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História Conexão Estrelar - Capítulo IV



Notas do Autor


Oiee meus lindos, eu resolvi postar dois capítulos essa semana porque eu estou de mudança e posso ficar uns dias sem internet, maaas você terão esses dois capítulos para se deliciar. Neste aqui nós completamos o ciclo da primeira fase da fic (que tratou mais ou menos da ambientação dos personagens e dos mundos que eles estavam) e agora vamos focar no Edwin <3' Sério estou muito ansiosa! Eu também quero agradecer ao Ed por elogiar minha escrita, mas sério gente sem as ideias dele e sem vocês essa fic não estaria tão legal *-* Beijos da Win-chan :*

Hey! Pessoal vocês estão gostando mesmo dessa fic louca? Cara isso me deixa muito feliz porque eu adoro passar meu tempo livre discutindo com a Win é muito divertido, eu espero que vocês curtam esse capítulo, ele está muito fera! Flw :))

Capítulo 4 - Capítulo IV


Fanfic / Fanfiction Conexão Estrelar - Capítulo IV

 *Winry*

Calma Win, respira você não quis comparar o Lennox com o Edward, não tem nada haver... Até porque o Edward é incomparável... Quer dizer, ele é um personagem... É infelizmente é só um personagem... Senti meu coração pesar naquele instante, pensar que o Ed e o Al nunca existiram é muito triste para mim, logo eles que me fizeram sorrir tanto nesse mês passado e a "companhia" deles foi tão importante para mim e ...

_ Winry o que é isso aqui mesmo? – Pergunta Christopher me despertando de meus pensamentos.

_ Ah! Isso é o baço. – Respondo com um olhar vago.

_ Você é a primeira garota que eu vejo que não tem medo dessas atividades haha. – Diz o garoto rindo nervosamente tentando puxar assunto.

_ Bom meus pais são médicos... Ou melhor eram... Então eu estou acostumada com essas coisas. – Falo pensando nas vezes que meu pai me mostrava alguns casos que ele estava resolvendo no hospital.

_ Nossa que incrível.

_ Era bem legal mesmo. – Falo sem ânimo.

Dava para perceber que Christopher estava se esforçando para manter uma conversa, mas para mim as chances dele ser bem sucedido eram zero, ele e eu éramos de mundo totalmente distantes e não tínhamos o menor papo. Outro motivo pelo qual eu estava distante era que só pelo fato de ter sido sorteada para fazer dupla com ele, as meninas já estavam me olhando estranho e isso claro incluía a turminha da Rose. Eu não queria mesmo me envolver em problemas, porém algo me dizia que eu já estava envolvida.

_ Que bom que arrumei uma parceira concentrada. – Diz Christopher tentando quebrar o gelo.

_ É, eu sou mesmo concentrada nas coisas que eu faço...

Dou um sorriso de desconforto e tudo que eu queria era que ele percebesse que não era hora e nem lugar para ficar de conversinha boba, mas ele parecia não se tocar da situação. Durante o tempo que ficamos na aula eu estava o tempo todo tentando não comparar ele ao Edward outra vez, mas meus pensamentos estavam cada vez mais confusos e quando Christopher se aproximou um pouco para olhar mais de perto o interior daquele sapo em que estávamos trabalhando eu senti um pouco do seu perfume e sem demora me coloquei a imaginar como seria o perfume do Edward... Ai isso está ficando cada vez mais esquisito, eu não posso pensar assim... Tentando fugir desses pensamentos puxei meu caderno e comecei a anotar o que estávamos fazendo na aula.

_ O que é esse símbolo no seu caderno? – Pergunta Christopher subitamente.

_ Ah isso? É a cruz de Flamel. – Respondo com uma ligeira empolgação que eu não consegui conter.

_ Nunca ouvi falar disso. – Diz Christopher percebendo que finalmente tinha conseguido me prender na conversa.

