História Conexões - KawaBoru (ABO) - Emoções

    Não sabia ao certo se isso seria uma boa ideia, mas se ele disse que dava conta então resolvi confiar. Não queria fazer isso na frente dessas pessoas, mas era isso ou rasgar as roupas que Naruto me emprestou com tanto cuidado. Retirei minha blusa, calça e por fim minha cueca, ficando literalmente pelado no meio de um campo de treinamento. Itachi havia apenas retirado sua blusa e já estava na transformação parcial dele. Respirei fundo e não vou negar que estava com muito medo disso, afinal de contas a última vez que me transformei foi quando perdi para Jigen. Sinto meu lobo querendo emergir e apenas deixo fluir, não fazendo nada para frear. Sinto as dores terríveis preencherem meu corpo todo, assim como sinto ele se remodelando. Era horrível fazer isso. Minha consciência é engolida pelo instinto gigantesco do meu lobo. Mas...que...drog…

    - Então essa é a transformação original que nossa espécie tinha no passado?! Incrível!!! - Disse fascinado.

    - Sarada, vamos tomar mais um pouco mais de distância dos dois! - Falou Shisui ao notar o choque de presença deles.

    - Tem certeza que isso foi uma boa ideia mesmo? - Perguntou Sarada preocupada.

   - Vamos descobrir agora… 

    Itachi via com fasciniou o grande lobo com pelos negros, e alguns fios loiros, que se projetava a sua frente. As pupilas vermelhas dele o olhavam como se fosse devorar sua alma apenas com a mente. O lobo era tão grande que sua sombra tapava o sol que vinha por detrás dele e sua sombra cobria Itachi que no momento da perspectiva do lobo era quase como um gatinho filhote encurralado. A presença esmagadora de ambos logo preencheu todo o ambiente em que estavam e Itachi mudou sua expressão de surpresa para uma mais séria, pois a essa altura qualquer deslize que sofresse seria sua morte. O grande lobo correu rapidamente em sua direção, pisando tão forte no chão que a marca de suas garras ficavam marcadas nele. Itachi correu na direção do lobo e escorregou por debaixo dele, desviando de uma mordida. O mesmo ainda tentou derrubar o lobo no chão acertando um chute em suas pernas, mas ficou surpreso pela resistência dele que não caiu e quase acertou um coice que passou de raspão por si.

    A luta era árdua e Itachi tentava o máximo possível dar tempo para que Kawaki voltasse a si, porém era nítido só de olhar para o lobo a sua frente que a consciência humana não existia ali. Kawaki estava sendo suprimido por completo pelos instintos do lobo e não conseguia transpassar ele e obter controle de sua forma de lobo. Itachi em um descuido foi acertado pelas patas do lobo que o jogaram a uma grande distância, o fazendo se chocar contra as paredes da arquibancada. O local do impacto foi bem grande, porém o mesmo logo saiu dos escombros com danos mínimos e com um sorriso largo. O lobo perdeu Itachi de vista, que sumiu rapidamente de sua visão e o puxou pela cauda, o jogando com força no chão produzindo um grande estrondo e uma densa nuvem de poeira. Itachi por um minuto ficou preocupado de ter exagerado, mas respirou tranquilo ao ver o grande lobo se levantar praticamente sem danos e bem mais irritado.

    - Acho que essa é a primeira vez que vejo tio Itachi tão empolgado com algo. - Disse vendo a cena.

    - Ele acha incrível bater em alfas, diz que é assim que amizades duradouras ou bons rivais nascem. Eu acho isso entediante! - Disse Shisui revirando os olhos. - Me acorde quando algum deles cansar, afinal pelo que vejo isso vai demorar, já que os dois são duros na queda. - Bocejou deitando no colo de Sarada.

    - Pode deixar! - Riu pelo jeito despojado dele.

    A luta daqueles dois seguia árdua por minutos que logo se tornaram horas. Quase todo o ambiente em que lutavam estava destruído. Grandes marcas de garras estavam espalhadas por todos os lugares, assim como grandes locais despedaçados devido aos fortes impactos. Itachi tinha múltiplos arranhões pelo peito, costas, braços e rosto, mas nenhum deles era profundo ou fatal. O grande lobo estava igualmente ferido e mostrava claros sinais de cansaço, já que durante a luta Itachi usou um método de combate que poupava sua energia, visto que o lobo atacava de maneira descontrolada e sem planejamento. Naquele combate Itachi percebeu um dos pontos que pode estar sendo um empecilho para que Kawaki controle seu lobo, a sede de sangue dele. Aquele lobo tinha um ódio imensurável por alfas como Itachi podia sentir claramente, porém isso gerava uma contraposição, visto que o mesmo era um alfa também. Itachi sabia que se Kawaki tivesse controle de seu lobo ele não teria chance sozinho, já que a força daquele ser a sua frente era imensa, porém estava descontrolada. Com todas essas informações e sabendo que Kawaki não conseguiria voltar por conta própria após todo aquele tempo ter se passado, Itachi teria que pôr um fim naquele combate. Ele esperou uma investida do lobo que não tardou em avançar até si e saltou se montando nas costas dele. Itachi desferiu um forte soco na coluna do lobo a fazendo rachar, contudo ele maneirou na força para que não acertasse um nervo. O grande lobo caiu no chão fazendo um grande barulho e não demorou para a forma humana de Kawaki começar a voltar.

