Já a caminho da Terra, Vegeta programou a nave que indicou a chegada em 7 h. Estava tão ansioso que mal conseguiu treinar no tempo que tinha disponível. Pensava em tudo o que queria falar pra sua Bulma, pensava no que não conseguiria falar, torcia pra que ela não falasse nada que ele não conseguisse responder. Depois, lembrava do cheiro dela, do gosto, do toque e ficava mais nervoso ainda, rezando pra que voasse mais rápido uma nave que já estava quase na velocidade de dobra.
Na Terra, Bulma não estava menos apreensiva. Terminou, de qualquer jeito, o trabalho que fazia. Não conseguia mais se concentrar. Pensava em Vegeta e no prazer que tinham juntos, mas agora suas responsabilidades haviam mudado. Agora, tinha Trunks. E se ela realmente quisesse que o filho tivesse um pai por perto, sabia que as coisas tinham que ser diferentes. Engoliu um enorme nó na garganta e se viu disposta a aceitar qualquer coisa. Pela felicidade do filho que tinham juntos. Olhou no visor do computador e viu que já tinham se falado há 3 horas. Não sabia onde ele estava e não quis, em nenhum momento, ver as coordenadas de onde a nave estava parada. Tinha tanto medo de ver o quão longe estava que nunca pensou na possibilidade de ele estar muito perto. Passou a mão pelo rosto e cabelos, deu um último suspiro como se respirasse a força do lugar, pegou Trunks no berço ao seu lado e decidiu ir pra casa se preparar.
Já a caminho da residência, começou a pensar em todos os momentos bons que tiveram juntos. Mostrou, com muito carinho a Trunks, o lugar onde a nave estaria logo, logo. Ainda era fim de tarde, então o sol dava cores muito bonitas no rosto empolgado de Bulma. Subiu até o quarto pra preparar o banho de Trunks. Pensou que deveria fazer uma rotina de beleza também. Seu corpo já sentia a volta de Vegeta e não teria como negar uma aproximação inevitável dos dois. E, no fundo, estava esperançosa por isso. Terminou de banhá-lo e trocá-lo. Colocou um pequeno macacão que tinha feito sob encomenda imitando o uniforme de Vegeta. Tinha sido um momento de fraqueza, mas agora estava satisfeita por tê-lo feito.
Com o bebê já arrumado, desceu à sala a procura de sua mãe. Ao avistar Bulma e Trunks, Sra. Briefs percebeu uma sutil felicidade no ar e ver Trunks vestido de mini-sayajin foi a resposta que precisava.
- Mamãe, a senhora pode cuidar um pouquinho de Trunks pra eu tomar um banho um pouco mais demorado? – perguntou Bulma, se recriminando por abrir mão dessa responsabilidade.
- Querida, eu estou aqui pra te ajudar! Você que não deixa eu ficar nem um pouquinho com esse gorducho... – falou, já pegando Trunks no colo e fazendo caretas que deixavam o menino empolgado. – Algum motivo especial pra me pedir isso, Bulminha? – e a olhou com olhos maliciosos.
A mãe de Bulma sempre soube antes dela mesma o que estava acontecendo. Dessa vez não era diferente.
- Nada especial, mamãe. Só quero relaxar um pouco na banheira.
- E o fato de Trunks estar vestido como o jovem Vegeta não tem nada a ver com isso? – perguntou, irônica mas gentil.
Claro que tinha. Era óbvio. Bulma estava resplandecendo mesmo que tentasse esconder.
- Vegeta está voltando. – disse, séria.
- Ah, mas isso é maravilhoso, querida! Podemos fazer uma festa de boas-vindas pra ele conhecer Trunks, e... – foi interrompida.
- Nada de festa, mamãe. Vegeta não sabe de Trunks. Eu não falei nada. – respondeu, séria.
- Mas, se não é por isso, ele está voltando por vocês? Tá vendo, Bulminha, eu falei que aquele nervosinho te amava! – e riu, gostosamente.
Bulma tinha medo disso. Sabia que ele a desejava, desejava seu corpo. Por incrível que pareça, ser mãe deixou Bulma ainda mais bonita, com mais curvas e um corpo mais bem delineado. Mas ela não fazia ideia se os planos de Vegeta incluíam mais alguém nessa equação.
- Isso é o que veremos, mamãe. – respondeu, quase como um lamento.
- Se você quiser, papai e eu podemos ficar com Trunks essa noite enquanto você conversa com ele, meu bem. Pra poderem ter um pouco mais de intimidade... – e deu uma piscadela safada pra filha.
