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História Confessing - Need you for my sanity


Escrita por: xavisball e Heroine505

Capítulo 7 - Need you for my sanity


Fanfic / Fanfiction Confessing - Need you for my sanity

A mente de Manuel Neuer nunca estivera tão confusa. Seu encontro tão repentino e inesperado com Nina na festa havia mexido com sua cabeça de uma maneira que ele jamais esperaria que fosse acontecer.

Praguejou consigo mesmo.

Ele estava em uma sessão de fisioterapia, completamente entediado. Tinha sentido algumas dores musculares – por provavelmente cansaço físico – e Ancelotti resolvera poupá-lo, como já estava previsto que acontecesse. Mas Manu não tinha ficado feliz por aquilo. Queria jogar, correr, suar. Queria poder se distrair e tirar todo pensamento errado que lhe rondava.

Enquanto sentia suas coxas relaxarem com uma massagem que estava recebendo, ele pressionou as mãos no sobre os olhos e bufou, reprimindo um grito entalado na garganta.

- Tudo bem aí, campeão? – retirou as mãos do rosto ao ouvir a voz de Fitzgerald – o massagista – soar repentinamente.

- Tudo certo, Fitz. – respirou alto.

- Mulher? – ele o indagou – relaxa, Manu, elas fazem isso com todos nós.

- De fato. – falou ao balançar a cabeça negativamente.

Neuer riu internamente. Tinha mulher envolvida sim, mas seus problemas eram muito maiores que um simples sentimento por alguma mulher qualquer que estivesse mexendo com sua cabeça no momento. Era sua namorada. Sua cabeça estava totalmente ligada a ela.

Manuel se sentia triste. Estar longe de Ana, apesar de comum, já era ruim. Mas, nessa situação, conseguia ser ainda pior. Ele não se lembrava da última vez que ficara tão preocupado como estava. Seu coração estava pequeno, o podia sentir encolher a cada minuto sem ter notícias de Ana Tereza.

Por outro lado, temia que uma parte de toda essa tristeza fosse por causa de Nina. Talvez por sentir tanta culpa de ter se permitido sentir algo ao vê-la, mesmo que não fosse nada demais – era o que ele desejava.

Sentiu o celular vibrar no bolso do calção e o pegou o mais rápido que conseguira.

O nome de Ana brilhava na tela e ele atendeu.

- Amor? – Manu se ouviu falar com o maior tom de preocupação que ele era capaz de fazer.

Ao receber um silêncio como resposta, ele percebeu o que tinha falado. Tampou a boca desejando poder desfalar, mas retirou a mão ao ver era tarde mais.

Neuer e Ana ainda não tinham trocado as três palavras mágicas e ele tinha medo de estragar tudo sendo o primeiro a dar aquele passo. Aquilo era sua especialidade.

O choro de Ana Tereza chamou a atenção dele de volta para a ligação.

- Ana, está tudo bem? Fala comigo. – a suplicou, expondo seu nível de desespero na voz.

Ele temia pelo pior.

- Ana Tereza? Por favor.

- Eu não sei mais o que fazer. – ela respondeu em meio ao choro.

- O que aconteceu?

- Ele não melhora, Manu. Eu não aguento mais isso.

O ar dos pulmões de Neuer parecia ter desaparecido por completo. Ele sentia como se alguém apertasse sua garganta fortemente, o impedindo de poder respirar. Se levantou abruptamente, recebendo um olhar confuso de Fitz.

- Manu?

Ele pôs as mãos nos joelhos e respirou fundo por algumas vezes, para tentar recuperar o oxigênio. Podia sentir alguns olhares para ele.

Quando se sentiu normal de novo, voltou a olhar o massagista.

- Estou indo para o Brasil, Fitz.

Neuer se pôs a correr, mesmo com suas dores. A cada pontada que sentia nas coxas, ele tomava mais impulso. Chegou na porta da sala de Uli Hoeneß e a abriu sem maiores avisos. O presidente do Bayern de Munique se assustou com a entrada repentina do goleiro, que tinha o rosto completamente vermelho e suado. Ele respirava rápido.

- Neuer? – ele franziu as sobrancelhas.

- Hoeneß, eu preciso de uma liberação.

- Aconteceu algo com sua família? – Uli se demonstrava preocupado.

- Bom, basicamente sim. – Manu deu de ombros.

- Explique-se.

- Então, não sei se sabe da situação de Ana Tereza, minha... minha namorada. – ele coçou a cabeça – o avô dela está muito doente e ela precisa de mim.