    - Minhas… costas… - Se contorcia no chão dolorido.

    - Estou surpreso que ainda esteja consciente! - Aproximou-se dele. - Me desculpe pelo excesso de força, mas era o único jeito de fazer você voltar. Não se preocupe, você cura rapidinho um dano desses.

    - Eu fui péssimo… não fui? - Perguntou com a voz embargada.

    - Não vou mentir, foi sim! Mas não fica assim, foi só nosso primeiro treinamento. Além do mais, eu consegui ter uma real noção de como te guiar corretamente. Sua personalidade e a de seu lobo são muito diferentes. Você é doce e não se impõe tanto para os outros, o que é semelhante a um ômega. Já seu lobo é o oposto, tendo uma sede de sangue tremenda e se impõe sobre tudo e todos.

    - O que… devo fazer então?

    - Antes de tudo, deixe-me te fazer uma pergunta: Você odeia ser alfa? - Notou ele trincando o maxilar.

    - Bom… e-eu… e-eu… não tenho certeza disso…

    - Pois é… isso é um grande problema. Sua mente humana tem repulsa do seu lobo que é uma parte sua. Já seu lobo tem repulsa por alfas, o que acaba gerando uma repulsa a si mesmo. Em resumo, você odeia seu lobo e ele se odeia. Durante nossa luta eu percebi que vez ou outra seu lobo atacava a si mesmo. Se eu tivesse usado o método que vai te ajudar a dominar seu lobo agora. Você não teria conseguido o controlar… e nem viraria um lobo permanente. Você teria morrido! - Olhou para ele triste.

    - Então eu sou mais bosta do que pensava! - Riu de maneira amarga.

    - Bom, acho melhor irmos limpar esses ferimentos e você vestir uma roupa. - O ajudou a se levantar do chão.

    Me apoiei em Itachi que me levantou com muito cuidado para não machucar minhas costas que estavam doloridas. Andamos lentamente até o local onde tinha deixado minhas roupas e cuidei apenas em vestir minha cueca, já que ficar andando pelado por aí não me deixava confortável. Depois que isso aconteceu, seguimos até uma entrada que tinha ali naquele local que levava até uma espécie de vestiário. Ele me mostrou onde ficavam os chuveiros e toalhas, saindo logo depois me deixando sozinho. Caminhei devagar até chegar a um deles e quando a água gelada caiu sobre meu corpo eu o senti todo dolorido e tive que conter um grito de dor. Aos poucos ela ia sumindo e respirava mais tranquilamente. Eu remoía as palavras ditas por Itachi e por mais que fosse difícil aceitá-las… eram verdade. Eu nutri esse ódio por tanto tempo que nem percebi quando ele já estava enraizado no meu ser. Mas… o que faço agora? Não é como se eu simplesmente pudesse esquecer tudo o que passei assim de uma hora para outra. Contudo, preciso me esforçar ao máximo para superar esses problemas. Preciso ficar mais forte. Acho que já está na hora de deixar de ter medo e começar a agir como um… alfa. Desliguei o chuveiro e saí me enxugando com a toalha até chegar onde tinha deixado minhas roupas. Para minha infelicidade… estavam todos me esperando.

- De perto realmente é maior do que imaginava! - Disse Shisui, sentindo uma cotovelada na costela.

- G-gente… o que fazem aqui? - Cobriu-se rapidamente.

    - Shisui você assim vai deixar ele mais envergonhado. - Falou Itachi ouvindo ele rindo.

    - Foi mal, mas não podia perder a chance. Acho que seu sobrinho deu a sorte grande! - Itachi revirou os olhos e Sarada riu.

    - Acho que meu irmãozinho quebra na primeira!

    - Se importariam de parar de falar de minha intimidade como se eu não estivesse aqui?

- Desculpe a intromissão Kawaki, mas fiquei preocupado, já que você estava demorando muito, de você ter passado mal ou algo do tipo. Como está sua coluna?

    - Ela já curou agora que percebi! - Disse notando sua costas melhores. - Obrigado pela preocupação! 

    - Já curou? Um dano daqueles? - Falou Sarada surpresa. - Que rapidez!

