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História Confidentes. - Chaesoo, Lisoo - Expulsão.


Escrita por: Aquela_Garota_

Notas do Autor


Boa leitura e espero que gostem.

Capítulo 12 - Expulsão.


Fanfic / Fanfiction Confidentes. - Chaesoo, Lisoo - Expulsão.

13 de abril de 2016 - Escola Contact.

Diferente do dia em que o segredo de Jisoo foi contado e que toda a escola ficou sabendo em segundos, agora era diferente, pois a notícia não se espalhou e o jogo serviu como uma distração para tudo aquilo. 

Mas por alguma razão inexplicável Jisung estava ali junto com todos os outros amigos de Jisoo e até mesmo Chaeyoung, que chegou acompanhada de Jennie e Kai.

— Encontraram mesmo as drogas no armário dela? - Perguntou Kai.

— Sim, vimos ele tirando maços de maconha do armário dela, eu e o Jin. - Disse Jisoo.

— E achamos que isso tem um dedo da senhorita confusão. - Disse Jin.

— Jisoo? - Disse Jennie, tentando brincar para diminuir a tensão.

— Ei. - Jisoo a repreendeu.

— Espera, vocês “ainda” acham que isso tudo tem um dedo da Suzy? - Perguntou Chaeyoung, dando a entender que ela tem absoluta certeza que foi a ex.

— Você parece saber de alguma coisa. - Disse Jisoo.

— Troco essa informação por um por favor seu. - Disse Chaeyoung.

— Por favor, pode nos contar o que sabe? - Não custava nada ser gentil para conseguir uma coisa que quer e aquele momento informações eram necessárias.

— Posso. - Forçou a garganta para falar melhor. - A Suzy é a queridinha do diretor, além de ter total permissão para ir à ala leste e ser presidente do grêmio estudantil. Ela também recebe detenções curtas ou não recebe, depende muito do que fez. Uma vez quando ainda namorávamos escutei algo em relação a drogas, uma semana depois uma garota foi expulsa após encontrarem drogas no armário do vestuário dela.

— O que essa garota fez para a Suzy fazer isso com ela? - Perguntou Jin.

— Ela…- Engoliu em seco, porque não queria contar o motivo na frente de Jisoo.

— Conta logo o que ela fez. - Disse Jennie.

— Eu e a Su-ji tínhamos dado um tempo, então eu fui lá e fiquei com a garota.

— Nossa, você realmente é um poço de problemas. - Disse Jisung.

— O que disse? - Se aproximou dele, mas Jisoo rapidamente se colocou no meio dos dois para impedir o pior.

— Disse que você é um poço de problemas, é surda? 

— Não, só queria saber se você tinha coragem de repetir na minha cara. 

— Tenho coragem de fazer muita coisa na sua cara. Porque não fica longe da Jisoo para que não aconteça o mesmo que aconteceu com essa garota e com a Yuqi?

— E deixar você cair matando? Nem doida, eu cheguei aqui primeiro e eu sei muito bem que ela sente o mesmo por mim. - Seu tom convencido o irritou ainda mais do que já estava, fazendo pensar em coisas que em seu estado normal não falaria em hipótese alguma.

— Eu sabia que você era burra, mas não sabia que era tanto assim. A Jisoo nunca vai te dar uma chance, afinal de contas ela já deixou isso bem claro diversas vezes, não é mesmo?

— Seu...

Chaeyoung ultrapassou Jisoo, indo até o rapaz e segurando a gola da camiseta branca com força, enquanto sua outra mão estava fechada como se a qualquer instante pudesse bater nele.

