Como treinar seu dragão
Por: Agatha Pandora
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CAPÍTULO DESSESEIS
É fácil fingir
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Fiel a sua palavra, Natsu gentilmente a colocou no chão a sombra de uma enorme árvore, uma vez que eles estavam dentro da cidade.
Se endireitando contra o tronco da árvore para recuperar a compostura, Lucy puxou a bainha de seu vestido transparente e evitou os olhos de Natsu. Então ela percebeu que ele a levou para o parque nas colinas onde todas as cerejeiras cresciam. Desde que se mudou para Magnolia, ela nunca tinha estado neste lado do parque antes.
— Você está bem? — Ele suplicou baixinho, inclinando-se contra a árvore para recuperar o fôlego.
Com as bochechas ardendo, Lucy encontrou seu olhar. Ele estava olhando para ela com preocupação. O pensamento de sua mão sobre ela parecia tê-la marcado, fazendo seu rosto ficar ainda mais vermelho.
— Por que você entrou lá assim, Natsu? Eu não estava em perigo, você sabe.
Ele ficou boquiaberto com ela.
— Não estava em perigo? Aquele babaca ia tirar a sua roupa!
— E eu estava preste a impedi-lo. — ela retrucou.
— Eu não deveria ter feito, então? Quero dizer, eu interrompi algo entre vocês dois?
— Não! — Ela estava tão chocada com a mera sugestão que ela deu um forte empurrão no ombro dele. — Por Deus, Natsu. Eu só quis dizer que eu posso cuidar das coisas sozinha. Eu não preciso que você se arrisque toda maldita vez para me salvar.
— Eu sei disso, Lucy. — Seu olhar intenso penetrou o dela enquanto ele se aproximava. — Confie em mim, eu sei que você pode se cuidar. Mas eu não poderia ficar parado enquanto ele te olha assim, eu não gostei.
Lucy mordeu o lábio, um pouco amolecida. Ele estava tão furioso lá atrás que ela se perguntou o que poderia tê-lo incitado. Esperança, diferente de qualquer outra coisa, floresceu em seu peito.
— O que você estava fazendo lá em primeiro lugar, afinal? — Ela perguntou.
— Ah bem. — De repente, ele pareceu envergonhado. Esfregando a nuca, ele encolheu os ombros. — Eu ouvi de Cana e Macau ontem sobre as missões pessoais que estão chegando para você e as outras garotas. Você sabe, pedindo para fazer coisas estranhas . Então, quando Mira disse que você pegou um desses trabalhos hoje Fiquei preocupado.
Oh. Claro . Seu instinto nakama se manifestou. Lucy tentou dar um sorriso.
— Entendo.
— De qualquer forma, você sabia que aquele cara Françoise só pinta nus? — Ele fez uma careta para ela.
Lucy estremeceu.
—Eu acho que descobri quando ele me fez usar isso. — ela murmurou, olhando para baixo e puxando o vestido.
Os olhos de Natsu passaram sobre ela, fazendo seu estômago revirar. Sua carranca se aprofundou e ele engoliu em seco.
— V-você quer dizer que não é sua calcinha? — Ele perguntou, amassando a nuca de novo. — Então ... você tirou suas roupas na frente dele?
— Não seja idiota. Eu mudei atrás de uma tela. — ela bufou extremamente irritada. —Você realmente acha que eu iria sair por aí tirando minhas roupas na frente de homens estranhos?
Ele fez uma careta.
— Eu certamente espero que não.
Ele disse isso com uma inimizade e desgosto tão grandes que Lucy não pôde deixar de se sentir mexida com isso. Suspirando, ela se afastou da árvore e se inclinou contra ele, pousando a cabeça na curva do seu ombro. Ela sentiu ele endurecer.
— Você é tão inconsequente, Natsu. — ela murmurou, entrelaçando seus braços ao redor de sua cintura. Ela sabia que abraçá-lo assim era uma ação sem precedentes de sua parte, mas ela só queria sentir seu calor sólido contra ela por um momento rápido.
— Eu nem sei o que isso quer dizer. — ele murmurou tímido, sua voz retumbando em seu peito.
— Quer dizer que você é completamente idiota, mas se importa o suficiente para vir e se assegurar que eu estava bem . Mesmo que eu não precise de ajuda.
— Você que é idiota. — ele rebateu manhoso enquanto a envolveu em seus braços. —Claro que eu me importo. É porque...
— Porque nós somos nakama. Eu sei. — Ela sorriu contra o ombro dele, desejando que ele absorvesse a pontada repentina que sentia pela palavra inocente.
Quem poderia imaginar que uma palavra tão preciosa poderia machucá-la tanto?
Ele respirou em seus cabelos, seus braços apertados ao redor dela.
— Lucy — ele a chamou sério. — ontem ...
Ela suspirou novamente.
— Sinto muito por ontem, Natsu.
— Você sente muito? Por quê? — ele se afastou para olhar para ela.
