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História Compass - Capítulo extra: Te amo infinitamente


Escrita por: Ichigo_cake

Notas do Autor


Oi, bolinhos fofinhos e quentinhos!
Um aviso importante: esse capítulo contém **spoilers pesados** do mangá, especificamente dos cap. 90/91, então se quiser ter uma experiência melhor, leia o mangá até essa parte e depois volte aqui... fica como dica da tia Ichigo 🖤
Mais um aviso: Como vocês devem imaginar, esse capítulo é dor e sofrimento, então se não quiserem ler, eu entendo ❤️, mas não vão embora ainda! Leiam essa lindeza de one-shot totosinha, onde tem o primeiro lemon deles que escrevi (ai, ti nervoso): http://fics.me/22213034 | E tem outras fofuras e gostosuras SatoSugu no meu perfil, serão todes bem vindes 💕 (Inclusive uma de reencarnação)
Esse cap já estava planejado desde janeiro, mas quase não foi postado...explico um pouco melhor sobre isso nas Notas Finais
Bom, era isso. Dados os avisos, vamos à leitura:

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Capítulo 8 - Capítulo extra: Te amo infinitamente


Fanfic / Fanfiction Compass - Capítulo extra: Te amo infinitamente

“O amor é a maldição mais distorcida de todas”*

(Gojo Satoru, Mangá Jujutsu Kaisen, Vol 0 cap. 1)

 

Naquele tempo eu pensava que estava tudo bem. Pensava que éramos fortes o suficiente para eu não precisar me preocupar com nada. Pensava que ficaríamos juntos para sempre... e é aí que vem aquele tão temido “mas” nessa frase. Sim, eu sou o xamã mais forte que habita esse planeta no momento e ainda continuo fazendo piada de tudo. Mas o nosso “para sempre” acabou: você me deixou para trás. E eu ainda me culpo por isso.

Há coisas que talvez eu nunca tenha dito e, por mais que tenha consciência que essas palavras jamais chegarão até você, preciso livrar meu coração desse aperto e libertá-las.

Suguru, como você já deve imaginar, eu fui uma criança muito linda, modéstia à parte. Mas também era um jovenzinho solitário e não sabia como era ter uma família de verdade antes de frequentar a escola Jujutsu de Tóquio, onde conheci Shoko, os outros alunos, Yaga sensei e você. Veja bem, eu tinha sim uma família e tinha de tudo o que se pode imaginar, mas não tinha o mais importante: amor. Fui criado para ser o representante da família Gojo, um xamã poderoso portador da técnica infinita e dos “seis olhos”. Tive alimentação muito boa, treinamentos, roupas limpinhas e caras. Mas nunca recebi carinho. Não até te conhecer.

Pouco tempo depois que nos conhecemos, já éramos inseparáveis, sempre fazendo piada, começando briguinhas bobas, assistindo diversos filmes juntos e nos dando abraços inocentes vez ou outra. Fazíamos tudo juntos e nos divertíamos nas missões, sempre fáceis pois éramos os mais fortes (fato que repetíamos sempre um para o outro, orgulhosos).

Éramos dois adolescentes bobos que descobriam, aos poucos, o sentimento mais profundo e intenso que um ser humano pode abrigar. Antes mesmo de percebermos, já nos amávamos tanto que poderia doer - e já doía.

Hoje acho graça de minhas atitudes nessa época, pois fui o mais bobo de nós dois. Me vi confuso quanto aos meus sentimentos, sem conseguir perceber os sinais de que não te queria apenas como meu amigo. Imagine como foi difícil, para quem antes não conhecia afeto, distinguir os tipos diferentes de “gostar”. É claro que eu não demorei muito para perceber que um amigo não sente necessidade de gestos como tocar em seus cabelos em qualquer oportunidade que encontrava. E você sempre soube que eu amava seus cabelos. O cheiro, a espessura, a maciez dos fios escuros. Na verdade, Sugu, seus cabelos eram apenas uma pequena parte de você que eu amava. Eu amava o seu cheiro, seu gosto, a textura de sua pele, seu sorriso discreto ou mesmo o riso livre e alto que acompanhava nossas travessuras. Seu olhar sensual, seus olhos escuros, tão profundos e intensos, seus lábios finos, que atraíam tanto meus olhos quanto meus próprios lábios. O seu corpo perfeito, que parecia ter sido esculpido por um artista grego, tamanha era a perfeição... eu amava, e ainda amo, tudo sobre você, Suguru.

Ter você ao meu lado e poder te amar era como experimentar, todos os dias, um doce extremamente raro do tipo que faz sentir como se estivesse flutuando a cada pedaço, tocando as nuvens com suavidade enquanto o corpo é preenchido com a energia provida do açúcar. O seu gosto era melhor que qualquer tipo de doce, mesmo quando acompanhado do gosto de fumaça, culpa do seu hábito de fumar. É verdade que nessa época eu reclamava, mas hoje até do cheiro e gosto de cigarro eu sinto falta.

Mas não é surpresa que nossa história teve um fim trágico.

