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História Como sair impune de uma vida miserável - L3ddy - Quebra-cabeça


Escrita por: policehistory

Notas do Autor


Olha só quem voltou pra postar dois dias seguidos!

Não tenho o que falar hoje, então...

Boa leitura!

CEO's: é a sigla inglesa de Chief Executive Officer, que significa Diretor Executivo em Português. CEO é a pessoa com maior autoridade na hierarquia operacional de uma organização. É o responsável pelas estratégias e pela visão da empresa.

PS. Coloquei essa foto porque amo ela porque sim ❤

Capítulo 27 - Quebra-cabeça


Fanfic / Fanfiction Como sair impune de uma vida miserável - L3ddy - Quebra-cabeça

 

Enquanto isso, em Tubarão...

 

Christian Figueiredo

 

 

 

Caos.

 

Essa é a palavra que define perfeitamente o estado da minha casa agora. Minha mãe chora no canto da sala, sentada no grande sofá com as mãos no rosto, e meu pai simplesmente revirou todos os móveis ali. E eu estava em um estado de nervos absurdo.

 

- Como pôde fazer uma coisa dessas? – Esbravejei a plenos pulmões, eu simplesmente não conseguia ter medo dele. – Elas tinham uma família, porra! Você não pode simplesmente lhes tirar a vida como se não valessem nada!

 

Um estalo foi dado e o lado esquerdo do meu rosto ardeu como o inferno.

 

- CALA ESSA BOCA! Fala isso agora, mas bem que adora os privilégios que tem por ter um pai rico, não é mesmo? Trabalha fazendo videozinhos pra internet, mas o dinheiro que carrega no bolso é meu. – Levei minha mão ao meu rosto, sentindo meu sangue ferver de raiva. – Não quer que eu faça mais isso? Arruma teu próprio sustento então, cai fora daqui. Você acabou com uma parte do meu negócio, Christian, eu perdi fáceis dois milhões de dólares!

- Por favor, filho, se acalme... – Minha mãe implorou baixinho, mas eu não agüentava mais. Eu não sabia muito bem no que meu pai estava metido, mas ouvi-lo falar no telefone “matem essas vadias, elas não vão fazer diferença” e depois ainda dizer “me passe para ele, vou dar a cartada para ele executá-las. Mas vai ser rápido, não quero sujeira” foi demais pra mim.

Minha vida era resumida em tentar parecer normal, inclusive na faculdade da qual decidi sair, e nunca contei aos meus amigos o que acontecia. Luba desconfiava de algo, mas até briguei com ele certa vez quando veio em casa sem me avisar pra tentar entender o que estava acontecendo. Meu coração dói só de pensar em como o tratei mal aquele dia, dizendo que estava sendo um intrometido, e mesmo muito tempo depois ele continuava sendo o mesmo amigo companheiro de sempre. Fico triste por não ter podido me despedir de forma decente, pois naqueles dias esse homem na minha frente estava passando dos limites. Meu pai vivia xingando a mim e à minha mãe, viajava direto sem data pra voltar, bebia mais do que dava conta e descontava em nós. Eu sabia que era algo ilegal o que ele fazia, mas quando digitei Johnsson Enterprises no Google não encontrei absolutamente nada relevante, fora fotos de shampoos e sabonetes.

E pra mim chega.

 

- Quer saber? Foda-se. Cansei dessa merda. – Fui até minha mãe e peguei em suas mãos. – Mãe, por favor, vamos embora daqui. Podemos arrumar um apartamento pra nós, vem comigo... – Mas ele negou de forma veemente.

- Não posso deixar meu marido sozinho, Christian. – Passou as mãos pelos cabelos já bagunçados, tentando arrumá-los em vão. – Mas vá, filho... Não pode ficar sofrendo.

- Mas a senhora também não pode! Ele não te merece, mãe... – Ela balançou a cabeça e sorriu tristemente pra mim. – Juro que não vou te abandonar, ok? Pode me ligar a qualquer hora, tudo bem?

- Não se preocupe comigo, filho. Vá com Deus.

