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História Confesso que... - Capitulo 23


Escrita por: gabyborges_

Capítulo 23 - Capitulo 23


Ambar estava com insônia, uma das piores coisas que ela tinha constatado sobre a gravidez era a incerteza que seu corpo agora tinha. Ela sentia sono em horas indesejadas e o perdia com total facilidade. Uma das soluções que a mesma encontrava para não incomodar Simón era recorrer a mansão e repensar o que ela iria fazer dali para frente, com o passar dos dias ela estava começando a aceitar que sua vida iria mudar.

Ambar andava pelo corredor, a madrugada fazia o lugar parecer sombrio, mas não lhe causava nenhum tipo de medo. Ela conhecia o lugar como ninguém. Observou uma lâmpada ligada por debaixo da porta do antigo quarto de Sharon, Ambar odiava que os empregados fossem descuidados ao deixarem detalhes como esse. Sem muito receio, abriu a porta.

Ambar teve uma péssima surpresa.

-Ambar! –Sharon gritou.

Ambar sentiu suas mãos esfriarem e todo seu corpo se congelou. O que ela estava fazendo ali?

-Madrinha? –Ambar perguntou assustada. –Madrinha, o que está havendo? O que está...

-Não é da sua conta! –Sharon respondeu com raiva.

-Claro que é. –Ambar se aproximou. –Você some do nada, não dá noticias, mal atende minhas ligações e eu sei que você está com raiva, mas é estranho você voltar sem avisar.

-Eu não voltei. –Sharon falou rapidamente. –Precisava pegar uma coisa, e já estarei de viagem novamente.

-O que você precisa pegar? –Ambar perguntou curiosa. Algo estava muito errado.

-Eu já disse! Não lhe interessa! –Sharon falou raivosa.

-Sabe uma coisa que me interessa? –Ambar questionou. –Por que Luna tem DNA semelhante ao meu? Que? Ela é minha parente distante? Ou você está escondendo algo de mim?

-Você é realmente muito audaciosa com as palavras, parece não ter medo. –Sharon se aproximou da garota. –Você parece não ligar para quem está falando, sempre tão autoritária.

-Eu quero a verdade. –Ambar não estremeceu.

-Ambar, você sempre soube que não era a Sol Benson. –Sharon falou fria. –E eu não te certifiquei que era. Você fazia muito bem o seu papel e eu te recompensava com essa vida. A vida luxuosa e perfeita, sabe como você me retribui? Ficando grávida de um mexicano marginal.

-Eu nunca pedi essa vida. –Ambar foi sincera. –Eu nunca pedi para ser adotada e essa é a questão, se eu não sou a Sol Benson, por que você me adotou? –Ambar tinha os olhos chorosos.

Sharon riu em desdenho.

-Por que você era importante para os meus planos. –Sharon falou com tanta sinceridade, que Ambar não conseguiu segurar as lágrimas. 

-E eu não sou mais? –Ambar tentou segurar.

Sharon riu.

-Enquanto as pessoas acreditarem, você continua sendo, ou você achou que eu era como a sua mãe? –Sharon falou irônica.

-Eu nunca pensei isso. –Ambar respirou profundamente.

-Ótimo. Pelo menos nisso você tem um pouco de consciência, foi muito bom e prazeroso falar com você, Ambar, mas eu preciso ir. –Sharon se aproximou da porta.

Porém Ambar teve uma reação inesperada, uma reação nova para ela mesma que ela nunca imaginou que teria. Se posicionou na frente da porta, impossibilitando a saída de Sharon.

-O que você acha que está fazendo? –Sharon a olhou com raiva.

-Eu não sou mais a garotinha manipulável, madrinha, eu já me cansei, eu quero a verdade. –Ambar disse fria. –E só aceito a verdade, você não tem muitas opções, Simón está aqui do lado e seu gritar, ele vai acordar, eu tenho dois botões de emergência que vai diretamente para o quarto dos valentes e outro para policia, instalei 15 câmeras nesse e em todos os quartos da mansão. Ou seja, já chega. Agora você vai jogar o meu jogo. –Ambar terminou.

Sharon se afastou. Ela estava embasbacada.

-O que você quer saber? –Sharon tinha pressa.

-Se eu não sou a Sol Benson, quem é?

-Quem te assegura que ela está viva? –Sharon tentou despistar.