Viu Uli Hoeneß torcer o nariz não convencido.

- De qualquer forma eu estou sendo poupado mesmo. A equipe técnica dela está no Brasil também e eles podem me tratar enquanto eu estiver por lá. – o goleiro tentou fazer a cabeça de seu superior.

- Tudo bem. Converse com Carlo sobre isso. Mas saiba que esse período será de total responsabilidade sua. – o presidente disse sério e Manuel pode sorrir aliviado.

- Obrigado. Muito obrigado. – gesticulou com as mãos e saiu apressado em busca do técnico.

Do outro lado do mundo, Ana Tereza se encontrava na sala de espera da UTI com sua mãe, avó e uma de suas tias – mesmo não tendo horário de visita elas resolveram passar a noite o mais próximo do patriarca da família que fosse possível. Tinha se irritado com alguns enxeridos que insistiam em tentar tirar uma foto dela, invadindo sua privacidade. Nunca odiei tanto essa merda de cidade, era somente nisso que ela conseguia pensar.

Se pegou ficando brava com os avós que, mesmo com a insistência de sempre dela, nunca deram o braço a torcer e preferiam morar na cidade natal dela do que ir para alguma capital atrás da neta.

Ana pôs os pés na cadeira do lado e esticou o corpo para encostar a cabeça no colo da mãe. Apesar de tudo, era bom estar em família de novo. Se sentia acolhida, protegida. Mesmo com o sentimento de impotência que não a deixava em paz, ela não estava sozinha.

E, com este último pensamento, se permitiu adormecer.

 

Manuel estava animado por ter conseguido alugar um jatinho de última hora. A sua onda de boa sorte com seus planos praquela viagem o assustavam um pouco, mas no fundo podia sentir que tudo estava para dar certo. Mesmo com todo o desespero, preocupação e pressa de sentir o calor de Ana Tereza perto dele de novo, ele sentia paz. Uma paz de espírito que trazia uma confiança que ele costumava sentir apenas em jogos de futebol. Manu estava exercitando sua fé e estava surpreso consigo mesmo. Estava orgulhoso de si.

- O seu jato já está pronto Sr. Neuer, pode me acompanhar. – uma funcionária do aeroporto o chamou, e ele passou a segui-la apressadamente. Tinha usado o peso de seu nome e fama para conseguir os privilégios devidos para chegar o mais rápido possível no Brasil. Ele não economizaria nos pedidos de favores. Não daquela vez.

Cumprimentou devidamente os tripulantes ao entrar.

- Bom Sr. Neuer, boa noite. – um deles parou na frente do banco que ele escolhera se sentar – eu vou ser o capitão da aeronave durante essa primeira parte da viagem. Vamos parar apenas para reabastecimento e depois o meu copiloto assumirá até o Brasil.   

O alemão se conteve com um aceno de cabeça e a viagem se iniciou. Ao ver o chão se distanciando dele, Manuel Neuer ficou ansioso. Não via a hora de pisar em solo brasileiro outra vez.

 

Ana Tereza acordou com o barulho de porta batendo. Vez ou outra alguma enfermeira passava por ali e elas acabavam despertando de seus breves cochilos. E toda vez as vezes, sem exceção, elas paravam para perguntar se estava tudo bem lá dentro.

Ela se espantou ao perceber que já era manhã. Olhou para as outras e pôde ter a certeza de que a avó não havia dormido, apesar de que sua tia tinha a mesma cara de quem acabara de acordar que ela.

Sentiu a mão de sua mãe fazer um carinho em seus cabelos que caíam rebeldemente na testa, numa tentativa implícita de ninar a filha para que ela voltasse a dormir. Ana tornou a fechar os olhos, cansados, a procura de um sono.

Quando tentou se ajeitar nas cadeiras, ouviu o barulho da porta se abrindo mais uma vez. Seus olhos abriram instantemente com o som irritante, mas a surpresa que levou a deixou sem reação.

- Manu? – perguntou assustada.

Ana Tereza chegara a cogitar, por alguns míseros segundos, de que pudesse estar alucinando.

Mas não, o alemão era bem real. E ele estava ali.

Ele a envolveu em seus braços gigantescos e ela foi tomada pela paz que ele transpirava. Mesmo assim, se pôs a chorar.

Ana se deixou desabar. Se deixou transbordar, com ele, tudo que escondera na frente de seus familiares antes. Ali, entre os braços dele, ela estava segura. Podia chorar. Podia se deixar cair, ele ia segurar.

