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História Como um Clichê Shoujo - 02; Não se deve entrar em uma banheira com seu pior inimigo


Escrita por: wang-yale

Notas do Autor


Isso acabou saindo bem mais rápido do que eu previ rs >.<
Fiquei muito feliz com a quantidade de favoritos e comentários, eu nunca imaginei que ia chegar a tanto, eu quase chorei (ಥ⌣ಥ)
Muito obrigada por terem me apoiado e me incentivado a continuar!

boa leitura <3

Capítulo 2 - 02; Não se deve entrar em uma banheira com seu pior inimigo


Fanfic / Fanfiction Como um Clichê Shoujo - 02; Não se deve entrar em uma banheira com seu pior inimigo

Capítulo 2:

Não se deve entrar em uma banheira com seu pior inimigo

 

Olhe só para ela, sempre sozinha. Ela nem sequer é bonita. algum garoto sussurrou para outro, bem atrás de suas costas.

Na verdade, é horrível sentar ao lado dela. Ela não conversa e está sempre fora de moda. uma menina de cabelos escuros disse para as outras, em uma rodinha que ficava ao lado da janela, bem perto de sua carteira.

Eu preciso mudar, eu quero mudar, eu vou mudar! Ela pensou durante as noites que passava em claro em seu quarto, agarrada com seu urso gigante enquanto ainda estava no fundamental.

Hana amassou a folha em que estava escrevendo e a jogou dentro do lixeiro do quarto. Encolheu a cabeça contra a mesinha do centro em que estava sentada no chão e olhou-se no pequeno espelho sobre ela.

Ela realmente havia mudado ou seria apenas alucinação?

Olhou para os próprios cabelos e logo em seguida para os lábios nada rosados. O que ela seria sem aquela maquiagem ou qualquer outra coisa? Na verdade, ela não conseguia se imaginar sem uma máscara. Pelo menos não mais. Não depois de tudo que fizeram com ela no fundamental.

E aquela rotina de colocar batom se repetia sempre que podia, durante todos os horários do dia. Mas ela tinha que ser bonita, pelo seu próprio bem e pelos outros, também.

Não queria admitir, mas fazia aquilo para agradar aos outros. Ficava sempre se lembrando do quanto ela era inútil no passado, bem quando todos a insultavam pela sua aparência e seu modo de se vestir, — onde, na verdade, ela apenas preferia roupas compridas e nada casuais —.

Naquele instante, ela levantou-se do chão e pegou o papel que havia jogado na lixeira. O desamassou e escreveu mais um desejo naquela lista que a faria se tornar outra garota: Eu vou ser mais esplêndida e ter mais confiança. Eu vou fazer as coisas que eu quero fazer. Eu vou...

Parou de escrever para engolir as pequenas lágrimas que começavam a manchar o papel amassado. Ela as limpou com a barra do moletom que usava e continuou:

Eu vou me tornar alguém melhor.

O toque para as aulas. Papel enfiado dentro do bolso da saia. Uma última olhada no espelho para acalmar os fios rebeldes que começavam a aparecer. Então, finalmente, ela estava pronta para enfrentar seu dia.

 

— Ah, Yoon Hana, aí está você! — uma senhora de meia idade apareceu diante dela quando a mesma já estava saindo do refeitório. Hana a encarou. — Chittaphon deixou isso para você. — ela entregou um papel e saiu em seguida.

De jeito nenhum, isso é... UM BILHETE, CERTO?

Hana o abriu aos poucos, evitando levar um choque direto. Mas a verdade é que seu coração e seus pulsos estavam gritando bem mais do que podia parecer.

No bilhete, estava escrito: Dormiu bem? Espero que sim. Por favor, me desculpe por ontem à noite, meu irmão não está em seu juízo perfeito. Tenha uma ótima semana!

Ela não podia acreditar no que tinha acabado do ler. De repente, a vontade de gritar enroscou em sua garganta e ela se controlou. Algo quente subiu por seu corpo, ela não podia acreditar naquilo!

Uma carta do príncipe! AAAH! A letra dele é tão linda. 

— Hana! — Siyeon a agarrou no meio do corredor do nada, Hana deu um leve impulso para trás. — O que é isso aí? — curiosa, ela tomou o bilhete de sua mão.

— Esper-

Dormiu bem? Espero que sim... — começou a ler, e de repente seus olhos brilharam enquanto o rosto de Hana estava na mais enrascada vermelhidão. Nayoung apareceu logo ao lado da outra, lendo o bilhete. Juntas.

