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História Confidentes. - Chaesoo, Lisoo - Consulta.


Escrita por: Aquela_Garota_

Capítulo 44 - Consulta.


19 de novembro de 2022 - Hotel Relish.

Naquela madrugada elas não foram dormir após aquela pequena refeição e nem mesmo passaram horas conversando sobre suas vidas. Elas simplesmente atenderam o desejo de seus corpos mais uma vez, porque três únicos momentos de prazer pareciam pouco perto de toda saudade ardente que sentiam.

Na manhã daquele sábado, Jisoo se deu o direito de desligar o despertador, coisa que só aconteceu pouquíssimas vezes dentre esses seis anos, mas como havia pedido para Minnie desmarcar seus compromissos, ela gostaria de passar esse tempo livre ao lado da única pessoa em o todo mundo que merecia sua companhia, Park Chaeyoung.

Ao abrir os olhos ela percebeu que tudo aquilo havia sido real e não mais um dos seus frequentes sonhos com a moça, era tão real que seu corpo ainda sentia o cansaço da noite anterior e todos os toques e beijos que foram deixados sobre o seu corpo.

Mesmo que lá fora o frio estivesse mais do que presente, o quarto estava bem quentinho e por esse motivo não sentiram falta do lençol, que naquele momento só cobria metade de seus corpos desnudos.

Kim simplesmente não conseguia parar de admirar o corpo da mulher ao seu lado, todas as suas curvas, sua pele macia, seu rosto angelical, as expressões fofas que fazia ao dormir e todas as marcas deixadas por si mesma durante o breve momento de reconciliação. Foi em meio a toda essa admiração que ela a tocou nas costas, já que a outra se encontrava deitada de bruços, porém só tocar não parecia suficiente, decidindo deixar castos beijos pelas costas de Chaeyoung.

— Hum. - Chaeyoung murmurou ainda dormindo.

Jisoo queria que ela acordasse a qualquer custo, mas não iria fazer aquilo de forma brusca ou apenas sacudi-la, continuando seus doces beijos por toda as costas da mulher. Ao chegar na nuca de Park ela teve que afastar seu cabelo para não comer cabelo, beijando o local instantes depois de fazer isso e já recebendo resultados, pois com um único beijo na nuca a moça se remexeu mais um pouco, entrando em um estado de quase despertar.

— Bom dia. - Disse Jisoo migrando sua boca para perto da orelha da mais nova. - Temos que levantar, Chaeyoung.

— É sábado. - Falou baixinho.

— Você precisa fazer alguns exames, meu amor.

— Me deixa dormir em paz, Kim Jisoo.

Park detestava ser acordada, mesmo que fosse recebendo beijinhos, porque para ela não existia um jeito bom de ser acordada, só existiam os piores jeitos possíveis. Com sua última fala, ela retirou o travesseiro que estava embaixo de sua cabeça e o colocou por cima, pois tinha intenção de abafar a voz de Jisoo, mesmo que por pouco tempo.

Kim tirou o travesseiro de cima do rosto dela, apesar de saber que iria irritá-la ainda mais, mas aquilo era necessário no momento.

— Você levou um tiro, quero ter certeza que está tudo bem com você. E ainda pretendo passar no seu apartamento hoje.

— Nasceu de sete meses?

— Nove meses, duas semanas e três dias. - Chaeyoung acabou se surpreendendo com a exatidão daquele fato, como se ela guardasse aquilo em suas memórias mais importantes. - Eu te deixo dormir quando voltarmos.

Aquilo era um aviso de que não seria deixada em paz até que fizesse o que Jisoo queria e lá no fundo Park sabia que toda aquela insistência era para o seu próprio bem.

— Eu te odeio, muito. - Disse frustrada.

— Odeia? - No exato segundo em que Chaeyoung confirmou, Jisoo a puxou pela cintura e a beijou, não a impedindo em nenhum momento, apenas se entregando mais e mais aquele momento. - Não parece me odiar tanto assim.

— Eu queria te dar uns bons tapas agora.

— Posso ao menos escolher o lugar? - Roçou levemente seus lábios nos de Chaeyoung, que quase se entregou ao beijo novamente, se não tivesse sido impedida antes mesmo de colocar seus pensamentos em prática. - Uma pena que não temos tempo, adoraria ver do que você é capaz de fazer comigo.

Antes de levantar da cama, Jisoo a beijou uma última vez, deixando nos lábios de sua amada um gostinho de quero mais.

Frustrada por ter sido provocada e deixada na mão, Chaeyoung se espreguiçou e buscou toda coragem que tinha para se levantar e ir até o banheiro, afinal de contas não queria ser pega nos braços e levada até o cômodo, porque isso já havia acontecido demais em menos de vinte e quatro horas.

