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História Como treinar seu dragão - Sortudo


Escrita por: Faire-chan

Notas do Autor


"Procurei palavras bonitas para te escrever. Vasculhei dicionários, gavetas e gramáticas, mas não encontrei nada que pudesse dar uma definição exata do meu sentimento por você."

Clarissa Corrêa

Capítulo 13 - Sortudo


Como treinar seu dragão

Por: Agatha Pandora

13

CAPÍTULO TREZE

Sortudo

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Natsu se sentiu inquieto. O ar estava estranho hoje, como se uma ameaça invisível estivesse pairando sobre sua cabeça e estivesse pronta para atacá-lo a qualquer momento. Ele lançou um olhar de lado para Gray, que caminhava com Juvia alguns passos atrás dele. Eles pareciam bem calmos - não podiam sentir a energia ruim? Ele franziu a testa, seu intestino se agitando desagradavelmente.

Talvez ele estivesse apenas com fome.

Ou talvez seus sentidos de Dragon Slayer estivessem tentando lhe dizer alguma coisa. Ele parou de andar por tempo suficiente para acompanhar Wendy, que estava ao lado de Erza no final do grupo. A maga ruiva viu sua expressão contorcida, arqueando as sobrancelhas para ele.

— Algo errado, Natsu?

Ele ignorou a pergunta e voltou sua atenção para Wendy.

— Ei. Você está sentindo algo estranho?

Wendy piscou para ele, confusa.

— Algo estranho, Natsu-san?

— Essa é uma pergunta bastante impertinente. — disse Charles de maneira sarcástica.

— Ele esteve assim a manhã toda. — murmurou Happy à Exceed.

— Você quer dizer que não sente nada? No ar? — Natsu perguntou.

— Não ... — Wendy endireitou os ombros um pouco, levantando a cabeça para farejar o ar. — Eu não sinto nada ...

— O que há, Natsu? — Happy perguntou, circulando acima de sua cabeça.

Natsu encolheu os ombros.

— Eu não sei. O ar parece estranho. Está fazendo meu estômago doer.

— Você está doente? — Erza perguntou, afastando-se dele. — Você pegou da Lucy?

Natsu quase cuspiu que Lucy não estava realmente doente, mas ele mordeu a língua. Foi a primeira desculpa que ele pensou em dar à equipe para explicar por que Lucy não estava com ele quando eles partiram para o orfanato naquela manhã.

Ele não gostava de mentir para os amigos.

Ele queria que Lucy fosse com eles para o Padre Block. Claro que ele queria. As crianças até esperavam que ela viesse - eles queriam ver sua magia Celestial. Mas como as coisas da noite passada foram deixadas sem solução, ele não tinha certeza de como Lucy receberia o convite se ele pedisse.

Talvez ele devesse ter deixado Erza perguntar a ela como a maga havia sugerido.

Em retrospecto, deixar Lucy para trás foi uma ideia muito podre. Se ela passasse pela guilda hoje e descobrisse que eles tinham ido a algum lugar sem ela, como ela ficaria? Natsu se amaldiçoou em voz baixa. Ele era tão idiota às vezes.

— Talvez eu esteja com fome. — ele disse quase para si mesmo, esfregando o abdômen distraidamente.

— Mesmo depois de todo aquele fogo com que crianças te alimentaram? — Gray perguntou em desgosto. Wendy deu uma risadinha atrás da mão.

— Isso é refeição mágica, picolé. Não enche meu estômago como comida faz.

— Bem, eu não sei disso, obviamente. Eu não tenho que comer gelo para reabastecer minha magia, afinal de contas.

— Talvez isso explique por que você é tão ruim.

— O que você disse?! — Os olhos de Gray brilharam. Atrás dele, Erza limpou a garganta bastante alto. O mago de gelo empalideceu. — ...Minha amigo?

Erza não se parecia ter achado divertido.

— Vocês dois vão poder resolver isso amanhã. É melhor guardarem toda essa energia para o concurso.

— É, você com certeza vai perder, fabricante de gele de merda! — Natsu incitou bastante convencido.

