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História Complicated - Limantha - Coração


Escrita por: mini_isa

Notas do Autor


Gente, primeiro quero agradecer a Débora e a gigami16. Agora preciso falar um pouco sério com vocês.
As meninas do grupo do 8B sabem que muita coisa que eu coloco na Samantha, mesmo que inconscientemente, vem de mim. Não necessariamente toda a personagem, mas existem resquícios de mim nela. Estou dizendo isso porque a parte da Sam se sentindo perdida, meio depressiva era eu todinha ali. Eu estava passando por um momento meio complicado (perdão pelo trocadilho) e escrever tem me ajudado de uma forma incrível. Eu sei que no grupo, no tt, nos comentários pode parecer que eu sou um poço de alegria, mas geralmente não era assim, por isso queria agradecer vocês. Essa fic, mesmo que possa não parecer nada, tem sido meu refúugio, então, obrigada mesmo.
Amo vocês <3

Capítulo 28 - Coração


Fanfic / Fanfiction Complicated - Limantha - Coração

Lica

Your hair's grown a little longer
Your arms look a little stronger
Your eyes just as I remember
Your smile's just a little softer

And I, and I never prepared for a moment like that


Yeah, in a second it came all back, it all came back

Camila Cabello - All These Years

 

O momento que os olhos de Samantha se fixaram nos meus pareceu eterno. Nada mais importava para mim, não havia mais nada em nossa volta, era apenas eu, ela e a saudade. Como se nada tivesse mudado.

Mas tinha, estava diferente. Tudo estava diferente. Ela estava diferente.

O sorriso que eu tanto amava se abre, timidamente, exibindo seus dentes pequenos e uma parte de sua gengiva. Tanto tempo. Eu fiquei tanto tempo sem vê-la, sem ouvir sequer a sua voz... Por isso, quando ouço meu apelido saindo de seus lábios, tudo em meu corpo trava, sendo a reação direta da onda de emoções que eu estava sentindo.

— Oi, Lica. — Ela diz e seu rosto cora. Eu não sabia o que fazer, nunca pensei que chegaria numa situação semelhante com a Samantha. Eu a abraçava? Me afasto ou só respondo de longe?

Ela era a só a Samantha, mas não era ao mesmo tempo. Entende? Eu não a conhecia mais. Eu não conhecia mais cada milímetro de seu corpo, não sabia mais o que a fazia sorrir, talvez ainda soubesse o que a faz chorar...

— Ei. — Apenas digo, erguendo, tímida, o braço para lhe lançar um tchauzinho. Samantha não tira os olhos de mim e pareceu um pouco decepcionada, mas logo o silêncio se instala. Um silêncio ruim, constrangedor, não era o nosso silêncio. O mesmo é quebrado por um assobio longo que MB dá:

— Nossa, que climão, hein. Dá até para cortar com uma faca... — Ele comenta, mudando de olhar de mim para Sam e vice-versa.

Samantha desvia o olhar de mim pela primeira vez desde que eles se encontraram e sorri para MB.

— Deixa de ser inconveniente, Michel. — Ele salta, a abraçando de surpresa por trás.

— Ai, Samanthinha, como eu senti falta de você, minha Lagostosa. — Ela gargalha e meu coração tropeça. Eu amava tanto aquele som... Se colocassem a risada da Samantha no iTunes eu comprava e ainda usava como toque de celular.

— Eu também senti falta de vocês. — Ela sorri, pegando na mão de Guto e olhando em sua volta. Mas o sorriso vacila por alguns segundos ao me ver. — De todos vocês.

Ok, ela estava fazendo um jogo comigo? Como que pode? Ela termina tudo entre nós, vai para a porcaria de outro país, devolve meu presente que eu dei com tanto carinho, some por meses e eu ainda sou a sortuda e única a não receber sequer um telefonema. Por sete meses! E de repente ela volta, me lançando olhares, sorrisos. Volta toda tatuada, toda... Diferente.

— Vem, Sam! — Gabriel a puxa pelo braço para se sentar no centro de uma roda. — Conta para a gente, queremos saber de tudo! — Todos vão para lá, os seguindo e se colocando ao redor de Samantha, mas eu fico para trás.

O braço de Tina me assusta, ao pousar de maneira reconfortante em meu ombro.

— Amiga, você está bem? — Ela me pergunta, obviamente preocupada.

— Estou... — Nem eu acreditava nessa mentira.

— Não parece. — Ela insiste.

— É só que... Eu desejei, eu imaginei tanto esse momento. — Eu não sei descrever o sentimento que estava tomando conta de mim. Uma espécie de melancolia, misturada com raiva, nostalgia e frustração.

— E não é o que você esperava?

— Sinceramente, eu nem sei o que eu esperava.

