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História Como sobreviver a uma criança - Como ser um mazaguista


Escrita por: jeonhurts

Notas do Autor


meu deus e misericórdia, perdão pela demora!!! parece que foi ontem que postei o último capítulo, pisquei e já se passaram três meses desde a última atualização, desculpa :c

enfim, trouxe mais um cap quentinho direto do forno e espero que vocês curtam, tá pequeno e bem bobinho, mas é desse jeitinho que csauc funciona ♡

boa leitura!

Capítulo 11 - Como ser um mazaguista



Quando Jaemin tinha seis aninhos, seus papais finalmente confiaram a ele a maior e mais incrível invenção do mundo inteiro. A maior criação de todos os tempos, o objeto mais legal e tecnológico e espetacular, a coisa mais mágica que já havia passado pela terra: o controle remoto da televisão.

O garoto já estava ficando chateado de ter que ir até o escritório para chamar um dos pais sempre que quisesse mudar de canal. Perguntou, então, ao papai o porquê de colocarem o controle em cima do armário sempre que ele decidia assistir seus desenhos. Tae – tentando conter uma risadinha da carinha emburrada do filhote – o respondeu com toda paciência:

– Príncipe, o papai te ama, mas você é desastrado igual ao seu pai. Parece até que tem um buraco na mão, derruba tudo o que segura. – respondeu, parecendo levemente indignado. – Lembra de quando quebrou aquela garrafinha que sua avó te deu na semana passada? Eu ainda tô tentando entender como aquilo aconteceu.

Jaemin, fazendo biquinho, rebateu: – Aquilo foi um acidente, eu juro que não fiz por querer!

– Papai sabe que você não fez por mal, meu amor. – Tae disse, levantando de onde estava para ir até o filho e deixar um beijinho morno em sua bochecha. – Mas eu acho que deixar o controle longe dessas suas mãozinhas arteiras é mais seguro. Se você conseguiu esquecer o meu celular no quintal, o que é que não vai fazer com o controle remoto?

– Mas eu aprendi com meu erro do passado, sou um menino crescido agora!

– Jae, isso aconteceu ontem. E você não parecia muito arrependido do seu erro quando riu da cara que eu fiz quando vi que tinha lama na tela do meu celular.

– É que sua cara foi muito engraçada, papai! Eu não consegui segurar a risada, mas eu juro que tentei.

O pai não soube se deveria morder o filho por tamanha fofura ou colocá-lo de castigo até os vinte anos de idade por tamanho desrespeito.

– Acredito em você, mas de qualquer forma – levantou-se, voltando a se sentar na poltrona de couro vermelha. –, o controle continua em cima do armário, bem longe das suas mãos.

Jaemin não pareceu querer desistir daquilo que seria uma conquista pessoal.

– E se eu prometer tomar cuidado e não derrubar? Se você quiser, eu prometo!

– Nem pensar. Eu já comprei outros três controles só esse mês. Um teu pai quebrou quando resolveu brincar com você de cavalinho, bateu as costas no armário e deixou cair tudo. Ele também quebrou o segundo controle porque derrubou café em cima dele. E o terceiro, bom, esse aí só Deus sabe onde tá, procurei pela casa todinha e não achei.

– Mas se eu pudesse mexer no controle, ia parar de vir aqui te incomodar toda hora só pra ir lá trocar de canal pra mim!

Mas Tae não cedeu e ainda disse que se visse o garoto arrumando algum jeitinho de pegar o bendito controle, o deixaria de castigo durante todo o fim de semana. Jaemin tinha mais medo dos castigos do papai do que de qualquer outra coisa no mundo, então o obedeceu. A vitória, entretanto, veio alguns meses depois, quando estavam todos na sala, reunidos para ver um filmezinho de fim de domingo na tevê.

Jeongguk pegou o controle em cima do armário e caminhou até o filho que estava sentado no sofá, estendendo o objeto para a criança.

– Hoje quem escolhe o filme é você. – e foi em direção à cozinha, para ajudar o marido com as guloseimas. – Mas pelo amor de Cristo, não escolhe nenhuma daqueles filmes estranhos que só teu pai entende.

Da cozinha, Tae berrou: – Não é minha culpa se gosto de assistir filmes franceses e você é muito lerdo pra acompanhar as legendas!

– Teu pai é louquinho da cabeça, Jaemin, tô te dizendo. – o marido resmungou em resposta.

Antes que a criança pudesse responder, os dois ouviram mais gritos.

– Jeongguk, vem me ajudar logo! ‘Tá achando que eu tenho cinquenta braços pra conseguir levar tudo isso sozinho?