    - Se soubesse que você curaria tão rápido assim teria batido mais. Meus ferimentos vão demorar um pouquinho mais para curar! - Sorriu olhando seus ferimentos. - Bem, vamos te dar privacidade agora!

    Assim que todos saíram, finalmente tive privacidade para vestir minhas roupas. Itachi disse que não treináriamos sempre combate direto, mas sim outras partes que Shisui iria me auxiliar. Me despedi dele e caminhava voltando para a casa de Naruto. Pensando melhor agora, o que Sarada quis dizer com “Meu irmãozinho quebra na primeira”? Não temos nada além de uma leve amizade e uma marca obrigada que ele acabou me dando. Será que deixei muito claro o que sinto em relação ao Boruto? Não duvido disso visto minha capacidade de fazer besteira. Não sabia como questioná-la, por isso achei melhor esquecer desse assunto por hora. Mesmo tendo me curado da maioria dos danos que levei no treino de hoje, meu corpo estava pesado devido ao cansaço e à energia gasta em me curar. Notei que Sarada parou de caminhar quando estávamos já perto de sua casa.

    - Hummm… algum problema? 

    - Por que não tentou fugir esse tempo todo? - Virou-se o encarando.

    - Bem… não achei que… fosse conseguir. - Forçou um sorriso.

    - Você mente muito mal! - Revirou os olhos para a mentira dele. - Você com certeza é mais forte do que eu, mesmo nessa forma. Poderia ter fugido sem problemas, ao menos de mim no caso. Então, vou perguntar novamente: Por que não fugiu? 

    - Queria que eu tivesse tentado? Não entendo a importância dessa pergu…

    - Foi por causa do meu irmão não foi?! - O interrompeu, notando o nervosismo dele com a pergunta. - Posso parecer não ligar pra nada e realmente não ligo, mas não sou cega e está claro seu interesse nele. Olha, não vou bancar a irmã superprotetora que afasta todos os pretendentes de seu irmão ômega e blá blá blá. Contudo, peço que não iluda meu irmão, porque se ele ficar triste por algo que você fez, ai sim terei que bancar a irmã superprotetora. - Cruzou os braços seria.

    - Seu irmão é lindo e uma ótima pessoa assim como o Omma de vocês. Sou muito grato pela ajuda que ele me deu quebrando a marca de Jigen e me sinto até hoje culpado por tê-lo machucado naquele momento de descontrole. - Apertou os punhos ao lembrar do acontecimento. - Prometi a mim mesmo que aquilo jamais aconteceria. Jamais machucaria seu irmão… pelo menos não novamente e principalmente da maneira emocional. 

    - Olha só, acho que essa é a primeira vez que vejo você se impondo! - Falou surpresa pela forma que ele falou. - Parece mais um alfa agora! - Sorriu dando um tapinha no ombro dele.

    - Não era minha intenção. - Sorriu sem graça envergonhado.

    - Bom, como disse antes, não vou interferir em nada caso esteja rolando algo entre vocês. Porém, o mesmo não se aplica a meu pai. Como já deve ter percebido, proteger Boruto de todos os alfas é o objetivo dele. Então vai precisar se impor bem mais se quiser mesmo… digamos… entrar para a família se é que entende. 

    “Entrar para a família"... essa pequena frase me deixou sem reação por alguns momentos. Uma felicidade se apossou de mim por apenas alguns instantes. Mesmo sabendo que esse mundo não me pertence… eu quero muito… fazer parte de uma família. Nem que essa família seja resumida a apenas… eu e Boruto. Sinto meu coração falhar uma batida quando imaginei isso. O que significa isso? Será que era isso o que as pessoas chamavam de… paixão? Eu estava  apaixonado? Não. Não. Não. Isso é coisa do meu lobo e dessa marca que estão confundindo meus sentidos. Tudo o que devo sentir por Boruto é uma grande… amizade? companheirismo? dívida por ele ter tirado a marca de Jigen de mim? Não sei classificar o que sinto ao certo e isso está me deixando louco. Vou esperar essa marca sumir de mim para começar a tirar conclusões ou… simplismente ir embora. Finalmente entramos na casa de Naruto e pelo cheiro estavam já todos aqui. Sarada foi para seu quarto e decidi ir para a cozinha onde Naruto estava. Quando cheguei lá, vi o mesmo todo sujo de comida que usava para fazer a janta, assim como uma menina mais nova que estava sentada na mesa vendo toda a situação sorrindo.

    - Kawaki, que bom que já chegou! - Sorriu ao vê-lo. - Então, como foi seu treino?

    - Foi bem… revelador. 

    - Hummm… vou entender isso como um “Deu tudo certo”, já que eu esperava que você chegasse aqui em casa apagado carregado pela Sarada. 

    - Isso quase aconteceu mesmo!

