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História Como Enlouquecer Um Riddle - Um Milagre Chamado Harry


Escrita por: VanessaVMR

Notas do Autor


Obrigada a todos pelos favoritos e comentários!

Obrigada por acompanharem essa história.

Capítulo 6 - Um Milagre Chamado Harry


Tom arregalou os olhos. – Minha mãe?

- Sim. A Sra. Cole me informou que ela foi enterrada nesse cemitério. Vamos até lá prestar nosso respeito. – Disse Tom Sr. indo mais a frente dos garotos.

Eles subiram até o topo da colina, onde havia uma lapide separada dos demais. Na lápide, só havia um nome e data de falecimento.

Mérope

31 de dezembro de 1926

 

- Eu deveria ter trazido algumas flores. – Disse Tom Sr.

Harry foi a frente dos dois. Ele tirou a varinha do bolso, o que incomodou Tom Sr., e fez Tom arregalar os olhos.

- Harry, você não pode usar magia fora da escola e... – Disse Tom.

- Eu não tenho um rastreador como você Tom. – Disse Harry.

- Rastreador? – Questionou Tom Sr.

- Sim. O ministério da magia sabe quando um menor de idade usa magia fora da escola, através desse rastreador. Só se pode usar magia, sendo de menor, ou na frente de um trouxa, em caso de vida ou morte. Como eu não tenho rastreador, eu posso usar a vontade, mas não se preocupe. Nem toda magia é feita para machucar ou dominar ninguém. – Harry fez um movimento circular a frente da lápide de Mérope, fazendo surgir uma pequena coroa de rosas vermelhas.

- Obrigada. – Disse Tom Sr.

Tom permaneceu indiferente.

- Pensei que queria falar alguma coisa a ela. – Disse Tom Sr.

- Achei o mesmo de você. – disse Tom. – Mas que diferença faz...ela está morta.

Harry suspirou. – Não acho que ela estar morta é um problema para vocês dizerem alguma coisa. Vamos lá. Falem o que precisam. Eu vou dar uma volta por ai.

Harry deu as costas a eles e saiu dali caminhando.

Tom e Tom Sr. encararam a lápide de Mérope por um tempo.

Tom Sr. suspirou.- Lamento ter te abandonado naquele beco a dezesseis anos. Você deveria imaginar que eu estaria confuso e com medo, depois do que você fez comigo. Como havia dito a nosso filho, eu achei que você só queria dinheiro e que não realmente gostava de mim. Achava que você teria encantado outro homem e que estava vivendo uma vida confortável. Jamais imaginei que estivesse morta e nosso filho sozinho. Sinto muito mesmo.

Tom encarou o pai por um tempo e olhou para a lápide também.- Eu nunca vou entender porque a senhora me deixou sozinho em um lugar trouxa. Nem usou magia para se curar e ficar comigo, mas eu quero que saiba que assim como o Tom Sr., eu também perdoo a senhora por me abandonar. Talvez você estivesse cansada demais de viver para continuar, mas está tudo bem. Eu sou um aluno prodígio da escola. Sou o número um em todas as matérias. Esse ano virei monitor, o que significa que eu tenho uma certa autoridade. Já tenho planos para o futuro. Vou dar orgulho a casa sonserina e ao nosso ancestral, Salazar. Falta só mais três anos para eu me formar. Vou sair de lá como o maior aluno que Hogwarts já teve. Sei que a senhora ficaria orgulhosa de mim.

 

A alguns metros dali, Harry caminhava por entre as lápides. Como seria a vida de Tom e dele agora?

- Preocupado? – Ele ouviu uma voz atrás de si.

Ao encarar, pode ver a morte flutuando.

- Ah, é você. – Disse Harry.

- Em breve algumas coisas vão acontecer... como você percebeu que não tinha rastreador? – Perguntou ela.

- Eu imaginei, depois que eu tive tudo trocado. O ministério não sabia de mim, então foi só ligar os fatos. – Harry disse.

- Entendo... presumo que queira saber sobre a marca em suas costas?

- Sim, eu queria ter te perguntado na praia.

- Essa marca veio dos irmãos Peverell a muito tempo. Um símbolo dedicado a mim. Eu o adotei como meu. Tudo o que marco com esse símbolo, pertence a mim. A marca é apenas um lembrete a você, que você não mais é quem foi. Você é um novo Harry. Não precisa ficar ligado ao seu antigo eu. Todo fim é um novo começo. Você talvez ache que não, mas já está mudando tudo no futuro. Lembre-se que suas ações hoje podem mudar o amanhã, não penas para você, mas para todos.