E foi assim que, após ter um ou dois probleminhas descobrindo pra quê servia cada botão, o menino escolheu o filme da noite e comemorou sua primeira vez segurando o controle com um copo enorme de refrigerante de uva. Jeongguk se jogou no sofá e dormiu uns vinte minutos depois do filme ter começado, mas Tae parecia bem acordado, de olho nas mãos  do filhote; uma segurando o copo cheio e a outra o controle remoto.

Jaemin nem ligou pra cara de preocupado do papai – este que parecia estar pensando que provavelmente gastaria mais comprando novos controles remotos do que com a conta de energia a partir daquele momento.

[...]

– Meu Deus e misericórdia. Jimin, o que é que você pensa que ‘tá fazendo com a minha cria?

Apenas imagine a seguinte cena: Jimin, o tio que mora no apartamento ao lado, jogado de qualquer jeito no sofá, com as pernas – não tão longas – esticadas e os pés no colo de Jaemin.

Ao lado da criança havia um vidro de hidratante com aroma de frutas vermelhas – como é que Jaemin havia conseguido tirar aquilo de cima da mesinha de Jeongguk? – e suas mãos gorduchas estavam cheias do creme que ele parecia esfregar nos pés de Jimin com 0% de gentileza.

Jimin, entretanto, não parecia ligar muito pra agressividade da criança ao realizar aquilo que parecia ser uma massagem, muito pelo contrário. O rapaz estava num sono tão pesado que até babava.

– Park Jimin, seu demoniozinho de um metro e meio, você ‘tá babando na almofada que eu ganhei da minha sogra! – Tae berrou, balançando o rapaz pelos ombros. – Cruz credo, será que ‘tá morto?

Jaemin deu de ombros, fazendo biquinho.

– Ele deitou e dormiu uns dois minutos depois. Acho que disse alguma coisa sobre vizinha maluca, gatos e veneno pra gato.

Taehyung fez uma cara como quem tinha entendido tudo.

– A gata da vizinha de cima deve ter parido mais filhotes. Eles fazem barulho a noite inteira e o Jimin não consegue dormir. Espero que ele não invente de matar os gatinhos, pobres coitados. – murmurou, balançando a cabeça.

– O quê?

– Eu disse que com toda certeza o tio Jimin vai até a casa da vizinha pra fazer carinho nos filhotinhos. – o pai deu um sorrisinho amarelo, mas logo se lembrou do que realmente estava acontecendo ali. – E não tenta fugir do assunto! Eu posso saber por que é que você transformou minha sala em uma clínica de massagem?

Jaemin sorriu pequeno, os dedinhos enrugando a barra da camisa e sujando-a por completo de hidratante.

– Eu achei um canal que ensina a fazer massagem nos pés e a moça disse que é muito relaxante. O tio Jimin parecia muitíssimo cansado quando chegou aqui, então eu quis dar uma ajudinha!

Taehyung segurou um sorriso. Os olhinhos brilhantes da sua criança sempre lhe deixavam em um estado anormal de felicidade. Jaemin costumava se preocupar muito com as pessoas ao seu redor e às vezes agia como se fosse o adulto da casa, cuidando dos papais quando estes chegavam de um dia exaustivo no trabalho.

– Acho que a televisão anda te ensinando muitas coisas. – o pai disse, risonho. – Semana passada você pediu tintas e papel porque se sentiu inspirado depois de ter assistido um programa que mostrava pinturas famosas ao redor do mundo. Desistiu pra se tornar massagista?

– Não sei o que é mazaguista, papai, mas eu desisti de ser pintor porque o pai me proibiu de mexer com tinta depois que eu, sem querer, é claro, manchei as camisas dele. – os lábios do menino formaram um biquinho. – Ele não gostou muito, mas eu achei que ficou bem bonito.

– Você tem um olhar bem mais artístico do que o nosso, meu amor. – Tae acariciou o cabelo do filho que sorriu, mesmo sem saber o que o papai realmente quis dizer. – Mas eu acho que, se você não quiser ficar de castigo por ter pego algo do seu pai sem permissão, deve arrumar toda essa bagunça aqui e lavar essas mãos. Ah!, não esquece de acordar o seu tio, manda ele ir dormir no seu quarto.

Jaemin concordou. – Acho que ele vai sentir dor nas costas depois.

– Ele vai e nós vamos rir da cara dele. Agora me dá esse hidratante, eu vou guardar antes que seu pai chegue e veja que você esparramou pela sala inteira.

A criança fez o que o papai pediu e depois observou-o sair da sala em passos largos, resmungando algo sobre bater em Jimin com uma vassoura até ele gritar por socorro se ele encostasse um dedo nos gatinhos da vizinha.