— Espere. Isso é do príncipe? — Nayoung perguntou, os cabelos escuros amarrados em um rabo de cavalo.

— Como você sabe? — Hana não conseguia encará-las, mas empenhou-se para arrancar o bilhete das mãos da amiga.

— Está escrito embaixo. — Siyeon riu e Hana teve que conferir o nome do príncipe estampado no fim do bilhete.

Ele não deveria ter assinado... Mas não importa. Agora todos vão saber que ele me mandou uma carta!

— Ei, o que é aquilo? — Nayoung apontou para algum lugar e Hana seguiu com o olhar, dando de cara com uma garota encostada na parede e um garoto enorme em sua frente.

— Você sairia com um cara como eu, não é? — ele perguntou, a garota abaixou o olhar, tímida.

— O que está acontecendo? Briga de namorados? — Siyeon perguntou, observando atentamente.

Então, Hana arregalou os olhos logo quando escutou a voz do menino.

“Ela nem é bonita mesmo. Veja, ela me lembra aquela garota do filme O Chamado.”

— Não, não pode ser... — disse para si mesma, as amigas a encararam.

— O que houve? — perguntou Siyeon, mas antes que pudesse obter a resposta, viu o corpo de Hana se movimentar e ela soltar algo como:

— Por favor, pare com isso! — o menino a encarou, e a garota abaixo dele também. — Você está assediando ela!
            — Hã? — ele estreitou os olhos e a garota fugiu, segurando a bolsa contra o peito. — Mas que droga é essa?

Eu não vou ter medo. Eu vou mudar. Eu preciso ser uma pessoa nova.

O garoto se aproximou de Hana e tocou em seu ombro, dando-lhe um sorriso malicioso em seguida.

— O que foi? Você vai entrar no lugar dela e sair comigo?

Hana se afastou, as amigas apenas ficaram encarando a cena, esperando o momento certo para reagir.

— De jeito nenhum! E não me toque!
            — Ah, qual é! Vai ser divertido, não acha? — ele a encostou contra a parede. Hana não conseguia respirar, por um breve momento. — Eu posso fazer você ir a loucura, o que me diz?

— Ei. — uma voz disse, bem rente ao ouvido do rapaz. De repente, o corpo dele já estava jogado contra o chão e um pé estava sobre seu peito. — Não é permitido assédio aqui dentro. Se quiser fazer algo assim, então vá procurar uma revista pornô e converse sozinho, seu lixo.

Demônio negro. Lee Taeyong. Bem em sua frente, mas ela não o reconheceu, não depois de olhá-lo e ter certeza de que era ele. Entretanto, seu cabelo comprido havia sido cortado. Ele virou seu rosto para Hana e ela levou um susto.

— Não me leve a mal, eu não tenho interesse em uma garotinha como você. — Hana apenas encarou o fato de ele estar tão diferente com o cabelo cortado. — Você está no caminho. — ele a empurrou com o ombro, de novo.

— Ei, você! — o garoto levantou-se do chão e tocou no ombro do demônio. — O que diabos pensa que está fazendo? — o demônio pareceu não se importar. — Ei, olhe pra mim!

— Cala a boca, seu pedaço de merda.

A voz dele continuava assustadoramente terrível. E a sua aura não havia melhorado em nada, continuava igual à de um ser das trevas. O olhar que ele lançou ao garoto se assemelhava ao olhar de um assassino. Ele era realmente um demônio.

O garoto calou-se na hora e soltou o ombro do maior, então ele disse:

— Eu vou me lembrar disso, tsc.

E saiu do caminho, como um verdadeiro perdedor. Mas Hana continuou ali, encarando o rosto do demônio com um pouco mais de foco.

Esse cara é realmente o demônio negro?

— Demôni-

— Espere! Quem é este garoto tão lindo? — uma menina sussurrou para outra atrás de Hana. — Ele está na nossa classe?

— O quê? — o demônio virou o rosto para as três garotas que fuxicavam atrás de si. Hana aproveitou para entrar em sua frente.

— Você... Er... — ela gaguejou, de novo. Quantas vezes precisava aprender que não deveria gaguejar desse jeito quando fosse falar?

O demônio virou o rosto para ela, em uma proximidade absurda. Milímetros de distância. Hana tremeu.

