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História Como tudo começou - para Vegeta - A morte de Freeza. De novo.


Escrita por: ksnrs

Notas do Autor


DBZ não me pertence e seus personagens também não.
O intuito dessa fanfic é totalmente interativo e sem fins lucrativos.
Por isso, não me processem, por favor. Não tenho como pagar uma fiança e da cadeia não dá pra postar.

Na terceira vez, dá pra pedir música no Fantástico.

Seguinte, não explorei muito a morte de Vegeta, porque o que eu quero mesmo é juntar o casal.

Boa leitura!

Capítulo 99 - A morte de Freeza. De novo.


O Goku não liga de apanhar. Ele não é esse tipo de lutador que acha desonroso quando os outros o golpeiam, ou tem vergonha de admitir que o adversário é mais forte, pelo contrário. O que ele gosta mesmo, é do desafio. É de alguém que seja mais poderoso que ele pra poder superar os próprios limites. Não acha nem um pouco ruim de sofrer que nem um cachorro. Não tem dessas de “ah, eu quero ganhar sem o outro me dar nem um golpe”. Não, com ele não tem disso. Por isso as lutas do Goku são extraordinariamente demoradas. Ele se diverte lutando.

O que ele não gosta, é que mexam com as pessoas erradas. Ele detesta que usem os amigos pra poder chegar até ele. E o Freeza é campeão em fazer isso.

Na primeira vez, em Namekusei, matou o Kuririn só pra se divertir, pra mostrar que podia. Não, isso o Goku não admite. Lutas injustas, despreparadas. Agora, queria fazer a mesma coisa com Gohan. Golpear o adversário caído, praticamente morto. Ok, Freeza, você conseguiu toda a atenção que queria de Goku.

A situação que encontraram, ao chegar, era caótica: Piccolo morto. Gohan, quase isso. Kuririn, Tenshin e Kame, esgotados. E Bulma, agitadíssima, feliz, gritando e chamando a atenção porque os dois estavam lá. Certo, Vegeta também gostou de vê-la. Mas não era hora pra fazer escândalo, mulher louca dos infernos! Aliás, não era nem pra ela estar lá! Só deu uma olhada de lado, de cara feia.  Ela já ficou quietinha. No fundo, no fundo, gostou. Tava morrendo de saudade dessa cara brava.

Goku e Vegeta já chegaram pondo ordem na bagunça. Talvez, pelo hábito de arrumar o castelo todo dia. Goku levou o corpo de Piccolo pra Dendê. Vegeta tirou Gohan, machucado, do meio do caminho. Goku, já mandou os fofoletes embora dali. Reclamaram, claro. Vegeta, já mandou a voz de trovão. Aí, os dois obedeceram. E Bulma... ah, essa quase morreu, quando ouviu a voz do marido.

Enfim... logo, ambos estavam prontos pra lutar. Vegeta é um pouco diferente de Goku, naquela questão sobre lutar. Ele não gosta de apanhar desnecessariamente. Então, quando Ginyuu veio, cheio de graça pro lado dele, já mandou o maldito pro inferno, pra onde devia ter ido desde o começo, completar a pose junto com os amigos malucos. O negócio dele era Freeza, não esses subalternos. Mas o todo poderoso já tinha dono. Claro que Goku queria lutar primeiro. Bom, em uma gentileza sem tamanho, Vegeta não reclamou. Pode ir, Kakaroto.

A luta começou naquele esquema. Um medindo força com o outro. O Freeza, reclamando por ter perdido da outra vez, por ter tido que treinar por quatro meses, pelo tempo no inferno, rodeado de anjos e seres fofinhos. Goku, só medindo forças mesmo. Vegeta, prestando bastante atenção naquele indivíduo roxo que Bulma pegava pelo pescoço e que chamava ela de princesa. O esquisito parecia ter mais medo dela do que de Freeza mas, ainda assim, tava encostado demais nos peitos dela, pro gosto do sayajin. Voltava o foco pra luta principal, mas dava umas olhadinhas pra luta secundária.