—Por ficar brava com você por causa de algo tão bobo. — ela disse cautelosamente. — Eu tinha essas expectativas estranhas e empurrei todas elas em você! Isso não foi justo da minha parte.
— Que expectativas? — Suas sobrancelhas se ergueram.
Ele parecia tão inconsciente que Lucy não ousava maculá-lo com a verdade, não importando o quanto negar isso a machucou. Ela balançou a cabeça.
— Nada importante. Apenas coisas de garotas.
Natsu olhou para ela com cuidado, seu olhar passando por suas feições como se ele estivesse tentando discernir a verdade do rosto dela.
Apenas deixe ir , Lucy pensou, encontrando seus olhos relutantes.
Apenas deixe ir.
Ele franziu a testa, mas então, parecendo sentir sua hesitação, ele assentiu. Ela soltou um suspiro aliviado.
— Você faria algo por mim então? — Ele perguntou com um sorriso. — Para ficarmos quites.
— O que? — Ela perguntou. Neste ponto, ela ficaria feliz em fazer qualquer coisa só para compensar isso.
— Me dê um sorriso, Lucy.
Confusa, mas disposta a agradá-lo, ela sorriu.
Natsu bufou.
— Sorria de verdade! — ele murmurou, seus dedos apertando seus quadris.
O coração de Lucy pulou para sua garganta. Ela encontrou seus olhos, e de repente seus sentimentos por ele pulsaram em torno de seu peito, enchendo-a, sobrecarregando-a. O canto de sua boca se curvou mais alto, mostrando sua perplexidade e, em resposta, ela sorriu. Ela deixou sua alegria de estar ali com ele dominá-la, e todas as palavras que ela não podia dizer apenas dançaram no ar ao redor deles.
Ele sorriu de volta para ela, aparentemente satisfeito.
— Que sorriso assustador. — ele murmurou.
— Ei! Isso não é algo que você diz ...
O resto de sua resposta foi abafado quando ele pressionou seus lábios nos dela. Ele a beijou suavemente, suas mãos subindo para descansar em suas bochechas.
Suspirando em sua boca, ela o beijou de volta.
Ela deixou suas emoções não ditas fluírem de seus lábios para os dele, e como se ele sentisse isso, ele inclinou a cabeça e aprofundou o beijo, empurrando-a para trás contra a árvore. Presa e cercada por ele e seu calor, Lucy tomou sua repentina paixão prontamente, agarrando a frente de sua camisa e puxando-o com mais força contra ela.
E por um momento fugaz e desesperado, ela começou a fingir.
Que ele a beijou assim porque ele sentia por ela tudo o que ela sentia por ele. Que era mais do que preocupação com sua segurança que o trouxera para a casa de Morice. Que depois disso, eles viveriam o seu sonhado “felizes para sempre”.
Pois embora eles nunca estivessem juntos nesse sentido, era um bom pensamento ser insubstituível para ele, ser amada por ele. Ela sabia que não era certo pedir muito mais, desde que Natsu já se importava imensamente com ela, mas depois de ser beijada assim, era difícil para ela não ser gananciosa.
Natsu sorriu contra sua boca, sua respiração apressada e superficial.
— Você conhece essa árvore em que estamos?
Lucy se afastou um pouco para olhá-lo, aturdida.
— Hã?
— Esta árvore. — Ele olhou para cima, batendo os nós dos dedos contra o tronco. —Você não reconhece?
Confusa, ela olhou para cima.
A árvore era como qualquer outra cerejeira no parque, embora fosse maior do que qualquer uma das outras e tivesse galhos mais largos e uma coroa de ramos mais redonda. Uma imagem nebulosa de pétalas cor de arco-íris caindo ao longo de um rio brilhou brevemente em sua mente e ela engasgou, encontrando o olhar expectante de Natsu.
— É ela...?
Ele assentiu.
— Sim. Sua cerejeira.
Ela sorriu para ele, seu coração se enchendo de amor tão rápido que quase explodiu em seu peito. Ali estava o lembrete de quão doce e atencioso ele poderia ser, foi tão inesperado que lhe ensinou a não subestimar os sentimentos de Natsu. Antes que ela pudesse perder a coragem, ela o puxou para perto e colocou os lábios nos dele. O que ela não podia dizer em palavras, ela tentou transmitir a ele com seu beijo. Talvez ela lhe contasse tudo alguma hora, em seu próprio tempo, mas, por ora, rezava para que isso bastasse.
— Ahh! Vocês, sério? Eu deixo vocês dois sozinhos por cinco segundos e vocês já não podem tirar suas mãos um do outro?
Mergulhando do céu, Happy pousou na grama a seus pés. Lucy se afastou de Natsu, calor inundando seu rosto. Natsu riu, passando os dedos pelas bochechas dela.
— Seu rosto esta tão vermelho.
— Cale a boca! — ela murmurou irritada tentando disfarçar seu embaraço.
Ela se virou e começou a se desculpar com Happy, que estava encarando-os com raiva. O Exceed estendeu a mão e entregou-lhe o vestido e as chaves que ela deixara na casa de Morice
— Aquele cara não ficou muito feliz quando viu que você se foi. — disse Happy.