Tina concorda com a cabeça, sentindo que eu não estava a fim de prolongar o assunto e, por mais que eu não quisesse, nos aproximamos da roda de ouvintes sobre a aventura de NY. Chegamos no momento que ela falava sobre seus amigos novo na aula de teatro. Teatro? Desde quando a Samantha fazia teatro?

— Amiga... — Clara interrompe a fala animada de Sam. — Parou que você sabe muito bem sobre o quê nós queremos falar sobre.

— Como assim?

— Samanthinha, você virou um gibi. — MB argumenta, apontando para seu antebraço, tatuado. — Pelo o que eu sabia você só ia fazer uma. Como assim tem esse monte agora?

— Ah, tá bom. Essa aqui — Ela mostra seu antebraço e eu posso finalmente identificar que a linha nada mais era do que a silhueta de vários prédios. — é NY, o horizonte dela. Ó, esse é o Empire State, para eu nunca me esquecer daquele lugar... Eu ia fazer só essa, sabe? Mas a Lena acabou me convencendo a fazer as outras três. — Lena... Mais alguém que eu não conhecia. — Essa aqui — Ela se coloca de costas, virando a nuca em nossa direção. Em seguida levanta seu cabelo, revelando um olho. Era muito bonito, combinava com ela. — O desenho estava lá e eu achei maravilhoso. Não tinha como não fazer. Essa do pulso é uma câmera, representa o meu pai. Toda vez que eu a vejo, me lembro dele. — Ela passa o dedo carinhosamente em cima da tatuagem. — Talvez seja a minha favorita.

— Nossa, muito lindas, amiga. — Clara diz, puxando o braço de Samantha para dar mais uma olhada na de NY.

— Arrasou. — Gabriel concorda, se juntando a minha irmã para analisar atentamente o desenho no braço dela.

— Tá, essas eu consigo entender de boa. — MB diz. — Mas e essa aí?

— É. — Guto aponta para o tornozelo de Sam. — O que é 24601? — A lembrança me atinge na hora e em cheio.

— É o número do Jean Valjean. “Dos Miseráveis”. É o musical favorito dela. — Digo, sem pensar. Todos os olhares surpresos se voltam para mim, sendo o dela, o mais surpreso de todos.

 

Flashback

— Só assiste, por favor. — Estávamos na casa do pai de Sam. Lembra, depois daquela noite quando brigamos, porque eu fui babaca? Como sempre? Mas depois fizemos as pazes e teve até um sexo de reconciliação. Minto, foram 2 vezes. Depois disso, ela inventou que queria assistir os Miseráveis comigo. Miserável era como eu estava me sentindo, sendo obrigada a ouvir aquele bando de gente cantando.

Não tinha começado nem há 7 minutos e eu já não aguentava mais. Sam estava deitada, apoiando sua cabeça em meu peito, comendo feliz da vida sua pipoca e olhando maravilhada para a televisão.

— Meu Deus, eles não param de cantar por um segundo! — Reclamo e recebo um olhar repreendedor dela. Me estico discretamente e alcanço a caixa do DVD. — Samantha! Esse filme tem mais de duas horas! — Querida, você está louca, achando que eu vou ficar esse tempo inteiro acordada vendo um povo nada a ver gritando.

— Sim! — Ela concordou, animada, parecendo uma criança indo para um parque de diversões. — São duas horas de puro talento. Agora cala a boca que o Valjean está cantando.

E eu faço o que ela pede. Por 10 segundos.

— Por que aquele cara chamou o Valjean de 24601? — Samantha revira os olhos, impaciente.

— Meu Deus, só assiste.

— Me responde...

— Ai, ele foi preso. É o número de identificação dele. — Samantha diz rápido, tentando não perder nada que se passava na TV. Não entendi, ela já tinha assistido aquele filme, no mínimo, umas 10 vezes. Ela sabia até as falas de cor.

— Por que ele foi preso?

— Ele vai explicar agora, só assiste. — O ator canta alguma coisa sobre ter roubado pão para dar para alguém, mas eu não estava prestando atenção nisso. Eu reconhecia aquele rosto de algum lugar...

— Cara, é o Wolverine? — Samantha suspira, exausta, e pausa o filme.

— Você vai assistir ou não?

— Desculpa se eu fiquei chocada que o Wolverine sabe cantar.

— Eu sabia que assistir filme com você é um pesadelo. Nem sei por que eu ainda insisto.

— Nossa, em falar em pesadelo, sonhei ontem que eu estava na cobertura de um prédio, aí um jacaré apareceu, me chamou de idiota e me empurrou lá de cima. — Samantha me olhou nos olhos por alguns segundos, parecendo tentar detectar qual era o meu problema. E em seguida gargalhou escandalosamente, do jeitinho que eu amava.