E Freeza... bom, age como Freeza. Na primeira oportunidade, tentou matar Kuririn. Ah, Freeza. O Goku não gosta disso. Tá ali, pronto pra lutar com você. Deixa a galera da arquibancada em paz... Ok, ele deixaria. Quer lutar, vamos lutar. Lutaram. Ah, mas ele não aguenta! Todo mundo ali embaixo... Parece que Freeza consegue ouvir eles implorando por uma maldadezinha! Mandou uma energia na direção de Bulma. Goku gritou, ia impedir. Foi golpeado por Freeza. Tranquilo, querido. O príncipe encantado tá ali pra salvar a princesa.

Bulma e Jaco viram aquela bola de energia enorme vindo em sua direção. Pronto! Iam morrer. Ah, tá, que Vegeta ia deixar a princesa dele se machucar. Ele não tinha dado nem um beijo nela, depois de dez meses longe. Já parou na frente e rebateu. Destruiu o golpe de Freeza sem dificuldade e com elegância. Postura ereta, braço estendido. Um príncipe. O coração da princesa se derrete... Depois assusta de novo. Ufa! Foi por pouco! Ele olhou pra ela. Ganhou uma piscadinha. Ela ganhou um sorriso discreto. Vegeta voltou a ver a luta entre Goku e Freeza. Se ficasse muito perto de Bulma, daria problema. Mas ficou por ali, onde o cheiro era mais forte e defendendo-a de algum resvalo de golpe que poderia surgir. Ela, paquerava ele de longe. Ele, fingia que não via. Não podia. Não ainda. Tinha que estar atento à Freeza e Kakaroto. Teria que interferir a qualquer momento. Mas não acontecia nada. Nada! Os dois idiotas com aquela palhaçada lá em cima! Essa maldita cheirosa, sendo linda aqui do lado dele! Uma luta que não acabava nunca pra ele poder ir embora de uma vez e matar a saudade louca que tava sentindo dela! Quer saber do quê mais?! Resolvo isso em dois tempos!

Já chegou chutando Kakaroto pro lado, que não entendeu porra nenhuma. Aliás, ninguém entendia porque o Vegeta tava atacando o Goku. Quer dizer, uma teoria passou pela cabeça de todo mundo: ele já tinha sido “leal” à Freeza uma vez. Será que estava virando a casaca? Ah, tem dó. Até parece. Foi lá dar um sacode no Goku, pra ver se colocava o pouco de coisa que ele tem na cabeça, no lugar. A proposta era simples: ou ele e Freeza lutavam a sério, ou ele matava os dois. Pronto. Todo mundo entendeu? Ainda houve alguma rateação, alguma reclamação, mas com Vegeta não tem conversa. Ou é isso ou não é nada. Aceitaram. Quer dizer, Goku aceitou. Não queria trocar de lugar com o outro sayajin na luta contra Freeza. Prometeu que ia lutar a sério. Ainda não tinha nem virado Super Sayajin... Nossa, o Vegeta enlouquece com essas bobagens!

Bom, quando o Vegeta dá a ordem, ninguém desobedece. Nem o Goku. E aí, a porra ficou séria. Realmente, continuou não virando Super Sayajin. Virou foi logo Deus. Bonito, hein? Não era mais aquele Astro Boy Akuma de antes. Agora tava todo bonitão, cabelo azul igual da Bulma, aura azulada... Dava até pra assustar. O Freeza quer brincar? Tá aí, botando banca de que ficou mais forte? Então, vamos ver do que ele é capaz! O pessoal da arquibancada foi ao delírio! Coisa linda de se ver! Goku Deus! Poderosíssimo! Mesmo eles nem conseguindo sentir seu ki. Mais uma prova de que era deus.

Mas se Goku tinha subido de nível, tinha treinado e se tornado mais forte, Freeza também tinha. E não eram aquelas transformações que todos estavam acostumados não. Era uma nova, mais poderosa ainda: o Golden Freeza.

