História Confie no Amor - Confie nas pequenas experiências

Os ingredientes estavam a disposição para Sasuke sobre a mesa. Naruto queria saber o que fazer para ajudar, por isso colocou a água para ferver. Enquanto picava a cebolinha, Sasuke o ouviu falar sobre a missão que faria com Tenten. Os senhores feudais de diversos países estavam investindo muito dinheiro no torneio. A arena precisaria de um reforço na segurança, contando com a aliança das demais nações shinobis.

— Parece que virou uma festa esse torneio. — Sasuke cortou fatias de gengibre, amassando o alho a seguir, assim que a água ferveu ele jogou a massa para cozinhar. Podia sentir Naruto atrás dele com os grandes olhos azuis intensos pela expectativa daquele jantar.

— Não estou com um bom pressentimento para esse torneio.

— Acha que vão tentar novamente atacar Konoha? — Sasuke perguntou, temperando o caldo com ervas especiais. Provou, mas não estava satisfeito com o sabor. Colocou um pouco mais de pimenta e caldo de peixe em pó.

Sasuke misturou com a colher, estendendo o braço na direção de Naruto para que ele provasse o caldo.

— Tá muito bom. Você vai cozinhar sempre pra mim?

— O Ichiraku vai acabar falindo. — Ouviu Naruto gargalhar, enquanto montava o rámen nas tigelas. Sabia que ele gostava de muita carne de porco e cebolinha, então caprichou.

Naruto agradeceu a refeição e eles comeram.

— Está muito gostoso. — Ele falou com a boca ainda cheia. — Você é ótimo cozinheiro.

Sasuke sorriu, vaidoso pelo elogio. Naruto comia qualquer coisa, quando criança não possuía uma dieta saudável, então vivia com dores na barriga por comer mal. As coisas mudaram quando eles passaram a conviver mais tempo no time sete, fazendo missões de níveis mais alto. Isso garantia para Naruto mais dinheiro e conhecimento sobre diversos assuntos, coisas simples ao qual ele não tinha acesso vivendo solitário. Por mais que sua mãe, vez ou outra, mandasse Sasuke levar algo para ele comer, ou se preocupar quando estava doente, sabia que viver sem família presente poderia ser difícil.

Contudo, Naruto nunca se deixou abater e com o passar do tempo ele aprendeu, cresceu e agora estava diante dele, falando com animação sobre a comida que havia acabado de preparar.

O coração de Sasuke aqueceu, não sabia por que estava pensando naquelas coisas logo agora, mas estavam passando um momento tão simples e singelo como aquele, e ainda assim parecia ser uma experiência muito íntima e especial.

— Come, ou vai esfriar. — Naruto falou. — Aliás, se não comer o seu, eu como.

— Tem mais na panela. — Sasuke falou. — Se quiser, pode levar para sua casa. Ou...

— Ou... — Naruto parou, segurando os hashis próximo a boca.

— Não é nada. — Sasuke se levantou e foi até o fogão para pegar mais do caldo e o macarrão para encher a tigela de Naruto. Acrescentou as cebolinhas e quase esquecia da fatia de carne de porco. — Imagino que isso não seja nada perto da quantidade de rámen que você come por dia.

Naruto concordou, mas reforçou que a comida estava melhor do que muitos rámens que ele havia provado na vida.

— Me fala o que você ia falar? — Ele perguntou, assim que terminou de comer. — Não deve ser algo tão idiota, né?

— Depende do ponto de vista. — Sasuke finalizava a refeição, descansando os hashis sobre a tigela. Ao olhar para Naruto, aquela sensação de coração aquecido voltou. Talvez não fosse uma besteira tão grande falar o que estava em seus pensamentos. Talvez ele pudesse desabafar sobre tudo com Naruto e fazer planos e compartilhar sonhos. Mas, uma das coisas que o Uzumaki havia dito era que estavam indo devagar, então faria de tudo para não estragar as coisas daquela vez.

— Você é inteligente. — Naruto falou. — Não pode ser que algo muito idiota saia da sua boca.

— Tem certeza? — Sasuke o encarou. — Eu ia pedir para você dormir aqui essa noite.

— É só isso? — Não era só isso, mas Sasuke confirmou, movendo a cabeça. — Hoje eu durmo com você, e quando eu voltar da missão, você dorme comigo. Combinado?

— Combinado. — Levantou-se novamente, dizendo que a louça para lavar era de Naruto.
 

Já estavam na cama quando bateram na porta, Naruto reclamou, com a cabeça sobre o peito de Sasuke, que mexia seu cabelo. Não tinha muito o que fazer, senão se levantar, já que as batidas eram insistentes. Quando não houve mais batidas, reconheceu a voz de Ino.

— Seu irmão está na minha casa. É melhor vir. — Ela falou ainda do lado de fora. — Vistam alguma roupa rápido, pelo amor de Deus.

Sasuke pegou a camiseta que havia deixado cair no chão, e vestiu as calças. Naruto também se levantou e quando ele estava de calças, Sasuke abriu a porta.

— O que aconteceu? — Perguntou, preocupado, ajeitando os cabelos bagunçados.

— Apareceu bêbado na floricultura, perguntando quais eram as melhores flores para dar a alguém depois de ser um incrível idiota. — Ino entrou no apartamento e acenou para Naruto. — Desculpe atrapalhar o romance, mas ele está falando coisas estranhas e lamentando que seu primo Shisui foi embora.

— Ele foi embora? — Sasuke calçou os sapatos e vestiu o casaco, enquanto Naruto terminava de colocar a roupa.

— Sasu-kun, eu não quero ser intrometida nem nada, mas você sabia disso?

— Do que?

Ino levou as mãos à cintura, encarando-o seriamente.

— Eu vendo flores toda a minha vida, não é a primeira vez que alguém que brigou com o namorado vem conversar comigo. — Ino caminhou de um lado para o outro, enquanto Naruto tentava entender o que estava acontecendo. — Agora tudo faz sentido, por que não me disse que seu irmão é gay?

— Itachi é gay? — Naruto também olhou para Sasuke.

— Ele gostou de beijar a Ino. Talvez goste de mulheres também.

— Gostou? — Ino disse surpresa, com um sorriso discreto nos lábios, depois balançou a cabeça. — Não importa, ele está nesse momento na minha cama, e não do jeito que sonhei. É melhor ir lá agora resolver nisso. — Ela esbravejou, abrindo a porta. — Aliás, Naruto, o zíper está aberto. — Assim que falou, Ino saiu.

Naruto puxou o zíper da calça, vestindo o casaco cor de laranja.