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História Como tudo começou - para Vegeta - Sobre ser um irmão mais velho


Escrita por: ksnrs

Notas do Autor


DBZ não me pertence e seus personagens também não.
O intuito dessa fanfic é totalmente interativo e sem fins lucrativos.
Por isso, não me processem, por favor. Não tenho como pagar uma fiança e da cadeia não dá pra postar.

Não cospe pra cima, Vegeta.
Já dizia minha avó. Quando se cospe pra cima, o cuspe cai na testa.

É nojento. Mas é verdadeiro.

Boa leitura!

Capítulo 124 - Sobre ser um irmão mais velho


Tem coisas na vida que, depois que você fica sabendo, viram seu mundo do avesso. Pro bem ou pro mal. Pro lado prático ou pros problemas. Pro ânimo ou pro desânimo. Por exemplo, quando você sai de carro sem a carteira de motorista. Enquanto você não se dá conta de que esqueceu a bolsa em casa, não acontece nada. Mas quando você percebe que está sem documento, na primeira esquina que vira, a polícia pede pra você encostar. É batata.

Alguém se lembra do meu irmão Guilherme? Já o citei por aqui. Pois bem. Será papai. Uso da experiência que ele está passando, pra poder continuar o que quero dizer. Na verdade, não da dele, mas da minha cunhada Rafa. Ela estava muito bem até na quarta-feira à noite, não tinha nada. Na quinta-feira de manhã foi fazer um exame de rotina e, bum, descobriu que estava grávida. Na quinta à tarde já começou a enjoar, sentir sono, ter crises convulsivas de choro. O que isso tem a ver com a história da carteira de motorista? Enquanto você não descobre que tem alguma coisa diferente, tá tudo bem. Depois que sabe, o trem desanda.

Mesma coisa com a nossa querida Bulma. Até aquela véspera linda, cercada de emoção, com direito à sayajin babão, quase chorando de felicidade, ela não tinha nada. Quer dizer, até tinha. Quem se entope de salame daquele jeito? Mas o fato é que, antes de descobrir que o solzinho tava ali, Bulma não sentia nada de especial. Só uma coisinha ou outra, que julgou ser por causa do stress que vivia. Quando descobriu...

- Credo, mulher... – Vegeta estava perplexo, olhando pra cara acabada de Bulma que voltava, pela terceira vez, do banheiro. – Tem mais alguma coisa pra sair de dentro de você?

Ela só resmungou e se jogou na cama de novo.

- Essa é a parte boa de estar grávida... – ironizou, olhando pro teto. Com Trunks foi a mesma coisa. Depois que descobriu, vomitou até cansar por, pelo menos, uns dois meses.

Pro sayajin tudo era novidade. Ele tinha verdadeiro pavor de ver Bulma doente. Mas agora, estava em conflito. Queria que ela estivesse grávida. Mas a gravidez a fazia passar mal. Não estava sabendo, muito bem, como reagir. Sem dúvidas, aquela estava sendo uma manhã assustadora.

- Eu não sei o que fazer. – admitiu meio em choque. Bulma o olhou, achando graça daqueles dois olhões pretos arregalados, encarando ela. Era gostoso demais ter Vegeta por perto.

- Ih... você não viu nada! – dramatizou. – Vai ter dia que meus pés vão ficar desse tamanho! – e fez um movimento grande com as mãos, vendo os olhos dele se arregalarem ainda mais. – Sem contar a minha coluna, que vai envergar pra trás. – a boca do sayajin se abriu, lembrando que ele costumava envergar colunas pra trás quando lutava contra alguém e isso não era nada agradável. – Ah, e a minha bexiga vai ficar tão pressionada, que eu vou ter que me mudar pro banheiro. – ela, falou como se não fosse nada demais. Ele, se arrependeu de ter posto um filho na barriga dela.

Vegeta chegava a respirar mal. E agora? O que ia fazer? Tinha estragado a princesa dele.

- E você ainda tá rindo?! – perguntou meio gritado, em choque com esse monte de informação.

