História Como deve ser! - Sua irmã

Até então ele pedia que eu não tivesse nada com o Jin e agora ele diz que quer que eu seja feliz junto do Jin. Será que eu o perdi pra sempre mesmo? No fundo meu coração sentia e ainda sente que nós dois poderíamos voltar algum dia.

- Você ta falando sério? Vai abrir mesmo mão de mim?

- Flor eu fiz uma escolha, e escolhi a Ellin.

- Por que Rap Monster? Por quê? Antes você pediu que eu não ficasse com o Jin e eu atendi o seu pedido. Não fiquei com ele por sua causa, mesmo sabendo que você está ficando com a Ellin, mesmo assim abri mão de ficar com o Jin que é um garoto perfeito.

- Ele é perfeito? Então fica com ele. (Ele tava fazendo pirraça.)

- Ele é perfeito sim. Ao contrário de você ele não me prometeu nada. Ele apenas me pediu uma chance e eu não a dei até agora porque pensava em voltar com você. Eu perdoo você pelo que fez comigo...

- Eu não to te pedindo nada.

- É como se você estivesse zangado comigo e eu é que devia estar assim com você.

- Você me prometeu algo também Flor, mas parece que você se esqueceu disso.

- Prometi?

- Você prometeu que amaria só a mim! Você disse que ia amar só a mim Flor. Só que foi você chegar ao galpão e tudo mudou.

- Tudo mudou por sua causa! Mudou porque você estava namorando, mudou porque no primeiro dia que eu cheguei você jogou na minha cara que estava com outra garota.

- Eu não podia mentir pra você.

- Pra quem passou mais de dois anos mentindo, um dia a mais não ia mudar muita coisa.

- Você diz que me perdoa, mas ainda esta magoada comigo.

- Eu perdoei sim Rap Monster, mas não esqueci. Não quer dizer que eu não vá me sentir magoada por isso, porque eu vou me sentir sim. Eu estou magoada com você, mas ainda te amo e isso ta acabando comigo.

- Comigo também.

- Acho difícil. (Ficamos calados alguns minutos, até eu voltar a falar.) - Meu braço ta latejando. (Eu desviei o assunto com a voz meio que gaguejando.)

- Você recebeu ainda a pouco 10 pontos em seu braço, por isso esta latejando assim. O médico falou que o corte foi profundo e bem grande.

- Nossa! Acho que ganhei uma cicatriz feia.

- Nada pode tirar a sua beleza Flor, vai ficar só uma cicatriz pequena. (Ele se aproximou da cama e acariciou meus cabelos.)

- Flor! Flor! Como você está? (Era o Jin entrando apressado no quarto ele se aproximou da cama e o Rap Monster se afastou, Jin colocou sua testa próxima a minha e sorriu aliviado. Depois ele deu um beijo nela.)

- Oi meninos! Eu to legal agora. (Jimin também entrou no quarto e ficou na porta até se dar conta do Rap Monster.)

- Aquela idiota da sua namorada, como eu não posso bater nela Rap Monster, eu bato em você então...

- Fica quieto Jimin isso aqui é um hospital. E além do mais a Flor está bem, não foi nada demais.

- Eu to bem Jimin, não se preocupe.

- O que o médico disse Rap Monster? (Jin perguntou sério olhando pra ele.)

- A Flor vai ter que passar a noite em observação por causa do desmaio, ela levou 10 pontos no corte e vai ter que tomar dois soros glicosados e só vai poder comer alguma coisa amanhã. Portanto, é só.

- Eu fico com a Flor, qualquer coisa eu aviso a vocês. Podem ir pra casa, e leva aquele garoto que está lá na recepção ainda com cara de choro e a roupa suja de sangue.

- O Jungkook? Ele ainda ta aí? Por que você não me falou Rap Monster?

- Eu achei que você não quisesse falar com ele.

- Pensou errado então, eu quero sim falar com ele sim.

- Então você vai falar depois, porque agora precisa descansar. Vamos, vocês dois saindo. A Flor precisa dormir um pouco.

- Deixa Jin, eu já to legal. Por mim eu já voltava pra casa.