— Me diga... — ele começou. A garota se perguntou se ele realmente estava falando com ela, mas julgando que somente ela estava na frente dele naquele instante... — Eu devo cortar seu cabelo também?

— O quê? N-Não...

— Se você se ajoelhar e pedir desculpas, eu posso te deixar ir. — ele sorriu.

Que tipo de sorriso é esse? Parece que ele está se divertindo com a situação!

— Eu não tenho medo de pessoas como você! — ela disse de repente, enquanto apertava o pulso para tomar coragem.

Isso. Você não tem medo de ninguém. Você é uma nova pessoa, uma atualização bem melhor de si mesma!

Hã? Não ligo para o que você pensa, apenas... — ele a cercou contra a parede. — Apenas se ajoelhe e peça desculpas, agora.

— Eu não vou me desculpar, você mereceu! Além disso, se você se aproximar demais o seu cabelo vai... Encostar de novo e...

O príncipe branco analisou a cena bem de onde estava, encostado na parede com a mochila ainda nas costas.

— Príncipe! Bom dia! — uma menina disse ao passar, ele sorriu para ela.

Dessa vez eu consigo! Hana pensou. Desta vez eu serei alguém novo!

— Você realmente tem coragem em falar comigo nesse tom. — ele disse, em um tom baixo. — Mas ainda não estou nem um pouco interessado. Apenas faça o que eu digo e te deixarei ir.

Hana não disse nada. E nem sequer conseguiu. De repente, o rosto do demônio estava quase tocando o seu, e então, os lábios dele encostaram contra o dela.

Mas... O que é isso?

As garotas que olhavam enfiaram as mãos contra os lábios, algumas extremamente chocadas. Uma delas tirou uma foto com o flash ligado, mas Hana estava paralisada demais para conseguir pensar em algo.

O demônio negro deu um sorrisinho quando tirou os lábios do dela. A garota ficou imóvel, completamente avoada.

— O que você pensa que está fazendo? — ela gritou. O demônio passou a mão contra a boca.

— É a sua pena por ter cortado o cabelo do superintendente adjunto do dormitório. Só estou avisando.

Uma pena? O que ele está pensando?

— O dormitório está sob a minha jurisdição. A partir de agora, você deve absolutamente obedecer às regras.

À distância, o príncipe branco sussurrou para si mesmo:

— Impressionante... Parece que as coisas tomaram um rumo interessante.

Isso só pode ser brincadeira!

 

           

Quando a hora do almoço passou, Hana ainda estava avoada. Seu primeiro beijo não havia sido com o príncipe branco, como ela tanto sonhou. Ele apenas foi tirado dela de uma forma bem ruim. Ouvia sussurros das outras garotas e olhares nada discretos. Certamente a foto do beijo estava indo pelos ares naquele instante, mas ela ainda podia acreditar que a garota que tirou a foto resolvera não enviar para todo mundo. Pelo menos ela podia continuar acreditando nisso.

Mas, de qualquer forma, ela se sentia alguém completamente vazio por dentro. Vez ou outra passava os dedos magricelas contra os lábios, sempre lembrando o que havia acontecido.

E eram naqueles segundos que ela temia quando voltava para a classe. A banca do demônio negro sempre estava atrás da sua, e ele sempre estava sentado nela. Naquele dia, ela entrou disfarçadamente na sala, caminhando com cuidado entre as fileiras para que ele não a visse ou escutasse, visto que parecia estar dormindo com a cabeça contra a banca.

Hana segurou sua cadeira e a arrastou gentilmente, assemelhando-se a uma ninja. Porém, uma ninja que não conseguia fazer a cadeira parar de rugir contra o chão.

Pelo menos ele não havia levantado a cabeça, mesmo que tivesse escutado todo o percurso da garota.

Ela sentou, suspirando aliviada. Por um segundo, seu coração quase saltou quando pensou na possibilidade que ele tinha de vê-la. Pelo menos por aquele momento, ele nem sequer havia reagido.

E isso era algo bom.

A sala encheu com alunos risonhos e amigáveis. O professor entrou logo depois, jogando os papéis contra a mesa e escrevendo algo no quadro. Algo como fórmulas estranhas que Hana raramente conseguia entender. Na verdade, ela não entendia nada e nem sequer se esforçava para tal.

Tudo parecia perfeito até aquele momento. O momento em que Hana sentiu a parte de baixo de sua cadeira ser chutada, logo onde ela sentava. Ela pulou.