— Meu Deus. — Ela continuava exibindo seu sorriso encantador. — Você está usando droga de novo, Lica?

— O quê? Isso não é um pesadelo normal?

— Claro que não, sua tapada! — Ela finalmente consegue parar de rir e fica séria, do nada. — Eu sonhei que a gente estava junta, no meu quarto. Aí a minha mãe entrou com uma serra na mão. De repente a gente está num avião, aí ela vai lá e corta minha perna fora. Enquanto o avião começa a cair.

— Samantha, eu já não falei mil vezes para você não assistir Grey’s Anatomy antes de dormir? Você não vai se envolver em acidente de avião, confia em mim. E, principalmente, você não vai ter que amputar uma perna!

— Você não sabe! É um medo real!

— Meu Deus, você é muito besta, Sammy. — Eu digo, sorrindo, dando um selinho nela.

— E você está fazendo hora com a minha cara. Fica shiu e assiste ao filme, obrigada. Se não vou ter que chamar a porra do jacaré aqui para te jogar da janela.

Suspiro, seriam 2 longas horas...

 

Não foram 2 longas horas. Pelo contrário, passaram rápido demais e eu daria tudo nesse mundo para voltar naquele instante.

Samantha me olhava chocada e até um pouco admirada. Acho que ela não esperava que eu ainda me lembrasse de algo assim, mesmo depois de tanto tempo. Ela abriu a boca, parecia querer dizer algo, mas não disse, pois alguma coisa atrás de mim a distraiu.

Todo mundo se vira e eu faço o mesmo, dando de cara com Lorena, vindo correndo ao meu encontro, com uma pasta cheia de desenhos e um estojo.

— Lica, você tem que ver isso. — Ela diz, animada e ofegante, abrindo a pasta, mas eu arregalo os olhos para ela, numa tentativa falha de tentar alertá-la.

— O que foi? Por que você está me olhando assim? — Lorena pergunta confusa. Acho que ninguém naquele momento respirava. E agradeço muito que eu estivesse de costas para Samantha, porque eu sentia o peso de seu olhar até mesmo sem precisar nota-lo.

Tina pigarreia, discretamente, no jeito Tina de ser.

— A Samantha. — Ela diz e os olhos de Lorena se arregalam mais que os meus, finalmente notando a minha ex-namorada, no centro de todo mundo.

— Ah, oi, Samantha. Eu não sabia que você tinha voltado... É... Bem-vinda. — Ela diz, mais sem-graça impossível.

Sem coragem, eu me viro para ela também e seu olhar confuso penetra os meus olhos. Ela parecia gritar “Que porra é essa?” somente com sua expressão, mas se ela estava mesmo atuando, aprendeu bem. Apenas deu um suspiro, se recuperou do susto, e sorriu a contragosto.

— Obrigada, Lorena.

De novo, silêncio desconfortável. Ok, uma coisa que você não sabe porque eu escolhi não contar antes. Depois da minha exposição, eu e a Lorena nos aproximamos. Não no sentido romântico, ela estava com Carolina ainda e eu definitivamente não a via desse jeito. Mas o fato de ela se interessar por arte além do drama que ela estava passando em se aceitar, e se automutilando para tentar aliviar uma dor... Eu me vi nela e ela se viu em mim. E a amizade surgiu de onde nós menos esperávamos e nós nos apoiávamos. Eu precisava dela, de alguém “na merda” como eu.

Não me entenda mal, achando que minhas amigas e amigos não são suficientes. Acontece que todos estavam vivendo no país das maravilhas e ninguém me entendia como ela.

Eu entendo, também fiquei chocada quando percebi que isso estava acontecendo. Por isso, eu também entendo completamente o olhar chocado de Samantha sobre mim.

Lorena não teve nem coragem de continuar ali mais depois desse reencontro bizarro. Disse que se lembrou de uma coisa e saiu dali correndo, como havia feito comigo na aula de artes.

— Então... — Jota diz, quebrando mais um silêncio desconfortável.

— Eu tive uma ideia! — MB berrou, dando um susto em Felipe que caiu da cadeira, perto dele. Ninguém ajudou a se levantar também, todos os olhos estavam vidrados em MB.

— Lá vem... — Guto comenta para Tina, enquanto esperávamos ansiosamente ele quebrar aquele suspense.

— Vamos fazer uma festa de boas-vindas para a Samanthinha. — A maioria concorda e se anima. Apenas eu, Ellen e Jota permanecemos imóveis.

— Você acha que é uma boa ideia, MB? — Jota pergunta, incerto.