- Eu imaginei isso... tenho que agir com cautela?

- Seja você Harry. Seja quem você quer ser. Faça o que achar certo. Não posso te mandar para seu tempo de origem, mas você pode fazer desse seu tempo.

- hum... e sobre o sangue preto? Só na escola mesmo?

- Sim, acredite, vai ser melhor...

- Tudo bem. Vou esperar então. – Disse Harry.

- Hey Harry! – Era a voz de Tom.

- Oh, já acabaram? – Perguntou Harry.

- Sim, vamos para casa. – Disse Tom sr.- Meus pais vão ter uma surpresa e tanto.

Logo eles entraram no carro e foram para Little Hangleton. O carro parou na frente da mansão da família Riddle. A mesma que Harry havia visto nas lembranças que Dumbledore o havia mostrado. Tom Sr., foi o primeiro a descer. Seus pais, Thomas e Mary, acabaram saindo dos jardins para ver o filho. Tom e Harry ficaram no carro, como se esperassem uma ordem.

- Querido! Você voltou cedo! – Disse Mary sorridente.

- Achei que demoraria mais tempo para voltar. Conseguiu verificar sobre a fábrica? – Perguntou Thomas.

- Na verdade... tem algo que preciso falar com vocês. Não fui verificar sobre a fábrica, pois aconteceu uma coisa no caminho. – Disse Tom Sr.

Thomas arqueou a sobrancelha. – E o que seria?

Tom Sr. Respirou fundo. – Vocês lembram que eu fui casado há dezesseis anos, não é?

Os dois pareceram incomodados, mas Mary se pronunciou. – Sim querido. Eu lembro.

- Bom, acontece... que ela estava gravida naquela época e...

- Não quero saber! – Disse Thomas. – Aquela criança não era sua e...

- Era minha sim. – Disse Tom Sr. – Ele é meu filho sim.

Mary arqueou a sobrancelha. – Ele? Era um menino?

- E um adolescente agora. Eu o trouxe para casa. Quero que ele fique conosco, mas...

- Ele não é seu filho! - berrou Thomas.- Deve ser filho de outro e...

- Tom, quer vir aqui cumprimentar seus avós? – Disse Tom Sr.

Tom saiu do carro e o queixo de Mary e Thomas foi ao chão. Tom era a cara de Tom Sr. Não podiam negar que eram pai e filho.

- Oh meu deus... – Disse Mary. – Ele... ele...é a sua cara...

Thomas o olhou incrédulo, mas logo voltou a sua expressão fria.

-Vamos lá, se apresente. – Disse Tom Sr.

Tom ficou em sua posição ereta. – Olá, eu sou Tom Marvolo Riddle. Vocês devem ser meus avós, não?

Mary o encarou por um tempo, enquanto Thomas não o olhava amigavelmente. Mary suspirou e logo sorriu.

- Olá querido, bem-vindo a família. – Disse ela, abraçando Tom.

- Obrigada vovó. – Disse Tom.

- Ah, que bonitinho você é. Tão idêntico a seu pai... – Ela olhou para Tom Sr. – Parece até que ganhei mais um filho.

Thomas permanecia quieto, mas se pronunciou. – Então, ele é filho daquela mulher?

Tom Sr. respirou. – Sim.

- Que importa isso agora Thomas?! – Disse Mary. – É nosso neto! Vamos querido. Vamos entrar. Quero um doce?

- Na verdade mamãe... tem outra pessoa que quero que vocês conheçam... Harry, venha aqui.

Harry desceu do carro meio receoso. E se eles não gostassem dele? Mary e Thomas encararam Harry por um tempo.

- E quem é esse? Ele não se parece nada com você... – Disse Mary.

- Esse é o Harry. Eu o adotei. – Disse Tom Sr.

Mary arregalou os olhos. – Adotou?

Thomas revirou os olhos. – Meu deus, não bastava um, você tinha que me trazer outro.

- Se vocês não quiserem o Harry, não tem problema. Eu, ele e meu filho vamos embora dessa casa. – Disse Tom Sr. Colocando uma mão no ombro de Harry e de Tom.