- Nada disso, cuida em ir dormir.

Os três começaram a andar Rap Monster me deu aquela olhada e saiu. Jimin me soltou alguns beijos e sorriu, Jin se aproximou de mim e beijou minha testa de novo e também saiu.

Logo eu adormeci...

Durante a noite o Suga veio me ver e nós ficamos conversando um pouco, em seguida o J-Hope também apareceu junto com o V e depois que eles foram embora o Jin veio pro quarto e sentou na poltrona ao meu lado. Eu estava estranhando o luxo desse hospital, e questionei ao Jin que disse que a Ellin vai arcar com todas as despesas. De manhã eu tinha que esperar ainda até as 10 horas pra poder enfim receber alta, mas eis que recebo uma visita inesperada.

- Ellin?

- Oi Flor, bom dia.

- O que você está fazendo aqui?

- Eu vim me desculpar com você.

- Eu não to acreditando nisso.

- Eu falo sério, quero pedir desculpas pelo o que eu fiz. Foi algo errado e completamente impensado, sinto muito.

- É só isso que tem pra falar? Pode sair agora, acho que você já fez o bastante por mim. Me tirou o Rap Monster, fez eu ganhar 10 pontos no braço o que vai me deixar com uma cicatriz horrível...

- Desculpe. Desculpe Flor! (Ela se curvou e isso me assustou.)

- Ellin você já terminou, quero falar a sós com essa garota e...

Um senhor alto e aparentemente bonito entrou no quarto do hospital, eu fiquei imóvel olhando pra ele que assim que me olhou também ficou imóvel.

- Pai, essa é a Flor. Eu quero que o senhor saiba que eu a machuquei sem querer, e já terminei sim de me desculpar e...

- O senhor deve ter pagado um preço bastante alto pra fazer essa patricinha aí vir me pedir desculpas.

- O que disse? (Ele ainda estava parado e falou com a voz tremula.)

- Sua filha não é o tipo de garota que pede desculpas a alguém. Então, o senhor deve ter dado algo em troca.

- Boyoung? (Ele estava pálido agora.)

- Você a conhece pai? (A Ellin estava assustada assim como eu, não entendíamos a reação dele.)

- Boyoung! (Logo ele começou a chorar e veio se aproximando de mim que já estava sentada na cama.)

- O que ta acontecendo aqui?

- Minha filha... Minha filha.

- Hãn?

- Do que o senhor está falando pai? (Ellin fez careta olhando pra mim, sempre bonita com seu cabelo lindo e loiro.)

- Ela é sua irmã Ellin, a Boyoung é sua irmã e do Jungkook.

- Do que o senhor está falando? É algum tipo de piada? O senhor ta querendo me castigar pelo o que eu fiz? Eu já disse que estou arrependida por isso, não farei de novo.

- Não é piada nem castigo Ellin, a Boyoung é minha filha. Boyoung, tenta lembrar um pouco... Eu te levava café da manhã no quarto, costumava cortar morangos e colocá-los em seu prato. Formava figuras com a comida pra que você comesse bem.

Enquanto aquele homem começava a falar eu sentia algo dentro de mim se remexer e revirar. Minha mente, meu corpo estavam gelados. E eu começava a me lembrar do que ele dizia.

- Diz que isso é mentira. É mentira, seus únicos filhos sou eu e o Jungkook. (Ellin estava mais atordoada do que eu.)

- Eu conheci a mãe da Boyoung no trabalho, nós dois nos envolvemos e assim ela engravidou. Eu vivia dizendo a ela que iria deixar minha esposa, ou seja, sua mãe pra ficar com ela e isso durou mais ou menos uns sete anos. Até o dia que a mãe dela não aguentou mais eu evitando assumir a relação e me deixou.

- Como o senhor diz que fazia o café da manhã dela, se em casa o senhor preparava o meu?

- Lembra dos meses que eu passava viajando em negócios? Eu estava com essa minha outra família.

- O senhor não pode ter certeza disso, não pode ter certeza que é ela.