    - Moço, você que é o Kawaki? - Perguntou Himawari sentada na mesa.

    - Sim… prazer em conhecê-la!

    - Você é o namorado do meu irmão? - Viu ele arregalar os olhos.

    - N-não, somos a-apenas… conhecidos. - Coçou a nuca envergonhado.

    - Ah… mas, por que vocês não namoram? Você é bonito! Meu irmão é bonito! Você é alfa e meu irmão é omêga. Não é assim que funciona? - Escutou Naruto rindo.

    - Himawari meu anjo, está envergonhando nosso convidado. Sem contar que nem só beleza e classe importam numa relação mais íntima entre duas pessoas. 

    - D-desculpa Kawaki! - Sorriu tímida.

    A irmãzinha mais nova de Boruto era muito fofa, mesmo que tenha me colocado em uma saia justa. Depois de ela pedir desculpas, voltou a desenhar algo em um papel que estava em cima da mesa. Naruto também tinha voltado ao que fazia e eu mesmo sem ter noção alguma de cozinha, me ofereci para ajudá-lo. Ele aceitou minha ajuda e apenas cortava os ingredientes. Me lembrei que hoje só havia visto Boruto pela manhã bem cedo quando estava saindo e até agora ele não tinha aparecido. Pelo que Naruto tinha dito, ele tinha voltado a dormir horas atrás e possivelmente só acordaria bem depois da janta. Não senti dores dele vindo da marca hoje cedo e espero que as minhas que senti durante o treinamento não tenha o incomodado. Assim que terminei de ajudar Naruto, fui para o quarto que ficava e apenas me deitei lá esperando a hora da janta chegar. 

///// Dois dias depois /////

    Eu sei que toda vez quando meu período está chegando eu falo isso, mas é que nunca me canso de repetir: Ser um ômega é um saco. Esses últimos dias eu literalmente só sai da cama para comer e fazer algumas coisas simples, voltando logo depois para a cama e dormindo tanto que nem sei de onde vinha tanto sono. Via o pessoal da casa no máximo uma vez ao dia antes de apagar novamente e só acordar no dia seguinte. Porém, isso ainda é melhor do que ficar pelos cantos encolhido com dor. A cada três meses esses meus períodos chegam e o pior não era nem antes dele, mas sim quando ele chega de fato. Como não tenho um alfa e nem peço ajuda a ninguém, os dias que estou no “frenesi” sexual são terríveis, já que não há ninguém para me satisfazer. Tenho até vergonha que me vejam naquele estado deplorável. Olhei o horário no meu celular que estava do lado da minha cama e já eram quase onze da manhã. Sendo assim, só estava eu nesse momento aqui em casa, já que Sarada deve ter ido em alguma missão com Mitsuki. Papai Sasuke voltou para suas investigações e meu Omma deve ter levado Hima a escola e Kawaki para treinar com o tio Itachi. Falando nele, mal o via mais e no curto tempo que o encontrava pela casa não trocavamos muitas palavras já que logo depois eu ia dormir ou ele estava muito cansado dos treinos. Sobre isso, vez ou outra eu sentia através da marca as dores do treino dele, mesmo que fossem apenas um pequeno incômodo que pudesse ser ignorado. Não falei nada para ele, pois não quero atrapalhar esse momento importante. Algo nele estava diferente quando conversei com ele da última vez. Ele parecia mais… decidido. Torço de verdade que ele supere tudo o que passou e que esse tal de Jigen possa ser logo capturado e pague pelos seus diversos crimes.

    Não havia nenhuma mensagem importante no meu celular e resolvi ir tomar um rápido banho e descer para comer algo. Quando entrei no banheiro, me lembrei da cena que aconteceu a algumas noites atrás, na qual Kawaki havia entrado no meu banheiro no momento que eu estava passando mal. Eu achei a atitude dele muito fofa em ter vindo ver como eu estava, mesmo que eu tenha plena noção que só foi por causa da marca. Lembrei que ele entrou aqui apenas de calça moletom e não disse nada na hora, mas… a imagem dos músculos dele não saíram de minha memória desde então. O seu cheiro forte de alfa também parecia ter ficado impregnado no meu quarto mesmo que ele tenha ficado apenas alguns minutos. Durante esses vários sonhos que tive, acabei tendo alguns bem eróticos com ele. Isso se deve por conta da proximidade do meu período, mas não é como se antes eu já não o achasse bonito. Acabei sentindo minhas roupas íntimas apertadas e só agora reparei que estava excitado apenas de imaginar os sonhos que tive. Respirei fundo tentando normalizar minha excitação, já que me masturbar era perigoso, visto que Kawaki podia sentir através da marca e a ideia dele sequer pensar que estou fazendo isso me deixa envergonhado. Contudo, meu tesão não diminui e se eu não fizesse aquilo ali agora era capaz de passar o dia todo no banheiro. Toquei no meu membro e soltei um pequeno gemido devido a sensibilidade que eu estava. Comecei com leves movimentos de sobe e desce e sentia uma onda de prazer se apossar do meu corpo e que estava me fazendo sentir ótimo.