- Não é necessário, mamãe. Mas muito obrigada. Hoje, quero Trunks por perto pra poder arrancar de uma vez esse curativo que somos eu e Vegeta. Se o machucado tiver curado, ótimo. Se sangrar... paciência.
- Você quem sabe, querida. Mantenho minha oferta. Nós iríamos adorar ficar com esse projeto de sayajin mais um pouquinho! – e voltou a fazer cócegas em Trunks que adorava o colo da vovó.
Bulma se sentiu confortada. Sabia que podia esperar qualquer coisa dos pais. Eles estiveram todo o tempo com ela. E estariam de novo, caso fosse preciso.
Subiu as escadas tentando acabar com os pensamentos negativos. Um banho de banheira faria isso muito bem.
Como toda boa mãe, mesmo que tivesse todo o tempo pra poder relaxar, Bulma não conseguia deixar de pensar no filho. Terminou sua rotina de banho perfumado, depois se hidratou, como fazia antes quando estava com Vegeta. Quando foi se trocar, viu, na gaveta de lingeries a peça que ele tinha escolhido pra ela no dia em que foi embora. Achou que seria engraçado vestir aquele corpete que tinha sido comprado apenas por lembrar os uniformes dele. “Somos uma família com uniformes de sayajins...” – pensou, vestindo a lingerie. Colocou um vestido azul, curto mas folgado. O decote proeminente de Bulma, que ainda amamentava, saltou aos olhos quando se encaixou na roupa. Descalça mesmo, desceu até a sala e pegou Trunks de volta da mãe. Não sabia porque tinha tanta pressa, nem sabia quando Vegeta chegaria. Subiu ao quarto do filho e, enquanto o amamentava, percebeu que já fazia quase seis horas que tinha falado com o sayajin. Colocou Trunks, que dormia tranquilamente, no berço e, só aí, percebeu o cansaço em seu corpo. Como em todos os dias, só se permitia cansar quando o filho estivesse limpo, alimentado e dormindo.
Foi para o seu novo quarto. Ficar ali tinha sido uma tortura no início, pois lembrava da última briga com riqueza de detalhes. Nas noites mais difíceis, conseguia vê-los ali, discutindo como se fosse um filme em sua frente. E o cheiro de Vegeta... fazia mais de um ano que ele tinha ido embora e ela ainda sentia aquele cheiro de homem forte por entre as roupas da cama, cortinas e toalhas. Deitou na cama e pensou, de modo bem desajeitado, como deveria espera-lo. Treinou uma pose ou outra, todas forçadas e pouco naturais. “Pára com isso, sua tonta. Você é Bulma Briefs! Não precisa ficar com essas paranoias!” – se recriminou mentalmente. Pensou que agiria conforme o momento e resolveu, apenas, esperar. Não sabia quando ele chegava, mas sentia que não ia demorar. Assim como seu sono. Deitada ali, viu que os olhos começaram a pesar e, por fim, perdeu a luta. Logo estava dormindo.
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Quando entrou na atmosfera da Terra, Vegeta já estava um caco de ansioso. O mostrador indicava 50 minutos até a aterrissagem. Sentia que ia morrer naquele lugar. Resolveu ir tomar um banho pra poder matar o tempo que faltava.
Quando terminou, voltou pro painel de controle da nave. “10 minutos... 10 minutos pra ver a minha Bulma de novo...” – pensava com os olhos tremulando. Já chegando percebeu que algo estava errado. Não estava perto da casa dos Briefs. Onde ele estava agora?
Quando a nave finalmente aterrissou, Vegeta percebeu que estava em um grande campo aberto, que não tinha absolutamente nada a ver com a casa de Bulma. Entrou em pânico. Tinha errado as coordenadas. Ia demorar ainda mais pra chegar até ela. “Onde ela está?!” – gritou, ansioso e nervoso. Parou por um segundo. Fechou os olhos e buscou Bulma com a sua mente. Tinha tanto foco em encontra-la que não foi nem um pouco difícil achar em que direção estava.
Não se preocupou com a nave. Não se preocupou com nada. Saiu voando mais rápido do que estava antes. Ele já estava chegando.
