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História Conie e o Mundo Secreto - Alicerce


Escrita por: AnonymousHunter

Notas do Autor


Heeey! É, dessa vez eu apareci mais rápido *0*
Espero que gostem desse capítulo, vai prometer u.u

Capítulo 12 - Alicerce


Fanfic / Fanfiction Conie e o Mundo Secreto - Alicerce

- Descreva “amor”. – Heather me pede. Nós estávamos saindo da escola quando ela me lançou a pergunta. Teria sido inocente e até um pouco fofinho se Castiel não estivesse bem do meu lado, com um cigarro na boca e um olhar curioso. 

- Hã...como posso descrever o amor se nunca vivi um? – A resposta faz a garota sorrir e se calar, sabendo que eu não queria falar nada sobre isso. Mas não deixava de ser verdade. Eu nunca vivi um amor, nem sequer faço ideia das sensações. 

Castiel olha para mim com um sorriso malicioso enquanto solta devagar a fumaça do cigarro. Os cabelos vermelhos estavam incrivelmente bonitos, e aqueles lábios pareciam convidativos demais para mim. Eu nunca pensei em beijar alguém, até porque nenhum rapaz me olhou diferente, tirando Armin. Mas eu soube disso tarde demais. 

Heather foi para a sua casa e Castiel decidiu passar a noite comigo mais uma vez. Admito que eu gostei da ideia, apesar de ter me deixado um pouco constrangida. 

Quando chegamos, ele foi logo se jogando no sofá. Parecia descontraído e muito confortável. O que será que ele sentia por mim? Eu quero ganhar aquele unicórnio mais do que tudo! 

Sento ao lado dele, cruzando as pernas como de índio e colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Eu estava envergonhada por ele estar tão armado e esvoaçante. 

Castiel olha para mim e sorri. Foi um dos sorrisos mais sinceros que já recebi. Tão bonito e verdadeiro. Pude sentir que ele gostava mesmo de estar ao meu lado, e que aquilo não parecia nada com um interesse nojento e repugnante, algo que Armin começava a me passar cada vez mais, fazendo com que eu sentisse uma súbita vontade de me afastar dele.

- Então quer dizer que você não sabe o que é o amor? Me permita explicar. – O ruivo se aproxima de mim, segurando minha mão com força. Seus olhos acinzentados encaram os meus, passando-me tranquilidade e confiança. – Algumas vezes o amor pode doer. Sabe, algumas vezes o amor pode te fazer bater com o rosto em diversas paredes. Mas quando você ama, sabe que isso é o que te mantém vivo. – Eu mordo o lábio inferior, ainda não entendendo muito bem. Eu nunca amei ninguém. Por mais que me tentassem explicar, eu só poderia entender profundamente se o sentisse. Se eu sentisse o amor verdadeiro, talvez eu pudesse explicá-lo para alguém.

- Então quer dizer que o duro Castiel já amou alguém? – Foi impossível não abrir um sorriso malicioso quando o garoto fecha a cara e desvia o olhar do meu. Eu estava um pouco envergonhada, então precisei fazer essa pequena piadinha.

- Algumas vezes você me lembra a Coraline. Destemida, corajosa...infantil. E completamente voada. Você não entende mesmo, não é? – Eu aperto os olhos. Já estava ficando confusa e desconfortável com aquela conversa toda, mas agora eu não poderia fazer nada para fugir dela. – Conie, eu...sabe, eu... – De repente, a porta da cozinha abre-se bruscamente. Armin entra desesperado. Estava procurando por algo.

Eu aproveito a deixa, me levantando rapidamente e sentindo o coração pular no peito. O moreno vira seu olhar para mim, e em um impulso corre na minha direção e me abraça com muita força. Eu fiquei estática, paralisada. Isso tudo era ciúmes ou o quê?

- Cara, o que você quer? – Castiel se levanta um pouco irritado. – Sempre dá uma dessa, parece maluco!

- Conie, os seus pais acabaram de sofrer um acidente de carro. Estão no hospital, provavelmente em coma. – Assim, rápido. Rápido, atirado, medroso. A notícia atinge meu peito como uma rocha em alta velocidade. E eu soube exatamente quem fez isso acontecer.

 

+++

 

A mão dela estava fria. Gelada, petrificada. Não estava nem sequer frio, a temperatura estava ambiente. E mesmo assim, a mão dela estava um cubo de gelo. Os médicos apenas disseram que ela teve uma morte cerebral e que precisaria dos aparelhos para sobreviver. Meu pai está em cirurgia agora, mas seu estado é menos grave. Provavelmente vai sobreviver. Agora ela...ela nunca mais será a mesma mulher. Eu me odeio profundamente por ter desejado diversas vezes trocar de mãe. Me odeio profundamente por ter desejado diversas vezes ir para um outro mundo. Me odeio por ter sido tão fraca e cedido tão fácil assim. E foi tudo culpa dela. Aquela aranha maldita.