    Imaginei Kawaki aqui comigo. Me abraçando. Me beijando. Sim, com certeza ele deve beijar muito bem, mesmo que ele mesmo seja ainda virgem pelo que entendi de uma de nossas conversas. Queria muito sentir o calor dele perto de mim. Seu cheiro forte que me faz ficar perdido só de estar perto dele. Mordi os lábios imaginando todas essas cenas e senti meu prazer chegando. Senti um líquido quente escorrendo pelas minhas pernas e estava lubrificando também devido ao intenso prazer que estava sentindo. Conforme ia me masturbando já sentia meu prazer chegando e não demorou para que eu gozasse melando o chão do banheiro todo. Minha respiração estava pesada e sentia minhas pernas bambas. Isso foi ótimo. Apesar de agora não saber com que cara vou olhar para Kawaki. Me molhei limpando toda a sujeira que fiz no banheiro e em mim. Quando vi que estava tudo “OK”, desci para fazer algo para comer já que estava morrendo de fome. No caminho para a cozinha sinto uma forte pontada no meu baixo ventre que me fez me apoiar na parede. Sentia meu corpo rapidamente esquentando, nem parecendo que tomei banho minutos atrás.

    - Dro… ga… acho que… f-fazer aquilo no banheiro… não ajudou muito. Arghhhh! - Sentiu novamente outra pontada.

    Meu período pelas minhas contas deveria demorar mais um pouco para chegar, porém algumas coisas podem acabar acelerando ele… e a principal delas foi ter um alfa bonito debaixo do mesmo teto que eu e ainda unido a mim por uma marca. Subo devagar as escadas de volta para meu quarto e ao entrar nele fecho a porta. Noto meu celular aceso em cima da mesinha perto da minha cama e me aproximo dele, vendo várias ligações de meu Omma e mensagens. Decido ir ver as mensagens, mas alguém rapidamente tirou o celular de minhas mãos.

    - Mil perdões… por isso… mas temo já ser tarde para falar com… Naruto. - Disse ofegante o olhando firme.

    - Ka-Kawaki? Como e-entrou no meu qu-quarto? - Olhou atrás dele vendo a janela aberta.

    - Não estou… raciocinando bem sabe… e não quero… estragar tudo de novo, mas...seus desejos sexuais estão passando através da marca e por consequência… me deixando excitado. - Chacoalhou a cabeça tentando se controlar.

    - M-me descu… - Parou de falar sentindo outra pontada de dor.

    Essa foi bem forte e quase cai no chão se ele não tivesse prontamente me segurado. Nossos rostos ficaram bem próximos um do outro e era nítido ver a briga interna dele para não ceder aos seus desejos sexuais incentivados pelos meus. Um dos olhos dele já estava vermelho e o outro ainda mantinha a cor normal, porém a pupila de ambos estavam dilatadas. Omma me falou que essa situação poderia acontecer devido a nossa marca temporária, mas esperava que a marca tivesse sumido até lá. Os lábios dele se aproximam dos meus e já sentia a respiração dele em meu rosto. Ele não me beijou de fato, apenas roçou os lábios no meu e se afastou de mim, soltando um pequeno rosnado que arrepiou todos os pelos do meu corpo. Eu estava dividido entre deixar que ele me saciasse nesse meu período, ou o mandasse embora de alguma maneira. Contudo, cada parte do meu corpo ansiava por ele dentro de mim, só que estava com medo dele me machucar, já que ele não é muito controlado. Ele desvia o olhar para meu pescoço e se aproxima dele, aspirando forte ali enquanto ainda me segurava nos braços. Não conseguia resistir e acabei soltando um leve gemido pelo ato dele.

    - Então a sensação que senti mais cedo de prazer foi de você se masturbando! - Lambeu os lábios com a ideia. - O cheiro não vai embora tão fácil assim. - Sussurrou no ouvido dele.

    - Ka-Kawaki a-acho melhor a ge…

    - Olha… Boruto, quero que seja sincero enquanto ainda tenho controle. Seu Omma deve chegar aqui em pelo menos dez minutos… se me empurrar através daquela porta eu devo apagar devido a eletricidade que tem ali causada pelo aparelho e você ganha tempo para fugir. Contudo… por favor… não é meu lado de lobo pedindo isso… mas o humano. - Olhava fundo nos olhos dele. - Me deixe ficar! 

    - Bom… fica difícil negar desse jeito! - Viu ele sorrindo. - Só… não me machuque!