-Você. –Ambar falou com firmeza. –Você, suas palavras e o fato de querer me manter nessa farsa, se ela estivesse morta, qual necessidade teria da minha existência ou presença nesse plano?

-Ela está onde deve está. –Sharon disse.

-Gary é o pai dela? –Ambar perguntou irritada.

-Não. –Sharon riu. –Ele é irmão do seu pai.

-Mas você mesmo disse que eu não sou a Sol Benson. –Ambar falou irritada.

-Exatamente. –Sharon parecia desdenhar da garota.

-Bernie? –Ambar não entendeu. –Bernie é meu pai?

-Ai Ambar, você é tão... –Sharon colocou as mãos na cabeça. –Lily enganou a todos, a absolutamente todo mundo quando se casou com Gary, ela fez todos acreditarem que a sua filha era filha dele, quando na verdade, estava transando com o irmão do rapaz, e sabe por que ela fez isso? Por que estava louca de ódio pela sua existência, louca de ódio porque Bernie estava apaixonado pela filha dos empregados. –Sharon disse sem papas na língua. –Eu apenas te salvei. Ou melhor, te protegi de Lily.

-Então eu sou irmã da Sol Benson? –Ambar estava atordoada.

-Exatamente.

Ambar ligou os pontos.

-A sol Benson é a Luna? –Ambar quase gritou.

Sharon se manteve calada.

-A sol Benson é a luna? Me responde! –Ambar estava perdendo toda a sua razão.

-Você não faça escândalos! Não quero isso agora! Não aqui! Eu já te disse todas as informações necessárias e já me cansei de você, agora me deixe ir.

Ambar ficou sem reação. Ela estava em choque, não sabia muito bem o que fazer, muito menos  o que perguntar. Então deixou Sharon passar.

Ficou tentando entender como e porque o destino era tão insolente.

Uma vez Ambar leu um dos discursos de Bernie, em cima da antiga escrivaninha de Sharon.

“Segue o teu destino, rega tuas plantas, ama as tuas rosas, o resto é sombra de árvores alheias”.

Havia uma dedicatória de Bernie. Sharon tirou rapidamente das mãos da loirinha ainda criança, que sem entender muito bem, não levantou nenhum questionamento.

Mas Ambar agora entendia, entendia que muitas coisas eram pistas, muitas coisas eram para ela. Tudo estava tão claro desde o principio, mas o rancor a mantinha cega.

 

Simón se remexeu na cama por uns minutos, observou que seu lado esquerdo estava vazio. Ambar não estava ali. E ele sabia da mania que ela tinha de esconder o que sentia, então levantou-se de uma vez. Ao perceber que a loira não estava no quarto, foi até o corredor e conseguiu ouvir o choro da garota vindo do terceiro quarto a sua esquerda. Abriu a porta com tudo. Uma das coisas que ele mais odiava era ver Ambar chorar.

-Bonita? –Ele ficou confuso ao ver a garota sentada a beira daquela enorme cama se desfazendo em lágrimas. –O que aconteceu? –Ele perguntou preocupado.

Ambar não sabia bem o que respondeu, nem ela sabia bem o que havia acontecido.

-Sharon. –Foi a única palavra que conseguiu sair da boca dela.

-Que? Ela esteve aqui? –Simón observou alguns objetos revirados.

Ambar balançou a cabeça em sinal de aprovação.

-E o que ela disse? Ela fez algo com você? –Simón levantou perturbado.

-Simón. –Ambar chorou. –Eu sabia. Eu sabia que isso tudo era uma mentira.

Simón ficou confuso.

-Como uma mentira? –Simón perguntou.

-Eu não sou a Sol Benson. –Ambar respirou. –Nem sou filha do Gary, muito menos da Lily. –Ambar falou apressada.

-Que?

-Simón eu sou filha do Bernie. –Ambar disse inquieta. –E a Sol Benson também.

-Espera, o Bernie não foi o que fugiu com a Lily? –Simón estava um pouco abobado, a situação não fazia nenhum sentido em sua cabeça.

-Sim. –Ambar respondeu enquanto as lágrimas desciam pelo seu rosto. –Eu sou filha de uma empregada, algo assim, com o Bernie, entende? E

-Que? –Simón não conseguia fechar a conta.  –Se você não é a garota que todos falam, quem é?

Ambar não sabia se podia contar. Ambar não tinha certeza sobre a maioria das coisas.