_ Nicolas Flamel foi um famoso alquimista francês que por volta de 1380 começou a se dedicar à alquimia prática e nos seus estudos ele usava esse símbolo. – Explico de forma superficial – Simplificando as coisas, a serpente no simbolismo alquímico significa um mineral ou um metal frio, alquimicamente a cruz ou crucifixo pode simbolizar a morte ou a decomposição que é um dos processos da alquimia, as asas significam a liberdade alquímica e a coroa simboliza a conclusão próspera de uma operação alquímica ou a realização bem-sucedida de uma transmutação.

_ Nossa Winry eu não sabia que você curtia essas coisas... – Diz Christopher sem graça. 

_ É eu gosto um pouquinho desses assuntos. – Respondo sorrindo, era tarde demais eu já estava envolvida no assunto e não vi a hora que comecei a falar dele, o meu adorado baixinho – Christopher você já ouviu falar de Fullmetal Alchemist?

_ Hummm, não me lembro bem, é um desenho né? – Pergunta o garoto aparentemente confuso por não fazer ligação com o assunto.

_ É mais ou menos, na verdade é um mangá que foi adaptado em duas versões para anime, enfim os personagens principais usam esse símbolo, por exemplo na capa do alquimista de aço tem esse mesmo símbolo e no anime é possível identificar que eles são adeptos dos ensinamentos de Flamel e que esse símbolo significa "o poder e liberdade são concedidos pela alquimia ou para a alquimia". – Falo com total entusiasmo.

Christopher me olha meio confuso e por sua expressão dava pra perceber que ele não se importava muito com o assunto, mas sim com a possibilidade da conversa. Quando a aula finalmente acabou e todos saíram, como era de se esperar Rose e suas amigas vieram em minha direção, contudo para minha surpresa ela foi bem gentil.

_ Oi Winry... – Cumprimenta ela.

_ Ah... Bom dia Rose. – Digo com um tom falso.

_ Eu queria te perguntar uma coisa... – Diz Rose com um tom sério.

_ Claro, pode perguntar Rose.

_ O que você e o Chris estavam conversando?

_ Sobre alquimia, por quê? – Respondo totalmente confusa com a pergunta dela. O que ela tinha haver com isso? Acho que nada né? Porém eu não estava afim de confusão então dei essa resposta curta e me mantive quieta.

_ Hum... Tudo bem então, obrigada. – Fala Rose com uma expressão pensativa. 

Sinceramente fico mais confusa ainda pelo fato de que Rose não me atacou, não me implicou, não me disse nada para me ofender ou me colocar "pra baixo" e isso era uma especialidade dela. O que deu para perceber do momento foi que ela estava insegura e muito curiosa para saber se o Chris estava me paquerando, mas garotas como ela ficavam inseguras? Eu sinceramente não senti nenhum clima de paquera, nós estávamos dessecando sapos caramba, mas aqui neste colégio você pode esperar de tudo, por isso eu não poderia ter certeza de nada. Sem esperar que nossa conversa fosse evoluir mais peguei meus materiais e já estava saindo quando Rose disse:

_ Winry, acho que começamos de forma errada.

_ É acho que pode ter sido... Primeira impressão errada né?

_ Me desculpe se eu fui um pouco hostil com você neste seu primeiro mês aqui em Eastside, mas para compensar isso eu gostaria de te convidar para almoçar conosco, você topa?

_ É muita gentileza sua Rose... Humm... Tudo bem eu vou aceitar. – Respondo com receio, eu não sabia qual era o jogo delas, mas eu não tinha conseguido amigos durante o mês todo e pode ser que no fundo tudo tivesse mesmo sido só um mal-entendido entre nós ou eu só estivesse com sorte para fazer amigos e eu não poderia esperdiçar essa chance.

Mesmo desconfiada caminho para o refeitório acompanhando aquelas garotas e parecia que eu estava numa passarela ou cercada por algum tipo de realeza, todos estavam olhando para nós, até os funcionários da escola paravam para ver quando passávamos. Ao chegarmos na mesa dos "populares", recebo olhares de cima a baixo dos jogadores do time de futebol e de algumas líderes de torcida.

_ Eu convidei a Winry para almoçar conosco hoje. – Anuncia Rose como se fosse uma ordem.