    - Isso nunca mais!

    Quando finalmente recebeu minha confirmação, o segundo olho dele ficou vermelho e logo senti a presença forte de alfa dele preenchendo todo o ambiente. Ele novamente se aproximou dos meus lábios, mas dessa vez me beijou de fato. Suas mãos que estavam em minha cintura me puxaram para mais perto de si e passei meus braços pelo pescoço dele enquanto nos beijávamos. Nossa diferença de altura era um pouquinho grande, tanto que ele tinha que inclinar um pouco para baixo o corpo para me beijar. O beijo seguia calmo, mas não demorou muito para eu sentir sua língua pedindo passagem e prontamente concedi. Nossas línguas se tocavam de maneira selvagem enquanto nos beijávamos. Cada segundo ali parecia que eu estava no paraíso e já sentia minha entrada ficando úmida novamente devido a minha excitação. Depois que finalmente o ar começou a faltar, nos separamos ofegantes. O olhar dele era de pura luxúria e o meu não devia ser diferente. O vi lambendo os lábios e sorrindo safado. Sinto as mãos dele descendo até minhas coxas e sou rapidamente levantado do chão e colocado em cima da mesinha que tinha perto da minha cama. Várias coisas caíram no chão no processo e só espero que nenhum quadro tenha quebrado.

    Antes de eu terminar de processar o que estava acontecendo, ele puxa meu cabelo de leve deixando minha cabeça inclinada expondo meu pescoço. Ele rapidamente o ataca desferindo leves mordidas e lambidas por toda a extensão dele. Naquele ponto eu já soltava leves gemidos e por instinto já tinha cruzado minhas pernas ao redor da cintura dele. Tenho certeza que ali ficaria marcado por um bom tempo e essa era a intenção dele, me marcar para dizer a todos que o pertenço. Quando ele terminou com um lado do meu pescoço foi para o outro e segurou em uma das minhas mãos, a guiando até seu membro que estava já bem duro por dentro do short que ele vestia. Ao tocar, o senti soltar um grande suspiro de satisfação. Mesmo apenas tocando por cima do short, já era possível ter a real noção do quão grande era. 

    - Tão lindo! Tão fofinho com essa carinha! - Alisava o rosto dele. - Sonhei tantas vezes com esse momento que nem acredito que realmente está acontecendo.

    - Para… como posso estar bonito nessa situação vergonhosa.

    - Vergonhosa? Para mim você nunca esteve tão atraente quanto agora! - Rosnou levemente o deixando corado. - A única coisa que vai superar tudo isso vai ser ter você sem roupas!

    Sinto meus lábios sendo atacados novamente e sou levado até a cama, onde ele deita por cima de mim. Seu corpo pesado era pressionado no meu e ele movia sua cintura, fazendo nossos pênis encostarem um no outro pelas roupas. Quando o beijo é encerrado, notei as garras dele crescendo e o mesmo não perde tempo em rasgar minha blusa, fazendo ela ficar em tiras e a jogando no chão logo depois. Era mais fácil ele ter tirado ela, mas estava nítido o desejo dele de mostrar dominância sobre mim e isso não era ruim. Sou virado rapidamente na cama, ficando de costas para ele. Mais uma vez ele fica por cima de mim e seu membro agora esfregava na minha bunda enquanto ele mordia o lóbulo de minha orelha e cangote, me deixando ainda mais excitado. Suas garras deslizavam pela minha coluna até chegar ao meu fino calção que usava para dormir. Como estava sem cueca, apenas o calção foi rasgado e fiquei corado de estar pelado na frente dele. Meu cheiro doce rapidamente se espalha pelo quarto devido a minha grande excitação. Solto um gritinho de susto ao sentir ele desferir um forte tapa em uma de minhas nádegas. Logo depois sinto ele se aproximando de minha entrada e sua língua não demora a rodear minha intimidade. Naquele momento eu soltava palavras desconexas e sentia meu corpo todo molinho devido as intensas sensações que aquele simples gesto me transmitia. Porém, mesmo com aquelas sensações maravilhosas, os incômodos no meu baixo ventre continuavam e só parariam de fato quando ele entrasse em mim.

    - Ka-Kawaki… eu pre-preciso de vo-você… em mim a-agora.

    - Está bem, meu lindo. Apesar de ainda ter faltado algumas coisas antes de começarmos de fato, dessa vez vou ignorar devido a seu estado… delicado. 