— Ele deveria estar feliz por estar vivo. — Natsu murmurou.
— Eu não posso acreditar que eu abandonei minha missão desse jeito — disse Lucy, puxando o vestido por cima do vestido de renda preta.
— Eu vi o que ele desenhou. Ficou muito bom. Não estava pronto, mas ficou bom.
Lucy fechou o vestido e olhou para Natsu com cautela.
—Eu devo voltar.
— Voltar?! — Ele ficou boquiaberto com ela. — Tá maluca?
— Eu tenho que me desculpar, pelo menos. Dizer a ele que foi um mal-entendido.
Até que ele subiu o vestido, Morice tinha sido muito atencioso e gentil com ela, talvez um pouco atirado demais, mas sempre se preocupou se ela estava confortável. Ele provavelmente só estava seguindo seus instintos como artista e não significava nenhum perigo real. Lucy não poderia deixar de pensar que tinha sido precipitada em julgá-lo.
Natsu apenas olhou para ela, sem dizer nada.
— Você gosta desse cara, Lucy? — Happy perguntou.
— Eu não o conheço bem o suficiente para gostar dele. Mas eu acho que ele só estava tentando fazer o trabalho dele
— Tirando suas roupas? — O nariz de Natsu se abriu e fumaça saiu por eles . —Se você quer se desculpar com ele por ter desistido da missão, mande uma carta. Não há necessidade em voltar lá onde ele pode tentar se aproveitar de você novamente.
— Ele não estava tentando se aproveitar, Natsu. — ela revirou os olhos com todo o drama do rosado.
— É sério Lucy, vou mata-los dessa vez.
Lucy olhou para ele, intrigada com sua reação. Ele não podia realmente estar com ciúmes ... poderia? Ela rapidamente sacudiu o pensamento de sua mente.
Impossível.
Era o Natsu, afinal de contas. Ele estava sendo apenas super protetor. Ela suspirou.
— Tudo bem, Natsu. Mas vou ter que voltar depois de qualquer maneira.
— Você tá falando sério?!
— Sim. — ela comentou inflexível. — E você vai vir junto comigo para pedir desculpas.
— Nem ferrando, Lucy! — ele exclamou exasperado.
— Você destruiu a mansão do cara, Natsu. — Happy comentou vendo o circo pegar fogo e muito contente em poder jogar lenha na fogueira.
Natsu assentiu, ainda resmungando baixinho.
— Depois do concurso. — ele ponderou derrotado.
— Nós iremos hoje a noite. — Lucy assinalou por fim recebido um lugar indignado do homem a sua frente. — Mas agora vamos para casa. Eu estou com fome!
Natsu resmungou alguma coisa sobre artistas sem noção e como as pessoas não tinham noção do perigo. Em seu ataque de drama e insatisfação ele encarava o chão, ignorando os dois companheiros que pareciam ter se amotinado. Foi quando algo chamou sua atenção. Ele apontou para os pés de Lucy.
— Onde estão seus sapatos?
Ela encontrou seu olhar timidamente.
—Eu os deixei na mansão. Você meio que me jogou no seu ombro como um homem da caverna retardado, então foi parcialmente suas culpa.
— Ugh, sério?—Suspirando exasperado, Natsu se agachou na frente dela e gesticulou para suas costas. — Pode subir.
— Hã? — Lucy recuou surpresa. — Mas você não precisa ...
— Você quer andar descalça para a sua casa? —Sem esperar por uma resposta, Natsu puxou sua mão e colocou seu braço por cima do ombro, puxando-a de costas. — Apenas vamos logo.
Corando furiosamente, ela concordou, envolvendo os braços ao redor dos ombros largos dele, efetivamente abraçando-o por trás. Ele enganchou seus braços sob as pernas dela e a impulsionou, grunhindo de um jeito exagerado. Ela bagunçou o cabelo dele.
— Eu não sou tão pesada!
Natsu riu, virando a cabeça para ela. Lucy . percebeu o quão perto estavam seus rostos, que se ela apenas se movesse para frente...
Ela não teve que se mexer, porque ele aparentemente compartilhou do mesmo pensamento - ele aproximou a cabeça e colocou a boca na dela.
Atrás deles, Happy fez um barulho de engasgo.
— Vocês dois não podem esperar para fazer isso quando eu não estou por perto? É tão nojento. — Ele perguntou com uma voz cansada. — Vocês não vão treinar hoje de qualquer jeito?
Natsu lentamente se afastou, lambendo os lábios. Ele olhou para ela com expectativa.
— Eu não sei ... somos vamos?
Lucy sorriu, feliz por ele ter se preocupado em perguntar. Seu estômago ficou quente com o pensamento de beijá-lo a noite toda.
— Bem, o concurso é amanhã, afinal de contas ... Mas vamos só treinar desta vez. Ok?
Natsu sorriu para ela maliciosamente, seus olhos brilhando.
— Eu não estou prometendo nada.
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