Pra não enrolar mais, vamos lá: Goku e Freeza lutaram. E Goku tava perdendo. Sabe-se lá se era mais uma daquelas coisas dele e se em algum momento ele ainda ia reverter a situação, mas Freeza não é o tipo de adversário que você pode deixar no controle muito tempo. A verdade é que, apesar de épica, a batalha deles era brutal e perigosa. E, acima de tudo, demorada. Adivinha quem tava até sapateando pra interferir? Bom, todo mundo sabe. E a galera da arquibancada, tinha ganhado dois novos componentes: Whis e Bills, que vieram ver que que tava acontecendo pros dois terem saído correndo daquele jeito do treinamento e, tomar o tal sorvete que Bulma tinha usado pra chamar a atenção de Whis.

Por um segundo, Bulma achou que todos aqueles passeios com o amigo começariam a lhe valer a vantagem. Pois bem, Bills poderia por um fim em Freeza só estalando um dos dedos magrelos dele. E, pelo jeito, não só ela pensou nisso. O ex-futuro-imperador do Mal, Golden Freeza, ao ver Lorde Bills ali, debruçado sobre o sundae mágico, que não derrete nunca, também se preocupou que ele tivesse aparecido pra acabar com a vingança tão bem planejada. A mulher até animou. “Agora sim: Bills acaba com tudo, vai todo mundo lá pra casa e enquanto eu dou um banquete com toda a comida que eu conseguir comprar daqui até lá, eu me acabo na cama com o Vegeta!” Pensamento rápido. Gelou o cérebro, como quando o deus da destruição comeu o sorvete rápido demais. Ele deixou bem claro que não ia interferir em nada. Freeza que se vingasse o quanto quisesse. Só podia fazer isso um pouco mais afastado, porque estava levantando poeira perto do doce gostoso dele. Sacanagem... Ela até pensou em tomar o sorvete da mão dele. Mas ainda era o Bills... Melhor não contrariar. Goku não poderia lutar contra dois ao mesmo tempo. Só ganhou uma promessa: fica pertinho dele que ele garante sua proteção. Ainda chamou com o dedinho e tudo. Ah, mas eu dava tudo pra ter visto a cara de um certo sayajin ciumento, quando ela saiu toda animadinha pra ficar do ladinho do Bills. Só não shippo, porque não curto essas coisas caóticas. Afinal, ele é um gato!

É lógico que o Vegeta não gostou. Mas também não era nenhum bobo. Sabia que o lugar mais seguro pra Bulma estar, naquele lugar, era ao lado de Bills. Só que, se cismasse que a coisa tava indo além da relação, ela provê comida - ele provê proteção, esquecia que o maldito era o deus da destruição e destruía era a cara magrela dele. Só deu uma olhada pra ela, pra deixar bem claro os termos desse contrato de cortesia mútua entre Bulma-Bills, pré-aprovados pelo sayajin mais bravo e possessivo de todos. E, no fim, respirou aliviado de saber que, com ela, não precisava mais se preocupar. Quer dizer, não precisava se preocupar que ela sofresse com os danos da batalha. Voltou a olhar o Kakaroto apanhar miseravelmente. Em certo ponto, quis intervir, mas o outro não quis. Por quê? Porque ele é um maldito gênio lutando.

Goku viu que essa nova forma de Freeza lhe tirava quantidades grandiosas de energia. Era uma questão de tempo até o outro não aguentar mais sustentar a transformação de Golden. Então, quando isso acontecesse, era só partir pro abraço. O plano era bom, realmente, excelente. Mas além das reservas energéticas de Freeza serem bem altas e sua força ser sublime, ele ainda contava com um último aliado do exército fajuto que tinha trazido. E sabe-se lá a mágica que o maluco faz, os subordinados dele são leais até o fim. O único que desertou, na vida, foi Vegeta. Goku estava acabado, destruído, cansado, machucado. Mas Freeza também. Finalmente, as suas forças tinham cedido. Aquele que devia ser o golpe final, saiu com a mesma potência de um soco meu. Talvez o meu seja mais forte, depois de três anos treinando muay-thai. Mas eu não derrotaria Goku com um soco, então a analogia ainda é válida. Enfim, era a hora do Freeza morrer. Só que, como eu disse algumas linhas acima, as baratas leais e resistentes de Freeza estão sempre prontas pra agir. E um único soldado, aquele que o ressuscitou, que se arriscou a vir pra Terra e usar as Esferas do Dragão pra isso, desferiu, de longe, o golpe final contra Goku. Trairagem. O Freeza liga? Médio. Queria ele mesmo ter matado o sayajin. Mas prefere que ele esteja morto, de qualquer forma. Nessas alturas, qualquer um podia ter feito isso, desde que acabasse com Goku de uma vez.