Quando chegou na propriedade Briefs, viu a janela da varanda de Bulma aberta mas sabia que ela não estava lá. Ele nem precisou chegar até lá pra sentir que ela estava em seu antigo quarto. Subindo até a varanda, a encontrou deitada, dormindo como um anjo naquela cama que um dia dividiram. Ficou parado lá alguns segundos, lutando contra o corpo que insistia em ir tocá-la, ver se era real. Fazia tanto tempo que queria isso que não admitia estragar nenhum movimento. Não dessa vez. Dessa vez ele faria dar certo. Estava disposto a abrir mão do que fosse. Tentava não ligar pro orgulho, por ter se tornado um fraco. Tudo valeria a pena quando estivesse dentro dela de novo.
E o corpo de Bulma também avisou quando Vegeta chegou. Ela foi acordada com pequenos choques no fundo de sua barriga, os que sempre sentia quando ele estava perto. Abriu os olhos sonolentos, pra vê-lo ali, parado em sua frente. Por um segundo, pensou que fosse mais um dos muitos sonhos que teve desse momento. Mas dessa vez não, dessa vez era real. Ele tinha voltado, ele estava ali. Ficou de joelho na cama, esticando o braço pra tocá-lo. Precisava provar que era verdade.
A visão de Bulma era um espetáculo pra Vegeta. Ela estava ainda mais bonita que antes. Tinha um corpo mais curvilíneo além de parecer mais intensa, mais centrada. Ele também demorou a entender que fosse tudo real. Em uma das muitas visões que tivera sobre esse momento, ele a encontrava exatamente assim, dormindo na cama deles. Mas quando percebeu que ela também estava se entregando ao momento, era tarde demais. O que ele queria mesmo era tocá-la, encontrar seu corpo, relembrá-lo de quem era.
Como se fosse necessário. No segundo em que Vegeta chegou, o corpo de Bulma sabia exatamente o que aconteceria ali. E quando não conseguiram mais se segurar, se encontraram com um beijo caloroso, onde as línguas exigiam toda a atenção. Como era bom aquele gosto, aquele gosto do seu homem. Nesse momento nada importava, não ligava pro que tinha acontecido. Só agradecia à Kami-Sama por ter ele de volta.
E Vegeta não aguentava mais nenhum segundo. Tirou aquele vestido e congelou. Ela usava aquela roupa. Aquela que ele tinha escolhido. Usou pra ele, quis se arrumar pra ele. Ficou, por uns 2 segundos, embasbacado de ver o quanto ela era linda, até que por fim soltou, como um suspiro:
- Que saudade que eu tava de você, minha Bulma!
Ela adorou ouvir isso. Sentiu seu corpo já tremular como se fosse ter um orgasmo apenas por ouvir a voz do sayajin. E se jogou em seus braços fortes, se deixando ser levada por aquele sentimento tão forte. Tirou de qualquer jeito a camiseta que ele usava, lembrando, com os dedos, cada músculo que conhecia e beijando, com delicadeza, cada um dos novos que ele tinha adquirido. Viu a expressão de Vegeta, aqueles olhos fechados e a boca se mordendo. Adorava vê-lo assim, se despindo daquela pose impassível de machão. Continuou com a língua até chegar em seu pescoço, e lá beijou, lambeu, mordeu, como se quisesse punir aquele corpo por ter estado tanto tempo longe.
Eles não queriam preliminares, não hoje. Mas não conseguiam resistir à tentação de se tocarem um pouco mais. Vegeta a colocou na cama e, por mais um segundo, viu o quanto ela estava gostosa vestindo aquilo. Teve pena de tirar, mas quando viu o corpo nu de Bulma se recriminou por não ter feito isso antes. Seguiu cada contorno de seu corpo, os seios incríveis que ela tinha, a barriga branca, o caminho que descia do umbigo até seu sexo. E lá ele parou. Como sentia falta daquele lugar. Começou com pequenos beijos, como se cumprimentasse novamente, passeando com a ponta da língua por todos os lados. Deu uma sugadinha em seu clitóris, o que fez Bulma gemer de prazer. Ela estava se controlando pra não gozar a cada movimento de Vegeta, mas quando sentiu a língua de seu homem entrando nela, como fosse possuí-la daquele jeito, ela não suportou mais. Explodiu de prazer com a boca dele ali, que sentia cada gota daquele gosto que tanto desejou, por tanto tempo. Vendo que Bulma já se esvaía de vontade de tê-lo de novo, Vegeta se livrou das roupas que ainda tinha e se encontrou com ela, falando em seu ouvido com uma voz rouca e sensual:
- Você tá ainda mais gostosa, Bulma. Não sei como eu consegui ficar tanto tempo longe de você... – e entrou nela, com delicadeza, como se saboreasse o caminho que seu membro fazia dentro do corpo quente da mulher.