Mary e Thomas pareceram chocados. Seu filho era sempre muito obediente, mas agora estava totalmente contraditório.

Mary suspirou. – Claro que vamos aceitar o Harry. Será bom para o Tom ter um irmãozinho.

- Harry não é meu irmão. – Disse Tom.

Tom Sr., Mary e Thomas o encararam.

- Tom tem razão. Somos amigos. – Disse Harry.

- Se meu filho te adotou, então você é irmão dele, mesmo que não seja de sangue. – Disse Mary sorrindo. – Vamos entrar.

Logo todos entraram na mansão e foram para a sala. Mary havia pedido a empregada para trazer chá e bolo para os garotos.

- Então...- disse Mary. – Vamos arrumar um quarto para vocês, tem alguma coisa que vocês gostem em particular? Posso pedir para decorarem do modo que quiserem.

- Ah, eu estou bem com qualquer coisa. – Disse Harry.

- Gostaria de livros. Gosto de ler. – Disse Tom.

- Oh, então presumo que você é muito inteligente, não? – Disse Mary sorrindo.

- Sou o melhor aluno de minha escola. O primeiro em todas as matérias. – Disse Tom.

Thomas e Mary olharam surpresos para Tom.

- Você estuda onde? – Perguntou Mary. – Vamos pedir sua transferência para uma das melhores escolas daqui e...

- Nossa escola fica na Escócia.-  Disse Tom. - São poucos os que conseguem uma vaga lá. Eles preferem pessoas...– Tom disse logo franzindo o cenho. – Pessoas únicas. Harry conseguiu uma vaga lá também. Se possível, quero concluir meus estudos lá. Já até compramos o material.

- Eu quero que os garotos vão para essa escola. – Disse Tom Sr.

Thomas pareceu incomodado. – Você quer? Escócia e longe e...

- Nós ficamos na escola por uns meses. Nosso trem parte dia 1º de setembro. Podemos vir para casa no feriado do natal e retornamos em janeiro. Nossas aulas vão até junho, depois retornamos para casa. – Disse Tom.

- E sua escola é boa? – Perguntou Thomas.- Deve ser uma escola especial, já que não aceita todo mundo.

- E é. – Disse Harry.- Nós estudamos diversas matérias, incluindo muitas que normalmente não teríamos em uma escola normal para nossa idade. Eles nos dão oportunidade de ter conhecimento em várias áreas, como química avançada, medicina e outros.

Mary e Thomas piscaram surpresos.

- Nossa, eu não sabia que existia uma escola assim por ai. – Disse Mary.

- Não é como se a senhora já tivesse procurado antes mãe. – Disse Tom Sr. – A viagem foi longa. Acho melhor os garotos irem descansar.

Thomas suspirou. – Tudo bem. Mostre os quartos deles.

Tom Sr. guiou Harry e Tom para o segundo andar. Após um longo corredor, mostrou aos garotos dois quartos, um ao lado do outro.

- Esses serão seus quartos. Posso pedir um favor a vocês? – Perguntou Tom.

- Pode sim. – Disse Harry.

- Não sei como funciona esse negócio de magia, mas vocês poderiam evitar fazer por enquanto? Meus pais ainda não estão preparados para isso. – Disse Tom Sr.

- Sem problemas. – Disse Harry.

- Tudo bem.- Disse Tom.

- Obrigado.- Disse Tom Sr. – Cada quarto tem um banheiro. Tomem um banho e descansem. Assim que o jantar estiver pronto, eu chamo vocês.

- Tudo bem. – Disse Harry.

- Ok. – Disse Tom.

Cada um foi para seu quarto. Harry gostou do estilo do quarto que ficou. Tinha um papel de parede estampado que lhe lembrava da grifinória, junto com uma cama gigante. Será que ele seria posto lá novamente? Depois do banho, Harry colocou roupas trouxas de seu tamanho e se deitou na cama. Ficou fitando o teto, até que ouviu a porta abrir. Era Tom. Ele já tinha tomado banho e estava vestindo as roupas sofisticadas que havia comprado.

- Harry, podemos conversar? -  Perguntou Tom.

- Claro! – Disse Harry.- Venha aqui. – Disse, batendo no espaço vazio ao lado da cama.

Tom se deitou ao lado de Harry e ficou olhando para ele por um tempo.

- O que foi? – Perguntou Harry.