Bom, com o Goku fora de combate, gravemente machucado, era a vez dele. Vegeta entrou no meio, antes que Freeza pudesse terminar com o outro. Ninguém vai poder matar o Kakaroto, se não for ele mesmo. Parece que as pessoas ainda não entenderam isso. Lindo! Mão espalmada, fazendo Freeza pular pra desviar do golpe. Olha, falando sério, daqui eu ouvi a Bulma suspirar, apaixonada.

E aí, minha gente, com o Vegeta, o negócio é outro. Eu comecei esse capítulo dizendo o quanto Goku não liga de apanhar, desde que a luta esteja divertida. Bom, pro Vegeta, o divertido é não apanhar. Já chegou dando bronca no sayajin derrotado. Chamando de inseto inútil e tudo mais. Deu a ordem de sumir dali e ir comer uma semente. O Freeza não ia deixar. E ele lá liga pro que o Freeza quer? Coisa mais linda! Chutou Goku pra longe, como fez quando os androides apareceram, tirando ele do meio da batalha, e ainda defendeu do golpe de Freeza, que pegaria no coitado meio vivo, meio morto. Com o Vegeta é assim. Não tem dessa de guarda baixa, não. Se tá na luta, é pra não levar nem um soco. Ele é espetacular! Eu não entendo, de verdade, porque ainda colocam o Goku pra ser o fodão! Os anti-herois são sempre os mais legais, os badass! Lindo! Lindo! Lindo! Deixa eu parar, porque senão a Bulma olha de cara feia...

O Freeza ainda tava naquele esquema. Achava que o Vegeta ainda era aquele sayajin que ele conheceu, que ficava assustado com um poder de mais de OITO MIIIIIIIIIIL! Não, querido. Ele não é mais assim. O sorriso de canto surgiu. A aura azulada também. Os urros agressivos romperam o silêncio da arquibancada. Os olhos azuis, trêmulos, viram o que esperaram por dez meses. Ele também era deus. Ali, na frente de Bulma, Vegeta se transformou em Super Sayajin Deus. E ele ia acabar com essa merda toda agora. Primeiro, porque também queria se vingar de Freeza há muito tempo. Segundo, porque também adorava uma luta. E, terceiro, mas não menos importante, porque queria ir logo pra casa.

A beleza do desespero é absurda. A frieza dos olhos de Vegeta em contraste do pavor nos olhos de Freeza é surreal. Enquanto o changeling, agoniado, soltava várias energias, recuando, Vegeta só rebatia, avançando, devagar, com aquela calma característica dele. Aquela, que faz congelar os ossos. Sério, eu vejo de novo essa cena, meu olho até brilha. É lindo demais! Tudo bem, o Freeza tá fraco e tals. Mas ele não consegue encostar em Vegeta! Ele não chega nem perto! O sayajin não deixa! É um golpe atrás do outro, em uma velocidade tão alta, com uma elegância tão natural, esfregando cada palavra humilhante naquela cara dourada amassada, que dá vontade de ver de novo, e de novo, e de novo... Um looping infinito de surras de Vegeta no Freeza!

O problema é que nós estamos falando do Freeza. Um cara que prefere se sacrificar e levar junto seu algoz, do que aceitar a derrota pelas mãos de alguém que ele considera inferior. E, na cabeça doida dele, Vegeta ainda era inferior. Não conseguiria admitir essa humilhação. Pelo contrário, já tinha ido até aí pra poder limpar a honra da humilhação que Goku o fez passar. Nunca poderia sair desse lugar sabendo que, não só não matou Goku, como também perdeu pra Vegeta. Não, era melhor a morte. Mas a morte, pelo visto, ele já teria, já que o ataque do sayajin estava pronto pra lhe acertar. Morreria de novo, sem dúvida. Mas, dessa vez, pelo menos o Vegeta, ele ia levar junto. Antes que o golpe do sayajin o acertasse, projetou o resto de suas energias no chão, direcionado ao núcleo da Terra. A intenção, era matar a todos, mas Whis os protegeu, por estarem perto de Bills. Só que Vegeta estava longe de seu alcance e perto demais de Freeza. Pra ele, era tarde demais. O maldito ia mata-lo.