— É, estamos no terceiro ano... Acho que não temos muito tempo livre para festas... — Ellen complementa o raciocínio do namorado nerd. É, definitivamente eles não estavam desanimados pelo mesmo motivo que o meu.

— Meu Deus, as aulas nem começaram ainda, gente! — Clara afirma sendo acompanhada de imediato por Gabriel.

— É, dá nada. Falo com o Roney, podemos fazer uma social lá no galpão mesmo, hoje ainda.

— Fechou! — MB gritou animado e puxou Samantha para um abraço. — Minha Samanthinha merece isso tudo e muito mais.

Sorrio, melancólica. Sim, acho que ela merecia.

 

Samantha

 

You've got a hold of me
          Don't even know your power
       I stand a hundred feet
      But I fall when I'm around you

Shawn Mendes - Mercy

 

Lica parecia a mesma de sempre, por fora. Mas algo nela havia mudado e não foi alguma coisa visível. Ela não tinha pintado o cabelo, se enchido de tatuagem ou colocado um piercing. Era alguma coisa invisível. Talvez a prova concreta foi vê-la amiga da Lorena. Repito, da Lorena.

Nunca imaginei que a mesma garota, que meses atrás queria descer o cacete nela, agora estaria amiga dela. Quer dizer, o que faltava? O Rafael aparecer sendo melhor amigo dela?

Desculpa, eu estou meio chata. Só não esperava por isso. Tudo bem, acho que eu mereci. Fiquei esse tempo todo sem mandar qualquer notícia para ela, apaguei qualquer vestígio dela em minha vida e eu não posso me irritar que ela tivesse feito o mesmo.

Tentei me ocupar o resto da manhã para conversar com meus amigos, Lica nem se aproximou de mim. Eu também não saberia direito o que fazer se estivéssemos próximas.

Logo na primeira aula, Bóris fez uma dinâmica conosco, pedindo que cada um contasse o que esperava desse ano e o que pretendíamos cursar. Eu estava virada para toda a turma, de lado, quando disse com o maior orgulho do mundo que queria ser atriz e até peguei o olhar curioso de Lica, que pousou sobre mim por pouquíssimos segundos, antes de desviar, envergonhado.

Não foi nenhuma surpresa para mim que Tina queria fazer música, que Marina queria ser jornalista ou que MB só estava o Sócrates “só sabia que nada sabia”. E além disso, não foi nada surpreendente ouvir que Lica seria artista. Sorrio, olhando para o caderno, me lembrando do desenho que ela havia feito para mim.

Não sou idiota, não me livrei de tudo. Ele ainda estava guardado a sete chaves, junto com o anel. Uma das primeiras coisas que eu reparei é que ela não usava mais, nenhum dos dois.

Mais uma vez, eu sei que seria muito retardado da minha parte esperar que ela ainda o usasse, mas sei lá. Me causou um sentimento de estranheza.

Tudo bem, depois daquele turbilhão de emoções, tudo o que eu mais queria era sair da escola e respirar um pouco, me preparar para o momento da minha festa de boas-vindas. Onde eu teria que ver Lica e aprender a lidar com a nossa nova situação.

Chego em casa quase tropeçando na nossa bagunça. Aquela casa estava um caos, eu e meu pai, definitivamente, tínhamos problemas para arrumação. Voltando de viagem então, parecia mais um campo de guerra aquele lugar.

Vou desviando de algumas malas e estranho o que parecia ser mais um dos quadros de fotografias de meu pai, com uma espécie de lençol, encostado no meio da sala.

— Ei, pai! — Eu o chamo, me aproximando da moldura. — O que é isso? — Eu ia tirar o pano que o escondia, quando meu pai apareceu e o tirou de mim, na mesma hora, o levando para seu quarto.

— Ah, é só uma moldura que eu vou colocar uma foto nossa de NY. Não é nada.

— Mas eu não posso...

— Não é nada! — Ele grita do quarto me interrompendo. Dou de ombros e sigo para meu quarto, esperando a hora que ele finalmente terminaria de se arrumar para irmos almoçar.

Checo meu celular ansiosa, mas obviamente ela não tinha me enviado nada. Meu pai já a havia informado que estávamos no Brasil de volta, mas quem eu queria enganar, como eu podia me esquecer? Eu não era mais sua filha.

Para me alegrar, percebo que pelo menos existiam notificações em um novo grupo. Quer dizer, um novo grupo velho, porque Atena tinha acabado de mudar o nome dele.

Ateninha deusa alterou o nome deste grupo para “Punho no cu e Gritaria”

Alejandro: Q merda é essa Atena?