Aquela maldita missão foi o começo do fim. Depois dela, nada mais foi o mesmo. Após um extenso treinamento, me tornei de fato o mais forte e passei a resolver missões extremamente difíceis, sozinho. Mas de que adiantava ter me tornado o xamã mais poderoso? No fim, me voltei para minhas próprias fraquezas e, durante esse processo, não percebi que nos afastávamos pouco a pouco enquanto eu estava focado. Ou o quanto você sofria guardando aquele tanto de escuridão. Não percebi também como você se deteriorava por dentro a cada dia. Não notei como seu olhar parecia cansado e pesado. E não consegui - nem queria - acreditar que te perdi sem nem poder te puxar de volta para mim. Eu te perdi e ser o mais forte pouco adiantou. Não pude te salvar de si mesmo. A sensação de culpa me corrói como ferrugem desde então.

Depois desse dia, Suguru, você me ensinou mais um sentimento que eu desconhecia: saudade. Eu senti, e ainda sinto, tanta... mas tanta saudade que dói como algo físico. Dói como um braço amputado à força e sem anestesia, que nunca parou de sangrar. Nunca mesmo, nem mesmo depois de todos esses anos.

Às vezes eu tenho sonhos nos quais abro meus olhos em uma manhã tranquila e você está dormindo calmamente nos meus braços. Nesses momentos, eu te acordo com beijos suaves e tento me agarrar a cada pequeno detalhe antes que você me deixe para trás de novo. É incrível como ainda me lembro do seu cheiro, da sensação de seus cabelos longos e macios em minhas mãos, da textura de sua pele, da sua voz tão perto de mim e de seu olhar carinhoso e sexy. Por mais tristes que pareçam, são sonhos bons, pois me trazem de volta a sensação de ser seu mais uma vez. São pequenas doses de Suguru que ainda posso tomar nesses momentos. Depois, eu sempre me desperto para a realidade com lágrimas nos olhos e um sorriso bobo no rosto.

Suguru, você me deu as lembranças dos melhores dias da minha vida. Todos os meus sorrisos são direcionados à nossa história e nunca, em nenhum momento, eu te odiei por mais que você o quisesse.

Te perdi duas vezes: a primeira foi quando você me deixou e a segunda, muitos anos depois e em uma noite de véspera de Natal, foi quando precisei finalizar sua vida, já frágil, com minhas próprias mãos. Te ver naquele estado foi uma das cenas mais terríveis que fui obrigado a presenciar. Olhar em sua alma através de seus olhos e ver como nada havia mudado dentro de nossos corações era torturante. Eu sabia que ainda nos amávamos e também sabia que não poderíamos mais nos amar. Achei que nada iria superar essa dor.

Mas eu estava enganado.

Sim, eu me enganei. Olhar em seus olhos mortos mais uma vez, enquanto um outro ser ocupa seu corpo é o mais terrível sofrimento que se possa imaginar. Quem era aquele maldito? Quem ousa o tirar do seu descanso e usar meu Suguru dessa forma?! É claro que eu percebi que não era você, nunca me passou pela cabeça que pudesse estar vivo. Aquele rosto, aqueles olhos, eram todos seus, mas o brilho no olhar não era o mesmo. Minha alma reconheceria a sua em qualquer lugar.

Não sei o que vai acontecer daqui para frente. Não sei quando vou me ver livre dessa prisão, onde o tempo parece não passar, mas sei que precisamos dessas palavras como uma nova despedida, pois sei que, de alguma forma, terei que te perder mais uma vez.

Suguru, eu espero que possamos nos reencontrar em uma outra realidade, onde não tenhamos que nos preocupar com maldições ou com as responsabilidades de pertencer a uma família importante, pois teremos uma vida normal. Espere por mim, eu vou te encontrar.

Te amo infinitamente, Geto Suguru, meu melhor amigo e meu maior amor.


Notas Finais


*Preferi usar a tradução da scan (de 2018), pois "deturpada" (tradução oficial de 2021) ficou pesada demais para esse contexto

Esse desabafo do nosso sensei perfeitinho foi tão dolorido de escrever que não conseguia abrir ele com frequência para terminar e depois revisar, por isso desculpem a demora. "Mas então por que escrever?", vocês podem me perguntar. Eu sinto falta de uma despedida deles no mangá e senti a necessidade de exteriorizar algumas das coisas que imagino que ele de fato sente no original (tirando o fato deles terem se relacionado, por mais que meu coração queira que seja canon). No decorrer desse tempo, quase desisti de postar por ter achado até desnecessário... mas senti mesmo essa necessidade e uma pessoa me pediu para postar, então aqui está. 💔

Bom, mas para quem chegou até aqui, considere ir atrás da fic SatoSugu Retrato [aqui: http://fics.me/23110755]. É de reencarnação, onde eles se encontram em outras circunstâncias e... bem, não vou contar mais detalhes. Pode ir lá!

Me sigam para receber notificações e quem quiser me seguir no twitter, posto alguns avisos e alguns spoilers por lá: @ichigocake5

Obrigada a quem acompanhou essa lindeza (a minha primeira fanfic) ❤️💕💞


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