But you know that when the truth is told,
That you can get what you want or you can just get old
Your gonna kick off before you even get half way
through
When will you realize, Vienna waits for you*
Eu caminhava a passos lentos naquele salão enorme de embarque, Justin vinha logo atrás de mim, carregando um carrinho com nossas malas. Aquela viagem seria definitivamente o cúmulo. Depois que Katherine arruinou minha felicidade depois de casada, passei pelo momento de maior vexame na minha vida. Tal que eu não gostaria de ter lembrado. Katherine saiu atordoada antes que houvesse alguma briga, ela estava inconformada de nunca ter tido um filho do Justin e eu grávida do mesmo. Acho que são historias bem distintas, que para Katherine, deveriam ser contrárias.
Justin me levou embora da igreja sem ao menos me despedir de Jace que queria me parabenizar pelo casamento imprevisto. Ele sabia que eu estava com raiva por isso, Jace merecia meu carinho, estava bem claro em seus olhos que ele se preocupa comigo, e me quer perto. Quando Skye souber dessa historia de casamento, vai me procurar onde quer que eu vá. Porque Justin não me dizia de modo algum onde iríamos. Na Lua de Mel. Ele iria com Katherine para as Bahamas, mas mudou totalmente os planos comigo, mesmo depois de nosso desentendimento. Não passaríamos mais 1 hora sem trocar uma palavra. Eu desconfiava que ele me levaria para Paris, principalmente depois de ter lembrado que esse é realmente meu sonho. Um sonho idiota, eu sei.
- Vai ficar assim emburrada sua lua de mel inteira? - Justin perguntou colocando a mão em minha cintura assim que chegamos realmente no salão de embarque.
- Eu queria me despedir dele.
Ele bufou rindo.
- Depois você liga pra ele. Pensei que fossemos perder o voo... - ele disse observando os painéis sorrindo.
- Não vai dizer onde vamos? - perguntei fazendo bico.
- Não dona apressadinha - ele disse me selando rapido. E toda minha raiva inofensiva dele sumiu.
- Ta. Gate 15. Vamos lá e não se atreva a olhar no painel! - disse me alertando do numero dos gates no painel. Era minha pista!
Justin me guiou pela passarela em direção ao avião. A comissária de bordo nos desejou bom dia e riu da minha expressão. Justin fechava meus olhos com as mãos com uma força nervosa. Ele não queria que eu visse um avião por dentro? E por acaso no avião tem escrito o lugar onde vamos? Não. Ele deveria tapar meus ouvidos porque a primeira coisa que vai ser dita pela aeromoça é a confirmação de onde vamos.
- Não vamos pra Paris, me desculpa... - ele disse assim que me sentei do lado da janela. Ri baixo.
- Tudo bem. Vamos ter muito tempo pra ir em Paris, amor - falei observando as pessoas que estariam no mesmo vôo que nós. Elas eram estranhas demais, uma caras com afeição de serem turistas que gastam milhões em viagens por países que nunca ouvi falar. Apenas para conhecer histórias e idiotas diferentes. Era interessante, mas na minha opinião, perda de dinheiro.
- Gosto disso... - ele beijou meu ombro carinhosamente.
- De que?
Ele sorriu com a cabeça nos meus cabelos.
- Você me chamando de amor de novo... - ele disse sendo interrompido pela voz da aeromoça.
- Boa noite senhores. Vocês estão a bordo do American Airlines em rumo a cidade turística de Vienna, na Áustria. Vienna é uma cidade popularmente conhecida pelo destaque na Guerra Fria. Hoje, Vienna é eleita uma das cidades antigas mais bonitas do mundo. Tenham um bom voo de 18 horas e até amanhã. Os banheiros ficam aqui na frente e peço aos senhores que por favor coloquem o cinto de segurança e desliguem os aparelhos celulares... Buenos días... - a aeromoça disse assim que a porta do avião se fechou. Vienna? Onde fica isso? Guerra Fria? Isso lá é lugar de lua de mel. Justin é doido.
- Que cara é essa? - Justin perguntou rindo.
- É uma excursão chata de história ou uma lua de mel? - ele riu ainda mais.
- Lua de mel, meu amor!