Algumas pessoas sorriram forçado e outras disseram "humm legal", eu me limito a sentar e continuar calada. Me sentar na mesa deles deveria despertar alguma coisa em mim, eu estava rodeada de pessoas, mas sinceramente eu não sentia nada e meus únicos pensamentos eram que eu estava mais feliz quando estava sozinha lendo ou ouvindo música...

_ É então Winry, você estava falando sobre aquele negócio de alquimia mais cedo, você gosta mesmo desse tipo de coisas? – Pergunta Christopher de repente se voltado para mim.

_ Ah! Sim, eu gosto principalmente por causa daquela obra que te falei o Fullmetal Alchemist e em geral eu curto muito ler e tal...

_ Humm que nerd. – Diz Ashely que me olhava da outra ponta da mesa.

_ Ah, eu não diria nerd, esse termo não me define muito... –  Respondo com uma ligeira irritação me voltando para a garota.

_ Você sempre carrega esse violão, você tem uma banda ou coisa assim? – Pergunta Christopher querendo chamar minha atenção para ele.

_ Banda não, mas eu toco algumas coisinhas... – Respondo meio sem graça.

_ Então toca alguma coisa pra gente. – Diz Rose inclinado o corpo para frente no banco para que o Christopher não conseguisse mais me ver e interrompendo qualquer tipo de contato entre nós.

_ Ah, eu não sei se é o estilo de vocês...

_ Que isso toca aí. – Incentiva Michael Lopez que era um amigo do Chistopher Lennox.

_ Ok, vou tocar uma música que estou aprendendo agora, ela é um tipo de rock mais leve e ela me lembra umas "pessoas especiais" digamos assim... – Digo tirando meu violão da capa e afinando.

"Quando perco a fé, fico sem controle.

E me sinto mal, sem esperança.

E ao meu redor, a inveja vai fazendo as pessoas se odiarem mais.

Me sinto só, mas sei que não estou, pois levo você no pensamento.

Meu medo se vai, recupero a fé e sinto que algum dia, ainda vou te ver...

Cedo ou tarde...

Cedo ou tarde, a gente vai se encontrar.

Tenho certeza, numa bem melhor.

Sei que quando canto você pode me escutar...

Você me faz querer viver, e o que é nosso está guardado em mim e em você

E apenas isso basta...

Me sinto só, mas sei que não estou, pois levo você no pensamento

Meu medo se vai, recupero a fé e sinto que algum dia ainda vou te ver

Cedo ou tarde, cedo ou tarde...

Sei que quando canto você pode me escutar...

Cedo ou tarde, cedo ou tarde..."

 

Termino a música com os olhos fechado e um sorriso, não sei ao certo se era isso que eu deveria sentir, mas eu realmente gostaria que o Edward de alguma forma pudesse me escutar e meus pensamentos estavam mais uma vez voltados para ele... Tudo estava muito bom, porém aquela sensação boa foi quebrada ou ouvir as palavras de Rose.

_ É uma música legal... – Diz ela com tom de deboche – E você canta bem emocionada né...

_ Ah! Mais ou menos. – Respondo corando. 

Eu estava envergonhada por demonstrar diante daquela turminha meus "sentimentos", eu realmente não deveria ter feito isso porque agora eu estava super vulnerável e eu odiava ficar assim. Eu estava esperando os piores comentários ou estava esperando receber as piores críticas, mas o pessoal da mesa gostou bastante e só me elogiou batendo palmas e tudo mais. Foi aí que eu pude ver um brilho estranho se formando no olhar de Rose, porém ele que logo se dissipou e voltando a sorrir ela disse:

_ Winry o que você acha de ir numa festa na casa da Ashely no próximo fim de semana? Você poderia tocar mais pra gente e seria muito bom.

_ Eu não sei...

_ Ótimo, te esperamos lá ás 20:00 horas no dia 26, aqui está o endereço, beijinho. – Fala Rose me interrompendo, me entregando um pedaço de papel e me mandando um beijo no ar. Fico imóvel por alguns minutos até conseguir absorver o que tinha acontecido, alguns dias atrás eu era uma ninguém e agora eu estava indo para uma das famosas festas dos populares. Poderia ter algo de errado nessa história repentina, mas eu não queria muito pensar nisso, eu precisava mesmo era me divertir um pouco. A semana passou rápido e nesses dias Rose e suas turminha sempre me convidavam para o almoço e até se propunham a fazer algumas atividades comigo, se tinha algo de errado eu não sabia dizer, mas era legal estar rodeada de pessoas.