- Eu tenho toda a certeza do mundo! Você tem o rosto da sua mãe, tão linda quanto ela. Assim que eu entrei nesse quarto eu a reconheci. (Ele falava olhando nos meus olhos que estavam tomados de lágrimas.) – Diz que se lembra de mim Boyoung, diz.

- Lembro de passar apenas alguns meses por ano com meu pai e depois me lembro dele ir embora e me deixar sempre sozinha com minha mãe que vivia reclamando. Lembro agora do último dia em que vi meu pai, no último dia em que vi você... Minha mãe me puxava pelo braço e me tirava de dentro daquela casa e você não fez nada pra impedir aquilo.

- Eu era jovem, eu não sabia o que fazer.

- Você não impediu ela de me levar pra longe, eu gostava tanto de você... Você me tratava tão bem diferente dela.

- Boyoung eu sinto muito.

- Também me lembro do acidente, e de acordar em um hospital sem saber quem eu era ou o que tinha acontecido comigo. Passei meses até me lembrar apenas do meu nome. Eu não me lembrava do seu rosto, até o vê-lo agora. Por que o senhor não me procurou?

- Eu não podia.

- Soube do acidente?

- Soube sim.

- E mesmo assim não quis saber de mim? Porque não ficou comigo mesmo sabendo que ela tinha morrido naquele acidente e que eu iria ficar sozinha?

- O fato deu não ter registrado você como minha filha, o fato dela ter morrido no acidente e de que não havia mais provas de nossa relação fez eu ser covarde e confiante o bastante pra te deixar ir pra qualquer orfanato daquela cidade.

- SAI DAQUI! SAI DAQUI, ME DEIXA SOZINHA. ME DEIXA SOZINHA COMO EU SEMPRE FUI! VOCÊ TIROU TUDO DE MIM, VOCÊ TIROU UMA FAMÍLIA DE MIM E AGORA A SUA FILHA VEM E ME TIRA A ÚNICA PESSOA IMPORTANTE NO MUNDO PRA MIM QUE É O RAP MONSTER. EU NÃO QUERO SABER DE VOCÊS, EU NÃO QUERO NADA QUE TENHA RELAÇÃO COM VOCÊS... ME DEIXEM SOZINHA, ME DEIXEM SOZINHA.

Eu gritava descontroladamente! Rápido as enfermeiras vieram até o meu quarto e pediram que eles saíssem. Como o Jin tinha ido pro escritório e só vinha me pegar por volta das 10 ainda não tinha chegado e não presenciou o que aconteceu.

Colocaram uma máscara de oxigênio em mim para que eu respirasse melhor e aos poucos eu fui me acalmando.

~ Horas depois...

Eu acordei e vi o Jin sentado ao meu lado.

- Acordou. (Ele estava com o rosto coladinho na cama.)

- Oi! Faz tempo que você está aqui?

- Algum tempo sim. Flor, eu soube de tudo...

- Eu não quero falar sobre isso.

- Tudo bem, os meninos já sabem também. Nós todos tínhamos vindo juntos pegar você. J-Hope, V, Jimin, Suga e até o Rap Monster fez questão de vir pegar você. Tínhamos planejado te levar em algum lugar legal pra almoçarmos e você relaxar um pouco. Só que encontramos a Ellin e o pai dela aqui na recepção, quer dizer o pai de vocês e...

- Pára Jin! Pára.

- Desculpe.

- Meu coração ta doendo. Minha cabeça parece que vai explodir, venho pro hospital levar uns pontos e saiu dele com um pai e dois irmãos?

- Foi muita informação mesmo.

- Da pra acreditar que eu sou irmã da Ellin? Irmã do Jungkook? O garoto é meu irmão e o Rap Monster ficou com ciúmes dele... Que coisa mais sem sentido.

- O mundo da voltas.

- A Ellin se achando superior a mim e agora descobre isso. Deve estar tão confusa quanto eu.

- Se não tivesse acontecido esse episódio de você ter que vir aqui pro hospital, provavelmente você nem ficaria sabendo.

- É! O engraçado é que ele era bom pra mim, ele me fazia rir, ele me divertia... Não entendo como teve coragem de me deixar naquele orfanato, sabendo que eu estaria ali a mercê de tudo.