Aquele abraço parecia infinito. Parecia ser só os dois ali, naquele hospital inteiro. Manuel Neuer era capaz de pegar os pedacinhos quebrados de Ana Tereza e transformá-los em estrelas.

Ela se separou dele por alguns centímetros e encarou seus olhos favoritos no mundo inteiro: o oceano azul em que ela adorava se afogar. Achava incrível como os olhos dele conseguiam conter todo o universo com somente um sorriso. Os olhos delem sorriam sempre que encontravam com os dela. Manu se sentia completo novamente.

- Como você veio parar aqui? – Ana se pôs a falar.

- Ora, de avião. – ele respondeu descontraído. Às vezes ela desconfiava que ele dava esse tipo de resposta naturalmente, pois não existia uma pureza tão grande como a dele.

- É sério, Manu. Nem acredito que está aqui. – ela lhe deu um abraço apertado e rápido, só para ter certeza que ele não sairia dali.

- Acredite ou não, eu precisava mais de você do que o contrário.

Ana rolou os olhos, rindo.

Ouviram um pigarro e olharam para trás. Três olhares curiosos apontavam para o casal de atletas que estavam distraídos demais um com o outro para se lembrarem que tinham mais presentes naquela sala além dos dois.

O rosto de Neuer corou. Não esperava conhecer a família dela tão rapidamente, e muito menos naquela situação, tão...tão despreparado. Ele não tinha seu roteiro do que fazer e sentia perdido. Teve de lutar contra suas pernas para não sair correndo para o mais longe dali.

- Hum... Manu, essas são minha vó, mãe e tia. – ela apontou para cada uma. E gente, esse é o famoso Manu. – riu sem graça.

Os quatro se limitaram aos cumprimentos com a cabeça. Todas as palavras em português que Neuer aprendera na vida simplesmente fugiram de sua mente. Ele olhou envergonhado para os pés e Ana o puxou para fora a sala.

Enquanto ele explicava o porquê de ter parado repentinamente no Brasil para seus pais, Ana parara para olha-lo. Suas bochechas rosadas por ter uma pele tão alva, os dentes levemente tortos, os ‘’pés de galinha’’ ao redor dos olhos, o topete que ele insistia em colocar de lado para tentar esconder as entradas de sua futura calvície... cada imperfeição dele só a fazia se encantar ainda mais.

Ana Tereza riu sozinha ao se achar doida por causa daquilo. Nunca fora de se apaixonar por ninguém, e nem sabia qual era a sensação que aquilo a proporcionaria quando acontecesse. Mas tinha a certeza de que não podia ser nada melhor do que Neuer fazia com ela.

Manuel desligou a ligação e se sentou ao lado dela, nos bancos vazios que tinham ali. Passou seu braço pelo ombro dela, sentindo ela encostando a cabeça no peito dele. Aninhou Ana ainda mais em si, sentindo seu corpo se aquecer com a presença dela.

A porta se abriu e eles olharam para onde vinha o barulho.

- Ana, está na hora da visita. Você vem? – a mãe dela a perguntou.

- Sim, claro. Você me espera aqui? – ela indagou Manu, e ele assentiu.

Ele encostou a cabeça na parede e se permitiu descansar a mente por algum tempo, mesmo que vez ou outra voltava seus pensamentos para imaginar o que estaria acontecendo dentro daquela UTI. A angústia do desconhecido era a pior coisa para ele. Fechou os olhos e tentou cochilar.

- Manu? – ouviu a voz de Ana soar distante.

Piscou os olhos algumas dezenas de vezes até que voltasse a enxergar perfeitamente outra vez.

- Manuel? – ela sacudiu seus ombros.

- Estou acordado. – falou assustado e ela gargalhou.

Percebeu que ela tinha um sorriso estampado no rosto e ele se sentiu feliz também.

- Ele melhorou, Manu. Meu avô me reconheceu. Está lúcido, conversou, riu, reclamou de estar deitado e amarrado a tantos fios. Ele está de volta. – Ana Tereza disse apaixonada.

Ela deixou uma lágrima de felicidade escapar.

- Você trouxe sorte, Sr. Neuer.

Ele finalmente a beijou.

- Acho que você é meu amuleto. – ela lhe disse e o deu outro beijo.

- Então você está com sorte mesmo, porque não vai conseguir se livrar de mim tão fácil.

 

 

 



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