Quando entendeu o que ia acontecer, o sayajin correu os olhos pro único lugar que lhe preocupava. Viu Bulma envolta naquela bolha de proteção. Então, sorriu um sorriso amargo.

De novo, ele ia morrer.

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Durou um segundo, aquela troca de olhares.

Uma última vez, os olhos negros e os azuis puderam se cruzar de novo. Os de Bulma, marejados, cheios de lágrimas que caíam sem pudor. Dessa vez, ele não ia poder reclamar que ela estava chorando. Os negros, sorriam, estreitos, tentando acalmá-la, satisfeito de ver que ela estava a salvo. Tinha dado certo o plano de ser amiga de Whis, afinal.

Bulma apertou as mãos, em um gesto desesperado, abriu a boca pra respirar. Não era verdade, não podia ser verdade! Não de novo!

Vegeta fez um rápido movimento com a mão, apontando pro cabelo. Depois sorriu. Aprovou a escolha nova de corte. Teria dito isso pra ela, mas, pelo jeito, não teria mais tempo. Sentiu as pernas esquentarem em um nível maior do que o calor comum dos sayajins. Não olhou pra baixo. Sabia que era o líquido que o centro da Terra expulsava pelas fendas criadas por Freeza. Não queria que essa fosse a última coisa a ver. Queria que sua última visão fosse ela. Fosse a sua Bulma. Fossem aqueles olhos azuis. E foram. Por um único segundo, enxergou tudo isso, antes de ser consumido pelas chamas.

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Bulma, de dentro daquela redoma de proteção, caiu de joelhos ao ver Vegeta desaparecer. As lágrimas rolando sem parar. O choque implantado em seu corpo, as mãos apertadas no peito, como se segurasse as mãos dele. Olhava pra frente, vendo tudo explodir. Levou-as ao rosto e se permitiu chorar, gritando alto. Vegeta. Trunks. Pai, mãe. Vegeta. Vegeta. Vegeta. Olhou pros lados, todos sofrendo igualmente pelo que também tinham perdido. Cruzou os olhares com os de Goku. Ele reconheceu os olhos de Bulma. Eram aqueles mesmos de quando se sentou com ela, na Plataforma Celeste, após contar que Vegeta estava morto. Queria poder fazer alguma coisa, ajudar, abraça-la, como daquela vez. Oferecer seu ombro. Mas também tinha o próprio luto pra enfrentar. E tinha o filho, que acabava de perder a família que contruira há pouquíssimo tempo. Bulma não cobrou o apoio. Só o conforto daqueles olhos negros tão iguais e tão diferentes dos que ela amava tanto, já foram o bastante. Quis dar um pequeno sorriso, mas isso foi impossível. Percebeu que outros olhos também seguiam os seus. Esses eram mais misteriosos. Caídos, cobertos por uma névoa de pensamentos que Bulma nunca soube decifrar. Whis sabia, exatamente, o tamanho do sofrimento de Bulma. Claro que sabia. Acompanhou esse relacionamento à distância, com mais intimidade que qualquer outra pessoa jamais teve. Sabia o quanto estava doendo em seu peito. Na verdade, só ele conseguiu ver a sutileza do único segundo de troca de olhares do casal. Uma interessante despedida. Um honroso modo de morrer. Não mereciam que tudo acabase assim.

- Você quer acabar com o Freeza? – Whis perguntou à Goku, que se lamentava por não ter acabado com o maldito quando teve a chance.

Bill complementou a pergunta confusa.

- Isso só aconteceu pelo seu caráter imaturo. Dessa vez, mande o Freeza de volta para o Jardim das Flores. – encerrou, como se estivesse falando algo que fazia muito sentido.

Bulma sentiu uma pontinha de esperança em seu coração. Nem sabia de onde vinha.

