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História Conqueror (G!P) - Family problems, or not


Escrita por: Lovewaylandjace

Notas do Autor


Um capítulo grande pra compensar a demora. Obrigada por todos os comentários e favoritos ❤️

Capítulo 5 - Family problems, or not


Fanfic / Fanfiction Conqueror (G!P) - Family problems, or not

Depois que Camila foi pra casa, eu passei o resto da tarde e parte da noite jogando com Normani, esperando minha mãe chegar, mas dormi em algum momento. Na quinta-feira de manhã, eu estava caindo de sono pelos corredores e mal prestei atenção na aula de matemática avançada. Quando cheguei em casa, dormi a tarde inteira. Hoje era sexta-feira, Dinah e Alexa estavam me enchendo o saco para ir ao Sound, um barzinho/boate alguns quarteirões da casa de Dinah. Estávamos a minha casa enquanto Alexa mexia no meu computador e Dinah revisava minha geladeira e eu tentava inutilmente ler Orgulho e Preconceito pelo décima vez. 
        A verdade é que não conseguia presta atenção com o cheiro de Alexa preso em minhas narinas, e a imagem da garota perfeita sentada a minha frente usando shorts camuflado com uma regata preta transparente não facilitava as coisas. Seu cabelo estava preso num coque no topo da cabeça e ela roía a unha do dedão enquanto olhava para a tela do computador com um sorriso nos lábios.

- Lex, o que você está fazendo? – Chamei-a, marcando a página em que estava.
Ela levantou o olhar e sorriu para mim com os olhos brilhando, como se lembrasse que eu  ali.

- Estou no Twitter vendo quem vai ao Sound hoje. – Então ela olhou para a tela novamente. – Talvez algumas universitárias. 
    Resmunguei um “uhum” e voltei a abrir o livro.

- Talvez você encontre uma garota linda e intelectual. Qual o tipo que você gosta? – Ela perguntou subitamente e eu me sentia engasgar.

- Ah com certeza. – Disse ironicamente.
Senti a cama afundar a minha frente e o rosto de Alexa apareceu no meio das minhas pernas, e ela deitou sua cabeça em meu colo. Graças a Deus eu havia decidido usar shorts de compressão hoje.

- Você por acaso gosta de garotos? – Ela arqueou as sobrancelhas fazendo uma careta em seguida.

- Jesus, não! – Franzi o cenho um pouco irritada. 

-  Então por que não? – Alexa insistiu. – Você é gatinha, L. Aposto que consegue a garota que quiser com esses olhos. 
      Senti. meu corpo tremer e esquentar dos pés a cabeça. Não estava acostumada a elogios. 

- Você não namora aquela sua amiga online, não né? – Alexa perguntou de repente pensando nessa possibilidade.

- Não! