.

As cenas, cada um dos momentos que estivemos juntos, tudo se passou novamente pela minha mente...

Meu deus, eu tinha sido tão cego!

E enquanto eu tentava entender o que acontecia, no quarto ao lado eu escutava o choro de Jungkook e o raro silencio de Jihyun, e eu sabia que meu irmão estaria cuidando dele.

Eu era tão cego.

E então eu chorei.

Chorei porque a dor de Jungkook doía em mim.

Chorei porque ele não tinha a sorte de ter a família que eu tenho, e chorei porque eu sabia como era terrível não ser compreendido, ou ser malvisto por uma coisa tão pequena como gostar de homens. Ninguém te julga se você só gosta de loiras, ou asiáticas... ou de magrelas, ou gordinhas. No máximo te acham excêntricos, quando gostar de uma pessoa apenas por como ela é fisicamente é um problema muito maior.

Nenhum hetero tem que se assumir hetero.

Nenhum deles seria expulso de casa por uma coisa tão ínfima quanto... o gênero da pessoa você decide se relacionar ou passar suas noites.

Era como se toda a sua vida fosse marcada pelo sexo da pessoa que você decide beijar... quando um ser humano é muito mais do que isso.

Eles não ligavam para Jungkook ser genial, maduro, responsável, talentoso... Bom em tudo que fazia, estudioso, ia prestar medicina e eu tinha a mais absoluta certeza de que ele iria passar! Talvez até mesmo em primeiro lugar! Eles não ligavam para o fato do filho deles provavelmente ser o adolescente mais maravilhoso, dócil e educado que já passou por essa terra.

Eles não ligavam para a pessoa maravilhosa que o Jungkook era.

Eles só conseguiam ver o sexo da pessoa com quem Jungkook iria querer ficar, caso decidisse amar alguém.

Eu nem conseguia imaginar o que Jungkook sentia sabendo que sua família, aqueles que com certeza ele amava por laços de criação e de sangue, não estariam ao seu lado.

Eu sabia que Jungkook amava a mãe dele.

E também sabia que ele amava seu irmão.

E sabia que seu pai era seu grande exemplo... por deus, ele tinha escolhido fazer medicina porque o sr. Jeon era médico!

E eu não conseguia evitar que meu coração se partisse mais e mais por toda a injustiça que essa situação mostrava.

Eu nem ligava para o fato de que a mãe dele tinha me odiado por todos esses anos, e falado coisas horríveis sobre mim, quando eu nem esperava isso dela! E sim, eu realmente não esperava isso dela.

Ela era tão falsa...

Mas eu não conseguia ligar para isso.

E eu também não conseguia ficar feliz com o fato de ter descoberto que o Jungkook gostava de mim... porque não importava agora, isso só fazia com que eu me sentisse culpado.

Porque: gostar de mim tinha feito com que seus pais o expulsassem de casa.

E eu nunca saberia como reverter algo assim, ou... pelo menos, fazer com que essa dor sumisse dele.

O meu desejo de ficar com Jungkook, nunca desejou que ele passasse por algo assim. Eu preferia mil vezes mais que ele nunca tivesse se apaixonado por mim no final!

Eles tinham quebrado o coração de Jungkook de uma maneira que eu nunca poderia reparar. Eu nunca poderia tirar da memória dele, eu nunca poderia impedir que ele ouvisse o que tinha ouvido... por mais que eu desejasse.

Eu não conseguia parar de chorar.

Eu só queria... que o meu pequeno Jungkook fosse feliz, eu só queria poder proteger ele de tudo isso.

Eu só queria que não existissem pessoas preconceituosas no mundo.

.

.

.

.

.

.

Já tinham se passado das duas da manhã quando ouvi uma batida em minha porta.

Eu pensei duas vezes se deveria abrir ou não, mas poderia ser o Jungkook.

Me levantei e rapidamente a destranquei, mas era Jihyun... que nem ao menos olhava para a minha cara, e sim para um ponto qualquer na parede do corredor.

– Ele dormiu. – Me disse sem me encarar.

– Ele está bem? – Perguntei, esperando que minha voz não revelasse o quanto eu também tinha chorado.

Mas eu sabia que não adiantava... meu rosto provavelmente revelaria.

– Lógico que não. – Respondeu, e então nós dois suspiramos praticamente ao mesmo tempo.

Jihyun então olhou para o chão, e para o lado, e para o outro... e eu sabia que tinha algo que ele queria falar, mas não o apressei.

Eu sabia como tudo isso também devia estar sendo difícil para ele.

Jungkook era seu melhor amigo, seu melhor amigo de infância... quase um irmão.

Mas eu era seu irmão, e não qualquer irmão, um irmão que ele realmente amava, e morria de ciúmes.

Mas... Jihyun por si só era um cara ciumento, ele tinha ciúmes da nossa mãe, e do nosso pai, e de mim, e do Jungkook... e provavelmente já devia ter ciúmes da Rosé agora. Talvez até mesmo da Lisa!

Jihyun tinha ciúmes do quarto dele, do controle do videogame, da cadeira, o celular mesmo ninguém podia pegar! Se ele gostava muito de uma banda pouco conhecida ele ouvia só de fones, com medo de mais alguém gostar também... porque a banda deveria ser só sua.

Imagina saber que Jungkook gostava de mim?

Sua mente com certeza estava pirando.

Então sim, eu esperei.

Eu esperei todo o tempo que ele precisava para pensar, mesmo que minhas pernas já estivessem cansadas.

– Hyung? – Ele finalmente me chamou. – Você gosta dele?

E pela primeira vez minha resposta foi direta.

– Gosto.

– Como um casal?

– Sim.

E então Jihyun novamente ficou em silencio, encarando compenetrado os próprios pés, pela primeira vez eu não sabia minimamente o que se passava na mente do meu irmão.

Seu tom sério era quase doce, e isso me indicava que ele não estava irritado com o Kookie, o que era bom.

– Ele é meu melhor amigo. – Seu tom agora era neutro, quase diplomático, parecia apenas me informar.

Assenti e esperei que ele continuasse:

– Eu não posso escolher um lado caso isso dê errado. – Avisou.

Eu sorri.

– Eu nunca te pediria isso.

– Eu não gosto disso. – Resmungou.

– Sinto muito. – Fui sincero, mesmo que sorrindo do modo fofo que as palavras saíram dos seus lábios, unidos em algo próximo a um biquinho.

– Eu... Vou para escola amanhã de manhã, não sou tão bom como o Kookie e não posso perder aulas de revisão. – Me avisou. – Converse com ele.

E eu então sorri.

Jihyun não me disse mais nada e apenas se afastou sob meu olhar carinhoso.

E então eu felizmente percebi, que Jihyun estava mais do que na lista das pessoas maravilhosas da minha vida.

Jungkook podia não ter sorte por ter a família que tinha... mas ele tinha sorte em ter Jihyun como seu vizinho, seu melhor amigo, e seu irmão adotivo.

E eu tinha mais do que sorte em ter os dois.

 

 


Notas Finais


Boombayah! la la la la la la la la la la lululululu la la la la la la boom boom ba boombayah, oppa! la la la la la la la la la la


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