Ateninha deusa: É vc msm meu anjo

Alejandro: Q? To boiando aq

Ateninha deusa: Aproveita e afunda

Alejandro: Ah, tomar no cu

Lena de Troia: Caracaaaa, n é nem meio dia direito e vcs já estão se xingano

Eu: Mds, eu n posso dx vcs sozinhos por 2 segundos e já tem 2mil msgs

Lena de Troia: Td isso é sddssss de vc Sammm

Ateninha deusa: Simmm, qnd q a gnt vai se ver de novo????

Eu: Entaooo, o pessoal do grupo vai fazer uma festa de boas vindas, ces estão mais do q convidados

Eu: Aproveito e apresento vcs pra geral

Lena de Troia: Nossaaaa... Ela ganha festa de boas vindas

Ateninha deusa: Ela é famosa ela

Alejandro: Pq ngm fez festa pra gnt?

Ateninha deusa: Pq vc é um mala

Lena de Troia: Ngm fez pra vc tbm

Ateninha deusa: Vc ta de q lado meu amor??

Lena de Troia: Do lado q vcs não ficam enchendo a porra do meu celular de notificação seus fudidos

Eu: Credo

Eu: Quem te machucou, mano?

Lena de Troia: A vida, Samantha

Lena de Troia: A vida

Eu: Ok...

Eu: Algm pode me explicar pq o nome do grupo é punho no cu e gritaria?

Ateninha deusa: Oxe, é um ótimo nome

Eu: Tá, mas pq n é dedo?

Ateninha deusa: Dedo é mt soft pra mim, comigo é punho msm

Lena de Troia: Quem olha até pensa que é essa comedora toda, nem vai achar q é a passivona do rolê

Ateninha deusa: QUEM TE MACHUCOU, MANO?

Lena de Troia: JÁ FALEI Q FOI A VIDA BUCETA

Eu: Buceta? Onde? Kero

Alejandro: Crlh, isso q dá ficar num grupo cheio de sapatão, só falam de buceta

Ateninha deusa: Kla boka mermao q vc tbm adora

Alejandro: Gosto mesmo

Ateninha deusa: E n vai ganhar nenhuma daqui

Alejandro: Caraca, qq eu fiz pra vc?

Ateninha deusa: Beijou a mesma boca q eu!

Eu: Nossa, vcs tão aí brigando e ignorando o meu surto

Lena de Troia: Como assim? Ce ta surtando? Onde q eu n vi?

Ateninha deusa: ATENÇÃO AQUI NA TIA

Ateninha deusa: TODO MUNDO CALA A BOCA PARA A SAM PODER SURTAR

Ateninha deusa: PRONTO, SÓ VAI MANA

Eu: EU NÃO SEI OQ FAZER CRLHHHHHH

Lena de Troia: EM RELAÇÃO A Q MEU ANJO?

Eu: A LICA MINHA EX QUE EU AINDA ACHO QUE GOSTO

Eu: VOU VER ELA DE NVO E EU N SEI COMO AGIR, ACHO Q FIZ MERDA HJ DE MANHA

Ateninha deusa: COMASSIM? QQ CE FEZ?

Eu: DEI OI E EU IA LÁ ABRAÇAR ELA MAS N FUI, AÍ ELA SÓ DEU UM TCHAUZINHO MSM

Lena de Troia: VC FICA 7 MESES SEM FALAR COM A MINA E SÓ FALA UM OI? MDS ME AJUDA A TE AJUDAR, SAMANTHA

Eu: PARA DE ME JULGAR Q EU FIQUEI NERVOUSAAA

Alejandro: Gnt pra q esse capslock? Parece q vcs tão gritando?

Eu: É ESSA A INTENÇÃO SEU TAPADO

Alejandro: Caraca, até vc Sam

Alejandro: To magoado

Lena de Troia: MDS ENFIA ESSA MAGOA NO SEU CU E DECOLA CACETE

Alejandro: QUEM TE MACHUCOU HELENA?

Lena de Troia: NINGUÉM MAIS ME PERGUNTA ISSO SEUS CUZÃO

Lena de Troia: E NÃO ME CHAMA DE HELENA INFERNOOOO

Ateninha deusa: PARA DE SHOW Q HELENA É LINDO

Lena de Troia: SÓ NÃO VOU TE XINGAR PQ AINDA QUERO BJ A TUA BOCA

Ateninha deusa: CRLH SÓ VEM

Eu: VCS ESTÃO IGNORANDO MEU DRAMA DE NOVO, EU ODEIO VCS VOU EMBORA

Ateninha deusa: NAOOO, FICA AQUI

Ateninha deusa: VOU FICAR TE MARCANDO ATÉ VC VOLTAR

Ateninha deusa: @Sam @Sam @Sam @Sam

Ateninha deusa: @Sam @Sam

Eu: TO AQUI AINDA

Ateninha deusa: NÃO SURTA

Lena de Troia: A GENTE VAI TE AJUDAR

Eu: Sério????