Balancei a cabeça negativamente sentindo a pressão da subida do avião.
- Por que? - perguntei me aconchegando na cadeira. Primeira classe não podia ser comparada á Econômica. Justin respirou fundo antes de dizer algo.
- Porque eu amo Vienna - ele disse simples olhando em meus olhos. Certo, e por que ele nunca me disse que gostava de uma cidade que fica no fim do mundo que eu não sei onde?
- Desde quando? - perguntei rindo.
- Não sei. Desde pequeno... - Justin disse chamando a aeromoça que se aproximava com um carrinho de alimentos.
- Da pra você me contar essa história? - perguntei o tirando de seus pensamentos enquanto bebia algum suco.
- Quando eu era pequeno, eu já amava música, um dia mexendo nas coisas do meu pai, encontrei um CDs escondidos dentro de caixas que estavam endereçadas da minha mãe pra ele. Quando eles ainda namoravam... E eu curioso, fui escutar aquilo tudo escondido. Cada música parecia que tinha o mesmo conteúdo pra mim, e como eu era muito pequeno, eram todas merdas. Amor, amor, amor. E claro, eu achava meloso demais. Eu só tinha 11 anos. Então eu achei um CD que meu pai montou com as musicas preferidas dele para minha mãe. Todas as musicas desse CD eu já havia escutado nos outros que minha mãe o deu menos uma. - ele deu uma pausa e bebericou o suco. - Eu escutei a música e de imediato gostei do toque. Era sensível. E não era como as outras musicas que só falavam de amor. Essa falava de algo que eu não pude identificar. Naquela idade, eu fiquei com aquele CD e sempre escutava. Ela falava que "Vienna espera por você". Junto ao CD vi uma carta meio amassada que nunca foi entregue a minha mãe. Essa carta dizia que não importava como estivessem, Vienna esperaria por eles. Era a cidade que eles sonhavam em conhecer. Era a cidade do amor deles. Anos depois, descobri que a musica na verdade, é uma metáfora sobre o amor sem idade nem descrição. E quando descobri isso, foi como se eu descobrisse uma nova língua....
- Canta pra mim... - sussurrei calma. As luzes do avião se apagavam e as luzes de cada teto da cadeira nos iluminava. Deitei minha cabeça em seu ombro e ele suspirou.
- Where's the fire, what's the hurry about? you better cool it off, before you burn it out, you got so much to do, but only so many hours in a day.. aay. - eu suspirei sorrindo. Sua voz é a perfeita sintonia. - But you know that when the truth is told, that you can get what you want or you can just get old your gonna kick off before you even get half way through.... When will you realize, Vienna waits for you - ele cantou baixinho para que só eu pudesse ouvir. A melodia que saia de seus lábios me deixava cada vez mais anestesiada.
- Eu não entendi... Por que Vienna espera por você? - perguntei sorrindo vendo o sorriso de Justin brotar em seu rosto ao ouvir minha pergunta.
- É uma metáfora. - ele confirmou novamente. - Como se... não importa onde você esteja, como esteja nem a idade que esteja. Você nunca pode ser tratado diferente em relação ao amor. Em Vienna, os mais velhos são os mais felizes. Eles gostam de cuidar sozinhos da própria cidade... "Vienna espera por você..." é como se... em Vienna, você pode ser quem você sempre quis. - sorri com sua resposta. Vienna é onde Justin sempre quis estar.
- Quero te levar para Vienna, pra mostrar que eu nunca mais vou me deixar levar por besteiras que temos nas nossas vidas. A vida é feita de escolhas, minha escolha é você. Mesmo que eu desista de tudo por você. Na verdade, eu já desisti. Minha vida agora é você. E nosso filho. Foda-se o resto. Eu te amo - Justin disse no meu ouvido. Senti as lágrimas me entregarem, ele beijou o caminho que elas percorriam e olhou em meus olhos. - Só vamos deixar que essa viagem nos mostre que não somos muito novos para amar e isso significa que eu não tenho que me preocupar muito em ficar velho, porque eu posso continuar tendo você comigo. Eu confio em você e eu te amo tanto para te levar ao lugar onde eu mais quero ir. Te mostrar que é nossa vez de dizer "Vienna espera por nós".
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