Tom suspirou. – Tem algo que eu queria te perguntar.

- O que é? – Harry arqueou a sobrancelha.

Tom ficou encarando os olhos de Harry.

- Acredita em coincidência, destino e milagres?

Harry deu um sorriso. – Pode apostar que sim. Por que essa pergunta?

- No dia que você caiu do céu... Eu estava lendo um livro sobre essas coisas. Eu estava passando por uns problemas naquele momento e desejei muito que algum milagre acontecesse na minha vida.  Na escola eu sou uma outra pessoa... eu tinha te falado, não? Eles não sabem que eu sou mestiço. Tenho quer ser essa outra pessoa, pois sei que eles nunca vão me aceitar se souberem que sou mestiço. Lá cada um se ajuda por interesse e não por amizade. Nosso mundo é podre Harry... Eu pensei em tantas coisas durante esses anos... Na escola sou um aluno prodígio, respeitado e adorado por muitos. No orfanato eu era apenas aquele que ninguém queria ficar perto por medo. Eu não queria ter que mentir sobre quem sou, o que penso realmente, o que quero fazer. Nunca me diverti. Nunca tive amigos e nem família. Eu só tinha um sonho... mas não quero falar sobre isso agora. O livro que li contava uma história parecida. Um homem que havia perdido tudo em sua vida, apesar de sempre manter as aparências. Um dia ele implorou tanto a Deus para que ele o salvasse daquela vida, que um anjo veio pessoalmente do céu e derramou bênçãos sobre ele. O homem conseguiu uma nova vida e foi feliz até o fim de seus dias. Naquele dia... seria estranho dizer que eu também pedi por um milagre? Eu queria um milagre em minha vida. Algo que mudasse tudo e então... você caiu do céu.

Harry arregalou os olhos.

- Claro que você quase me deu uma cabeçada, mas...- Tom deu uma risada. – Mas se você não tivesse caído do céu, seria provável que eu desacreditasse nessas coisas e me tornasse alguém ruim e sem esperanças.

Harry respirou fundo. Aquilo era coincidência mesmo. Ele nunca parou para pensar por que quase caiu em Tom quando veio para esse tempo. E se o outro Tom tivesse pedido por um milagre e nunca tivesse acontecido? Ele teria se tornado Voldemort por isso?

- Então... quando você apareceu, apesar de estar me matando de curiosidade... pela primeira vez eu tive um amigo. Um honesto, que me defendeu por vontade própria sem querer nada em troca. Você me deu uma família. Você me fez rir e me divertir. Você foi o meu milagre, Harry.

Harry conseguia ver o quão sincero Tom estava sendo naquele momento.

- Por isso, me sinto tão culpado por não querer que os outros saibam que eu te conheci antes da escola. Você é a ligação com o orfanato. Se alguém souber de mim...

- Relaxa. – Disse Harry colocando a mão no ombro de Tom. – Eu entendo. Eu nunca vou dizer que sei sobre você ou que te conheci antes da escola. Eu te prometo isso.

Tom sorriu. – Obrigada.

- Mas quero que me prometa algo também. – Disse Harry.

- O que seria?

- Que vai me deixar ser quem eu sou. Que vai me deixar fazer minhas escolhas, meus amigos, minha história.

Tom ponderou um pouco e olhou para Harry pensativo. – Eu prometo, mas com ressalvas.

Harry arqueou a sobrancelha. - Ressalvas?

- Se eu ver que alguma das suas escolhas vão te meter em apuros, eu vou intervir. – Disse Tom. -  E nem pense em me dizer não.

Harry sorriu. – Tá bom. Se eu for para outra casa que não seja sonserina...

Tom olhou sério. – Isso te afastaria de gente como Alphard e Abraxas, consequentemente de mim. Sonserinos não vão muito com a cara das pessoas das demais casas.  Só de alguns poucos corvinais, ou pessoas de sangue puro.

- Quer me falar sobre esses dois?

- Ah, sim... imaginei que perguntaria isso, afinal você tirou Abraxas do sério. Bom... Abraxas Malfoy é um garoto puro sangue rico. Ele é um pouco narcisista e metido, mas me obedece sem pestanejar. Já Alphard Avery ...- Tom ficou sério. – Ele é o meu maior problema.

Harry arqueou a sobrancelha. – Problema?

