História Como tudo começou. (HIATUS) - Capitulo IV

E antes que ela pudesse falar alguma coisa, Naruto já havia desaparecido, deixando-a sozinha naquele quarto. Dessa vez ela não conseguiu se segurar, suas lágrimas caiam quentes e com abundância, gritou alto e agudo tentando tirar aquela dor que há dias estava em seu coração. Puxava e bagunçava os cabelos desesperada com aquela tristeza, estava insuportável, doía demais.

Naruto caminhava apressadamente e irado pelas ruas de Konoha, seu sangue fervia pela tamanha raiva que sentia de Sakura. Ele ainda a considerava muito, mas nunca entendia sua personalidade, queria entender o que se passava em sua cabeça e saber o que à fez agir de maneira tão estranha ultimamente. Chegou uma hora que ele simplesmente não aguentou, teve que expressar tudo o que sentia.

Hinata havia lhe dito que ele merecia alguém que o amasse, de que não vale a pena correr atrás de alguém que ama outra pessoa. A Hyuuga chegou a dizer que Sakura era fraca e não tinha capacidade de reconhecer o potencial dele, já que sua vida era totalmente dedicada ao Uchiha, de que ela era capaz de usar-lo como segunda opção quando perceber que Sasuke era é um caso impossível, mas que ela, Hinata, é capaz de fazer o loiro feliz, de que ela sim era a pessoa que ele merecia. Com isto, o rapaz lhe deu uma chance, queria saber se era realmente verdade. E agora, com o que Sakura dissera de que ainda ama Sasuke, acreditou que a morena tinha razão e se entristeceu por que não queria acreditar.

Quando chegou em casa, Naruto tirou suas sandálias e refrescou os pés com água gelada tirando toda a tensão de seu corpo. Deitou-se em sua cama tentando dormir para que não pensasse muito no que aconteceu. Havia ido para o hospital buscar sua ficha médica já que pra se tornar Hokage deveria estar com a saúde impecável, mas no final, voltou sem a ficha e com uma grande frustração.

Seus olhos pesaram e o sono logo chegou. Dormiu da maneira em que estava sem se importar que hora acordaria, só queria parar de pensar no que aconteceu naquela manhã e dormir em paz. 

Algumas horas depois, acordou assustado com várias batidas na porta. Se levantou extremamente sem vontade e atendeu. Lá estava Hinata com uma grande cesta em mãos, seu rosto estava bastante vermelho e continha um leve sorriso nos lábios. Sem pensar duas vezes, Naruto deu espaço para que ela pudesse passar, fechando a porta em seguida.

– Já são mais de uma hora da tarde e a-achei que você não deve ter comido nada. E-Então eu te trouxe algumas coisas...

Naruto coçou a nuca e balançou a cabeça que sim. Realmente, estava faminto, pois há dias não comia uma comida descente, já que não sabia cozinhar nada.

– Obrigado, Hinata, você chegou na hora certa – Sorriu.

A morena colocou a cesta em cima da mesa e disse: 

– Você está mal? Sua voz está soando t-tão chateada. Encontrou com Sakura-san?

Ele não havia percebido que sua voz transmitia seus sentimentos. Não só a voz, mas sim seu coração também estava chateado, só que Hinata não precisava saber como Sakura ainda o afetava, de como ele ainda ficava quando lhe via.

– Você tinha razão... A vida da Sakura-chan só existe o Sasuke. 

– Ela é seu passado, N-Naruto-kun. Seu presente está aqui, e-eu!

Hinata foi se aproximando aos poucos e depositou um leve selinho nos lábios do rapaz que simplesmente retribuiu.

Sussurrou ela: 

– Eu te amo...

– Eu também gosto de você. – Respondeu Naruto.

A Hyuuga se afastou sorrindo e disse: 

– Bom, então vamos comer!

Um pouco mais animado, o loiro concordou e foram se sentar na mesa para saborear o que sua namorada trouxe. Ela mostrou vários aperitivos, pedaços de peixe frito, bolinhos de arroz, fatias de carne de porco, salada com ovos, suco natural, e o melhor deles, uma porção grande de lámen. Ele estava fascinado pois adorava comer, e não exitou em devorar tudo com bastante vontade.

Conversaram sobre tudo, brincaram um com o outro, fizeram confissões e tudo o que um bom casal de namorado poderia fazer, até dar quase nove horas da noite. Hinata arrumou a bagunça que fizeram guardando tudo dentro da cesta e foi embora com um bom beijo de despedida.

