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História Confessions About Anorexia - Separation


Escrita por: lilxpeep

Notas do Autor


Boa leitura, meus amores.

Capítulo 7 - Separation


Dia cinco

Giro a maçaneta da porta da sala, escutando o barulho do carro de Nate ir embora. É como se um balde de água fria tivesse acabado de cair na minha cabeça e todo aquele momento agradável ao lado de Nate Maloley não existisse. Aquela é a minha realidade, a minha vida resumida em problemas de uma adolescente de quase dezessete anos tem que enfrentar.

Entro na sala, encontrando os meus pais em pé perto da escada. Uma mala grande está perto de Dave. O copo de uísque já está nas mãos da mamãe. Pisco algumas vezes até a minha cabeça começar a processar o que acontecia. Divórcio. Os meus pais estão se separando.

Eles olham para mim ao mesmo tempo, quando escutam o barulho da porta ser fechada. Minha mãe me olha dos pés à cabeça e vira um gole da sua bebida garganta abaixo. Dave me encara por alguns segundos, como se eu fosse o Papai Noel em dia de Natal. Os dois não parecem acreditar que a filha deles está em casa.

— Finalmente, você chegou — escuto a voz de Diana. O barulho do copo de vidro em contato com a madeira, é o único som entre os segundos sufocantes na sala — Eu te liguei, onde você estava? — pergunta, preocupada.

— O que está acontecendo? — pergunto e olho de Dave para Diana, ignorando a pergunta da minha mãe. Eles se encaram e meu pai toma a frente do assunto.

— Vamos nos divorciar, filha. Os advogadas estão tomando conta deste assunto. Não faltará nada para vocês — responde, como se fosse a pessoa mais correta do mundo. Sinto vontade de vomitar com as suas falsas palavras.

Encaro Diana, que abre um sorriso pequeno para mim. Os seus olhos castanhos estão borrados de maquiagem. As bolsas escuras por chorar e não conseguir dormir aparecem abaixo dos seus olhos. A sua feição é cansada por trabalhar tantas horas no escritório. Mesmo que tentasse transparecer que estava tudo bem e que o divórcio é por sua conta, eu sei que no fundo, ela está triste. Ela ama Dave, ele não merece um pingo do seu amor, ninguém merece, nem mesmo eu.

Sinto a raiva dominar as minhas veias. Respiro fundo e me aproximo da escada, onde Dave está parado.

Eu estou engasgada, querendo soltar aquelas palavras de uma vez por todas e assim faço.

— Você está se divorciando por que a sua amante, que tem idade para ser a minha irmã mais velha, está grávida? — pergunto, com a voz repleta de deboche. Diana me encara com os olhos arregalados. Ela não imaginaria que eu fosse dizer algo dessa maneira — O que? Todo mundo sabe que você traí a minha mãe. O que adianta sair de casa todos os dias para ir dormir com outra? — pergunto. Engulo as minhas próprias lágrimas ao escutar o choro baixinho da minha mãe. Dave tenta encontrar palavras, mas não consegue — Minha mãe tentou de todas as maneiras salvar este casamento, mas nunca fomos uma família perfeita — falo, sentindo um bolo se formar na minha garganta. Me aproximo de Dave, ficando cara-a-cara com ele — Não venha agir como se você fosse o exemplo de pai e marido, pois você não é. O maior culpado por essa porra está acontecendo foi você, Dave.

Sinto a sua mão pesada e forte de encontro com o meu rosto. A minha bochecha arde e provavelmente, ficaria vermelha e com as marcas dos seus dedos. Aos poucos a ficha cai. O meu pai, se é que ainda posso chamá-lo assim, me deu um tapa. Coloco a mão no local que arde e o encaro com nojo.

— Você vai pagar por acabar com a nossa família — grito, subindo as escadas com Diana ao meu lado, apoiando as mãos no meu ombro — Me deixa sozinha, por favor — murmuro, antes de entrar no meu quarto e fechar a porta.

Engulo toda a minha vontade de chorar. Eu não iria deixar uma lágrima cair por culpa deste cafajeste, que acha que tudo vai continuar as mil maravilhas sem ele, se bem que com ou sem Dave em casa, o caos já está formado a muito tempo.

Ainda não consigo acreditar que os meus pais estão se separando e tudo por culpa de uma traição da minha figura paterna. Minha mãe não merece Dave, ela é boa demais para ele.