 

Minha dor em deixá-la para trás era gigantesca, mas ela não arredaria os pés dali por nada nesse mundo. Beijei sua testa e vi meu pai encostado na janela já bebendo seu whisky caro. Subi as escadas e arrumei minhas malas com poucas das coisas que haviam ali, como minhas câmeras, roupas e alguns sapatos. Eu não tinha a menor ideia de onde eu iria, mas ali eu não poderia ficar mais. Desci novamente e antes de fechar a porta atrás de mim, falei baixo, com lágrimas nos olhos.

 

- Espero que alguém lhe faça pagar por tudo que têm feito; e eu não estarei aqui para ver.

 

 

 

 

T3ddy

 

 

 

Minha mente trabalhava incansavelmente tentando encontrar uma explicação quando Natália passou o braço pelos meus ombros, me guiando para dentro da base novamente.

 

- Olioti? Sou eu, querido, não um fantasma. – Sua voz era divertida e Renata apenas nos acompanhava ao lado. – Acho que tenho algumas explicações para dar.

 

Recuei de seu braço, olhando-a surpreso.

 

- Ah, você acha? – Ela riu e entramos em uma sala reservada, e Renata caminhou até uma mesa que ficava no canto da sala, procurando algo na gaveta. – Como... O que você...?

- Calma, T3ddy. Vamos conversar. – Natália sentou-se em uma poltrona no canto da sala e me indicou outra à sua frente. Retirou a metralhadora de seu corpo e a colocou sobre a mesa que havia entre nós, me deixando espantado.

- Eu sabia que você era ágil demais pra uma simples policial. Como não pensei nisso antes?

- Desculpe, mas além de ágil eu também sou esperta. Você jamais desconfiaria, Lucas. Bem, vamos começar do começo. – Recostou-se confortavelmente, porém eu estava tenso; não sabia muito bem o que esperar. – Entrei para a companhia há cinco anos, quando tinha vinte anos; eu fazia minha faculdade e conheci a Renata em um seminário sobre Criminologia e Vitimologia, que era minha paixão na época. Pra mim foi meio “por acaso”, mas você sabe bem como são essas coisas. – Assenti, relembrando de quando ela me tirou do meu treino para me fazer a proposta. Olhei-a e ela estava sentada atrás da mesa, falando com alguém no celular, bem baixinho. – E até hoje não sei te falar o que me motivou a aceitar. Não sei... – Cruzou os dedos sobre a barriga e olhou para o nada, refletindo. – Eu meio que senti que precisava disso, entende? Mais do que qualquer coisa.

- Eu sei... Foi exatamente assim comigo também. Na verdade, era apenas isso que eu tinha. – Natália me direcionou um olhar compreensivo.

- É um sentimento louco, esse. Enfim... Comecei os treinos que não foram leves e o resto você já sabe como funciona.

- E devo acrescentar que Natália aprendeu muito rápido, Lucas. – Renata falou ao desligar o celular. – Quando a via treinar, sabia que tinha escolhido a pessoa certa para lidar com o Combate.

 

Olhei-a, curioso.

 

- Combate?

- Sim, fui recrutada para liderar contra ataques terroristas em diversas partes do mundo. Eu já trabalhava como policial concursada, então foi relativamente fácil aprender o resto. Mas nem tudo foi simples... Olha só. – Levantou-se, ergueu a blusa e baixou o cós da calça até a altura da virilha, revelando uma cicatriz muito vermelha e já antiga, em formato de estrela de três pontas que reconheci de imediato; tiro de fuzil. – Levantei o olhar e ela ajeitou a roupa, e vi seus olhos marejados. – A companhia me trouxe vários benefícios, Lucas... Mais do que possa imaginar. A Renata foi praticamente uma mãe pra mim... – Sorriu para a morena na mesa, que retribuiu. - Mas em uma noite no Alabama, um atirador de elite me acertou quando dei um passo em falso. Um único erro meu... Custou minha fertilidade. Não posso ter filhos, T3ddy.

 

Aquilo foi certeiro dentro de mim. Ela olhou pra cima, tentando controlar as lágrimas, e eu me levantei. Abracei-a pelos ombros, apertando-a contra mim. Quantas coisas essa garota deve ter passado... E uma delas irá acompanhá-la para sempre. Ela me abraçou de volta e após alguns segundos me afastou, e enxuguei seu rosto com o polegar.