- Oh sim... ele é o segundo melhor em tudo. Só não ganha de mim por ser mais fechado com todos. Ele é muito sério e é o único que contesta minhas decisões, como se pudesse fazer melhor. Ele é talentoso com tudo. Ele também é um puro sangue extremamente rico. Diferente dos outros sonserinos, ele é mais resistente a minha persuasão. Os sonserinos o obedecem sem pensar duas vezes, quando ele fala alguma coisa. Ele não é muito sociável e só fala com quem lhe interessa. Até a coruja dele é um caso perdido. Não deixa ninguém fazer carinho, nem dar comida, nem chegar perto. É tão irritada que até Alphard tem trabalho com ela. Ela é uma coruja blakiston. Rara, enorme e cara. Alphard já disse que se algum dia alguém conseguir domar aquela coruja, ele vai se casar com a pessoa, e esse foi o motivo de muitas garotas terem se machucado tentando domar a ave.

- Que coisa. Tem gente que não entende os animais. – Disse Harry.

- E você entende? – Perguntou Tom.

- Talvez. – Disse Harry.

Tom Sr. subiu e os chamou para o jantar. O jantar estava indo bem, até Thomas começar a conversar com Tom Sr.

- Quando voltara a Londres, terminar o que começou? – Questionou Thomas.

- Ah, sobre a fábrica de aço? - Perguntou Harry.

- Sabe dela? – Perguntou Thomas.

- Sim. No trem conversamos sobre isso.  – Disse Harry.

- Oh, sim. Harry sabia que era um ótimo momento para fazermos esse tipo de investimento. – Disse Tom Sr.

– É verdade. – Disse Harry. - Imagino que a indústria química, elétrica e de petróleo precisem de mais dinheiro para ser investido do que aço, não? Pretendem começar pelo com mais custo benefício, e depois ir avançando conforme o orçamento permita?

Thomas deu um sorriso satisfeito. – Isso mesmo Harry. Você está bem informado para alguém da sua idade. Aprendem isso na escola?

- Oh, sim. – Disse Harry. – Apesar de que empreendedorismo ainda não seja ensinado no momento.

Tom observava a todos. Ele estava curioso sobre como Harry sabia dessas coisas.

- Oh, isso soa interessante. Se sua escola já está ensinando as tendências do momento agora, imagine o que vão aprender mais à frente. – Thomas deu um sorriso e deu uma batidinha no ombro de Harry. – Estou um pouco mais confiante nessa sua escola agora.

O resto do jantar foi mais tranquilo. Mary parecia feliz em ter dois netos.

- A propósito...- Disse Harry. – Meu aniversário é dia 31 de julho.

- É na próxima semana. – Disse Mary. – Precisamos te dar uma festa.

- Ah, eu só gostaria de comer um bolo e estar com vocês. Eu não preciso de muito e...

- Bobagem. – Disse Thomas. – Você também é nosso neto agora. Imagine o que as pessoas vão dizer se não dermos uma festa decente a nosso neto.

- Exatamente. – Disse Mary. – Vamos te dar uma festa de aniversário enorme! Aproveitando.. Tom querido, quando é o seu aniversário?

- 31 de dezembro. – Disse Tom.

- Na virada? Vai ser uma festa e tanto. – Disse Mary.

Depois do jantar, todos foram se deitar. Os dias foram passando e logo a semana do aniversário de Harry havia chegado. Mary fez questão de convidar várias pessoas conhecidas. No dia da festa, Harry e Tom foram apresentados a várias pessoas. Apesar de sentir desconfortável, Tom foi gentil com todos. Muitos estavam incrédulos com a aparecia de Tom. Ele e Harry não se pareciam. Pouco se sabia da família Riddle sobre os meninos. Eles sabiam que Tom Sr. tinha se casado e depois de um ano voltou para casa sozinho. Eles deveriam ser os filhos que ele deixou para trás, presumiam. A festa estava em um ritmo lento, típico de festas de pessoas ricas. Sem aviso prévio, outras quatro pessoas chegaram. Tom Sr. olhou irritado. Harry reconheceu a mulher. Era Cecilia. A antiga noiva de Tom.

- Eu não a convidei. – disse Mary.

- Eu sei. – disse Cecilia.- Eu estava passando pela cidade quando me bateu uma nostalgia e eu quis aparecer aqui. Vim apresentar meu marido, Louis.