Soltou um gemido forte, alto. Sentia o quanto era confortável dentro dela, o quanto era macio. E continuou, com muita delicadeza mas forte, a entrar mais e mais e mais. Bulma, jogada no colchão, gemia a cada vez que sentia o impacto do membro de Vegeta no fundo de seu corpo. Puxando o cabelo da sayajin, trouxe sua boca pra mais perto, e ao beijá-lo sentiu seu próprio gosto. Adorou saber que seu gosto estava nele e isso lhe deu uma nova onda de força, pra virar Vegeta pra baixo dela. Montada em seu corpo, ela conduzia os movimentos de vai e vem, enquanto ele a olhava, cobiçando os dois seios que pareciam ainda maiores. Com as mãos em sua cintura, ele levantava o quadril pra poder entrar ainda mais fundo dentro dela, sentir seu corpo quente. Sentou-se na cama e ela passou as pernas em volta dele, ficando os dois corpos completamente encaixados. Vegeta beijava seu corpo com muita intensidade, tanto que o pescoço de Bulma começava a arder. Não era doloroso e sim mais afrodisíaco ainda. Sentir aquela dorzinha deixava ela ainda com mais propensão a se tornar selvagem. Então agarrou as costas de Vegeta com as unhas, fazendo vários arranhões profundos nele. Ao sentir aquela dor, o sayajin soltou mais uma vez um gemido alto, como um urro, e foi estocando cada vez mais forte, enquanto sentia que Bulma estava cada vez mais molhada. No momento em que ela não aguentou mais, arqueou o corpo pra trás e sentiu que Vegeta estava o mais fundo possível dentro dela. E então gozou... sentiu o corpo ficar dormente e a mercê das mãos fortes de Vegeta. Deu um último suspiro enquanto sentia o corpo se bambear:
- V-Vegeta... que saudade... – disse sem forças.
Vê-la daquele jeito era intenso demais pro sayajin. Voltou a depositá-la na cama e, tomado de luxúria, estocou com força o corpo delicioso de sua mulher. Entrou e saiu dela, que o olhava com olhos de desejo, até que sentiu o que esperava há mais de um ano. Seu líquido quente escorrendo dentro do corpo de Bulma, que se soltou sentindo, um último pequeno orgasmo quando Vegeta começou a descansar dentro de seu corpo.
O sayajin caiu ao seu lado na cama e a puxou pro seu peito, como fazia sempre.
Bulma, naquele instante, tinha esquecido tudo. Só aproveitou o momento de se deitar ao lado de seu homem.
- Mulher, eu não sei se era só a saudade, mas você conseguiu ficar ainda mais gostosa! Olha, eu já te quero de novo! – e mostrou o membro que, com pouco esforço, aguentaria um segundo round bem fácil.
Bulma riu. Sabia que tinha ficado mais bonita depois de Trunks, mas ouvi-lo dizer isso era particularmente agradável.
- Você também não está nada mal... – e passou os dedos por entre os músculos definidos do abdômen de Vegeta – Se a cada vez que for embora, voltar assim, talvez eu até me acostume com a sua ausência.
Bulma não percebeu que tinha tocado em um assunto delicado de cara. Só estava mesmo fantasiando com aquele corpo extremamente definido.
- Eu não vou mais embora, Bulma. – disse, sério. – Não se você não quiser.
Ela viu que o tom da conversa tinha mudado.
- Você já disse isso uma vez, Vegeta. E, no mesmo dia, foi embora. – lamentou, querendo chorar.
Ele a abraçou mais forte.
- Mas eu não vou mais. Do mesmo jeito que você me disse uma vez, eu desisto, mulher. Eu não vou fazer nada que me deixe longe de você. Teve momentos que eu achei que não ia aguentar lá longe. Eu consegui, Bulma. Eu virei o Super Sayajin, mas não tinha ninguém pra dividir essa alegria. No fundo, naquele momento, eu entendi o que você disse sobre o Kakaroto. Ele é tão forte porque sempre tem com quem dividir a alegria da vitória. E eu percebi isso, quando eu tava sozinho lá em cima e queria muito te falar.
Bulma sentiu um amor tão grande quando ouviu isso que tomou a decisão que faltava.
- Vegeta, vem comigo. – E foi colocando um roupão qualquer enquanto o sayajin colocava a cueca. – Vem logo. Mas faz silêncio.