 

- Você é a mulher mais forte que conheço, Natália, agora tenho ainda mais certeza disso. Ainda teve forças pra continuar depois de tudo, e ainda me ajudou de certa forma. Talvez eu sej...

- Ok, chega Lucas. Você não combina com melosidade. – Ela riu e sentou-se novamente. Balancei a cabeça em negação. – Mas obrigada, amigo.

- Talvez eu repense o que eu disse. – Brinquei.

- Retardado. – Ela retirou o laço que prendia seus cabelos e os soltou, deixando-os cair por cima de seu peito, e só agora percebi o quanto ela é uma mulher bonita, fora do comum. O cara que tiver a sorte de ter essa garota... Está feito na vida. – E sabe quem me ajudou muito nesse meio tempo? – Assenti, já sabendo de quem se tratava. – Luba foi essencial na minha vida, T3ddy. Ele esteve comigo o tempo todo, mesmo não sabendo da história, porque eu nunca contei sobre essa parte da minha vida aqui. Me fazia rir, me aconselhava... Não sei porque estou falando isso no passado, ele ainda faz isso tudo. – Riu.

- Ele é incrível. – Sorri.

- Demais. Pode ter certeza que fez a escolha certa. – Piscou pra mim. – Enfim, voltando. A Renata me falou sobre seu pai e imediatamente saí do Combate e vim pra te ajudar. Mas eu já sabia de você desde quando Luba me contou sua história, quando voltou irado por sua causa pra Tubarão. Quando você me chamou pra ser sua parceira, eu devia ter dito não, devia ter te chamado de louco, porque, afinal, eu já fazia parte. Mas aceitei e pedi pra Renata me fazer trabalhar contigo, senão eu teria que inventar qualquer desculpa pra te dar um bolo. – Sorri. – E Lucas, preciso te dizer uma coisa que não disse quando estava passando por toda aquela situação com seu pai... – Levantou-se de sua poltrona novamente e agachou-se ao meu lado, pegando em minhas mãos. Senti-me levemente desconfortável com aqueles olhos castanhos em mim, mas ela logo mostrou suas covinhas ao sorrir. – Você é mais incrível do que pensa, T3ddy. Não quero nem imaginar pelo que passou por todos esses anos, ainda mais nesses últimos dias, mas devo te dizer uma coisa: coragem é sua maior virtude. Jamais permita que alguém te diminua pelo que você é, eu sempre soube que você chegaria longe, e mesmo tendo partes sombrias em sua história, você é um homem de bem. Nós aqui, nesta companhia, lutamos por um mundo melhor. Aos olhos de fora pode não parecer assim, mas alguém precisa fazer o trabalho sujo, não é? – Tombou a cabeça pro lado e eu assenti.

- Não sabia que você me amava tanto, girafa. – Bateu o pé na minha canela e eu grunhi. – Pena não ser recíproco.

- Ok, vi de longe seu coração batendo mais forte dentro do peito quando me viu, ursinho, não adianta negar.

 

Abriu um sorriso e algo se acendeu dentro da minha cabeça.

 

Havia algo errado.

 

Minha intuição, de alguma forma, me dizia que a história não estava toda ali. Quer dizer, não da Natália, eu a conheço e sei que posso confiar nela, mas foi fácil demais descobrir sobre ela e sobre a vida secreta do meu pai. É como se uma peça estivesse faltando, um pressentimento não muito bom ficou ali, no canto da minha mente, e eu não soube como direcionar meu raciocínio, precisava de mais informações, o que era meio impossível porque pra isso eu teria que falar com um morto.

 

- Princesas, agora que já se acertaram, tenho um trabalho pra vocês. – Renata enfim levantou-se e veio até nós, jogando alguns papéis na mesa à nossa frente. – Peter Scott. Trabalhava com Antony – vulgo Paschoal – e na próxima semana irá viajar para a Índia. Olhem isso.