- Do que está falando, Lorde Bills? – Goku perguntou, confuso.

- Eu vou retroceder. – Whis explicou, de forma natural. A pontinha, se transformando em um buraco negro. Explique-se Whis, por favor! – Voltaremos no tempo.

Bulma já se levantou e entrou no meio.

- Você consegue fazer isso? – o peito até apertado.

Ele confirmou. Mas tinham alguns poréns.

- Embora o tempo máximo para voltar seja de 3 minutos. O que pensa em fazer, Senhor Goku?

Eles precisavam de um plano. Porque a ação, era a seguinte: Whis voltava no tempo e os deixava extamente no ponto em que Freeza estava prestes a ser morto por Vegeta. Aí entrava Goku. E teria que ser definitivo. O que ele ia fazer? O Kamehameha mais mortal de todos.

Todo mundo entendeu? Sim! Então, vamos lá! O olhinho azul de Bulma cheio de lágrima! Tem que dar certo! Tem que dar certo! Se pudesse, se tivesse como, ela mesma ia lá e arrancava o coração de Freeza. Comeria ele cru! Só não propunha isso porque, muito provavelmente, aquele desgraçado não tinha um coração.

Whis bateu o cajado no chão. Tudo começou a andar de marcha ré. A Terra voltou a existir, a explosão se conteve, Vegeta reapareceu, Freeza ressurgiu. De novo, estavam os dois, na mesma posição. Era agora, ou nunca. Não tinha mais o que pensar. O plano era esse e não tinha chance pra erro. Goku virou deus e lançou o Kamehameha mais potente que tinha. Foi o tempo de Vegeta desviar. Nem rateou. Pela cara que o outro tava, era perigoso sobrar até pra ele. Saiu dali rapidinho, sem entender porque Kakaroto tava entrando no meio da luta.

Olhou pra arquibancada. Por que Bulma tava chorando desesperada? Por que Bills tinha aquele sorrisinho? Por que aqueles inúteis estavam com a expressão aliviada? E, por que, Kakaroto lançou um golpe tão poderoso em um inimigo que estava praticamente morto? Foi brigar, claro. Ainda ficou ouvindo todo mundo agradecer aquele ridículo por ter matado Freeza. Mas o que deixou ele possesso foi Bulma. Por que a mulher dele, tava agradecendo ao idiota? Ai, ai, ai... não tava gostando disso aí, não. Exigiu explicações, que foram dadas. Bom, entendeu em partes. Mas, ainda assim, não gostou do sorriso de Bulma pro lado do outro não. Ficou de cara feia.

Mas enfim, o que importava era: Freeza morreu. Gohan e Kuririn queriam ir pra casa ver a família. Goku também e ainda queria ir pra Nameku, usar as Esferas deles pra reviver Piccolo. Tenshin e Kame já não tinham mais o que fazer por ali. Bills e Whis, até queriam alguma coisa: comida boa.

- Bom, a gente podia comemorar, quando todos já estiverem organizados! – Bulma propôs, animada. Se referia à dificuldade de trazer Piccolo de volta a vida. Demoraria algumas horas, pelo menos. E isso, era tudo que ela mais queria.

Bills e Whis adoraram: comida! Já aceitaram a proposta, rapidinho. Os outros também. Goku já saiu vazado, pra ir resolver os problemas dele logo. Sobrou só um certo casal que tava doido de saudade.

- Vai encher a casa de gente mesmo, mulher? – reclamou um sayajin emburrado.

Bulma riu. Chegou pertinho dele, pegando na mão cruzada sobre o peito.

- Acho que a gente ainda tem algumas horas, antes deles começarem a chegar. – respondeu, sorrindo, dando uma piscadela.

Derreteu o turrão. Ele sorriu de volta.

- Então, acho bom a gente ir embora logo. – disse, malicioso, puxando Bulma pra si. Enfiou o nariz no cabelo dela. O cheiro. Tava quase se esquecendo dele.

Como era bom o cheiro dessa mulher. Já agarrou Bulma pela cintura e saiu pelo ar. Ainda avisou:

- Segura firme! Porque eu vou o mais rápido que eu puder! 


Notas Finais


Hum... algumas horas...


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