— Escuta só, se a Suzy quisesse fazer alguma coisa com a Jisoo já teria feito há muito tempo, mas ela não escolheu nenhum dos nossos amigos, escolheu alguém que estava perto dela por muito tempo, porque é assim que ela trata quem faz parte do grupinho dela. A Jennie sempre foi minha amiga, mas sabe o que o amor doentio da Suzy fez? Acabou com o casamento dos pais da minha amiga. Acha que eu não me culpo por isso? Me culpo muito, assim como a expulsão daquela garota, o segredo da Jisoo sendo revelado e agora a expulsão da Yuqi. Então fica caladinho, porque você não sabe de absolutamente nada e eu juro se você abrir a boca mais uma vez eu…

A qualquer instante o rapaz poderia levar uma surra e isso poderia causar a expulsão dos dois, ou apenas de Park, então para evitar isso Jisoo se meteu mais uma vez entre os dois, segurando na mão que Chaeyoung agarrava ele e a outra segurando em seu ombro.

— Já chega. - Jisoo falou de um jeito firme.

Apesar de estar contrariada, ela largou o rapaz, dando um passo para trás e respirando bem fundo para se conter. Jisoo tinha um poder inacreditável sobre ela e isso às vezes a assustava, mas de certo modo a garota tinha razão, mais confusão ali não era desejável.

(..)

Após quinze minutos em um completo silêncio a porta da diretoria foi aberta, saindo de lá os pais da Yuqi e logo na frente deles a garota. Ela não parecia estar muito triste - apesar das lágrimas - então aquilo poderia ser um bom sinal e talvez significar que ela não foi expulsa. 

Ao ver os amigos a esperando avisou ao seus pais - em sua língua materna - de que precisava falar com eles e logo depois iria para o carro. Eles entenderam seu pedido e até mesmo acenaram para os todos os seis, recebendo uma reverência - tradição coreana - como forma de cumprimento.

— O que aconteceu? - Perguntou Jisoo.

— O diretor ameaçou ligar para a polícia, mas meus pais o convenceram apenas de me expulsar por briga, assim não terei problemas na próxima escola. - Yuqi explicou.

— Como seus pais reagiram com isso? - Perguntou Jennie.

— Eles sabem que não fui eu, assim como o diretor Shin e acredito que todos vocês, mas mesmo assim eles querem me tirar da cidade. - Disse Yuqi.

— Para onde você vai? - Perguntou Jin, aparentando estar bem preocupado com ela.

— Meus pais pensaram em me mandar de volta para a China, mas eu supliquei a eles e conseguiram arrumar uma solução. Meus avós maternos moram em Jeju, acham que é uma boa ideia me deixar longe daqui por enquanto, até o fim do ensino médio e depois talvez eu volte para Seul.

Jin sempre foi o mais emotivo entre todos eles, sempre elogiando, abraçando e demonstrando muito carinho, então não tardou em ir até ela e lhe dar uma abraço bem apertado, algo que há dias não iria fazer nem morto.

— Vamos sentir sua falta. - Disse Jin.

— Eu também vou. - Disse Yuqi.

— Nos dê notícias e por favor, não corte contato. - Disse Jin.

Todos os outros decidiram que seria um bom momento para participar do abraço, tornando a situação ainda mais emocionante para quem estava de fora. Após alguns instantes todos se afastaram, mas de algum modo ela queria se despedir de cada um individualmente, primeiro abraçando Jennie, Kai, dando um aperto de mão em Jisung e parando na frente de Jisoo.

— Obrigada pela chance que me deu, mesmo. - Jisoo abriu os braços e Song logo se envolveu neles, chegando perto de seu ouvido e lhe sussurrando algo. - A Suzy nunca fará nada para te expulsar, mas vai te enlouquecer para que faça isso por vontade própria, então tome cuidado.

— Tomarei. - Disse Jisoo em mesmo tom.

Chaeyoung pensou que só receberia um aperto de mão, no entanto foi surpreendida com um abraço e palavras sendo ditas em seu ouvido.

— Por favor, não volta com a Suzy. Você mais do que ninguém sabe o que ela é capaz de fazer. - Disse Yuqi.

— Nem louca. - Disse Chaeyoung.

— Acho bom mesmo. - Virou o rosto rapidamente, vendo o olhar que Jisoo tinha sobre aquele abraço demorado - Cuida da Jisoo, não deixe ela parar e nem a deixe se ferrar nessa, confio em você para isso, Park.