Prontamente o homem se aproximou. Atrás deles tinham uma garota e um garoto, um pouco mais novos que Harry e Tom.

- E meus filhos, Elizabeth e Leonard. – disse Cecilia orgulhosa.

Tom se levantou e foi até ela.

- Não deveria estar aqui. – Disse Tom Sr.

- Eu queria vir te ver. – disse Cecilia, dando um sorriso de deboche. – Soube que hoje é o aniversário de seu filho, ou melhor, de um deles. Não vai me apresentar eles?

Tom Sr. fez uma cara de nojo. Harry e Tom apareceram ao lado de Tom Sr.

Cecilia encarou Tom de olhos arregalados, mas fez cara de indiferente para Harry.

- Parece que só um deles é seu. – Disse Cecilia com deboche. – Que lastima e...

- Qual o problema em Harry não ser filho do meu pai? Seus dois filhos não pertencem ao seu marido, e nem por isso te falaram alguma coisa. – Disse Tom. Não foi difícil ler a mente de Cecilia. Ela era uma trouxa.

Houve um silencio mortal. Cecilia pareceu horrorizada.

- O que acabou de dizer? – Perguntou Louis.

- Que os filhos que essa mulher lhe deu, não são seus. – Disse Tom dando os ombros.

Cecilia respirou fundo. – Que absurdo é esse garoto? Como pode dizer uma coisa dessas?

- Eu não estou mentindo. Seu marido já suspeitava dos nascimentos precoces. – Disse Tom.

Louis ajeitou a postura. As pessoas olhavam para eles.

Louis olhou para Cecilia. – Quando chegarmos em casa... vamos conversar. Vamos crianças.

Louis saiu pela porta junto com as crianças. Cecilia olhava incrédula para Tom, que estava com um sorriso no rosto. Logo Tom Sr. se uniu ao filho e sorriu também. – Seu marido está lhe chamando Cecilia. Melhor ir.

Cecilia saiu dali pisando duro. Tom e os demais retornaram para a festa. Aquilo tinha sido interessante. Logo mais a festa acabou. Harry e Tom foram dormir, mas Tom Sr. parou Tom na escada.

- Como descobriu aquelas coisas? –Perguntou Tom Sr.

- Eu leio mentes. – Disse Tom. – Não foi difícil.

- Foi meio estranho para os outros.

- Deixa. Eles logo esquecem. – Disse Harry.

- Muito bem. Podem ir dormir.

As semanas foram mais tranquilas. Faltava um dia para o embarque em Hogwarts. Harry havia acordado empolgado na manhã do último dia na mansão dos Riddle. Quando se levantou, havia uma corujinha na janela. Ela o olhou para Harry e saiu voando. Naquele momento Harry se lembrou que ele não havia comprado um bichinho. Correu o mais rápido que pode e foi até o quarto de Tom. O mesmo estava lendo um livro tranquilamente, mas parou ao ver Harry na porta.

- Tom, eu esqueci de comprar um bichinho! – disse Harry.

Tom ficou surpreso. Nem ele tinha se tocado disso.

- Você também não comprou. – Disse Harry.

- Eu tenho uma coruja. – Disse Tom. – Eu deixo ela em Hogwarts. Animais não eram permitidos no orfanato. Esse ano vou trazer ela comigo. Vamos até meu pai. Ele vai ter que ir a Londres mais cedo, ou mais tarde.

Os dois desceram as escadas. Tom Sr. estava lendo o jornal. Cecilia e Louis haviam se divorciado. A notícia contava que ela tinha um relacionamento com outros homens ricos, mas que não sabia de quem eram seus filhos.

- Papai. – Disse Tom. – O senhor pretende ir quando a Londres?

- Podemos ir hoje e ficarmos em um hotel por lá. – Disse Tom. – Amanha vocês vão embarcar para sua escola não?

- É uma ótima ideia. – disse Harry. – A viagem é longa mesmo.

- Muito bem. Peguem suas coisas. Vou chamar seus avós e logo vamos de carro.

Harry e Tom arrumaram seus malões e algumas roupas trouxas. Desceram as escadas e encontraram Mary e Thomas os esperando.

- Façam uma boa viajem. – Disse Mary dando um abraço e um beijo em cada um.

- Se comportem lá. – Disse Thomas. – Qualquer coisa, nos escrevam.