Lena de Troia: Claro, vc é nossa nenê

Alejandro: Conta com a gnt sam

Ateninha deusa: Pro q der e vier

 

Lica

 

Loving you was young, and wild, and free

Loving you was cool, and hot, and sweet

Loving you was sunshine, safe and sound

A steady place to let down my defenses

But loving you had consequences

​Camila Cabello - Consequences

 

— Eu acho que a Lica tinha fingir que ela não existe. — Keyla argumenta, empurrando uma cadeira. Estávamos arrumando o galpão para a festa de Samantha, que começaria em pouco tempo.

Sou trouxa de estar aqui, fazendo isso? Penso que sim, mas eu já estava ali e não tinha como negar a ajuda.

— Para que querer matar meu shipp, Key? — Gabriel reclama, sendo apoiado fervorosamente por Tina.

— É, Keyla. Deixa meu Limantha em paz.

— Não existe mais Limantha, Tina. — Ellen diz e Tina apoia a mão no peito, como se estivesse sentindo o impacto de um tiro.

— Você não acabou de dizer isso.

— Mas é a verdade. Ela abandonou a Lica e fingiu que ela estava morta por quase um ano. — Keyla colocou a toalha na mesa, com certa raiva. Quase a rasgou, olhamos até um pouco chocadas.

— Não foi bem assim, maninha. A Sammy estava mal. — Gabriel diz, a defendendo.

— Ah, pronto, lá vem o defensor.

— Key, você tem que me escutar quando eu digo que a Sam não estava bem e ela precisava da viagem.

— Ok, mas precisava ignorar a Lica? — Ellen argumenta, deixando a arrumação de lado e se colocando ao lado de Keyla, no TeamLimanthaMorreu.

— Eu aposto que ela teve um motivo bem plausível para isso. — Tina diz, agora ficando ao lado de Gabriel, no TeamLimanthaAindaVive. Enquanto isso, eu e Benê só observávamos. Parecia mais aquela cena do cartaz de Guerra Civil, da Marvel.

— Ah, aposto que teve. Ficar passeando pela Times Square. — Keyla disse, debochada.

— Fazendo amizades novas... — Ellen acrescentou.

— Enquanto isso a Lica ficou aqui, sofrendo.

— Eu aposto que a Sam também sofreu, Keyla. Eu a conheci, ela não é um monstro desalmado. — Tina mais uma vez a defendeu.

— Por favor, ela devolveu a pulseira para a Lica! Que tipo de pessoa com coração faz isso?

— Enquanto isso a pobre da Lica ficou aqui que nem trouxa. Até quadro da garota ela pintou! — Ellen diz, apontando para mim.

— Ei! — Me defendo na hora.

— Ai, amiga, desculpa, mas foi trouxa sim.

— E como vocês sabiam que era ela? Podia ser qualquer uma. — Olho em volta me fazendo de desentendida, mas ninguém parecia estar comprando aquela história.

— Garota, você me respeita. — Tina disse, me olhando como se eu estivesse subestimando a inteligência de todo mundo dali. — Você acha que eu caí de um cavalo e fiquei cega?

— Todo mundo percebeu que era a Samantha, Lica. — Gabriel diz, meio que sentindo pena da minha lerdeza. E eu achando que estava sendo discreta quando a pintei.

— Jura? — Pergunto.

— Claro, era bem nítido. — Benê diz pela primeira vez. Ela não gostava de nos ver brigando então acho que aquele momento não estava sendo muito fácil para ela.

— Ok, mas vocês podem parar de brigar sobre a minha vida amorosa, por favor?

— E você, Benê? Tá do lado de quem nessa história? — Keyla pergunta, até um pouco agressiva. Nossa, não sabia que ela tinha uma opinião formada sobre a minha vida amorosa assim tão descaradamente.

— Lado? Que lado?

— Você acha que a Lica tem que ignorar a Samantha ou não? — Gabriel traduz, pacientemente.

— Eu não acho que a Lica deva ignorar a Samantha, fixantes ou não, elas ainda deveriam ser amigas. Mas eu apoio a decisão que vai fazer a Lica feliz. — As outras five, assim como Gabriel, se entreolham. E em seguida pulam em cima de mim, de surpresa, e me abraçam.

— Ai, amiga, desculpa. — Key diz, apoiando a cabeça em meu ombro.

— Sim, a Benê está certa, você tem que decidir o que achar melhor.

— Sim. — Benê diz, colocando o dedo no ombro de Ellen, para participar do abraço. — Mas você não vai poder fingir que a Samantha não existe, porque vocês estudam juntas.