— Eu vou perder? — Gray riu sarcasticamente. — Diga-me, o que você fez com Lucy ontem?

Natsu parecia a ponto de explodir.

— Não se atreva... — começou com um rugido.

— O que você fez com a Lucy? — Erza ecoou, seus olhos se estreitando em Natsu.

— Bastardo. — Natsu resmungou, afastando-se de Erza.

— Natsu? — ela perguntou mais firme.

— Nada! Eu não fiz nada, ok? — Rangendo os dentes, ele correu na frente deles em direção ao Mestre Makarov na liderança do grupo, lançando um olhar desagradável para Gray quando passou por ele.

Ele já se sentia mal o suficiente.

Quase tinha desistido daquele passeio idiota só para ficar com Lucy na cama naquela manhã, mas ele teve que deixá-la. Porque precisava (urgentemente) que ela o perdoasse.

O ácido em seu intestino se agitou, deixando um gosto amargo em sua boca. Acima dele, Happy não disse nada, mas ele podia sentir o desconforto do gato mesmo assim. Natsu respirou fundo apenas para aliviar o aperto no peito. Não ajudou em nada. Seus suspiros altos atraíram a atenção do Mestre; o velho olhou-o com curiosidade.

— Você está bem?

— Não. — Natsu nunca poderia mentir para o velho homem.

— Hmm. — Makarov sorriu. — É sobre a Lucy?

— O que? — Natsu ficou de boca aberta para ele. O velho fingiu inocência. — Como você sabe?!

Makarov riu.

— Eu posso ser velho, mas não sou idiota. — ele disse, com os dedos alisando o bigode. — Lembra quando fomos assistir a sakura e Lucy teve um resfriado e não pôde ir? Você não podia se divertir o dia todo, sabendo que ela estava infeliz.

— Sim. Eu me lembro disso! — disse Happy. — Natsu apenas sentou-se no tapete de piquenique e ficou de olho nas coisas o dia todo.

Natsu franziu os lábios, envergonhado por eles terem notado isso. Parecia uma vida inteira atrás.

— Então você desenterrou a maior cerejeira do parque e mandou-a rio abaixo para ela. — continuou Makarov, olhando-o atentamente.

— Eu gostaria de ter visto a reação dela. — Natsu assentiu, sorrindo. O velho limpou a garganta e, de repente, Natsu percebeu seu erro. Ele e Happy não foram culpados pela extradição da cerejeira naquela época. — Oh merda. Não, eu quis dizer...

Makarov começou a rir.

— Não foi tão difícil de descobrir, Natsu. Lucy é a única maga da guilda que mora ao longo da Strawberry Street, onde o rio corre, e ela foi a única que não foi ao hanami. — Ele sorriu para ele. — Isso foi uma coisa muito legal para ela, a propósito. Eu nunca te contei.

Natsu encolheu os ombros, sentindo-se envergonhado.

— Eu só queria que ela visse as flores de cerejeira do arco-íris. Ela estava ansiosa por isso.

— Eu sei. — o velho admitiu. — É amor, não é?

Natsu arqueou as sobrancelhas.

— Amor?

— Mm-hmm. — Makarov sorriu. —Igneel não te ensinou sobre isso?

— Bem, sim... — Natsu franziu as sobrancelhas. Ele ouviu seu pai dragão mencionar 'amor' para ele antes, mas ele não lhe deu atenção porque as lições verbais tendiam a aborrecê-lo.

Além disso, Igneel disse a ele que o amor não era como amizade e família, que era muito raro e o mundo não tinha o suficiente. Se era assim tão raro, então devia ser maravilhoso.

— Ele disse que nem todo mundo tem isso. — Natsu murmurou pensativo.

— Eu não diria que isso é totalmente correto — Makarov se posicionou. — As pessoas têm em graus variados, algumas sentem mais outras menos, e eles têm tipos diferentes de amor...

— Então é como magia? — Natsu perguntou.

— Sim, é como uma marca muito forte de magia. — o velho respondeu. — Só que nem todo mundo pode aproveitá-lo bem, apenas algumas pessoas especiais podem. E é o que une as pessoas. Família, amigos, nakamas; todos se amam de maneiras diferentes. Mas talvez Igneel estivesse falando sobre o tipo de amor que só o os sortudos têm.