Encaro o teto pintado de branco, respirando fundo, ainda sentindo a ardência na minha bochecha.

Não aguentaria ver Diana beber mais e mais garrafas de uísque todas as madrugadas e chorar por ter perdido o marido e o casamento de vinte anos. Uma família jogada no lixo por causa de uma traição. Inacreditável.

Sabe de uma coisa, Elizabeth? Além de beber feito uma louca na noite passada, ainda ficou de sorrisinhos para aquele garoto. Eu estou desapontada com você.

— Me desculpa, Mia. E-eu…

Você sabe o que deve fazer se quiser que eu te perdoe.

A minha cabeça parece que vai explodir com as palavras frias de Mia.

Saio do quarto, sem fazer barulho e entro no banheiro, trancando a porta. Pego uma escova de dentes dentro do armário e agacho em frente ao vaso sanitário. Empurro a escova na minha garganta, até sentir o gosto amargo dominar a minha boca e começo a vomitar tudo o que bebi na noite passada.

Gorda. Gorda. Gorda. Gorda.

Tento vomitar ainda mais, mas nada sai. A minha barriga doí, por fazer tanta força. Lentamente, levanto do chão e dou descarga, vendo o meu vômito ir embora e ser substituído por água limpa. Apoio as mãos nas paredes e paro em frente a pia, procurando por uma gilete dentro do armário. Assim que acho, coloco o meu pulso dentro da pia.

Um corte não vai machucar.

Ela tem razão. Ela sempre tem razão.

Pressiono a gilete contra o meu pulso, respirando fundo antes de pressioná-lá com mais força no local. Passo o objeto cortante com mais força na minha pele, sentindo a dor na região.

A minha pele se abre aos poucos quando passo a gilete com mais força. Uma lágrima solitária escorre dos meus olhos, se encontrando com o sangue quente, que escorre do meu pulso aberto. As minhas mãos tremem, largo a gilete na pia e mesmo sentindo a dor dominar o meu pulso.

Não posso deixar de sorrir ao ver o meu trabalho bem feito na minha pele. Aquilo iria transformar em um corte profundo.

É a segunda vez que me mutilo. A primeira aconteceu a tanto tempo que não me recordo bem de como e o motivo de ter feito. Mas desta vez, não iria esquecer.

O chão incrivelmente branco, agora está pintado por gotas de sangue, que escorre do meu corte. O meu vestido também está sujo, aquela mancha não sairia de jeito nenhum. As minhas mãos também não estão  diferentes, a cada movimento que faço, o sangue escorre do meu pulso para os meus dedos até se encontrar com o piso.

Muito bem.

Abro um sorriso ao escutar Mia falar na minha cabeça. Ela me perdoou, o que é quase um milagre, pois é muito rígida comigo. Me sinto satisfeita por ter o seu perdão.

Lentamente, me sento no chão, encostando as costas na parede fria. Sinto a minha pele se arrepiar com o piso gélido em contato com o meu corpo. Encaro o meu corte, por algum motivo me sinto feliz por sentir alguma coisa e mesmo que agora estivesse doendo, aos poucos sentiria o alívio e toda a dor iria embora.

Neste momento, não penso nos momentos bons que tive ao lado de Nate, em Diana e de como ela está triste por não ter mais o marido ao seu lado ou em Rachel com a sua vida perfeita e o seu ficante, que a ama mais do que ela pode amar alguém.

As únicas coisas que dominam a minha cabeça são Ana e Mia e todos os seus conselhos, que sempre me ajudam quando mais preciso.


Notas Finais


Finalmente, chegamos aos quarenta favoritos ~ insira aqui um gif da Gretchen chorando ~

Será que conseguimos chegar aos cinquenta? Não custa sonhar, né?

O próximo capítulo, se eu não me engano, tem três mil e poucas palavras, preciso saber se vocês preferem que ele seja dividido em dois capítulos ou vocês preferem tudo em um capítulo só.

Eu sempre agradeço aos comentários, favoritos e visualizações na fanfic e desta vez, não seria diferente. Obrigada à cada uma de vocês. Sem vocês, o que seria a minha história? Nada. Obrigada sempre.

Aaaaaaaa, quem quiser falar comigo, o meu Twitter é lizziexyork. Eu sigo de volta, é só vocês falarem comigo ou pedir por aqui que eu sigo vocês lá. Falem comigo. Eu sou legal, juro szsz


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