Por alguns segundos ela até cogitou fechar os olhos e voltar a dormir, mas aquela ideia logo fugiu de seus pensamentos.

Quando chegou ao banheiro, Jisoo já estava completamente encharcada, da cabeça aos pés, todo fio de cabelo e toda curvatura de seu corpo. A água quente foi a culpada por embaçar o vidro do boxe, mas aquilo não impediu Chaeyoung de admirar o corpo da mulher que era sua de corpo e alma.

— Eu lembro que você amava tomar banho. - Disse Jisoo.

— Ainda amo.

Foi debaixo daquela água quente que as duas tomaram banho juntinhas e apesar da aproximação constante nenhuma delas ousou tornar os longos selinhos em algo mais profundo e ardente, porque mesmo a saudade sendo algo que precisavam matar aquele não era o momento para isso.

(...)

Embora as duas tivessem gostos distintos quando o assunto em questão eram roupas, Chaeyoung conseguiu facilmente encontrar algo que fazia a sua cara no - enorme - closet de Jisoo. Camisa social preta um pouco mais grossa do que as normais - por conta do frio - e uma calça jeans clara, sendo que por cima daquelas peças ela ainda colocaria um sobretudo cinza quando fosse sair.

A mesa de café da manhã estava bem farta, repleta de iguarias e especialidades da culinária coreana. Kim não teria tempo para preparar tudo aqui, então acabou fazendo o pedido na cozinha do hotel, que entregou a comida instantes depois que terminaram de se vestir. Como ninguém tinha acesso aos andares de cima, a comida sempre era entregue por um elevador monta-carga, a qual só tem espaço para comida e não suporta sob hipótese alguma levar pessoas.

— Não acha que é muita coisa para duas pessoas? - Perguntou Chaeyoung, ainda um pouco indecisa com o que iria experimentar primeiro.

— Hum, não. - Se aproximou da outra, se colocando atrás dela e a abraçando sutilmente pela cintura. - Você precisa comer bem, gastamos muita energia ontem. - Falou perto de seu ouvido, já causando um sorriso no rosto de Park, que lembrou rapidamente de como gastaram tanta energia.

As duas acabaram experimentando um pouquinho de cada coisa, se deliciando com as misturas de sabores que iam do doce ao apimentado e do líquido ao sólido. Nenhuma das duas dispensou uma boa xícara de café forte, ao contrário de Chaeyoung que o tomou puro, Jisoo fez questão de colocar um pouco de leite, para quebrar um pouco do amargo.

Ao fim da refeição todas as coisas foram colocadas de forma organizada dentro do elevador e em seguidas mandadas para baixo.

(...)

Nesses últimos seis anos Jisoo fez inúmeros amigos por todo o mundo, ela não confiava sua vida a nenhum deles, mas sabia que poderia contar com eles caso precisasse de ajuda. Um desses amigos era um médico geral, que sempre a ajudava a acobertar “pequenos incidentes”, já que levar qualquer um de seus homens até um hospital comum poderia levantar suspeitas da polícia e desta forma fazê-la virar alvo de investigações. 

Quando as duas chegaram ao hospital em que ele trabalha elas não tiveram que esperar para serem atendidas, pois o doutor havia deixado a manhã inteira livre para uma única consulta.

— Senhora Kim. - O médico a comprimentou com um aperto de mão bem firme.

— Doutor Chou.

— Sentem-se. - Pediu o doutor.

E assim fizeram, os três se sentaram quase ao mesmo tempo.

— A senhorita Yontararak me deu um breve resumo do que aconteceu e disse que mesmo assim a senhora gostaria de fazer alguns exames.

— Isso, eu quero ver se ela realmente está bem.

— Certo, farei de tudo para deixá-la despreocupada.

Antes de começar a fazer os exames ele fez algumas perguntas a ela, seu nome e se ela tinha algum tipo de alergia a medicamentos, logo após essas únicas duas perguntas serem respondidas o doutor começou os procedimentos. Testou seus reflexos oculares e sua pressão cardíaca, também viu o corte na testa e a sutura feita no local do tiro, como tudo estava bem eles partiram para os exames. Dois tubinhos de sangue foram tirados de Chaeyoung, sob muito nervosismo e uma mão para apertar.

Já que os resultados iriam demorar cerca de quinze minutos para sair, Kim ligou para Soyeon, porque após a sua ordem ela não recebeu nenhuma notícia da operação e diante de tudo que aconteceu ela não teve muito tempo para fazer isso.

— Resumo da operação, Soyeon. - Falou de modo autoritário.