Quando a noite da festa chegou eu estava pronta usado um vestido bege meio rodado com um cinto marcando a cintura. Como acessórios coloquei minha jaqueta de couro preta e uma bota com algumas spikes. Decido não levar meu violão pois estava certa que lá teria um já que fui convidada para tocar, então me despeço da vovó e pego um táxi.

A casa da Ashely não era muito longe da casa da vovó, mas eu preferi ir de táxi para não correr o risco de me perder. Chegando lá vi que a festa estava bem enérgica, com luzes e músicas animadas. Percebo que além do pessoal do colégio também tinha pessoas de outras escolas e até um pessoal mais velho de alguma faculdade das cidades vizinhas.

_ Que bom que você veio Winry. – Diz Rose ou me ver.

_ Obrigada pelo convite. – Falo sorrindo.

Algum tempo depois que eu havia chegado as meninas me convidaram para ir até próximo da piscina, lá tinha um palco improvisado onde elas anunciaram a todos que eu cantaria. Fiquei animada por ver as garotas estavam começando a me aceitar e ver que elas tinham preparado aquilo pra mim significava nós poderíamos ser mesmo amigas. Subo no palco, retiro minha jaqueta e me sento na cadeira, pego o violão que estava ali e digo em voz sonora:

_ Eu só queria agradecer por terem me convidado, vai ser muito legal tocar pra vocês hoje.

Ouço algumas pessoas aplaudindo e sorrio olhando de relance para as meninas que estavam alguns passos de mim mais próximas ao fundo do pequeno palco. Respiro fundo e me concentro na primeira música que eu iria tocar... 1,2,3 e antes que eu pudesse começar os versos da canção sento uma água fria percorrer todo meu corpo e quando olho eu estou coberta por água e algum tipo de corante vermelho. Coloco o violão de lado e fico paralisada por alguns segundos ensurdecida pelos risos da multidão, lágrimas involuntárias começam a escorrer em meu rosto e antes que eu conseguisse me mover escuto a voz de Rose:

_ Isso sim é show hahahaha... Eu adorei.

Encaro Rose e suas amigas, me sentido horrível por ter acreditado nelas, como puderam fingir que queriam ser minhas amigas pra depois me humilhar na frente de todas essas pessoas? Eu estava realmente triste e magoada, nunca mais eu queria voltar pro colégio.

_ Eu te disse para não atravessar meu caminho Rockbell e também te disse que era pra você ficar longe do Chris, mas você não quis me ouvir... – Continua Rose rindo – Ah não pessoal, ela está chorando hahaha.

                Pego minha jaqueta bruscamente e saio correndo dali o mais rápido que eu posso, esbarro em Christopher na saída, ele estava chegando na festa agora, mas nem lhe dou atenção apenas saio sem nem me importar com a direção que eu estava indo, eu só queria ficar o mais distante possível daquele lugar.

Corro até chegar aos fundos da casa da vovó e pulo a cerca viva para chegar próximo a garagem, sento na grama e choro silenciosamente por mais algum tempo abraçando as minhas pernas e então disse a mim mesma:

_ Eu sou mesmo uma idiota, como fui achar que uma garota que nem olhava na minha cara quisesse ser minha amiga de repente?

Suspiro fundo e olho para as estrelas, elas estavam realmente lindas e brilhantes. Fico encarando o céu por alguns minutos e depois levo a mão no colar de chave que a vovó havia me dado, como eu queria que a história da alquimia e chave fosse real, eu só queria minha vida de volta! Coloco as mãos nos bolsos da minha jaqueta e tiro minhas chaves, então encaro os bonequinhos do Ed e do Al, não sei se é loucura da minha parte ou não, mas me levanto subitamente pego um galho que estava caído por ali e começo a desenhar no chão um círculo parecido com o de transmutação humana. Depois de terminar o círculo ainda em lágrimas, me ajoelho no centro dele, tiro o colar com a chave do pescoço colocando-o a minha frente e por último digo olhando para as estrelas:

_ Universo e leis que regem esse mundo por favor me ouçam, eu só quero alguns amigos, eu só quero voltar a ser feliz novamente... – Sem esperar que algo pudesse acontecer de fato, mas encarando aquele momento como minha última opção fecho os olhos, junto as mãos e toco o chão.