— Os sortudos? — Natsu perguntou.

Makarov assentiu.

— Eles têm sorte porque descobriram que uma pessoa por quem eles sentem esse tipo singular de amor, que é mais potente do que o amor por amigos ou familiares.

— E ... — Natsu lançou a Makarov um olhar rápido e ansioso. — Você acha que eu amo a Lucy assim?

Makarov inclinou a cabeça.

— Você não ama?

— Eu... — Natsu coçou a testa. — Você disse que é como magia, então não posso dizer porque não consigo ver ...

— Você não consegue sentir? Nem todas as formas de magia são visíveis. — ponderou o Mestre com um sorriso misterioso.

Era verdade, no final. Algumas das magias de Gildarts eram invisíveis, embora os sentidos aguçados de Natsu pudessem capta-las facilmente. Se ele não podia rastrear ao amor, então devia ser um tipo muito poderoso de magia, mais do que qualquer mago poderia sentir ou possuir.

—Então, como eu sei ...?

— Quando você pensa em Lucy, como ela faz você se sentir ? — Makarov perguntou. — Porque é assim que você sabe.

— Oh, isso é fácil! — Natsu sorriu. — Ela me deixa louco!

— Louco? — o mestre perguntou surpreso.

— Inferno, sim. Totalmente maluco! — disse ele, olhando pensativo para o céu claro da tarde. — É como, eu não sei, quando eu penso em como algo pode deixá-la animada, eu me sinto muito feliz. Ainda mais feliz quando posso fazê-la rir. Quando ela fica brava comigo por causa de alguma besteira, ela fica tão enfurecida que eu quero brigar de volta, mas então olha para mim, e seus lábios tremem e eu sei que ela está prestes a chorar, então eu paro de lutar porque eu não gosto de vê-la chorar. É como a pior coisa do mundo! — Ele fez uma pausa, seus olhos se arrastando atrás de uma nuvem que parecia uma concha do mar. — E quando ela está triste ... É horrível. Você tem que estar atento e olhar mais de uma vez porque ela esconde muito bem, mas então você pode ver em seus olhos, eles ficam escuros, e eu quero fazer qualquer coisa para ajuda-la. Porque eu sempre quero vê-la sorrindo. Ela tem um sorriso assustador que faz meu corpo parecer tenso e meu estômago se sente engraçado, mas quando ela sorri, seu rosto fica brilhante e isso sempre me faz sentir como se eu pudesse fazer qualquer coisa.

Makarov ficou de boca aberta para ele, incapaz de dizer qualquer coisa.

Natsu encontrou os olhos de seu mestre e viu a expressão estranha em seu rosto.

— O que?

Makarov tossiu, seus olhos parecendo um pouco marejados.

— Essa é a mais profunda confissão que eu já ouvi, Natsu.

— Sim. — disse Happy de cima deles. — Pena que Lucy não esteja aqui para ouvir.

— Isso é amor então? — Natsu perguntou com expectativa, prendendo a respiração.

Antes de agora, ele nunca pensara em colocar um nome na maneira como se sentia sobre Lucy. Era difícil para ele identificar uma emoção - ele apenas sabia que as sentia. E o jeito que Lucy o fazia se sentir era tão complexo e muito maior do que ele que quase parecia uma gigantesca confusão de sentimentos e emoções que pulsavam e se empurravam umas contra as outras dentro dele.

— Se isso não é amor, então eu não sei o que é. — disse Makarov, rindo. — Parabéns, Natsu. Você é um dos sortudos.


Notas Finais


Então entidades perdidas e vagantes...
Eu estou tendo alguns problemas com o meu celular, por onde escrevo as histórias, e não sei se ele vai aguentar mais um mês e tô sem grana para comprar um novo. Então se eu parar de postar ou atrasar os capítulos, me perdoem!

A frase desse capítulo para mim veio do Happy: "Pena que Lucy não esteja aqui para ouvir."


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