- Ele foi cruel com você.

- Ele estava com medo que a esposa descobrisse o caso patético dele com minha mãe. No fundo a Ellin deve se sentir mesmo superior a mim, já que eu sou fruto de um adultério.

- Não fale isso de você mesma Flor.

- Jin me leva pro galpão. Eu quero me deitar, eu quero apagar esses dias da minha mente.

- Claro! Eu já estou com sua alta aqui. Vamos sim.

~ Dia seguinte

Eu levantei sem vontade, ontem quando voltei do hospital não falei com ninguém. Todos estavam olhando pra mim e eu não quis encarar isso. Minha cabeça ainda está dolorida e confusa.

As lembranças da minha infância antes do orfanato vieram a minha mente, a minha antiga casa, meus pais em alguns momentos felizes, depois em brigas e discussões.

Sai do quarto e fui até o banheiro, tomei um banho sem que meu braço fosse molhado e depois fui até a sala. Eu mal fico aqui, mas hoje senti vontade. Algum tempo depois o Jimin se aproximou de mim.

- Ta melhor?

- Estou sim, obrigada.

- Sinto muito que você tenha descoberto as coisas desse jeito. Quer dizer, eu devo sentir? Não acha que foi uma coisa boa? Conhecer seu pai...

- Não sei se isso é bom ou não.

- Vai por mim Flor, é bom sim. E sabe de uma coisa, eu fico mais aliviado em saber que aquele "modelinho" lá é seu irmão. Só assim não sinto mais ciúmes dele. (Eu olhei séria pro Jimin, não to no clima pra gracinhas.)

- Deixa de coisa Jimin. Eu não to pra brincadeiras.

- Eu não to brincando. Eu senti ciúmes dele com você sim tirando aquelas fotos. Eu desejei estar no lugar dele, e tenho certeza que faria bem melhor.

- Jimin, você não tem jeito.

- Eu tenho sim. (Ele sentou do meu lado e colocou o braço em volta do meu pescoço.) – Quer dizer, eu posso começar a ter, é só você dá uma chance pra mim.

- Sai fora Jimin.

- Qual é Flor? Eu posso animar você.

- Atrapalho?

- Suga! Oi! (Eu levantei deixando o Jimin sem graça.)

- Flor a gente pode conversar?

- Claro! Até depois Jimin.

Eu saí apressada de perto dele e o Suga estendeu a mão para que eu a segurasse. Nós saímos da casa e fomos caminhando até a calçada, sentamos por lá.

- Quer falar sobre o que aconteceu?

- Estou me sentindo estranha Suga. Tudo isso veio de uma só vez, não ta sendo fácil. Minha vida ta confusa, eu saí do orfanato, eu perdi a Lyn e a Sayu, depois perdi o Rap Monster, e então conheci um pai que disse que me abandonou no orfanato de propósito e também que tenho uma meia irmã maluca que me machucou e que ainda roubou o amor da minha vida e tem o Jin que quer namorar comigo, sem falar no Jimin que fica torrando minha paciência falando besteiras. Ufa.

- Puxa vida. Eu nem fui mencionado nessa relação aí. Valeu Flor.

- Não! Suga não. Você não pode ser mencionado nessa relação, porque você não é um problema. Todos que eu mencionei de alguma forma foram problemas ou decepções, ou coisas que a vida me proporcionou. Você não, você tem sido tão bom comigo. Já apanhou e tudo por minha causa, e duas vezes. Eu não quero te colocar como uma das minhas preocupações.

- Eu não te preocupo?

- Não! Quer dizer, me preocupa de uma forma boa. Tipo, eu não quero que nada de mal aconteça com você. Eu gosto de conversar contigo, você sabe me dizer as coisas de uma forma diferente.

- Espero que isso seja bom.

- É sim seu bobo. (Nós rimos.)

- E seu braço?

- Ta legal, quer dizer. Sinto ele latejando, mas de boa.

- Flor, sobre aquele beijo...

- Tudo bem, eu beijei você primeiro.

- Então, eu ia dizer que queria repetir.

- Quê? (Olhei assustada pra ele.)

- Quer namorar comigo Flor?