Ele não estava entendendo nada. Viu que foram em direção ao antigo quarto de Bulma. Quando ela abriu a porta, o puxou pra dentro fazendo um sinal de silêncio com o dedo encostado na boca.
O quarto estava diferente do que ele lembrava. Não tinha mais a cama grande, apenas um sofá e uma poltrona. Estava todo decorado de azul marinho e tinham algumas coisas que ele não sabia exatamente o que eram. No meio do lugar, tinha um berço e sentiu uma pontada no coração quando chegou mais perto. Tinha uma criança ali. Uma criança usando uniforme de sayajin. Sentiu alguma coisa tão nova, que não soube lidar. Sentiu um nó na garganta. Que não descia de jeito nenhum.
- Vegeta, esse é o Trunks. – e o mostrou pro sayajin. – Trunks, esse é o seu pai. – falou baixinho pra não acordá-lo.
“Trunks, era isso então.”
- É-é meu? – falou com os olhos tremulando. – M-meu filho? – e esticou a ponta de um dedo em direção ao pequeno bebê que dormia feliz.
- Sim. É nosso, né? – E deu uma piscadinha pra ele. “Que saudade dessa piscadinha...” – ele pensou. – Quer segurar? – e foi entregando ele pra Vegeta que pulou pra trás chacoalhando as mãos.
- Não, não quero. Eu vou machucar ele. – E sofreu, nesse segundo, sofreu de pensar que um dia alguém pudesse machucar aquele menino.
Bulma não gostou da reação de Vegeta. O que significava aquilo? Ai, meu Kami... tudo outra vez não. Colocando-o no berço, deu um beijinho no filho e foi saindo do quarto. Viu que Vegeta estava parado, hipnotizado na criança que dormia.
- Vamos, Vegeta. Se ele acordar, depois é uma luta pra fazê-lo dormir. – Falou, sem paciência.
Ele veio. Andando de lado sem tirar os olhos de Trunks. Quando saiu do quarto, Bulma fechou a porta cortando aquela conexão visual.
- Acho que precisamos conversar. – falou, olhando duro pra ele.
- Eu concordo. – Ele respondeu, ainda em choque com a novidade.
Voltaram pro quarto de Vegeta, que agora também era de Bulma.
- É por isso que você estava aqui? – perguntou, apenas constatando o que já havia elaborado em sua cabeça. Bulma confirmou. – Como isso aconteceu?
Ela, definitivamente, não estava gostando do jeito dele.
- Bom, Vegeta, em seu planeta eu não sei como funciona. Na Terra é assim: duas pessoas fazem sexo, o esperma do homem fertiliza o óvulo da mulher e, nove meses depois sai um bebê dessa junção. Levando em conta a quantidade de vezes que a gente transou, até que demorou pra sair um bebê daqui. – Falou, grosseira.
Ele não gostou do jeito que ela falou.
- Por que você está falando assim? Não precisa ficar tão nervosa. Eu hein...
Bulma se segurou. Queria tanto socar a cara dele agora. “Onde já se viu desprezar meu filho? O “meu” Trunks? Não seu.” Respirou fundo. Precisava contar.
- Eu descobri que estava grávida pouco mais de dois meses depois que você foi embora. Foi um choque pra mim também. Eu não sabia o que fazer com essa novidade. Eu sempre imaginei que teria filhos, queria até. Mas não naquelas circunstâncias. Eu me vi sozinha, sem saber onde você estava e nem se queria o Trunks... – tinha dor em seu olhar. - Enfim, eu sabia que o queria, no segundo em que soube que ele estava dentro de mim. Era o mais perto que eu estava de você.
Vegeta a olhava com os olhos parados. Não tinha raiva, não tinha medo. Só tentava entender o que estava acontecendo.
- Por que você não me falou quando soube? – perguntou, tranquilo.
- Quando eu descobri, eu não tive coragem. Estava tão assustada com tudo aquilo que me deixei levar pelo egoísmo. Não queria correr o risco de você se afastar ainda mais de mim. De nós. – E olhou para a porta do quarto do bebê. – Mas quando eu soube que era um menino, um pequeno Vegeta, eu sabia que era a hora certa de falar. Tive certeza do que fazia, de que era o correto te avisar. Foi quando eu tentei entrar em contato com você, mas você não atendeu. Não sei porque você não atendeu, mas toda a confiança que eu sentia foi embora quando a chamada caiu. Pensei que você não tivesse atendido de propósito.
- Mas eu liguei de volta, mulher! Você também não atendeu... – falou, pegando em sua mão que estava gelada. – Parecia que eu sabia que alguma coisa estava acontecendo com você.