Naruto trancou a porta e foi ao banheiro tomar um banho morno. Tirou todas suas peças de roupas e entrou debaixo do chuveiro. Fechou os olhos pensando em tudo o que aconteceu naquele dia. A cena de Sakura passando mal o deixava bastante preocupado; ele queria ter ficado no hospital e ter certeza que ela estava bem, mas era errado, por que não queria se humilhar mais, e essa divisão de sentimentos o deixava louco.

O banho foi demorado e bastante pensativo, durou cerca de meia hora, que por sinal lhe fez muito bem. Saiu do banheiro com a toalha enrolada na cintura na procura do seu pijama, algo que não foi difícil de encontrar já que Naruto deixava tudo sobre o chão. O vestiu e se sentou em uma poltrona velha que tinha ali.

Olhou o porta-retrato do time sete em sua estante lembrando de todos os momentos em que tiveram juntos, desde o tempo em que se conheceram até os dias atuais. As brincadeiras e missões que passaram, as conversas e de como se tornaram uma família. Era gratificante para o loiro se recordar. Sorria sozinho lembrando-se de como era boa a época de infância.

De repente, um barulho de alguém batendo na porta tirou-o de seus pensamentos. Gritou dizendo que já ia atender, mas a pessoa continuava a bater. Destrancou a porta e a abriu tendo uma visão da cabeleira curta e rosa de Sakura. Olhou para sua mão e viu que ela segurava dois envelopes grandes, sua feição estava tão estranha que sentiu um leve incomodo só de vê-la.

A Haruno entrou na casa do rapaz apressada e sem permissão, pronunciando logo em seguida:

– É coisa rápida, não vim tomar muito o seu tempo.

– Pode falar – Respondeu.

Ela olhou para os envelopes os separando colocando um em cada mão, suspirou fundo e entregou um deles para Naruto.

– Hoje de manhã você foi ao hospital buscar sua ficha médica, certo? Então eu vim lhe trazer.

Sakura fez uma pausa para respirar melhor já que estava se sentindo bastante tensa, e logo continuou:

– E este aqui é o resultado dos meus exames. – Entregou o outro envelope.

– Mas por que eu iria querer seu exame?

– Por favor, só abra e leia!

Sem entender nada, Naruto colocou sua ficha em cima da mesa e abriu o envelope de Sakura. Ele viu que tudo estava normal com o organismo da garota, e ficou aliviado já que estava preocupado com ela. Desceu o olhar para o final da folha vendo algo escrito em negrito: 

Resultado de gravidez – Positivo

Sensibilidade do teste: 25 mIU/ml

Naruto sentiu sua boca secar com o que leu.

– I-Isso é...

– Estou grávida...

Precisava se sentar com o que ouviu, pois era muita coisa pra raciocinar, estava se sentindo perdido e ao mesmo tempo uma sensação boa brotou em seu peito, uma sensação que o deixava feliz.

– Um filho-ttebayo...

Sakura tocou em sua barriga e disse: 

– Estou pensando em cria-lo fora da vila pra que cresça feliz. Uma vida onde haja somente eu e ele.

– Como é? – Indagou.

– Ultimamente ando atrapalhando sua vida e não quero que isso continue... Depois do que aconteceu hoje, não tive dúvidas enquanto á isso.

Ele se aproximou dela um tanto sério. Era tão próximo que ela pode sentir a respiração quente bater em sua testa. Os olhos azuis dele brilhavam de uma forma tão bonita e amedrontante que a garota não conseguia parar de admirar; estava ali, encarando-o.

– Você está se ouvindo, Sakura-chan? Como sempre pensando somente em você, e eu como fico? É o meu filho que você está carregando.

Ela piscou rapidamente saindo de transe, e então disse:

– De qualquer maneira não posso continuar aqui. O pai desta criança tem outra mulher, serei uma mãe repudiada por todos só pelo fato de não ser casada e meus pais me expulsaram de casa. 

– Então me deixa cuidar de você. – Gritou ele.

– Isso precisa ser segredo, Naruto. N-Não estou pronta para contar pra todos.

– Não vai conseguir esconder por muito tempo, por que amanhã mesmo conversarei com seus pais.

– Por favor, não... 

– Sua barriga vai crescer e vão te humilhar por aparecer grávida de repente, é isso que você quer?

O medo dela era tanto que sem mais caiu no chão aos prantos sentindo uma sensação dolorosa. O terror do repudiamento não a deixava pensar em muita coisa. Aquela vontade de nunca existir parecia que aumentava a cada minuto. Viu sua vida despencar na sua frente e não podia fazer nada pra mudar já que era a culpada de tudo. Um choro alto e desesperado ecoou sobre aquela casa mostrando o quão péssima estava, e vendo-a daquele jeito, Naruto se sentia muito mal.