    Olhei para trás vendo ele sair da cama e retirar as peças de roupa que ainda usava. Ele tinha um sorriso safado no rosto que contrastava com o dele em momentos normais. Seu jeito normal era tão fofo que me esquecia até que era um baita de um alfa. Ele retira lentamente sua camisa e logo depois o short que vestia, restando apenas sua peça íntima. O tamanho do amiguinho dele era tão grande que era possível ver a cabeça saindo da peça. Mordi os lábios sem nem ter percebido e finalmente ele retirou a última peça, me deixando ver com clareza seu membro imponente de alfa. Meu lado lobo estava radiante de felicidade, já meu lado humano bem receoso já que aquilo para entrar vai doer muito. Ele retorna para a cama e se coloca por cima de mim, roçando seu membro entre minhas nádegas, melando seu pênis no meu lubrificante enquanto beijava meu pescoço.

    - Não precisa ficar com medo, garanto que você vai gostar! - Tentava o acalmar. - Mas caso eu esteja me acedendo basta falar, certo? 

    - Ce-certo!

    Era incrível saber que mesmo ele naquele estado ainda tinha plena noção de não passar dos limites e me fazer sentir bem. Ele distribuía leves beijos pelo meu rosto e seu membro forçava entrada, me fazendo querer se afastar, mas uma se suas mãos segurava minha cintura evitando isso. Por mais que ele estivesse indo devagar e eu a essa altura estivesse bem lubrificado, não mudava o fato de aquilo ser minha primeira vez. A respiração dele tinha ficado mais pesada conforme ele ia se aprofundando em mim e já soltava alguns gemidos baixos perto do meu ouvido. As dores estavam em um nível aceitável e não demorou muito até ele entrar por completo em mim, com sua cintura tocando na minha bunda. Minha respiração estava pesada e a sensação de estar totalmente preenchido era imensurável. Ele ficou um momento parado esperando eu me adaptar ao seu membro enquanto dizia palavras carinhosas no meu ouvido.

    Seu membro foi retirado pela metade de dentro de mim e logo depois inserido novamente e dessa vez a sensação de prazer já estava ficando maior que os incômodos. Mais uma vez ele fez aquilo, só que um pouco mais rápido ao notar que eu já estava gostando do ato. Não demorou muito para as estocadas ficarem mais rápidas, sentindo seu membro me alargando lentamente a cada uma, já gemendo bem alto. Seu braço livre havia sido passado pelo meu pescoço e ali soube que nosso sexo ficaria bem mais pesado. Ele mudou levemente a posição que estava, mas foi o suficiente para me fazer ir à loucura com a velocidade e precisão de suas metidas. Seu pênis ia fundo e rapidamente saia, voltando logo depois. A velocidade era tão alta que os sons obscenos de sua cintura se chocando com minha bunda preenchiam todo o quarto, assim como nossos gemidos, sendo que os dele mais pareciam rosnados.

    Eu precisei descontar o grande prazer que estava sentindo e acabei segurando no braço dele que rodeava meu pescoço, arranhando aquela região e a mordendo. Meu pênis esquecido fricciona no tecido da cama a cada estocada que ele dava e já estava quase gozando apenas com isso. Eu achei que pela velocidade que ele estava indo, logo gozaria, mas ficamos nessa por minutos. Nossos corpos suados deslizavam um pelo outro e o encaixe dele por cima de mim era perfeito. Parecia que nós dois tínhamos sido feitos sobre medida para cada um. Os movimentos dele de repente foram ficando mais lentos o que indicava que seu prazer estava chegando. A cabeça do seu pênis começa a inchar dentro de mim, indicando que o nó estava se formando. Em mais uma estocada profunda ele veio forte dentro de mim, me preenchendo por completo com seu prazer. Nossos corpos a essa altura eram resumidos a espasmos de prazer.

    - Vo… cê… está bem… Boruto? - Perguntou extremamente ofegante.

    - S-sim… apesar de… não senti nada da cintura para baixo. - Gargalhou ouvindo ele rindo.

- Isso foi… maravi… lhoso. - Beijou a bocheca dele.

- Foi sim… obrigado pela sua paciência!

- Bom, pelo menos tiramos a virgindade de cada um!

- Pois é… vamos descansar agora… já que não deve demorar muito para outro pico de tesão chegar. - Disse sonolento.

- Bons sonhos, estarei aqui quando acordar!

///// Cinco dias depois /////

    Não sei ao certo quanto tempo se passou desde que meu período começou. Os primeiros dois dias foram os mais intensos, já que era o início do período. Eu praticamente tinha cansado Kawaki de uma forma que ele estava com algumas olheiras, mas não reclamava de nada e em todas as vezes que transamos ele mantinha a mesma intensidade, me deixando surpreso que mesmo cansado e sem dormir direito ele conseguia se manter. Agora entendo quando Omma diz que alfas são bem resistentes. Minha família não poderia ficar na mesma casa agora que tinha um alfa comigo, já que os instintos de Kawaki estavam à flor da pele e qualquer um que se aproximasse de mim nesse estado ele vai ver como um inimigo. Omma tinha ido com meu pai, Sarada e Himawari para a pequena cidadela que tinha no Templo Uchiha. Não consigo nem imaginar o tamanho da bronca que vou levar de papai, acho que é possível até ele tentar estrangular Kawaki de novo, só que dessa vez ele vai o matar de fato.