Mas o que é isso? Será possível que...

Ninguém da turma ouviu, felizmente. Hana abriu o caderno, nervosa. As mãos estavam um pouco trêmulas e ela se esforçou para esquecer e se concentrou no quadro e no que o professor falava.

— Ei. — ele chamou, baixo. Ela fingiu não ouvir. — Não se atreva a me ignorar.

Ela ignorou.

Mas então, uma mão puxou o seu cabelo e quando ela menos esperou, a boca do demônio negro já estava contra seu ouvido.

— É melhor aparecer no dormitório hoje. Não se atreva a fugir de mim.

— O quê? — ela estava mais nervosa pelo fato do seu cabelo estar sendo puxado do que pela ordem que ele lhe havia dado. — Quem disse que eu estou fugindo de você?

Ele mordeu o lóbulo da orelha de Hana, de repente. Ela gritou. Todos da sala a encararam.

— Está tudo bem, senhorita Yoon? Você acabou de gritar... — o professor a encarou, ainda com o giz na mão.

Eu quero mudar de lugar!

— Sim, eu estou bem... — disse, baixinho. Algumas garotas começaram a sussurrar entre si, novamente.

O demônio negro deu um sorrisinho sacana enquanto olhava para o pátio fora da janela.

 

Quando o professor já havia saído e Hana era a única que estava na sala, ela aproveitou o momento para retirar sua lista de dentro do bolso e escrever uma coisa nova, enquanto estava completamente estressada com todo o seu dia.

Eu também quero um namorado.

Então, balançou a cabeça e guardou a caneta, pronta para se levantar. Mas uma mão invadiu seu espaço e pegou o pequeno papel de cima de sua banca. O coração dela falhou por um instante e ela levantou-se rapidamente. O demônio negro segurava o papel enquanto lia.

— Me devolva! — ela pulou contra ele, mas ele era bem mais alto que ela.

— Tsc, que coisa chata. — ele encostou-se contra a janela e jogou o papel dali de cima. Ela gritou.

— Por que você está fazendo isso comigo? — ele não respondeu. Furiosa, ela saiu martelando os pés pelo corredor até conseguir chegar ao pátio. Continuou procurando a folhinha pelo caminho todo, mas nem sequer um sinal.

O que aconteceria se alguma outra garota encontrasse aquela lista? Ia ser o seu fim de se tornar alguém novo. Ah, sinceramente...

Ela sentou-se no gramado e ali ficou, encolhida. Pensativa até demais. Por que diabos o seu dia estava sendo daquele jeito? O que exatamente ela havia feito de errado em sua vida passada para receber aquilo? Tudo estava uma merda, definitivamente.

Alguém sentou ao seu lado e a cutucou, com uma folhinha branca dobrada na mão.

— Isso é seu? — o príncipe branco estava sorrindo enquanto entregava a folha, Hana teve um leve impulso em seu peito. De repente ele abriu a folha e ela quase teve um infarto.

— Não olhe! — gritou, tomando o papel. Minutos depois percebeu o que havia feito. O príncipe riu.

— Você quer um namorado? — então ele realmente leu!

Hana não respondeu, extremamente tímida.

— Me pergunto como você ainda não tem, mesmo sendo tão bonita.

Ele me elogiou? Não consigo acreditar! Ele realmente...

— Então... — o príncipe segurou a mão da garota, na qual estava fria pela vergonha. Ela não sentiu o coração naquele breve instante. — Posso ser um candidato?

Puta merda!

 

Enquanto Hana andava pelo corredor saltitando e fazendo caretas apaixonada sozinha, não conseguia parar de pensar na pergunta que Ten Chittaphon fizera a ela. Será que ele estava pedindo para ser um candidato como seu amigo ou namorado? Pensava repetidas vezes.

— Ei. — ouviu a voz de Lee Taeyong, mas ignorou. — Você realmente tem coragem para me ignorar desse jeito.

Ela continuou o ignorando, mas ouviu passos a seguindo e parou, vendo o demônio a encarando nada disfarçado.

— Não vou falar com você até que se desculpe sobre o beijo.

Ele pensou alguns segundos sobre o que ela estava falando. Então, fechou os olhos por um breve segundo e suspirou.

— Você não está compreendendo mal alguma coisa? — perguntou, sempre sério. Hana não entendeu. — É você quem deve se desculpar comigo. — ele a prensou contra a parede. — Quem quebra as regras merece ser punido.