Jin foi mais uma vez abraçado e quase começou a chorar quando foi largado por ela. E talvez, só talvez quase chorou quando ela se despediu e virou para ir embora.

Jennie tinha um pouco de noção que algo com ela iria acontecer, assim como a própria garota, só não esperavam essa atitude de Suzy, que ela fosse descer tão baixo a esse nível, sujando as mãos com drogas só para ferrar alguém mais uma vez. Alguém que estava ao lado dela e que andava em sua sombra dias atrás.

O plano para ir a ala leste precisava ser urgentemente repensado, pois Jisoo não queria ser culpada por nenhuma expulsão que não fosse a sua ou a de Suzy, apenas teria que informar isso aos seus amigos e tomar coragem para ir sozinha, correndo o risco de não só ser pega como de ser expulsa e mandada de volta para a Holanda. Mas tudo era um risco a se correr, até mesmo respirar naquele lugar.

(...)

16 de abril de 2016 - Clínica psiquiátrica.

Como em todo sábado de manhã, Jisoo foi a terapia, esperando cerca de cinco minutos para ser atendida após o seu horário marcado.

Ela já ia ali há quase um mês, tinha gostado da terapeuta logo de cara e em momento algum se sentiu desconfortável em falar, escutar e responder perguntas, mas em certos momentos parava de falar ou mudava de assunto, sempre acabando em uma longa anotação feita pela doutora Seo Joo-hyun.

Dentro da sala havia uma prateleira cheia de livros e uma pequena cômoda com alguns jogos, como cartas e tabuleiros. Bem no centro da sala duas poltronas confortáveis e uma pequena mesa de centro, onde alguns pacientes colocam os pés ou alguma bolsa e no chão um carpete confortável, para que se se quisessem se deitar ou sentar no chão tivessem essa opção.

— Como você está? - Perguntou Joo-hyun

— Estou bem e não me cortei nessa ultima semana. Os cortes estão coçando muito e estou passando remédio para cicatrizarem mais rápido. - A terapeuta anotou aquelas informações na agenda, assim como sempre faz no início da consulta.

— Fico feliz que não tenha se cortado. Agora poderia me contar como foi essa última semana?

— Hum, no domingo meu pai acabou me avisando que vão dar uma festa hoje e me deixou convidar alguns amigos.

— Como se sente com isso, Jisoo?

— Eu me sinto feliz, minha mãe pela primeira vez me deu confiança depois de tudo e acabei abraçando ela, eu.. eu… acabei abraçando ela pelo calor do momento. E meus amigos vão, vou vê-los fora da escola e vamos nos divertir, apesar de ser uma festa cheia de velhos. - A terapeuta acabou não se contendo e acabou dando uma leve risadinha. - Pensando bem é uma péssima ideia, vou ter que ver um monte de estranhos, apertar várias mãos desconhecidas e… contato físico.

— Tem medo disso? Tem medo de encontrar com muitas pessoas ao mesmo tempo?

— Não gosto muito de abraços, não de desconhecidos. Gosto de abraçar meus amigos, meu pai… minha.. minha mãe e… eu gostava de abraçar ela. Ela tinha um abraço acolhedor, sabia dar um abraço bom e desejável, mas infelizmente não está mais aqui.

— Anda pensando na Lalisa com muita frequência?

— Eu parei de sonhar com ela, então sinto um pouco de saudade, mas ando pensando menos nela. Estou um pouco ocupada com a escola nova e por conta de toda aquela coisa com a Suzy.

— Continuando com a sua semana, como foi o resto dela?

— Eu briguei com a Chaeyoung logo no começo da semana, passei o resto dela a evitando e na quarta ela quase bateu em um conhecido por conta de uma possível rivalidade. Naquele mesmo dia uma amiga foi expulsa e ele implicou com a Chaeyoung, então ela ficou com raiva.

— Esse rapaz também gosta de você?

— Er…  eu não sei bem se ele gosta, ele fica flertando comigo e dando a entender que quer alguma coisa, mas ele não faz meu tipo. Já a Chaeyoung… ela sempre é bem clara, mas na semana passada ele me contou umas coisas sobre ela, então estou na duvida.