Assim que se despediram, eles foram para o carro e rumaram a Londres. Chegando lá rumaram ao centro e se hospedaram em um hotel próximo a estação de Kings Cross. Não ficava muito distante do caldeirão furado.

- Eu vou sozinho ao caldeirão comprar meu bichinho. – Disse Harry.

- Tem certeza de que se lembra onde fica? Posso ir com você. – Disse Tom.

- Estou bem sozinho. Eu lembro onde fica. – disse Harry revirando os olhos. – Você fica aqui e arruma suas coisas, Sr. monitor.

Tom deu um sorriso. – Muito bem.

Harry logo foi para o caldeirão furado. Lá conseguiu uma passagem para o beco. Harry decidiu que levaria uma coruja consigo. Nenhuma nunca substituiria sua preciosa Edwirges, mas ela nem havia nascido ainda. Logo Harry chegou no Empório das Corujas. Ele entrou na loja e viu o atendente em luta com uma coruja gigante. Ela estava em uma grande gaiola. A gaiola era toda decorada e cheia de mimos para uma coruja. A coruja era belíssima, apesar de enorme. O atendente estava tentando dar uns petiscos para coruja, mas ela piava forte e tentava beliscar o atendente. Ele se lembrou de Edwirges. Ela fazia o mesmo quando estava irritada, ou quando ela não queria aquela comida.

O atendente desistiu da coruja e observou Harry.

- Oh, bem vindo. Em que posso ajudar? – Perguntou o assistente.

- Vim comprar uma coruja para a escola. – Disse Harry.

- Oh, certo. Tem alguma preferência por espécie? – Perguntou o atendente.

A coruja na gaiola piou auto.

- Ah, eu gostaria de uma coruja das neves. Eu já tive uma antes. – Disse Harry.

- Entendo. Muito bem, fique aqui que eu vou trazer umas para vocês.

O atendente se retira dali. A coruja na gaiola berrava. Ela deveria estar muito irritada com alguma coisa. Harry se aproximou dela. Ela olhou feio para Harry e piou. Harry olhou a gaiola. Estava bem limpa e arrumada. Será que ela estava só querendo chamar a atenção? Ele olhou para a coruja por um tempo e percebeu que ela não era uma coruja muito comum e parecia bastante cansada.

O atendente retorna com algumas corujas.

- Aqui estão algumas delas. – Disse o atendente.

- Desculpe, mas essa coruja enorme está a venda? – Perguntou Harry.

- Não. Essa coruja é de um cliente nosso. Ele a deixou aqui para que nós tentássemos dar comida a ela. É a primeira vez que vemos essa espécie aqui. Ela é muito rara. Uma Blakiston, mas ela não quer comer nada.

Naquele momento Harry se lembrou de uma coisa. Ele observou a coruja e pelo tamanho entendeu o que ela queria. Quando ganhou Edwirges, leu bastante sobre corujas e aprendeu algumas coisas.

- Escute, eu já volto. O senhor pode trazer as outras corujas. – Disse Harry saindo da loja.

Harry foi até Animais Mágicos e comprou iscas de peixe, que serviriam para um felino. Quando retornou a loja, Harry pode ver que a coruja continuava piando forte. Haviam outras corujas ao lado. Todas corujas da neve. Harry se aproximou delas. O atendente estava ficando agoniado com os pios da outra coruja. As demais corujas pareciam incomodadas com a coruja maior. Harry se aproximou de uma delas, que era parecida com a sua Edwirges. Foi um momento nostálgico.

- Essa coruja é macho ou Fêmea? – Perguntou Harry ao atendente, enquanto apontava para a coruja.

- É um macho.

- Certo. Eu vou levar ele. Hey garoto. – Disse Harry a coruja. – Vou te chamar de Edy. Eu tinha uma coruja muito parecida com você. Ela foi minha primeira amiga em vida. Nunca vou me esquecer dela e sei que como ela, você também vai ser um bom amigo. – Harry fez um carinho na coruja, que ficou satisfeito com o gesto.

A coruja na gaiola piava com mais força.

- Acho que vou enlouquecer. – disse o atendente.

- Tudo bem, eu cuido dela. – disse Harry se aproximando da coruja na gaiola. – Olá. – Disse Harry a ela.

Ela o olhou suspeita.

- Sei que está cansada. Está com fome, não é? O que o atendente queria te dar era um petisco de coruja normal, mas você é mais especial, não é?