Um brilho azul envolve todo o círculo e a claridade me forçou abrir os olhos, eu me assusto, mas por alguma razão não consigo me levantar então continuo imóvel. Ouço gemidos de dor que vinham de algo que estava atrás de mim e meu coração fica ainda mais acelerado, mas meu corpo não obedece aos meus comandos e eu continuo ajoelhada pensando no que tinha acabado de acontecer. Eu fiz mesmo uma transmutação humana? Minha respiração estava descompassada... Mamãe? Papai? Seriam eles? Eu não sabia o que pensar, estava realmente muito assustada, confusa e então ouço uma voz chamando:

_ Mamãe? Não... Acho que não pode ser... Aiii – Diz a voz cansada que parece pertencer a um rapaz. 

Me viro para encarar o estranho e poderia jurar que era alguém com mais uma brincadeira, mas ao me virar dou de cara com um par de olhos dourados muito sérios e determinados, eles pertenciam a um rapaz que também estava ajoelhado próximo a mim. O avalio por alguns instantes, mas a pouca luz no local não me permite enxergar muitos detalhes, contudo percebo que ele está muito ferido.

_ Q-quem é v-você? – Pergunto gaguejando com a voz trêmula.

_ Por que quer saber? – Pergunta o rapaz com mais um gemido de dor.

_ Quero saber porque você apareceu de repente e você está no quintal da casa da minha avó... E já passa da meia noite. – Respondo sem fôlego encarando aqueles olhos desconfiados e brilhantes.

_ Eu sou Edward... Elric...

_ Elric? Espera aí você disse ELRIC? – Repito incrédula frisando a última palavra – Não acredito nisso... quer dizer que você é o mesmo o Edward Elric alquimista?

_ Sim, sou eu. – Fala Edward revirando os olhos.

Ele poderia ser mesmo o Edward Elric alquimista de aço? Não... Isso não pode ser possível... Ou será pode?

*Edward*

No dia seguinte aquela revelação catastrófica eu e meu irmão preferimos não sair do nosso quarto, o clima no cômodo se mantinha pesado, mas sair dali parecia algo pior ainda. Eu optei por não comer nada o dia todo e nem poderia, tudo aquilo não saia da minha cabeça e só de cogitar as possibilidades que estavam presentes na minha mente, eu sentia meu corpo dobrar de peso. Após algumas recusas de sair para comer e alguns minutos de silêncio eu finalmente esboço um dos meus pensamentos:

_ ... Que dureza.

_ É. Pois é – Responde Alphonse com desânimo.

_ É incrível né Al? Quando alguma coisa parece que está na nossa mão, escapa entre os dedos. – Eu digo levantando ao alto meu braço mecânico e fechando a mão no ar como se quisesse agarrar alguma coisa –  E quando eu pensei que estava segurando firme, a coisa me empurrou abismo abaixo. – Continuo apoiando o braço em minha testa cobrindo o rosto –  É parece que Deus não vai mesmo com a cara de quem violou um tabu. 

Não ouço nada em resposta e isso me aflige, Alphonse parece tão perdido em pensamentos quanto eu, mas tomo coragem e falo o acho que está martelando em nossas cabeças desde o momento em que descobrimos a verdade...

_ Será que... A gente vai ficar assim pra sempre? –  Pergunto com pesar.

Enquanto a conversa entre mim e meu irmão estava caminhando para um lado cada vez mais tenso, o major Armstrong nos interrompe de forma totalmente espalhafatosa e nós começamos a discutir sobre nossas descobertas a respeito do exército e a pedra filosofal. Só então eu me lembro do que o senhor Marco me disse, que talvez eu seria o único que conseguiria ver "a verdade por trás da verdade" e com isso rapidamente minha cabeça começa a funcionar e eu chego à conclusão de que os experimento com a pedra e essa verdade estão escondidos em algum dos laboratórios pertencentes ao exército. Analisando agora um mapa o quinto laboratório de pesquisas do exército que até então está com na condição de desativado, é o mais suspeito e pode ter certeza que tem algo estranho por lá.