Concordo com Benê e ainda bem que nem tive tempo para refletir sobre aquilo, porque um pessoal começou a chegar no galpão. MB veio na frente, discutindo com K1. Logo Jota chegou, com Guto e Marina. Por último, Clara chegou de mãos dadas com Davi, sendo o casal chiclete que eles eram.

Os dois me cumprimentaram, educadamente, como sempre.

— E aí? — Ela me perguntou. — Como você está? — Por que todo mundo estava me perguntando isso? Será que alguém foi na Samantha perguntar se ela estava bem? Acho que não.

— To de boa, Clara. — Ela sorri, satisfeita. Minha irmã é meio lerda, não percebeu que não era verdade, mas Davi nota.

— Ela também não deve estar bem, Lica. — Ele diz, sério.

— Quê? Por quê? Como você sabe? Ela te falou? O que aconteceu? — Me recomponho depois desse mini surto que eu dei, metralhando o garoto de perguntas. — Quero dizer: como assim?

— Carol me disse que a mãe dela está agindo como se a Samantha nunca tivesse existido. Parece que teve um dia que o Ká falou dela e a Milena surtou. Jogou até um violão dela na parede.

E mais uma vez, eu sinto a culpa de não ter apoiado a Samantha no momento que ela mais precisava. Ela estava lidando com aquele ser humano. Um ser humano que finge que a filha não existe, uma mãe que expulsou a filha de casa e pediu para que nunca mais voltasse. E o que eu fiz? Surtei de ciúmes.

— Tadinha da Sam... — Clara diz. — Pelo menos ela tem o tio Victor. Imagina só se o pai dela fosse o nível do nosso também?

Concordo, meio temerosa. Realmente, se fosse um Edgar, Samantha estaria perdida. Davi passa o braço ao redor da cintura de minha irmã e dá um beijo delicado em sua testa, como se a estivesse consolando por ser filha do Edgar. Era tão bom ver Clara assim, feliz. Davi fazia muito bem a ela.

Às vezes eu penso se eu e Samantha tivemos o que eles têm de verdade ou foi só um sentimento intenso...

Por falar nela. Samantha acaba de chegar, junta de seus novos amigos.

 

Samantha

 

Do you care, do you care?

Why don't you care?

I gave you all of me

My blood, my sweat, my heart, and my tears

Why don't you care, why don't you care?

I was there I was there, when no one was

Now you're gone and I'm here

​Camila Cabello - I Have Questions

 

— Tá, chegamos. Agora, você pode, finalmente, mostrar para a gente quem é a sua mina? — Atena me pergunta. Estávamos quase entrando no galpão, observando o pessoal de longe, mas ainda sem aparecer, porque eles queriam analisar todo mundo antes. É sério.

E sobre mostrar a Lica finalmente para eles... Eu tinha apagado todas as fotos antigas do Instagram e me recusava a mostrar qualquer uma que eu ainda tivesse de nós duas juntas. Eles até roubaram o meu celular e procuraram uma vez. Atena até criou uma teoria, falando que na verdade não existia mina nenhuma e eu era hétero. Cheia das teorias nada a ver ela.

— É aquela ali, de franjinha. — Eu digo, apontando para a Lica, que estava com uma expressão meio preocupada, enquanto conversava com Clara e Davi.

— Caraca. — Alex diz, chocado.

— Caralho, ela é muito gata. — Maria diz, assobiando baixo em seguida. Ela solta um “ai” quando Atena lhe dá um tapa no ombro. — Para que isso?

— Tá chamando a mina da Sam de gata na minha frente?

— Ela não é mais minha mina. — Eu digo, triste.

— Ainda, vamos dar um jeito nisso já, já. — Maria diz, ignorando o olhar de Atena, ainda irritado.

— Nossa, você até parece a Tina falando.

— Quem é Tina? — Alex pergunta, olhando para o povo mais uma vez.

— É aquela oriental loira ali. Ela era a nossa madrinha. Eu já contei isso para você, não presta atenção em mim não?

— Ai desculpa. Será que a gente pode entrar de uma vez? — Respiro fundo e adentro o galpão.

Obviamente, todos os olhos param em mim, porque eu trazia comigo três seres desconhecidos. Apresento-os rapidamente, a todos. Alex acabou ficando preso, conversando com MB sobre carros, outra coisa que eu descobri recentemente que ele gostava pra caramba, enquanto eu fiquei conversando numa rodinha com Tina, Atena, Maria e Gabriel. Lica nos observava, ao longe, conversando também com Ellen e Keyla, além de Guto e Benê que estavam ali só existindo mesmo.

— Pera, então vocês todos aqui são do vale? — Tina pergunta apontando para todos nós.

— Amém. — Gabs diz e todos riem.

— E você? Não é não? — Atena pergunta para Tina, ainda rindo.

