“Pra onde estamos indo?” Vegeta encontrou Bulma no hotel de sempre, mas sugeriu que fossem em um lugar antes de irem à boate. Deixaram os carros no estacionamento e foram juntos até o local. Os dois caminhavam de mãos dadas pela calçada movimentada, era uma sexta-feira à noite. Ele não havia dito a ela pra onde iriam.
Os dois estavam lindos, realmente combinavam até no jeito de vestir. Ele, de calça jeans escura, camiseta preta colada aos músculos e um blazer cinza. Ela, com um vestido preto que valorizava suas curvas, decote não muito profundo com as costas abertas, não usava jóias, não gostava de usá-las nesse ambiente por medo de chamar muita atenção. Parecia que todas as pessoas que passavam pelos dois, sorriam pra eles. Um velhinho de boina até deu uma piscadela pra ela. Todos pensavam que eram um casal. Bulma até daria risada da situação se não achasse que estava sendo alvo de alguma piadinha. Estava andando de mãos dadas com Vegeta, um cara legal, bonito e gostoso. Era demais pra ela acreditar, estava nervosa. Um grupinho de meninas de vestidos curtos passou, lançando olhares para Vegeta, dando risadinhas e cochichando. Encararam Bulma com um ar de inveja que ela até gostou, apesar de saber que não merecia.
“É aqui”, ele soltou a mão dela e abriu a porta para que entrassem em uma sorveteria gourmet à moda antiga, com pisos xadrez preto e branco. Luzes cor-de-rosa iluminaram o local, os congeladores cheios de sabores e coberturas.
“Qual seu sorvete favorito?”
“Morango!”, ela disse empolgada, tinha adorado o local e mais ainda que Vegeta a tinha levado até lá. “Não tem nada com morango que possa ser ruim”
“Hm, isso explica muita coisa”, ele riu com a própria constatação.
“Como assim?”
“Seu cheiro. Você tem cheiro de morangos”, que inclusive, ele adorava. “Eu reparei desde o nosso primeiro encontro mas não soube dizer se era seu perfume, um creme corporal ou shampoo.”
Bulma apenas riu, gostou do fato dele ter reparado isso. “E aí, vamos pedir o sorvete?”
Eles se dirigiram ao balcão e pediram o sorvete. Bulma queria pagar mas Vegeta foi mais rápido sacando as notas da carteira. Quando eles se sentaram em uma mesa preta de metal perto da janela, Vegeta enfiou a colher no sorvete, saboreou e abriu um sorriso lento e largo enquanto tirava a colher da boca. Bulma não se aguentou e deu uma gargalhada.
“O que foi?”
“Nada demais.. É que eu nunca vi ninguém sorrir assim depois de tomar sorvete, parece que você acabou de sair de um comercial”, ela disse ainda rindo, “depois dessa, eu preciso experimentar seu sorvete”. Bulma terminou de falar e direcionou sua colher pro sorvete dele.
“Ei, peraí!”, ele protestou, “vamos fazer isso do jeito certo”. Ele pegou a própria colher e levou à boca dela. Os olhos dela se arregalaram e pensamentos conflitantes surgiram em sua cabeça. No momento seguinte, fechou os olhos saboreando o gosto enquanto pensava que aquilo era intimidade demais, estavam cruzando um limite. Pareciam um casal de verdade - coisa que não eram.
“Tá, é gostoso. Você venceu”, ela tentou parecer casual. Aquilo não significava nada, era só um sorvete, só uma colher. Não era um encontro romântico, ela era apenas uma cliente. Pra manter a cabeça fria, ela enfiou o colher no próprio sorvete.
“Eu falei”, disse ele de uma forma divertida e arrogante. “Também quero provar o seu”.
“Pode pegar”, ela falou, empurrando o sorvete pra ele, mas ele ignorou.
Chegou mais perto dela e a beijou. Quando enfiou a língua na boca dela, sentiu a doçura e os lábios gelados. Não havia forma melhor de provar um sorvete. Aquilo o deixou maluco. Ele se esqueceu de que a estava seduzindo, se esqueceu até do motivo. Só conseguia se concentrar no beijo com gosto de morango e na respiração quente dela. Queria enfiar as mãos debaixo do vestido dela mas não o faria. Primeiro porque não queria pegá-la desprevenida e muito menos fazer com que ela se sentisse desconfortável como se sentiu com os outros três babacas anteriores. E segundo, porque estavam em local público.
“Vegeta, vai com calma, tem gente olhando”, ela disse, se afastando do beijo e o trazendo de volta à realidade. Quando os dois pararam os beijos, um grupo de engraçadinhos ao lado começou a aplaudir e gargalhar para o casal. Ele achou que ela se sentiria mal, mas riu quando viu que ela também ria. O sorriso suave e o brilho no olhar dela, porém, eram só pra ele. Seu plano de seduzi-la para aliviar a ansiedade dela estava funcionando, todo mundo sabia que pra conquistar uma mulher, o lugar certo de começar não era na cama. Eram em situações como essa que entravam a sedução, o romance, o carinho. E o sorvete.
O problema era que isso também estava funcionando no sentido inverso. Quanto mais tempo passava com Bulma, mais a atração de Vegeta por ela crescia, e não só em termos físicos, isso o preocupava. Ele não acreditava em contos de fadas. Além de pertencerem a mundos diferentes em termos de formação acadêmica e cultura, Bulma era rica. Se ela ficasse sabendo das merdas que o pai dele fazia pra ganhar dinheiro, jamais confiaria nele. Vegeta se considerava uma bomba relógio ambulante e não queria que Bulma estivesse por perto quando ele explodisse. A vida de acompanhante era sua saída para aquela situação, só que agora que conhecia Bulma melhor, queria ser mais que um acompanhante, queria proporcionar as melhores noites da vida dela.
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