- Sua maldita! Apareça! Desgraçada! – Eu grito com a cabeça inclinada para cima. Com os olhos fechados, começo a gritar todo tipo de xingamento existente. Eu estava irada, entristecida e arrasada. É culpa daquela bruxa. E ela iria pagar por isso. – Apareça, sua cobra venenosa! – A enfermeira que estava me acompanhando enrola seus braços em volta do meu corpo, tentando em vão me impedir de fazer alguma besteira.

Tarde demais.

Eu empurro-a no chão e vou até a pequena mesa ao lado do leito de minha mãe, virando-a de cabeça para baixo e chutando com muita força. Novamente a mulher se levanta, dessa vez gritando por ajuda e tentando me segurar. Homens de terno aparecem no quarto e me puxam para longe da minha mãe. Eu esperneio e tento me soltar, mas o rapaz era muito mais forte do que eu.

Fui jogada para fora da ala UTI e a vi sendo trancada. Aquilo foi um tiro no meu peito.  Estavam me impedindo de ver a minha própria mãe?!

- Seus malditos! Abram essa porta! Eu sou a filha dela! – Vou até lá, chutando a porta e dando diversos socos. Armin se aproxima de mim, me pedindo para parar e me arrastando para longe. Eu não paro de gritar enquanto não chegamos do lado de fora do Hospital.

- Pare com isso, Conie! Você não pode fazer nada para impedir, mas que droga! A culpa não foi de nenhuma mãe imaginária, a culpa foi de um maldito bezerro! Um maldito bezerro, Conie! Você não está pensando direito! – O moreno me segura fortemente pelos ombros enquanto grita as palavras. Os olhos azuis estavam lacrimejando, e eu pude sentir que ele estava sofrendo assim como eu. Afinal, minha mãe era como uma tia para ele.

Castiel chega desesperado. Os cabelos vermelhos estavam desgrenhados e os olhos cinzas estavam arregalados. Seus braços conseguem me alcançar, e eu descanso minha cabeça em seu peito. Sinto as mãos de Armin em minha nuca, e por um breve momento eu me sinto segura outra vez. Eles estavam aqui comigo, eu poderia suportar esse momento ao lado dos dois. Esse momento durou pouco, pois a Outra Mãe veio em minha cabeça outra vez, e eu começo a gritar de novo. Os gritos foram abafados quando Castiel me aperta ainda mais contra seu corpo, impedindo meus berros de serem ouvidos.

- Conie, acalme-se. Calma, vai dar tudo certo. – Castiel sussurra no topo de minha cabeça. Sua voz suave me faz relaxar. Ele era tão diferente de Armin. Ele era extremamente bipolar e muito grosso em algumas vezes, mas conseguia ser extremamente carinhoso e muito estável quando queria. Sua mente conseguia alcançar dois extremos quase impossíveis para Armin.

- O amor...o amor está em quaisquer demonstrações de afeto. – Eu começo, afastando-me um pouco dele e o olhando nos olhos. – Um simples toque, uma simples frase de preocupação. Pode não ser amor no momento, mas também pode se transformar nisso mais para frente. – Coloco minhas duas mãos no rosto de Castiel e me aproximo, depositando um beijo demorado em seu nariz. Eu precisei ficar na ponta dos pés para isso, mas valeu a pena. Ele segura firme em minha cintura e me puxa para perto, em um abraço apertado. Com minha mão livre, puxo Armin e envolvo meu braço em seu tronco. Os dois estavam se tornando meu alicerce pouco a pouco, isso era inegável.

Conie! – Eu ouço aquela voz fininha e fofa preencher meus ouvidos. Era infantil e um pouco arrastada. Parecia que a pessoa estava morta. – Fale bem baixinho, porque a Bela Dama pode estar ouvindo. – Eu empurro os dois, olhando para cima com desconfiança. De onde esta voz estava vindo? E eu já a tinha ouvido em outra ocasião. Eu conhecia esta voz.

– A Bela Dama nos atraiu com brincadeiras e guloseimas. Mas mesmo assim nós queríamos mais... – Outra voz se juntou. Era de uma garota também, só que mais gostosa de ouvir.

- Então deixamos que ela costurasse os botões... – A voz inicial completou. Ou eu estava maluca, ou essa eram as vozes de duas outras crianças que foram manipuladas pela Outra Mãe.


Notas Finais


Bom, lancem o palpite de vocês. Foi ou não culpa da Bela Dama?
Não esqueçam de comentar, por favor :3
Beijinhos <3


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