– Então me ajuda... – Sussurrava.

O Uzumaki se agachou pra perto da garota vendo sua expressão de assustada, era algo indecifrável para ele ver a mulher mais forte que conhecera de maneira tão frágil. Tirava os cabelos rosa do seu rosto tendo visão de suas bochechas vermelhas e úmidas de Sakura, ergueu seu rosto com as mãos fazendo-a encara-lo outra vez. Seus olhos avermelhados por causa do choro tocava o coração do rapaz, sentiu necessidade de abraça-la e assim fez, a abraçou forte como conforto para que ela parasse de se sentir triste e aos poucos o ato fez com que o choro se cessasse deixando apenas os soluços.

– Esquece tudo que aconteceu, Sakura-chan... E me deixe ser um bom pai, você deixa?

Ela queria responde-lo, mas as palavras certas não apareciam fazendo-a continuar calada.

– Jamais vou te deixar faltar nada, vou estar ali pra tudo que precisar, mas me prometa que nunca mais vai dizer que vai embora-ttebayo.

Sakura balançou a cabeça sobre o peito deste, que a abraçou ainda mais apertado. Ele sorriu por faze-la se acalmar e então continuou a falar:

– Vou conversar com seus pais e explicar a situação. Estou com um pouco de medo pra encarar o senhor Haruno – riu – Mas com o tempo as coisas vão se ajeitar, né?

Aos poucos, a Rosada foi se esquecendo dos medos que tinha graças as palavras doces de Naruto, a forma que ele falara parecia ser tudo mais fácil. O poder que ele tinha sobre os sentimentos dela era algo fascinante pois qualquer coisa que falava sendo boa ou não, mudava seu dia, e era o que estava acontecendo naquele momento. Uma hora estava magoada pelas palavras duras do mesmo e na outra estava feliz por que não se sentia sozinha.

– Sei que ando um pouco distante de você e sinto muito por isso, mas o que aconteceu com a gente me deixou bastante constrangida já que nunca havia feito antes. 

A voz de Sakura saiu abafada por conta do abraço que ainda não foi desfeito. Ela conseguia sentir o cheiro da pele de Naruto e o calor que ela transmitia. Era tão bom estar ali que não fez questão de empurra-lo ou de bate-lo como sempre fez, pois era tudo o que ela precisava.

– Só esquece, tá? Daqui pra frente vai ser difícil e ficar lembrando de coisas ruins não vai ajudar. É a vida de alguém em jogo.

A garota concordou com a cabeça de novo, só que dessa vez, ela retribuiu o abraço do rapaz colocando seus braços envolta do pescoço deste, deixando-o feliz com o gesto.

Ambos combinaram que iriam juntos conversar com Mebuki e Kizashi antes de Sakura ir para o trabalho. Seria uma conversa longa, mas que poderia melhorar a condição da mesma. Assumir uma responsabilidade foi a coisa mais sensata que poderiam fazer e não simplesmente fugir como a garota queria, e se ela fosse capaz disto, Naruto iria atrás de todo jeito.

Quando amanheceu no outro dia, a Haruno já estava de pé andando de um lado para o outro aflita esperando o loiro chegar. Parecia que cada minuto que passava era um século. Mesmo os enjoos estando ali, eles não a impediam de continuar com essa ideia até o final. O Uzumaki tinha razão em contar logo de uma vez, guardar e deixar que o tempo revele seria a pior decisão.

A campainha tocara e a garota corre para atender sabendo que a hora havia chegado. E lá estava, Naruto branco feito papel. Ela pediu para ele se acalmar já que dava a mostrar que estava mais tenso que a mesma.

– Naruto-kun? Que surpresa você por aqui!

Mebuki apareceu na sala assustando os futuros pais. Ela parecia radiante, e a rosada ficou aliviada já que isso poderia ajudar muito. A Haruno mais velha pediu pra que ele entrasse e se sentasse no sofá e assim ele fez. 

– Mãe, a senhora pode chamar o papai? A gente queria conversar com vocês dois. – Pediu Sakura.

No rosto da mulher brotou um grande sorriso aceitando o pedido, subiu as escadas e foi chamar seu marido. Um tempinho depois, Kizashi estava sendo puxado pelo braço por sua esposa que pedia pra que andasse rápido já que ele estava sonolento. Assim que Naruto viu o pai de Sakura seu sangue gelou.

O casal se sentou no sofá em frente aos dois onde estavam sentados esperando que eles falassem. Com um pouco de coragem, o loiro finalmente pronuncia:

– Estou aqui para assumir meu erro e dizer que a filha de vocês está grávida, e que o pai sou eu...

Continua...