Mesmo prometendo ao major e os outros que nós não iríamos ao local investigar, é claro que eu não poderia ficar no hotel sem fazer nada né? Portanto eu e meu irmão saímos pela janela de nosso quarto e vamos até o local do quinto laboratório. Chegando até lá nos deparamos com uma entrada toda lacrada e nesse caso eu tive que improvisar e entrar por um duto de ventilação.

_ Al você espera aqui. – Digo subindo para o duto.

_ Quê? Não tem perigo você ir sozinho? – Pergunta Alphonse preocupado.

_ Fazer o quê? Seu corpo enorme não vai passa por aqui. – Respondo analisando nossa situação.

_ Tudo bem, mas eu não escolhi ter esse corpo enorme tá? – Diz ele cabisbaixo.

Entro pelo duto e depois de constatar que o laboratório não estava mesmo desativado, encontro a sala que provavelmente é o local usado para transmutar a pedra filosofal, pois é onde tem um enorme círculo de transmutação no chão. Neste local começo a travar uma lutar mortal com um dos guardiões do lugar, uma armadura que tem o corpo semelhante ao do meu irmão mais novo... Sim, eu me deparo com uma armadura vazia e uma alma fixada nela.

_ Vale tudo numa luta! – Eu digo depois de alguns golpes derrubando a armadura, retirando sua cabeça e a segurando forte.

Eu tinha muitas perguntas para fazer aquele guardião, mas antes que o fizesse percebi que fui engando, na verdade eram duas almas presas aquela armadura e ela voltou a se mexer rapidamente me dando um golpe de espada no flanco me arrancando muito sangue.  A luta continua se arrastando e por fim, quando eu acho que iria morrer consigo realizar uma transmutação incompleta, parando na parte da decomposição da matéria vencendo meu inimigo por deixar a armadura quase em pedaços. Finalmente a vitória ou era o que eu achava até aparecer novos inimigos...

_ O que esse baixinho de aço está fazendo aqui? – Pergunta um magricelo saindo de uma porta ao fundo da sala juntamente com uma mulher.

Arregalo os olhos ao vê-los e a pior coisa que poderia acontecer agora seria mais uma luta, pois eu estava prostrado sem condição alguma de continuar a lutar, me encontrava muito fraco, cheio de ferimentos e com meu automail praticamente destruído por causa da luta anterior, é escapar dali seria quase impossível. Ainda no chão vejo o magricelo "matar" o guardião da armadura destruindo seu selo de alma e logo depois ele se volta para mim me encarando com uma expressão divertida. Vendo ele se aproximar começo a pensar que minha morte parece evidente, ele então se abaixa próximo a mim e começa dizendo:

_ Prazer em conhece-lo baixinho de aço.

Ignoro o restante de suas palavras e me levanto com dificuldade até conseguir dar um chute em sua direção, ele desvia e diz que eu pareço estar com muita vontade de lutar, enfatizando mais uma vez que tenho baixa estatura. Eu quero socá-lo e aproveitar para soltar todos os palavrões que conheço por ele estar zombando de mim, mas por me encontrar em péssimas condições me contendo em dizer que só estou comprando a briga por ele me chamar de baixinho. Olhando feio para eles me preparo para transmutar meu automail e continuar a luta, mas meu braço para de se mexer, o magricelo comemorando a vitória avança para mim e me dá uma joelhada na boca do estômago me fazendo cair no chão e me contorcer de dor, eu estava mesmo acabado e agora iria morrer, eu tinha mesmo que aceitar isso... Ou não e assim uso as últimas forças que tenho para me levantar e sair correndo.

Passando por alguns cômodos vou me arrastando esbarrando nas paredes, mas ao ouvir passos atrás de mim entro em um dos quartos e fecho a porta. A sala está praticamente vazia e eu vejo que o centro está iluminado pela luz da lua. Caminho até lá e olho para uma abertura que tem no teto, fazia uma noite de lua cheia com muitas estrelas. Minhas pernas vacilam e eu vou de encontro ao chão dobrando os joelhos.