Jaemin deu de ombros e agarrou o controle – com as mãos sujas mesmo, que Taehyung não visse aquilo –, trocando de canal com uma feição concentrada no rostinho. Já que sua carreira de mazaguista – seja lá o que aquilo significasse – tinha ido para o ralo, era hora de achar uma nova profissão.

Apertou a tecla pra trocar de canal até que o dedo doesse e um canal de beleza aparecesse na tela da tevê.

Observou uma mulher pintar as unhas da outra com toda calma e concentração do mundo, ficando encantado com as cores e desenhos que podiam ser feitos. Riu quando a moça pegou um palito de picolé e passou nas unhas já pintadas, parecendo dar os toques finais.

Antes que Jaemin pudesse ver o resultado das unhas, Jimin se mexeu e resmungou ao seu lado. Olhou para o tio com os olhinhos arregalados ao ouvir o estalar de ossos do dito cujo e deu uma risadinha ao notar a cara de perdido que o homem fez quando olhou ao redor e notou que não estava em sua casa.

Jimin olhou para a criança e esfregou os olhos.

– Seu pai já me viu aqui?

– Uhum.

– E não tentou me acordar?

– Até tentou, mas você não acordou. A gente pensou que você tinha batido as botas, tio.

– Hm.

– Papai mandou você ir dormir no meu quarto porque se você dormir aqui vai acordar com dor nas costas e a gente vai dar muita risada. Desculpa. – disse tudo num fôlego só, comendo algumas sílabas no meio do caminho.

O rapaz resmungou, levantando do sofá e colocando os pés no chão. Fez uma cara estranha e Jaemin soube o motivo.

– Por que é que meus pés estão escorregadios? E arranhados?

Talvez Jaemin tenha levado muito a sério a parte de usar as unhas na massagem para obter maior relaxamento.

– Sei não, tio.

Jimin resmungou e limpou os pés no tapete. Uh, seus papais não iam gostar muito daquilo também. No fim de tudo, Jaemin pensou, a profissão de fazer massagem nos pés – o nome é complicado demais e ele ainda não sabe falar direito – lhe trouxe mais broncas do que qualquer outra coisa. Seria melhor mesmo trocar de profissão.

E Jaemin já sabia o que queria fazer.

– Tio Jiminie – o menino chamou pelo tio, este que já ia pelo corredor em direção ao quarto da criança, provavelmente para continuar sua soneca. –, você, por um acaso, teria aquelas corezinhas de pintar unha?

– Esmalte?

– Se isso aí é o que as pessoas usam pra pintar unhas, então sim.

Jimin deu de ombros. – Devo ter uns três ou quatro frascos lá em casa. Pra quê você quer isso?

– É pra nova profissão que eu arranjei!

O tio parou e pensou por alguns segundos. No fim, acenou com a cabeça.

– Mais tarde eu trago pra você. Só espero que, quando seus pais forem brigar contigo, você não diga que seu lindo tiozinho aqui foi quem te ajudou a aprontar.

– Você ‘tá seguro comigo, tio.

[...]

Quando Jaemin chegou ao quarto dos pais, viu apenas o corpo de Jeongguk jogado na cama. O pai roncava enquanto o celular permanecia em cima da barriga, os fones plugados nas orelhas e uma das mãos jogadas para fora da cama enquanto a outra repousava no peitoral.

A criança olhou ao redor e não viu nenhum sinal de Tae, então deduziu que o papai já tivesse saído para o trabalho.

Caminhou tranquilamente até a cama e colocou uma caixa pequena no chão. De lá tirou três frascos de esmalte; um pêssego, um azul claro e o outro era preto.

A cor favorita do pai Guk é preto!

Abriu o esmalte e então começou a pintar as unhas curtas do pai. A carinha franzida em pura concentração demonstrava que o garoto realmente queria fazer tudo perfeitamente, sem nenhum borradinho, pois seu pai merecia tudo do bom e do melhor! Assim que a mão número um foi terminada, partiu para a mão número dois. Essa foi um pouco mais difícil de pintar, mas nada é impossível para Kim-Jeon Jaemin.

Quando finalmente terminou sua obra de arte, sorriu para si mesmo de tão orgulhoso que estava do resultado final. Guardou o esmalte na caixinha novamente e saiu do quarto dando pulinhos.

Enquanto andava pelo corredor em direção ao próprio quarto, lembrou que o pai teria uma importante reunião dali algumas horas. Desejou saber quais seriam as reações dos colegas de trabalho do pai Guk quando vissem suas unhas repaginadas.

Com certeza iriam adorar.


Notas Finais


(obrigada liv por ter lido antes que eu pudesse postar com algum erro grotesco)

tô em processo de mudança e agora sem pc real k tenham paciência pq a partir de agora só vou poder escrever pelo celular :((

até a próxima!!!


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