Bulma deu uma gargalhada gostosa, vendo aquele desnorteio real. Estreitou aquele monte de azul, que parecia que ia derramar a água do mar pra todo lado. Chegou a perder o ar, de tanto rir. Mas quando se recuperou, tinha um olhar doce voltado pra ele. Do mesmo jeito que fez, quando Vegeta quis descobrir o que era ter uma família, depois de Majin Boo, ela teria que fazer agora. Ele queria estar perto, mas não tinha ideia do que ia acontecer.

- Mesmo com tudo isso, é a melhor coisa do mundo. – disse mansinha, vendo que a expressão dele não mudava.

- Duvido muito. Pelo que você falou, não vejo vantagem nenhuma... – resmungou com aquela cara emburrada dele.

- Vai ver. – Bulma o desafiou. – Quando começar a mexer, você vai entender porque que tudo compensa.

Ele parou pra pensar. Ia mexer. Claro que ia. Ia crescer e se movimentar. Além de tudo, era um maldito sayajin. Ia ferver lá dentro daquela barriga. Começou a sorrir mesmo sem querer, imaginando como seria, quando o solzinho começasse a se remexer pra lá e pra cá. E dessa vez ele estaria perto pra ver.

- Tá vendo? Você já tá rindo só de pensar. – Bulma o apontou, vitoriosa. Ele deu um Humpft! de brincadeira, mas estava vencido. Tinha mesmo se animado com a ideia.

Mas tinha uma coisa que eles precisavam conversar. Na verdade, tinha um alguém com quem eles precisavam falar. E essa conversa, que Bulma adiou pra quando acontecesse de engravidar, tinha chegado em seu momento decisivo.

- Vegeta, vai chamar o Trunks. – deu a ordem. Ele a olhou de canto de olho e de cara feia.

- Ficou louca, pra falar desse jeito comigo? Eu não sou seu empregado! – respondeu ríspido, cruzando os braços.

Os olhos azuis marejaram. O lábio começou a tremular. Pronto, o sayajin já quebrou.

- Custa, Vegeta? – fez manha, deixando as lágrimas rolarem. – Eu não tô nem podendo me mexer, que eu quero vomitar... Custa você ir lá chamar seu filho? Seu filho! Eu só não vou, porque eu tô morrendo aqui, por causa do seu outro filho... – um drama, com o bocão aberto.

Definitivamente, Vegeta não sabia como agir em relação ao choro. Primeiro, porque Bulma quase não chorava. Era mais de gritar e tacar as coisas. Segundo, porque esses choros fora de hora que ela tinha começado de uns tempos pra cá o pegavam desprevenido. Com a convivência, ele tinha aprendido a deduzir quando ela ia chorar. Mas, ultimamente, chorava por tudo. Esse, de agora, foi uma surpresa sem tamanho. Nunca na vida, Bulma choraria por isso. Ou ela mesma iria chamar o menino, ou gritaria com ele até que ele levantasse daquela cama pra não mata-la. Agora, chorar era golpe baixo. Saiu dali correndo, em pânico. Nove meses disso e ele enlouquecia.

Quando voltou pro quarto deles, parecia que nada tinha acontecido. Bulma estava sentadinha, bonitinha, esperando. E com o sorriso bonito, aberto, o esperando.

- Você não tá grávida... – ele rosnou, olhando pra ela de cara feia. – Tá é louca!

Ela deu uma risadinha sem vergonha.

- Cadê ele? – perguntou animadinha, vendo que tinha um sayajin a menos na contagem dela.

- Tá subindo. – respondeu sério, pensando que tinha gritado com o menino desnecessariamente. O coitadinho até engasgou com o suco, quando ele entrou na cozinha berrando que era pra subir logo que a mãe tava chamando. Essa maldade, ele ia por na conta de Bulma.

Os dois ouviram o atropelo subindo as escadas. Quase perto da porta, os passos diminuíram o ritmo. Trunks nunca parou de correr, mas aprendeu a não fazer isso perto do pai. Vegeta começou a rir sozinho.

- Esse moleque é louco igual a você. – falou baixinho pra Bulma, que riu e balançou a cabeça. Era mesmo.