Do que ele está falando? Ele continua tão assustador quanto antes! Por que um demônio como ele pode ser irmão de alguém tão incrível quanto o príncipe?

— Por que eu tenho que obedecer as suas regras? — Hana perguntou, tomando coragem o suficiente para não acabar gaguejando. Taeyong continuou a encarando sem nenhuma expressão no rosto. — Você é só o superintendente adjunto do dormitório.

— Me foi concedida a autoridade pelo líder do dormitório. — retrucou, com a mesma expressão séria. Hana engoliu em seco.

— Para um demônio como você? No que ele estava pensando quando fez isso? E eu não vou obedecer a suas regras!

Ah, merda! Isso é muito ruim! Eu não deveria ter dito algo assim!

Taeyong a encarou por alguns segundos, segundos estes que Hana podia jurar que seria massacrada.

— Então... Por que você não vai polir todas as bolas de basquete do ginásio?

— O que?

Taeyong deu um sorrisinho maléfico, como alguém que realmente estava se divertindo com a situação. Ele era apenas um sádico para Hana.

— Isso pode substituir a sua punição. — disse. Hana o encarou, raivosa.

— Por que você é tão...?

— Ah, então você não consegue fazer isso? — ele perguntou como se estivesse encarando sua próxima presa. Ela não podia se deixar rebaixar por aquilo.

— Será moleza! — disse, mesmo que estivesse gritando para não fazer aquilo por dentro.

Duas garotas passaram e encaram os dois ali, naquele mesmo instante. Uma delas disse:

— Aquela não é a garota que foi beijada?

A outra respondeu:

— Sim, é ela mesma! Eles estão se encarando... De alguma forma, isso me irrita!
            — Isso é tão incomodo... Uma garota como aquela. Eu a vi junto com príncipe também!

As duas acabaram mordendo os próprios lábios.

           

No ginásio, Hana carregou sozinha uma sacola cheia de bolas de basquete. Tirou cada uma de dentro e começou a polir. A verdade, é que ela odiava limpeza e nem sabia o porquê havia aceitado aquilo. Mas no fundo, bem no fundo, ela queria competir com o demônio. Iria mostrar para si mesma que era outra garota, e uma forma disso seria encarar o terrível demônio de frente, olho no olho. De pouco em pouco, ela deixaria ele no chinelo.

— Yoon? — o príncipe Ten apareceu ao seu lado, carregando duas latinhas de refrigerante. — Obrigada pelo seu trabalho duro. — ele sorriu. Aquele sorriso tão angelical. Hana pulou. — Vamos, escolha qualquer um.

— Então... Ficarei com este. — ela pegou qualquer uma sem sequer olhar o sabor, mas estava nervosa demais para parar e ler o que estava escrito na latinha. — Obrigado.

Breve silêncio. Ela apenas começou a balançar as pernas, ansiosa.

— Sobre o beijo, — os olhos dela se arregalaram. — Eu me desculpo pelo Tae.

— M-mas isso não é algo que você deva se desculpar, é só...

— No fundo, ele é um cara legal. — ela parou o que estava fazendo e o encarou. — Então, eu espero que você possa se dar bem com ele.

Sorriu. Aquele mesmo sorriso que Hana tanto aclamava. Ela ficou vermelha, como sempre.

— Desse jeito... — ela deu um sorriso nervoso. — Então, eu farei o meu melhor.

— Obrigado.

De repente, ele pegou uma das bolas da cesta. Hana se assustou.

— Já que eu não tenho nada para fazer, posso te ajudar com isso?

Ela quis dizer não, mas a língua estava enrolada de mil e uma formas diferentes na qual ela não conseguia dizer nenhuma palavra.

— Ótimo! — ele respondeu a si próprio, Hana teve um leve infarto dentro de seu corpo.

Ele realmente é um príncipe.

 

Duas horas depois, ela estava completamente acabada. Suas costas estavam doendo e os pés mal conseguiam andar, sem contar todo o esforço das mãos. Ela estava completamente derrotada, se é que se pudesse ressaltar isso. E mesmo com a ajuda do príncipe, a quantidade de bolas havia sido maior do que ela previa.

O demônio negro apareceu diante de si, vestindo um moletom de ginástica e a encarando com a mesma expressão séria de sempre. Ela deu um leve pulo.

— Você demorou. Muito lenta.

Ela quis esganá-lo. Então por que você não fez o trabalho todo?