    Hoje era pelas minhas contas o quinto dia, mas eu estava satisfeito de uma forma que meu período já tinha acabado, não durante os sete dias como estou acostumado, restando apenas o mal estar comum do final dele. Kawaki estava bem fofinho dormindo com a bochecha amassada no travesseiro e seu topete caído pelo seu rosto. Era nítido a bagunça que estava no quarto, com várias coisas quebradas pelo chão e várias marcas de garras nas paredes que não faço a mínima ideia de como foram parar ali. Deve demorar um pouco para eu me lembrar de tudo o que fiz. Quem entrasse agora no meu quarto pensaria que teve uma briga aqui dentro. Kawaki também estava com várias marcas de mordidas e arranhões por todo seu corpo, assim como eu pelo que já reparava agora. Isso vai demorar um tempo para sumir. Me levanto da cama devagar para ir ao banheiro e ao ficar de pé sinto uma forte dor na minha entrada.

    - Droga! - Resmungou dolorido.

    - O que está acontecendo? Quem está aqui? - Acordou de maneira afoita.

    - Não tem ninguem aqui idiota! 

    - Boruto? Hmmm… está tudo bem? 

    - Tirando as dores e as múltiplas marcas pelo meu corpo, sim!

    - Sua pose de menino mimado voltou, presumo que seu cio já acabou. - Cruzou os braços vendo ele corado.

    - Cio?! Voltamos para cem anos atrás e não soube?! - Cruzou os braços batendo o pé no chão.

    - Não importa de que nome queira chamar, não vai mudar o fato do estado em que estava. - Sorriu vendo ele irritado. - Fora que você era bem mais legal!

    - Mais legal? Sei bem o que você achou legal. - Semicerrou os olhos.

    - Que tal se a gente deixar com essa discussão matinal e ir pra algo mais interessante. - Se aproximava lentamente dele.

    - Se você chegar mais perto eu juro que chuto seu saco. Estou cansado já de ver esse seu pinto pra lá e pra cá. Vai vestir uma cueca!

    - Ué, mas não era voce qu…

    - Kawaki se terminar essa frase será um alfa morto!!!

    - Tá, tá, foi mal! Me empolguei demais… mas assim… não tem mesmo a menor chance da gente… slá… não repetir só mais uma vezinha?

    Por sorte do destino ou não, minha kunai que usava em missões estava bem do meu lado e a peguei jogando nele que desviou sorrindo. Esse jeito brincalhão dele era outra coisa nova que ainda achava estranho, já que na maioria das vezes ele era ou muito tímido ou melancólico demais. Ele caçou sua cueca pelo chão do quarto e a encontrou rasgada. Que beleza, isso foi ótimo. Acabei tendo que emprestar um de meus calções que uso para dormir para ele, já que minha cueca tinha ficado extremamente apertada nele, tanto que rasgou quando ele só fez um leve movimento. Apesar das minhas cenas, eu amei cada momento com ele e fiquei bem feliz de ver ele melhorando. Era nítido que esse tempo que não nos falávamos ele tinha mudado. Parecia mais seguro de si. Reparei na expressão dele de felicidade se desmanchando e ficando séria. Iria perguntar o que aconteceu, mas ele arregala os olhos, correndo rapidamente em minha direção e tudo fica preto na minha frente de repente.

    - Boruto… - O chamava desesperado. - Boruto acorda… acorda por favor!

    A voz dele parecia um sussurro e eu ainda não sabia o que estava acontecendo. Ao olhar para cima vejo o céu. Estava do lado de fora? Tinha um zumbido irritante no meu ouvido que não me deixava escutar direito. Quando a voz dele se tornou mais clara em minha cabeça e minha visão deixou de estar turva, noto ele com graves queimaduras espalhadas pelos braços e rosto. Um de seus olhos foi queimado e boa parte do seu braço esquerdo. Sinto meu corpo ardendo e notei estar com alguns ferimentos também, mas eram mais leves que os dele. Minha casa, mais especificamente onde ficava meu quarto, estava destruída e no momento pegava fogo.

    - O… que… houve? 

    - Que bom que você acordou! - Sorriu levemente.

    - Se tivesse deixado o menino de lado teria saído ileso dessa pequena explosão, K-A-W-A-K-I. - Soletrou o nome dele, tomando a atenção dos dois ali. - Espero que tenha curtido bem suas férias brincando de casinha com esse ômega!

    - Delta! - Rosnou ao vê-la.