 

Mostrou um dos papéis e vimos algumas chamadas telefônicas gravadas, e a última tinha uma pequena observação: ligação interrompida, proposta não concluída.

 

- O que isso quer dizer? – Questionei.

- Não sabemos, mas acho que ele estava tentando fechar alguma coisa, mas quando a ligação parou de ser criptografada – que seria onde teríamos acesso para ouvir a chamada – ela foi interrompida.

- Ele faz parte da Johnsson? – Natália perguntou.

- Possivelmente. – Renata colocou as mãos nos bolsos. – Mas preciso que vão até lá ver o que descobrem.

 

Assentimos e finalizamos alguns planejamentos sobre aquele trabalho. Após algumas horas, saímos para o refeitório para comermos algo e Natália disse que tem um apartamento ali em Itapevi mesmo, e recusou meu convite para irmos pra minha casa quando saíssemos dali, justificando que estava exausta pela viagem que fizera de madrugada de Tubarão pra cá.

 

- O que acha de praticarmos um pouco agora? – Ela sorriu maliciosa me desafiando.

- Acha mesmo que eu recusaria?

 

Terminamos de comer e fomos para o campo de treinamento, e meu celular vibrou assim que fui tirá-lo do bolso da calça; mensagem do Luba.

 

“Ei amor, não precisa vir me buscar, consegui carona, ok? Pois é, doidera logo no primeiro dia.

 

Até mais tarde, beijos.”

 

 

 

Luba

 

 

 

- Puts Luba, não acredito que teve coragem de propor aquilo! Já te amo! – Gabriela falava alto enquanto saíamos da Milleniumm. Castanhari nos acompanhava e Carla se despediu de nós fazendo questão de dar um abraço em cada um; uma das pessoas mais doces desse lugar. Entrou no seu Elantra e partiu.

O dia havia sido muito divertido; conversamos sobre o projeto que se chamava “O sensacionalismo é a corda no pescoço da mídia?” Pois é, já começamos polêmicos. Isso me lembrou alguém que gosta de rebuliço, acho que o Chris que comentou um dia, mas agora não me recordo do nome. Anywhay. Depois disso a Erica apresentou várias fichas pra eu preencher sobre os CEO’s da Milleniumm, onde eu teria que falar sobre mim, descrever minhas habilidades e essas coisas. Gabriela também não os conhecia, então seria para nós dois. Os caras eram tipo presidentes da empresa, era toda uma burocracia para não sair nada errado. Só que: eu não tenho paciência.

Eu não agüentava mais tanta explicação de mim mesmo.

 

- Erica... Onde esses CEO’s ficam? – Franzi e ela levantou o olhar dos papéis em que escrevia.

- Bem, três deles ficam aqui no prédio uma vez por mês, mas os outros dois ficam em Milão.

- Eles já vieram aqui esse mês? – Perguntei e Gabriela me olhou com medo, já sabendo onde eu queria chegar.

- Lucas, não. Nem ferrando. – Murmurou. Erica nos olhou confusa.

- Na verdade na próxima semana eles estarão aqui. – Bati duas palmas, erguendo os braços.

- Pelo amor de Deus, não tem como marcar uma entrevista pessoalmente? Sem querer ser chato já no meu primeiro dia, mas me sinto mais à vontade falando olho no olho.

 

Daí pra frente recebi tapas da Gabriela, mas no final ela também achou melhor. E a Erica me olhou de uma forma... Intensa. Acho que ela não esperava algo assim.

 

Anywhay².

 

O dia passou tão rápido que nem percebi. Gabriela se ofereceu para me levar em casa, e já no caminho convidou a mim e ao T3ddy para irmos em um bar Hard Rock que ela iria com o Felipe mais tarde. Mandei mensagem pro meu amor e, antes que eu bloqueasse o celular novamente, ele tocou. Christian.

 

- Luba?

- Ei, amigo, está tudo bem? – Percebi que Chris estava em um lugar com muito vento e sua voz estava falhada, como se estivesse chorando.

- E-Eu preciso de um lugar pra ficar essa noite... Pode me emprestar seu antigo apartamento? Sei que tenho a Karen e o Gustavo, mas queria ficar sozinho.