A operação foi um sucesso, acabamos com todos os cartéis e fiz exatamente o que pediu com o único sobrevivente, mas apesar de todo sucesso tivemos algumas perdas, sete dos nossos morreram e três ficaram feridos. - Kim fechou o punho, já que não poderia fazer o que normalmente faz no ambiente em que estava.

— Sabe os nomes?

Não de todos, mas um dos meus homens está fazendo o levantamento.

— De quais sabe o nome?

Lee e Im. - A raiva de Jisoo a fez acertar levemente a parede a sua frente, ela os conhecia bem e perde-los era quase como perder alguém de sua equipe. - Tentamos levar o Lee para o hospital, mas ele morreu no caminho, já o Im morreu no local.

O silêncio de Jisoo assustava qualquer um que trabalhava com ela, principalmente Soyeon, porque essa era a forma que ela tinha para reagir a extrema raiva e tristeza.

Como devo prosseguir a partir de agora, Jisoo?

— Passe todas as informações que conseguir para a Minnie. - A um metro de onde estava uma enfermeira vinha andando com alguns papéis e ao se aproximar teve a certeza de que aqueles eram os exames de Chaeyoung. - Se tiver problemas fale com a Lisa.

Certo.

— Até mais.

Ao retornar a sala ela teve certeza de que estava sobre os exames, a enfermeira havia entrado com os resultados e saiu logo após a sua entrada.

O médico levou alguns minutos para analisar tudo, fazendo algumas anotações nos exames e enfim chegando a uma conclusão.

— Vem tendo muito estresse recentemente? 

— O senhor nem imagina. - Falou olhando para Jisoo.

— Toma algum remédio para ansiedade ou depressão? - Chaeyoung confirmou. - Okay, sugiro que encontre a causa do estresse e tente eliminá-lo ou que procure o seu psiquiatra, talvez ele aumente a dosagem do seu medicamento ou te dê outra solução.

— Eliminar a causa do estresse ainda é crime, mas darei um jeito de fazer esses níveis diminuírem.

— Ótimo, porque o estresse pode ser a causa de vários problemas futuros. - O doutor virou a folha de exames, chegando na segunda e última folha. - A pancada na cabeça foi totalmente superficial e só deve ter sentido dor por conta do impacto, de resto você está perfeitamente bem, mas terá que usar uma tala para deixar o braço imobilizado.

— Por quanto tempo?

— Mais ou menos duas semanas, esse é o tempo que o seu corpo vai levar para cicatrizar o ferimento.

— Uau, pensei que demorasse um pouco mais que isso.

— A bala só perfurou pele e músculo, se fosse algum osso precisaríamos fazer uma pequena cirurgia, mas por sorte isso não foi necessário.

Todas aquelas meticulosas informações trouxeram alívio a Jisoo, porém saber que Park ficaria de tala por duas semanas atrapalharia seus planos, mas em algum momento ela teria oportunidade para colocar o que quer que fosse em prática, mesmo que demorasse um pouco.

Como não haviam mais motivos para estar ali, as duas partiram em direção ao apartamento de Chaeyoung, que agora já não era mais o seu lar.

O prédio não era tão grande quanto o hotel de Jisoo, também não era tão seguro e caro, mas era confortável para todas as pessoas que ali moravam. Era um lugar a qual os inquilinos podiam chamar de lar, que podiam construir uma família ou simplesmente morar só, como era o caso de Chaeyoung, que desde que saiu da casa dos pais nunca pensou em morar com outra pessoa, nem que fosse um amigo próximo.

— Gostava de morar aqui? - Perguntou Jisoo, querendo quebrar um pouco do silencio daquele elevador.

— Muito, acho que vou sentir falta.

— Dos vizinhos ou da localização?

— Das vizinhas, sempre que faltava açúcar elas me davam um pouco. - O sorriso que Chaeyoung tinha no rosto foi logo percebido por Jisoo, lhe causando não só frustração, mas como também ciúmes e isso era bem nítido em seu olhar semicerrado. - Principalmente a do cento e dois

— Talvez devêssemos levar um pouco de açúcar daqui, caso você sinta saudade. - Chaeyoung imediatamente entendeu onde ela queria chegar, Kim Jisoo estava devolvendo sua provocação na mesma moeda. - E eu até posso ir buscar no cento e dois.

— Você não faria isso.

O sorriso que antes Chaeyoung tinha em seu rosto pertencia agora a Jisoo, que não ousou falar que era brincadeira ou qualquer outra coisa, ela apenas permaneceu em silêncio pelos próximos dois andares e saiu no mesmo momento em que as portas do elevador se abriram.



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