— Lenta? Tinham mais de mil bolas naquela sacola! O que você esperava?

Ele não ligou, nem respondeu. Não estava interessado naquela história toda. Apenas disse:

— Se apresse e vá comer, a cantina já vai fechar.

Hã? Que horas são?

Já passavam das nove da noite, mas não que ela soubesse disso. Os alunos e professores já haviam ido embora, a escola estava fechada e o dormitório era o único lugar que ainda estava com as luzes acessas. Ela se sentiu inútil naquele momento.

Logo depois de comer às pressas, ela entrou no quarto para pegar uma toalha e saiu ligeiramente. Estava apressada. Só queria tomar banho e ir dormir para tentar acalmar os nervos.

Estou toda suada... Onde exatamente fica o banheiro?

— Senhorita Yoon? — duas garotas a pararam no corredor. Ela as encarou.

— Somos da mesma classe que você, espero que possamos nos dar bem. — uma delas disse, sorrindo. Hana se sentiu uma felizarda ao falar pela primeira vez com as garotas do dormitório.

— Ah, sim. Muito prazer.

Estou tão feliz! Finalmente alguém veio falar comigo!
           
— Eu estou procurando o banheiro, você poderiam dizer onde fica?

— Ah, sim! É normal se perder no inicio. — a outra disse, enquanto carregava uma cesta de roupas na mão. — Vamos, eu te mostro o caminho.

Passos leve pelo corredor. O coração pulsante. Ela estava finalmente esbanjando um sorriso no rosto depois de todo sufoco.

— A propósito... Você soube das novidades? — a outra começou. — O banheiro das meninas está em reforma hoje.

Na porta do banheiro masculino, estava a placa: A banheira das garotas está em reparo por hoje. Por favor, usar a banheira masculina entre às 20h e 22h.

            Ah, só podia ser brincadeira!
             — Nós já tomamos banho mais cedo. E como você parece ser a única, leve o tempo que precisar.

— Muito obrigada, meninas. Se me derem licença.

Ela entrou. As garotas do lado de foram deram um sorriso maléfico e arrancaram a folha de onde estava grudada. Olharam uma para as outras e seguiram caminho pelo corredor.

— Boa sorte em mostrar o seu corpo nu para os garotos.

   Lá dentro, ela tirou as roupas e mergulhou na banheira com a água extremamente quente. Sua pele quase queimou, literalmente. Nem sequer era inverno, e mesmo que a noite estivesse bem fria, ainda não via motivos para a água estar naquela temperatura.

— As meninas do dormitório são tão legais, espero me dar bem com elas. — sorriu sozinha.

A porta da frente foi aberta e ela quase teve um treco. Enfiou metade do rosto dentro da água, deixando somente os olhos de fora.

Uma garota! Ah, eu não quero que ninguém me veja sem maquiagem.

Pernas entraram no local. De repente, ela conseguiu ver um abdômen bem mais do que definido. Então, de repente...

TAEYONG? O que o demônio negro está fazendo aqui? Espera, só pode estar de brincadeira! Ele pelo menos olhou o aviso na porta? AH! ISSO NÃO PODE ESTAR ACONTECENDO!
 

Ele estava se lavando bem na sua frente, mas por sorte estava virado de costas para ela. Ela queria fugir, mas ao mesmo tempo não queria ser flagrada por ele e ser expulsa por entrar no banheiro masculino.

O que eu devo fazer? Droga!

O demônio pareceu virar o rosto e ela mergulhou para dentro da água. O barulho chamou a atenção do maior, que encarou o local.

O que eu vou fazer? O que eu vou fazer? Se pelo menos ele saísse dali por um instante, eu poderia ir embora.

Continuou dentro da água, prendendo a respiração o máximo que podia. Então, de repente, a água se mexeu e um barulho entrou no local. Ele estava ali, ele havia entrado!
 

O que ele está fazendo? Saia já daqui! Droga, eu não consigo mais prender a respiração! Eu preciso sair daqui, mas eu não...

Ela saltou a cabeça para fora da água. O demônio arregalou os olhos quando a viu e ela escondeu o rosto vermelho com as mãos para que ele não a visse sem maquiagem.

— Que tipo de brincadeira doentia é essa? — ele perguntou, de última hora.

           


Notas Finais


*escrevendo o próximo na velocidade da luz* espero que tenham gostado ( ͡° ͜ʖ ͡°)


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