- Claro que pode, deixei a chave com o porteiro do prédio, que iria guardar em um cofre. Vou ligar pra ele e pedir para entregar-lhe, tudo bem? Pode ficar à vontade e o tempo que precisar. – Eu não fazia a menor ideia do que estava acontecendo, mas obviamente o ajudaria de qualquer forma.

- Nossa Lucas, nem sei como te agradecer. Muito obrigado, mano, falow.

 

Desligou. Olhei para o celular meio perdido, nem pude lhe perguntar mais nada. Já havíamos chego na frente do prédio, e me despedi da Gabriela.

 

- Pode me chamar de Gabbie. Me manda mensagem se resolverem ir, eu e o Felipe adoraríamos.

 

Assenti e beijei sua bochecha. Não sei se eles dois tinham algum tipo de relacionamento além de amizade, mas não perguntei, seria invasão demais, não é Luba-senhor-cara-de-pau?

 

Desci do carro e já liguei para o porteiro do prédio de Tubarão autorizando a entrega da chave à Christian. Quando entrei no apartamento, T3ddy estava na cozinha, vestido apenas com uma bermuda, preparando algo para comermos. Em cima da mesa várias sacolas de supermercado e vi que o chão estava todo empoeirado de terra vermelha. Sorri, deixando minhas coisas em cima do sofá, e fui até meu moreno, o abraçando por trás, deixando seu cheiro doce invadir meu olfato. Ele se assustou e virou-se pra mim, envolveu seus braços em minha cintura e me abraçou.

 

- Senti sua falta. – Sussurrei, e ele afastou nossos corpos apenas para encostar seus lábios macios e quentes nos meus. Lambeu meu lábio inferior levemente e eu abri mais a boca para receber sua língua molhada na minha, me fazendo suspirar. Nos beijamos por longos minutos, suas mãos passeavam pelas minhas costas enquanto eu enroscava meus dedos em seus fios castanhos.

- E eu senti demais a sua... – Falou com a voz rouca, descendo seus beijos pelo meu pescoço enquanto eu fechava os olhos. Estávamos tão intensos, tão colados, tão conectados... Era algo surreal. – Eu amo teu cheiro... – Mordiscou aquela área sensível, me fazendo arrepiar. Ele estava... Diferente, de um jeito muito bom. Passei os dedos pelos seus braços fortes me deixando levar por aquela sensação maravilhosa que ele me passava.

- Uau, amor... – Subiu aos meus lábios, me beijando novamente com calma. – Eu ia te chamar pra sair, mas assim fica difícil. – Fixei meus olhos nos dele, que estavam leves e transparentes.

- Eu estava mesmo pensando nisso. O que acha de chamarmos o Lira? Nem falamos com ele ainda... – Prendi seu lábio entre meus dentes e assenti sorrindo.

 

Após eu tentar me desvencilhar de seus braços fortes, que grudaram de mim de uma forma avassaladora, ajudei-o a terminar o jantar, mandei uma mensagem pro Lira que aceitou de prontidão em sair conosco, e comemos. Contei sobre meu dia e sobre todos que conheci, e ele apenas ouvia, sorrindo.

 

- Você é louco, baby. Ninguém jamais quis ver os CEO’s nem por foto, quanto mais pessoalmente. Pode ter certeza, isso contou demais para a Erica. Estou muito orgulhoso de você. – Falou, enquanto eu lavava a louça e ele as secava. – E não se preocupe com a Júlia, ela é um pé no saco mesmo, não gosta de ninguém, nem de mim.

- Bem, isso é muito triste, ela não deve ser uma pessoa feliz. Mas não vou desistir dela, todo mundo tem um lado bom, T3ddy.

- E você consegue ver esse lado em todo mundo, não é mesmo? - Ele me olhou sugestivo, sorriu e eu corei.

- E seu dia, o que fez?

- Podemos falar sobre isso depois? – O olhei surpreso. – Tenho tanta coisa pra contar, mas quero relaxar primeiro, pode ser?

- Claro, amor. Agora me deixou curioso, mas vamos nos divertir um pouco, depois conversamos.