Todo educadinho, ele bateu na porta. Mesmo entreaberta, ele sabia muito bem que não podia entrar sem avisar. Ainda mais com pais como o dele... A mãe autorizou a entrada. Os dois olhinhos azuis estavam quase pra fora da órbita. Pro pai ter ido chamar naquela agonia, era alguma coisa grave.

- Eu quero pedir desculpas. – já avisou antes de qualquer coisa. Bulma tombou a cabeça e deu corda. Quis saber o motivo das desculpas. Fez um movimento com as mãos, pra que ele prosseguisse. – Não foi por querer, que eu quebrei o seu protótipo da moto. – falou e fechou os olhos.

Ela ferveu. Abriu a boca pra xingar, mas Vegeta cortou. Era o momento pra arrancar mais informações.

- Mais alguma coisa? – ela perguntou até espumando de raiva.

- E também não foi por querer que eu apaguei uma rotina inteira de treinamento. – falou virado pra Vegeta, também de olhos fechados.

O olho dele chegou a esverdear.

- VOCÊ FEZ O QUÊ?! – berrou com o menino, que chegou a estremecer. Bulma adorou. Enquanto foi coisa dela, ele se fez de superior. Agora, as coisas dele...

- Desculpa... – pediu baixinho, amuadinho.

- Eu vou matar esse moleque, Bulma. – Vegeta virou pra mulher. – Eu já falei mil vezes pra ele não ir na sala de gravidade quando eu não tiver lá!

- Você não vai matar ninguém. – ela respondeu firme. Olhou pra Trunks. – Você sabe o tanto que tá encrencado, não sabe? – o menino confirmou com a cabeça, envergonhado. – Ótimo, porque o seu castigo vai durar até você ter idade pra dirigir a moto que eu vou ter que começar a construir de novo... – e foi começando a chorar conforme falava.

Aí sim que Vegeta ficou bravo.

- Sua mãe tá chorando! – e apontava Bulma. O menino via o óbvio. Só não entendia o quanto isso desesperava o pai. O coitadinho não sabia o que fazer, se ia, se ficava. Fez o que achava certo: correu abraçar a mãe, que parou de chorar na hora. Até Vegeta ficou satisfeito. Viu, ali, que o menino era um bom método de fazê-la parar com aquela aguaceira.

- Desculpa, mamãe. – falou todo bonitinho. Bulma nem ficou mais brava. Só curtiu aqueles bracinhos pequenos e fortes a rodeando. Pro pai ele falou mais firme. – Desculpa, pai. – Vegeta ainda tava bravo. Mas deu um desconto pelo milagre que Trunks tinha feito.

Mas o garoto não era bobo, longe disso. Era safo igual à Vegeta e inteligente igual à Bulma. Passado o medo real de morrer na mão da mãe ou do pai, ele percebeu que tinha se entregado à toa. Soltou o abraço e se afastou. Sentou na ponta da cama e os olhou, com aqueles dois olhinhos azuis analíticos, que ele tinha.

- Não foi por isso que eu fui chamado aqui. – lançou a ideia. A risada da mãe foi a comprovação que precisava. Se achou o mais bobo de todos. Droga, tomou uma bronca por nada. Já fazia quase uma semana que tinha feito toda essa desordem e, se ainda não tinha sido pego, tinha grandes chances de ter saído ileso.

- Não mesmo. – Bulma falou mansinha, sorrindo. Cutucou Vegeta. – Fala pra ele. - O sayapai deu uma engasgada. Ele?! Por quê?! Balançou a cabeça, negando. Não ia falar nada. – Você não quer participar? Pois então, fala. – ela indicava o menino com os olhos, que encarava o pai de modo desconfiado.

Ele queria participar. Mas não disso, definitivamente, não disso. Queria ver a barriga crescer e só. Já não tava feliz com o choro, com o vômito e ainda ia ter que falar isso pro moleque?! Começou a pensar se tinha sido uma boa ideia... Respirou fundo. Não sabia nem por onde começar. Faria do jeito que ela fez, quando ele mesmo viu o garoto bebê.

- Trunks, na Terra, quando duas pessoas fazem... – Bulma arregalou os olhos.