-Luna. –Ambar pois as mãos na cabeça.

 

 

Ambar não comia, não bebia, não fazia nada e Simón estava pirando de preocupação. Ele oferecia de tudo a noiva, que só respondia com choro ou dormia sem parar.

-Ambar, não se pode ficar assim. –Simón passou as mãos nos cabelos da loira.

-Mas se eu aparecer, eu vou ter que contar a ela, eu não sei se estou preparada para isso. –Ambar respondeu.

-Vai dá tudo certo. –Simón estava tentando ajudar.  –Teu coração é imenso, tua alma é intensa, tua entrega é inteira e você não merece nada, nem ninguém que seja menor que isso e pode ter certeza eu me sinto afortunado por te merecer, assim que não sairei do seu lado e estarei para absolutamente tudo o que precisar. –Simón falou.

-Obrigada. –Ambar respondeu com um mini sorriso instalado no canto da boca.

-E como você tem tanta certeza que é Luna?

-Por que os olhos dela Simón, os olhos dela são iguais ao de Lily. –Ambar respondeu. –E os meus? Os meus são iguais ao de Bernie. –Ambar se arrepiou. –Eu fui tão burra, era tudo tão obvia, mas sabe o que mais? Isso significa que eu tenho uma mãe? Eu sempre tive uma mãe! Mas eu fui abandonada, eu fui abandonada como sempre.

-Mas pode ser que a história não seja contada desta maneira, você não sabe muita coisa sobre ela, não pode e nem deve ter certeza de nada. –Simón continuou a acariciar os cabelos da noiva.

-Simón. –Ambar respondeu. –Como eu vou aguentar tudo isso?

-Você não precisa aguentar nada. Você só precisa deixar que tudo se encaixe como tem de se encaixar e se concentrar no mais bonito agora. –Ele acariciou a barriga da loira.

 

 

 

Ambar desceu as escadas ainda um pouco trêmula.

Olhou para os lados, se ninguém estivesse ali, era uma daquelas oportunidades perfeitas para chorar.

Caminhou e observou que não havia ninguém.

E ela não podia simplesmente culpar Simón por isso, o rapaz já estava preso com ela em casa há mais de 1 semana e ela mesma já não se sentia bem com isso. Uma das coisas que ela mais odiava sobre si mesma, é que mesmo não querendo, ela ainda era um fardo para os outros.

Foi até o jardim, aquele lugar a transmitia certa paz, era um dos poucos que a fazia sentir em casa e um dos poucos que Luna frequentava, assim a possibilidade de esbarrar com ela se tornava menor e os seus problemas também.

Abriu a geladeira da cozinha, um doce não faria mal a ninguém e ela sabia da existência do bebe e o quanto havia comido mal naquela ultima semana. Bebeu um gole de agua e se direcionou até o lado de fora.

Ambar observou um balão branco emperrado em uma das plantas, o que um balão faria ali?

Se aproximou e puxou o balão. Mas observou que havia mais um espalhado pelo chão e mais um.

Em algum momento Ambar se viu rodeada de balões. Olhou para o céu, e haviam vários lá também. Andou mais adiante.

Era Simón, com um enorme sorriso, segurando um buquê de rosas e ao seu lado o povo do roller, com exceção de Jasmin e Luna.

Simón se aproximou da garota.

-Feliz aniversário. –Ele a abraçou.

Aniversário?

Aniversário?

Ambar não havia se dado conta do tempo, muito menos dos meses. Mas era verdade, era seu aniversário. Antigamente a garota morria de ansiedade pelo dia mais esperado do ano, era sua oportunidade de reunir as amigas em casa e ter uma boa desculpa para isso, fazendo com que Sharon não negasse. Mas ela perdeu completamente a animação por isso.

-Obrigada. –Ambar retribuiu o abraço. Ela estava emocionada.

Simón conseguia se importar com detalhes como esse, que a fazia ama-lo ainda mais.

Ambar olhou para o pessoal, um pouco incrédula de todos estarem ali, mas ela sabia que no fundo a presença deles tinha como Simón a única motivação, ou talvez a culpa, já que ela estava gravida. E para sociedade está gravida te coloca em uma posição de santidade e de puta dependendo de quem ver.

Ambar sorriu, ainda sim, eles estavam lá e ela podia dizer até que se sentia agradecida. 


Notas Finais


Meu coração tá doendo. Mais dois capitulos <3


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