Ela o olhou com os olhos cheios de lágrimas.
- Eu não sei o que houve, não tive coragem de atender. Já estava me acostumando com a ideia de que você não voltaria e eu ficaria feliz apenas com aquele pedacinho seu que estava dentro de mim. – falou, esboçando um sorriso constrangido.
Por um segundo, Vegeta parou e a olhou.
- Se eu não tivesse entrado em contato com você, você não ia me falar nada né? – perguntou, constatando o que já sabia.
- Todos os dias desde que você foi embora eu rezei pra ouvir uma música no laboratório. – Deixou cair uma lágrima. – Mas depois que o Trunks nasceu, eu precisei me tornar mais forte. Por mim e por ele. Havia a chance de você nunca voltar e eu queria que meu filho tivesse a força e o orgulho dos sayajins. Mas como você não estava aqui, eu precisava ensinar isso à ele.
A força de Bulma sempre chamou a atenção de Vegeta. E, nesse momento, sentia que ela tinha se tornado ainda mais poderosa.
- Eu não sei como é ter um filho, Bulma. Não sei o que fazer agora. Fui separado do meu pai muito cedo e quase não lembro da minha mãe. O que eu conheço de ser educado foi o que aprendi com o Freeza. – falou, entre os dentes, com mágoa da lembrança. – E, definitivamente, não quero que o garoto tenha a mesma experiência que eu.
Bulma tentou interferir, mas foi interrompida.
- Do mesmo jeito que eu nunca soube lidar com você, com os seus sentimentos, eu sei menos ainda o que fazer com... isso. – respondeu, com o olhar triste. – Queria muito poder agir da melhor maneira possível, mas tá na cara que eu vou estragar tudo. De novo.
Quando ele a encarou, Bulma viu sinceridade em seus profundos olhos negros.
- Vegeta, presta atenção. Eu não quero que você seja nada além do que você já é. O que eu quero, de verdade, é que o Trunks saiba o pai incrível que ele tem. Que ele conheça a sua força e o seu poder. Que ele aprenda o que é o orgulho de ser sayajin. Até porque ele tem o sangue nobre da raça, não é? – e sorriu, amavelmente, pro seu homem.
Isso deixava ele entristecido. Será que ele seria bom o bastante pra ensinar tudo isso, sendo que ele mesmo abria mão de tudo por aqueles olhos azuis?
- E isso vai bastar, Bulma? Eu conheço você. Em algum momento você vai esperar de mim futilidades terráqueas. O que eu conheço de ter um filho é treiná-lo até a exaustão pra ser um guerreiro poderoso, ainda mais ele sendo da linhagem nobre dos Vegetas.
Ela engoliu em seco.
- Bom, você não o matando já está bom demais. – Riu, nervosamente. – E lembra que, apesar de ser metade sayajin, ele é metade Briefs. Eu me encarrego da parte de educa-lo. Eu só preciso saber que você não está achando isso tudo ruim, Vegeta.
- Não ruim. Eu só estou confuso... sem saber o que fazer. – respondeu, sincero.
- Eu também não sabia, querido. Mas é mais fácil do que parece. Eu ajudo você. – e olhou pra ele, com olhos de esperança. – Só preciso que você nos ame, Vegeta. Nos ame do seu jeito. Do resto, eu me encarrego. – e o abraçou, selando a volta do sayajin.
Ele gostou daquele conforto. Gostava de estar ali. E agora, ele tinha um filho. Tinha deixado uma parte sua pra sempre no coração de sua humana.
- Mas, ele é tão pequeno... e se eu machuca-lo? – perguntou, assustado com a possibilidade.
- Você não vai! Ele é pequeno agora, mas vai crescer. E ele é mais resistente do que você imagina. O tanto que esse garoto me chutou quando estava na minha barriga, teria sido motivo de orgulho pra você. – riu, lembrando das pontadas de dor que sentia.
Um sentimento enorme invadiu o coração de Vegeta. Ainda não sabia o que era, mas logo iria descobrir.
- É claro que chutou! Ele é um maldito sayajin! – disse, rindo, pros olhos azuis de Bulma. – Mas se ele insistir em te machucar de novo, vou começar esse treinamento mais cedo do que imaginava... – e a puxou pro seu peito.
Bulma estava bem. Estava radiante com os dois homens de sua vida em casa.
- Você está feliz, Vegeta? – perguntou, arriscando ouvir o que não queria.
- Como nunca estive antes, minha Bulma!
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