A coruja não piou. Ficou quieta e estufou o peito orgulhosa.

- Eu comprei uma coisa para você. – Disse Harry pegando o pacotinho da animais mágicos. – São iscas de peixe grandes. Você é do tipo pescadora, não é? Imaginei que iria querer sentir o gosto de peixe novamente.

A coruja arregalou os olhos para a mão com iscas de peixe de Harry.

- Posso tirar ela dai? – Questionou Harry.

O atendente ponderou um pouco. – Tudo bem. Tome. – disse ele estendendo a Harry as luvas de proteção.

Harry as colocou e abriu a gaiola. A coruja enorme saiu de lá sem pestanejar. O atendente se agarrou em uma coruja e saiu dali. Coruja ficou um pouco a frente de Harry no balcão. Olhava para as iscas de peixe ferozmente.

- Tome. – Harry começou a dar as iscas de peixe para ela.

A coruja comia com gosto. Ela havia ficado mais calma.

- Posso fazer um carinho em você? – Harry perguntou.

A coruja o olhou desconfiado, mas permaneceu quieta. Harry fez com ela, como ele fazia com Edwirges. Ela adorava quando Harry arranhava as costas dela, sua frente, massageava suas asas, seu pescoço e até o carinho na cabeça.

Começou arranhando as costas da mesma. Ela tinha costas mais largas do que Edwirges, mas pareceu gostar do carinho, pois se arqueou toda, como se quisesse sentir aquela sensação por mais locais de seu corpo enquanto comia. Assim que terminaram as iscas de peixe, a coruja permanecer encarando Harry, que anda fazia carinho em suas costas. Harry começou a fazer carinho nela com a outra mão. Já estava naquele carinho por um tempo, então parou, mas a coruja bicou carinhosamente um de seus dedos, e Harry soube, ela queria mais. Harry começou a fazer carinho como fazia em Edwirges.

- Quer que eu massageie suas asas? – Harry perguntou.

A coruja abriu as asas e Harry a pegou no colo, a deitando em seus joelhos, onde começou a fazer outra massagem. O atendente estava boquiaberto no canto junto com a coruja de Harry.

- Você é uma boa menina sabia? – Disse Harry. – Só foi mal compreendida.

- Olha o que temos aqui? – disse uma voz conhecida atrás de Harry. – É a primeira vez que vejo alguém conseguir dar comida e fazer carinho na minha coruja.

Quando Harry se virou, percebeu que era Alphard. O mesmo estava sorridente, escorado na porta.

- Sr. Avery! A quanto tempo o senhor está ai? – Perguntou o atendente.

- Bem, faz um tempo. Eu havia visto esse jovem na loja de animais mágicos. Ele entrou correndo e saiu correndo. Eu o segui por curiosidade e cá estava ele. Sabe... minha coruja não é legal para todo mundo. Na verdade, você é o primeiro que eu vejo ela deixar fazer carinho.

- Oh... – disse Harry. – Já que você é o dono dela, quer carrega-la? – Perguntou Harry.

Alphard sorriu. – Não, tudo bem.

Harry se levantou e colocou a coruja na gaiola novamente. – Eu tenho que ir agora, mas foi um prazer te conhecer.- Disse Harry a coruja.

Ela começou a piar a contragosto, e Harry pegou sua coruja das neves, logo pagando o atendente. Harry iria sair, mas Alphard se pôs na frente dele.

- Me desculpe, mas eu nem sei o seu nome....

- Vai saber no dia da seleção. – Disse Harry, tentando passar.

- Não sou tão paciente assim. – Disse Alphard.

Os olhos azuis dele encaravam Harry, como se o analisasse.

Harry bufou. – Isso não é problema meu. É amanha a  seleção, então se está tão curioso espere. Não vou te dizer meu nome.

Harry tentou passar, mas Alphard colocou um braço a frente de Harry.

- Sabe... nunca ninguém me diz não. – Alphard disse aquilo com um ar assustador. Isso fez Harry se lembrar de Tom e toda a vida que alguém falava com um ar ameaçador.

- Eis a sua primeira vez então. – Disse Harry passando por baixo do braço de Alphard e saindo dali.

Alphard ficou sem reação. Olhou por onde Harry havia passado e começou a rir.

- Que garoto interessante...

 

Continua...

 

 

 



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