 

Mandei uma mensagem pra Gabbie e tomamos um banho rápido e esperamos por Lira, que chegou por volta das 22:00.

 

 

(...)

 

 

O bar estava lotado, e um cover de System Of A Down tocava no palco. Minha mão estava entrelaçada na do T3ddy e Gabbie o reconheceu assim que o viu; estava de mãos dadas com Castanhari também – acho que minha dúvida foi sanada – e Lira já chegou observando as meninas do local.

 

- Ele não aparecia em lugar nenhum, esse safado, só me lembrava do seu nome. – Abraçaram-se e Lucas bagunçou os cabelos azulados.

- Sua criançona, acho que te vi em New York na última vez, não? – Falavam alto devido à musica ensurdecedora. Lira se aproximou de mim.

- Eai, Lubinha? Tudo certo com ele? – Caminhamos até o bar, e pedimos duas vodkas com energéticos.

- Ele está levando, Lucas. Mas sabe, isso nunca vai passar. – Olhei T3ddy de longe rindo com Gabbie e Castanhari. – Apesar de tudo que eu faço, sei que essa parte nele ficará marcada. Só não posso magoá-lo de forma nenhuma. – Lira bebeu sua vodka em um único gole e me olhou fazendo careta.

- Ué, e você pretendia fazer isso?

- Claro que não! É que você sabe, eu não sou a pessoa mais correta desse mundo, Lira. Já fiz muita merda por impulso, já até magoei você algumas vezes.

- Esquece isso, as pessoas mudam, Luba. – Deu um tapinha em minhas costas. – Tenho certeza que você é a melhor pessoa pra ele. E ele te merece também, é um cara impagável.

- É... – Abaixei a cabeça, refletindo. – Ele é sim. – Lira piscou pra mim e saiu “dançando” e uma garota já o olhou e sorriu, e essa foi a deixa dele.

 

Então a mais famosa música de System começou a tocar, aquela que a gente só sabe cantar o refrão. Virei minha bebida em um gole só e encostei-me no balcão.

 

Wake up

(Acorde)

 

Grab a brush and put a little makeup

(Pegue um pincel e coloque um pouco de maquiagem)

 

Hide the scars to fade away the shake up

(Esconda as cicatrizes para manter disfarçado o espanto)

 

Why'd you leave the keys up on the table?

(Por que você deixou as chaves sobre a mesa?)

 

Here you go create another fable

(Ai vai você, criar outra fábula)

 

 

 

Comecei a rir quando vi o pessoal chacoalhando a cabeça no ritmo da música e caminhei até eles tentando cantar junto, mas não deu muito certo. T3ddy já estava com um copo de bebida na mão e abraçava Gabriela pelos ombros enquanto Castanhari tinha ido para perto do palco.

 

Father, into your hands

(Pai, em suas mãos)

 

I commend my spirit

(Eu entrego meu espírito)

 

Why have you forsaken me?

(Por que você me abandonou?)

 

In your eyes, forsaken me

(Em seus olhos, me abandonou)

 

In your thoughts, forsaken me

(Em seus pensamentos, me abandonou)

 

In your heart, forsaken me

(Em seu coração, me abandonou)

 

 

Quando me viu, T3ddy entregou seu copo à Gabbie e veio até mim, sorrindo. Entrelaçou suas duas mãos nas minhas e ficou a centímetros dos meus lábios, e cantamos juntos o refrão juntos, com seus olhos fixos nos meus...

 

 

I don't think you trust in my

(Eu acho que você não confia)

 

Self-righteous suicide

(Em, meu, suicídio justo)

 

I cry, when angels deserve to die

(Eu, choro, quando anjos merecem morrer)

 

In my self-righteous suicide

(Em meu suicídio justo)

 

I cry, when angels deserve to die

(Eu, choro, quando anjos merecem morrer)

 

 

 

... Tão intensos que foi como se estivesse me passando uma mensagem.

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado! O que acham que seja a peça do quebra cabeça que T3ddy sentiu, mas que não faz ideia do que seja?

Afinal, não consigo terminar um capítulo sequer sem um suspense. Desculpe, amores, não aguento! Amo vocês sz

Até o próximo!


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