História Confident - Life is so unpredictable

         Senti uma pressão ao meu lado e abri os olhos de imediato. Justin estava espreguiçado na cama tomando meu lugar. Bufei e levantei observando Justin ainda de roupa social e totalmente cansado. Observei o relógio e se passava das 6 da manhã. Sacolejei Justin e ele murmurou algo como um palavrão. 
      – Acorda Justin! – o balancei ainda mais e ele levantou revoltado. Ainda bem.
      – Mas que caralho Callie! Não da nem pra dormir nessa porra de casa! – ele foi até o banheiro e bateu a porta com força.
  
       É, nesses últimos 3 anos minha vida não tem sido nada como eu imaginei que seria. Segundo meus sonhos eu acordaria todas as manhãs com um café da manhã na cama. Mas todas as manhãs eu tenho que acordar Justin e aturar suas maluquisses e raivas por te-lo acordado cedo para trabalhar. O que aconteceu para tudo despencar lá de cima do morro? Justin foi mudando aos poucos e voltando a ser o Justin de quando estudávamos. Nossa rotina era sempre restrita. De manhã eu cuidava da casa e ele ia para o escritório e só voltava quando eu já estava começando meu turno na boate. Só nos vemos de manhã quando ele acorda mal humorado. Eu não queria que fosse assim. Realmente, tudo estava um mar de flores e virou um mar de sangue. Tento pensar que aquele realmente foi o motivo, mas não foi. E eu sei exatamente o porquê de minha relação com Justin piorar cada vez mais. Uma vadia trabalha como recepcionista lá no escritório e eu tenho não ligar para comentários desnecessários sobre meu marido, mas é inevitável. Conheço Justin o suficiente, e desconfio de que ele pelo menos já teve alguma coisa com ela naqueles dias que ele chegava mais cansado que o normal e não falava comigo, como se tivesse medo ou pena.

       Minha mãe ainda veio algumas vezes me ajudar aqui em casa, mas logo depois ela voltou a ter alguns problemas e já foi internada várias vezes. Ela ainda está no hospital, mas em um estado normal. 

      Justin saiu do banheiro já com a roupa do trabalho. Ele ainda trabalhava no escritório de Jeremy e se da muito bem lá e o dinheiro é bem em conta. Mesmo eu trabalhando também, ainda é Justin quem sustenta a casa porque eu ainda continuo juntando meu dinheiro que ganho da boate.
      – Já vai? – perguntei indo até ele. Ele assentiu e continuou a abotoar sua camisa. O puxei para um abraço que logo foi correspondido. Ele acariciava meus cabelos e meus olhos ardiam. Saudade talvez? 
      – Tenho que ir. – ele sussurrou deixando um beijo em minha testa. Assenti e o vi descer as escadas apressado. Ele parou na metade delas e subiu fazendo careta. O que ele esqueceu? Ele sorriu e passou direto pelo nosso quarto. Ah.

       Fui até o quarto de Joey e vi pela porta semi aberta Justin mexendo nos cabelos de Joey. Ele também beijou a testa dele e verificou se o ar estava frio para ele, logo o cobrindo com o cobertor. Ele virou e me viu parada na porta. Justin veio até mim e acariciou meu rosto. Fechei os olhos e senti seu carinho, talvez ele estivesse fazendo isso por pena mesmo. Então ele colou nossos corpos e me deu um selinho. Meus lábios formigaram com o contato com os dele. 
      – Eu juro que eu tento. – ele falou baixo por causa de Joey. 
      – Não, você não tenta Justin. 
      – Não piora as coisas Callie. – ele disse me dando um beijo rápido e logo o finalizando com selinhos. 
      – Desculpa. – ele sussurrou antes de ir embora. 

Justin Bieber P.O.V

        Liguei o carro apressadamente e logo eu estava pelas ruas movimentadas de Miami. Mais um dia de trabalho. O escritório não fica tão longe de casa então em 5 minutos estacionei meu carro na minha vaga e peguei minha maleta. Entrei pela porta de vidro e logo vi Savannah mexendo no computador. Merda. 
      – Bom dia Justin! – ela disse sorrindo com aquele sorriso maravilhoso. Bufei e peguei minha chave em seu controle do prédio. 
      – Bom dia Savannah. – sussurrei indo até meu escritório. Bem, Savannah é mais um caso sério na minha vida. Callie cisma que eu tenho um caso com a Savannah. Ta, eu sei que ela é gostosa e linda, mas ela fica duvidando de mim. Eu posso me dar muito bem sem sexo. Pelo menos eu nem tenho tempo pra pensar nisso, então nem lembro da ultima vez que eu e Callie fizemos amor. 
     

 Fui até o escritório de meu pai e peguei alguns papeis em sua mesa, voltei até minha sala e analisei todos eles até meu telefone tocar. Bufei. Quantas vezes eu avisei a Savannah que não me mandasse nenhum telefonema enquanto eu estivesse ocupado? Pelo visto, tenho que avisar de novo e eu tento ter o mínimo de conversa com ela. Porque eu sou homem e homens tem necessidades.
      – Alô?
      – Papai? – ouvi a voz do meu pequeno. O que ele queria? Callie nunca deixou que ele ligasse.
      – Oi meu amor. – respondi ainda com paciência.
      – Mamãe precisa de você. – ele disse com voz de choro. O que? – Ela não para de chorar, papai. Faz ela parar. 
      – Por que ela está chorando Joey? 
      – Eu não sei! – ele chorava. Desliguei o telefone e joguei minhas coisas em cima da mesa. Fechei os olhos com força e desejei que minha vida voltasse ao normal. Porque esses últimos meses, ta tudo uma merda. 
 
          Levantei da cadeira e saí da sala batendo a porta com força. Fui até Savannah e bem, não precisávamos trocar palavras. Ela já sabia que eu teria que ir pra casa. Joguei a chave na bancada e saí correndo até o carro. 

[...]

     Cheguei em casa de qualquer jeito e estacionei no gramado. Que se foda. Corri até a porta e coloquei a chave na fechadura. Quando abri a porta vi Callie sentada no chão com a cabeça entre os joelhos. Joey assistia ela chorar sentado quieto no sofá com seus cabelos loiros cobrindo seus olhos. Ele sorriu ao me ver. Respirei fundo e fui até Callie tentando entender o que aconteceu dessa vez. 
      – Callie.. O que houve? – sussurrei sentando ao seu lado. Tentei tirar os cabelos de seus ombros e vi que ela chorava muito. Ótimo, uma crise de mulher. – Meu amor.. Fala pra mim.
       – A minha mãe J-Justin! – ela disse entre soluços. Só assim entendi o que ela falava. A abracei com força e beijei sua cabeça enquanto ela molhava minha roupa.