— Por algum motivo as coisas que ele te contou foi o motivo do seu silêncio na última consulta? - Jisoo afirmou.  - Você está com medo que as coisas sobre ela sejam verdade ou está com medo do que sente por ela?

— Eu não sinto nada por ela.

— Hum. - Balançou a cabeça uma vez, anotando novamente aquela informação no caderno e escrevendo medo em volta de um círculo. - Se não sente nada por ela, então porque ficou mexida com as coisas que esse rapaz disse?

— Eu… eu…. Não gosto de ser usada e ela faz isso com as pessoas, ela passa um tempo e depois joga fora.

— Ela te disse isso, Jisoo?

— Não e nem quero descobrir se isso é verdade ou não. - A doutora não disse mais nada, porque sabia que ela tinha mais uma coisa a dizer, então apenas a esperou pensar mais um pouquinho. - Eu tenho medo, medo de me permitir sentir alguma coisa e acabar me decepcionando ou da minha mãe descobrir e me mandar de volta, eu não quero voltar agora que tenho essa chance e amigos.

— Você e sua mãe ainda não conversaram sobre você ser homossexual?

— Não, ela ainda me abomina, ainda não aceita que eu sou assim.

— Sabe o que eu acho sobre tudo isso, senhorita Kim? - Jisoo negou imediatamente. - Que você está lidando muito bem com tudo isso.

— Mas eu ainda me corto, ainda tomo remédios e ainda… ainda tenho pensamentos suicidas, como posso estar lidando bem com tudo isso?

— Lembro que você disse que evitou se cortar semana passada, assim como nessa semana e nas últimas consultas disse que tem tentado não se cortar. Também lembro de dizer que anda desenhando mais e isso vem funcionando como uma segunda terapia. Anda dormindo melhor e até mesmo a dosagem do seu remédio para dormir diminuiu, segundo seu psiquiatra. - Agora sua dosagem estava bem menor do que quando tomou remédios pela primeira vez e isso era muito bom na visão da doutora Seo. - São coisas que você como paciente não consegue perceber, mas eu sim. Quando digo que está lidando bem quero dizer que não perdeu sua essência apesar de tudo que aconteceu na sua vida, de todas as tragédias para alguém tão nova. Você não deixou de ser lésbica ou se escondeu só porque a sua mãe não te aceita. Você ainda continua a mesma de quando foi embora, mas está mais forte, madura e sabe lidar muito bem com cada porta fechada a sua frente.

— Eu.. não sei o que dizer.

— Não precisa dizer nada, apenas quero que pense sobre isso, sobre como lida com tudo, mesmo as coisas pequenininhas e que julga não ser muito ou ter importância.

— Essa é a minha lição de casa?

— Não, porque eu não sou assim tão fácil. - Fechou o caderno de anotações, pondo a caneta e ele sobre a mesinha à frente dela. - Eu quero que você se divirta nessa semana, que dance em seu quarto, assista algum filme engraçado, escute piadas, converse com pessoas da sua idade ou com alguém que queria muito conversar por mais tempo. Eu quero que se permita viver um pouquinho, sei que é difícil sair de uma bolha em que cada um de nós vive, mas porque não tentar?

— Eu…

— Acha que pode fazer isso?

— Não sei, mas acho que posso dançar no meu quarto e assistir alguma coisa. - Disse de forma divertida.

— Ótimo, é bom escutar isso, Jisoo. Que vai tentar, porque…

— … Tentar já é um grande passo. - Jisoo completou a frase, como se a conhecesse muitíssimo bem.

Na visão da terapeuta as tentativas de Jisoo significavam que ela queria se dar uma segunda chance, para viver, ser feliz e enfrentar seus próprios medos, mas tudo depende dela, se ela quer ou não se dar uma segunda chance ou quer apenas se afundar mais e mais. 

Tudo depende de uma única pessoa e cabe apenas a ela decidir.



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