— Por enquanto, estou bem hétera.

— Tadinha. — Ela complementa e todos sorriem.

— Pelo menos ficamos sabendo que você tem uma função importante quando se trata do vale né? — Helena acrescenta.

— Sim, tinha. — Ela me olha triste. — Madrinha do meu falecido Limantha. Saudades. — Gabriel a abraça de lado e fica sussurrando “Saudades” junto com ela. Eu também tenho saudades, gente. Também tenho.

— Eu era o padrinho. — Gabriel diz.

— Mais ou menos né. O Caio também era.

— Nossa, Caio! — Eu exclamo checando o telefone. Eu o havia chamado para ir também, ele tinha me mandado para uma mensagem de que estava chegando.

— Quem é Caio, meu Deus?

— Meu “irmão”, bem entre aspas mesmo. Já falei dele para você também, Atena. Ninguém presta atenção em mim.

— Ai, desculpa a nenê, ela é meio lerda. — Helena fala, acariciando o rosto da namorada.

— Ai meu Deus, que fofas! — Tina dá um grito na cara das duas. — Posso ser madrinha de vocês também?

— Meu Deus, Tina. Não pode ver um casal de sapatão que já quer botar embaixo da asa.

— Me erra, Gabriel. — Ele manda uma careta para ela e não deu para saber se Alena queria ser amadrinhada por Tina ou não, porque alguma coisa me abraçou, por trás.

Uns braços magros e fofos ao mesmo tempo.

— Caio! Que saudades... — Eu digo, virando-o para mim e apertando aquele garoto com toda a minha força.

— Tudo... Bem... Não precisa... Me... Matar. — Eu o solto, permitindo que ele respire, por fim. Carolina vinha atrás dele sorrindo. Pelo o que vi, Lorena também estava lá, mas sumiu para ir conversar... Com a Lica.

— Oi, quanto tempo. — Ela diz, me dando um abraço amigável enquanto Caio foi lá bater um papo com Tina. — Ficou muito chato aqui sem você.

— Imagino. — Digo, sorrindo. Eu até podia fingir, jogar uma conversa fora, perguntar como está a vida... Se Carena vai firme e forte. Mas eu a pego pelo braço e puxo para um canto afastado, indo direto ao ponto.

— Como está lá em casa? — Carolina suspira, parecendo que já esperava que eu entrasse naquele assunto.

— Ah, Samantha. Ela é meio... Difícil. Papai e ela se casaram mês passado, como você já deve saber. — Sim, eu sabia. Meu pai havia me contado. Ela fez uma festa enorme, convidou todo mundo que ela conhecia, na maior igreja que ela pôde encontrar, mais luxuoso impossível. — E ela age como se...

— Como se eu tivesse morrido. — Ela não concorda, mas eu sei que estou certa quando ela também não nega. — Mas... Ela te aceita numa boa?

— Bom, ela falou um dia que eu não tenho o sangue dela, ela não tem a obrigação de aceitar nada. Mas a Lô também não pode entrar lá em casa, ela fica um pouco surtada.

— Meu Deus. Eu sempre tive uma esperança... Mesmo que pequena, sabe?

— Calma, quem sabe um dia ela não mude de ideia.

— Acho difícil... — Eu digo de maneira reflexiva olhando ao meu redor e minha visão acaba focando na conversa animada de Lica, Lorena e Guto. — Ei. Desde quando a Lica e a Lorena são amigas? Como isso aconteceu?

— Olha, eu não sei. Estava mais perdida que você, ainda estou. Só sei que elas estavam na mesma aula de artes. A Lica ajudou a Lô com um problema e de repente estão aí, amigas.

— Bizarro. — Eu digo e Carolina me olha engraçado.

— Está com ciúmes, Samantha?

— Não, só estou... Surpresa. — O pior é que eu não estava mesmo me sentindo enciumada. É que eu nunca imaginaria que uma coisa dessas poderia acontecer.

Eu me despeço dela e digo que vou ao banheiro. Eu precisava pensar um pouco. Entender o que estava acontecendo.

Agradeço mentalmente por ele estar vazio e fico lá, me olhando no reflexo. Era como se a Samantha do Brasil estivesse de volta e toda aquela carcaça de NY fosse uma farsa. Eu sentia tudo igual, era tudo a mesma coisa.

Meu momento é interrompido por uma batida na porta. Dou um salto, por causa do susto e meu coração quase salta pela boca quando vejo Lica de costas, trancando a porta do banheiro.

— A gente precisa conversar. — Ela diz, séria.


Notas Finais


Obs.: Sabem o sonho da Lica? Então, eu tive esse sonho. O jacaré ainda chegava lá de van. Não, eu não uso drogas.


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