- VEGETA! – deu um berro. Ele a olhou assustado. O menino, então, quase caiu da cama. – Não assim! – ralhou, o olhando de cara feia.

- O que você quer que eu fale, mulher?! – ele estava confuso.

- Não precisa contar como aconteceu! – e espiava o filho com o canto do olho. – Só o que aconteceu... – falou entre os dentes.

Ele concordou com a cabeça. Era melhor mesmo. Respirou fundo, ia começar de novo.

- Trunks, eu e sua mãe... nós dois... quando eu e ela... – olhou pra Bulma, cansado. – Eu não sei fazer isso! – gritou pra ela.

- Eu também não. – ela respondeu magoada. – Fala você! Você é o pai dele!

- E você é a mãe! – ele rebateu contrariado.

Trunks assistia essa discussão. Aquilo, pra ele, era comum. Tava mais que acostumado de ver os dois se engalfinharem. O anormal foi notar o mesmo barulho que Vegeta notou. Aquilo sim era interessante. Parou de prestar atenção na briga, que continuava a todo vapor, e começou a procurar de onde vinha aquele tum-tum. Girou a cabecinha pra lá e pra cá, até perceber que estava perto da mãe. Foi chegando mais perto, mais perto, até ouvir certinho. Tava dentro da barriga dela.

- Bulma... – Vegeta interrompeu um grito e apontou com a cabeça. Trunks estava com a cabecinha encostada em sua barriga. Bulma olhou o marido e sorriu.

- Por que tem um barulho aqui dentro, mãe? – ele perguntou achando o máximo aquele tum-tum que batia rápido pra ele.

Bulma o afastou gentilmente e o colocou de frente com eles de novo.

- Porque tem um coração batendo aqui, Trunks. – ela respondeu mansinha.

Ele arregalou os olhos azuis. Sabia que não era na barriga que ficavam os corações. Isso significava que, ou a mãe estava com o coração fora do lugar, ou tinha outra pessoa com um coração dentro da barriga dela. E era inteligente o bastante pra concluir a coisa certa.

- Um irmão? – perguntou bem pouco animado com a ideia. Não tinha gostado muito, desde quando achou que o Mirai Trunks pudesse ser um.

- Ou irmã. – Vegeta corrigiu de imediato.

Trunks deu um suspiro fundo. Olhou a mãe. Tava com um sorriso bonito. Gostava de vê-la assim. Olhou o pai. Estava com um anormal sorriso, o que era um pouco assustador. Mas também era gostoso vê-lo assim. Isso tudo por causa desse coração batendo dentro da barriga. Sorriu também, resignado.

- Eu vou poder lutar com ele? – perguntou o que um mini-sayajin perguntaria.

- Eu conto com você pra isso, garoto. – Vegeta respondeu todo orgulhoso.

- E se for uma menina? – Trunks perguntou um pouco desanimado.

- Daí você luta com os vermes que chegarem perto dela. – o pai já ativou os instintos de proteção. Trunks se iluminou.

- Tomara que seja o Goten! – falou alto. Olha aí a referência. – Se for ele, eu não preciso nem me segurar! – Bulma olhou pra Vegeta na hora. Caiu na gargalhada ao ver a cara de quem estava tendo um ataque do coração.

- Goten não é o nome do filho do Kakaroto? – ele perguntou balbuciado, meio em choque. Ela concordou, rindo sem parar. Vegeta entrou em desespero. Olhou pra Trunks e apontou um dedo. – Se esse menino chegar perto da sua irmã, você tem ordem minha pra pulverizar ele, está entendendo, Trunks? – falou sério.

O menino até engoliu em seco. Deu uma olhadinha pra mãe, que balançou a cabeça negando.

- Pode ser um menino, Vegeta. – ela disse se recuperando do acesso de riso.

Ele respirou fundo. Tinha mesmo a chance de não ser uma menina. Mas o medo de ver a sua princesinha nas mãos de alguém do ninho do Kakaroto foi tanto, que quase morreu.

Imagina só? A filha do príncipe dos sayajins se misturar com o filho de um guerreiro de classe baixa como aquele?

Nunca.


Notas Finais


#vemBra


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