_Dograa! Perdi muito sangue. – Falo fechando as mãos no piso duro – Não sei se consigo continuar a andar.

Ainda ajoelhando olho a minha volta e vejo que estou no meio de um círculo de transmutação, tento entender suas equações, mas antes que o fizesse uma luz azul envolve o círculo. Sinto agora algumas mãos negras me envolvendo e depois a dor da decomposição. Sem entender o que estava havendo, olho novamente para a abertura do cômodo e encaro a lua, depois tudo fica preto e começo a viajar por minhas memórias, o corpo e a alma estão ligados pela mente, uma parte do meu corpo está em frente do que eu chamo de "porta da verdade", sendo assim minha mente vai mostrar o caminho, eu só poderia estar sendo guiado para lá.

Em seguida sou arremessado para fora de uma porta chegando a um espaço todo branco, ao que parece alguma coisa muito estranha aconteceu e agora eu encaro apenas a silhueta da "verdade" a minha frente.

_ Nos encontramos de novo, não é senhor alquimista? – Fala com voz de deboche – Eu não esperava por você agora, mas decidi atender um certo pedido e tenho uma coisinha especial para você, seu idiota!

_ Mas o quê? – Tento perguntar.

_ Cala a boca e se prepare. – Responde a silhueta da verdade e logo a porta de pedra atrás de mim se abre novamente e as várias mãos negras me puxam de volta para dentro, sinto a mesma dor da decomposição e recomposição e caio meio que ajoelhado no chão com um baque seco, minha cabeça está girando e eu levo alguns segundos para tentar identificar onde estou, a pouca luz do local não me ajuda e não consigo ver mais que contornos à minha frente. Aperto os olhos, solto alguns gemidos e consigo identificar uma mulher também ajoelhada no chão de costas para mim, respiro fundo tentando entender o que se passa a minha volta e em meio à confusão estendo a mão e pergunto a primeira coisa que me vem à mente:

_ Mamãe? Não... Acho que não pode ser... – Digo para a mulher.

Ela se vira para me encarar de forma incrédula, parece que ela não esperava me ver ali e eu tão pouco sei como vim parar aqui.

_ Q-quem é v-você? – Ela pergunta gaguejando com a voz trêmula.

_ Por que quer saber? – Eu pergunto em resposta soltando um gemido involuntário de dor.

_ Quero saber porque você apareceu de repente e você está no quintal da casa da minha avó... E já passa da meia noite. – Responde ela sem fôlego me encarando com curiosidade.

_ Eu sou Edward Elric... – Falo pôr fim ao perceber que ela parece tão confusa quanto eu.

_ Elric? Espera aí você disse o ELRIC? – Ela repete parecendo incrédula frisando a última palavra que sai de sua boca – Não acredito nisso... quer dizer que você é o mesmo o Edward Elric o alquimista?

_ Sim, sou eu. – Respondo revirando os olhos. Será que ela não percebe que eu estou ferido? E onde eu estou afinal? Como vim parar aqui? Olhando aquela garota assustada com a roupa coberta do que parecia sangue eu temia jamais saber a resposta. 


Notas Finais


Gente eu sei pode ter ficado algumas coisas confusas mas agora que essa fase foi concluída vai ficar mais fácil de nos concentrarmos no tema principal da fic que são os dilemas que muitos adolescentes vivem... Tipo quem nunca se apaixonou pele seu personagem favorito? (Não sabe o que é sofrência de verdade não é mesmo? ://). É triste e agora vamos ver isso kkk.

A música que nós escolhemos foi "Cedo ou tarde - Nx Zero"
https://www.letras.mus.br/nx-zero/1301193/
e nós também achamos um cover bem legalzinho dessa menina aí https://www.youtube.com/watch?v=sxyg5dY3DOU
Não conheço ela, mas é só pra gente imaginar mais ou menos a Winry cantando hahaha'

Desculpem os erros e beijos da Win-chan e do Ed-senpai :**


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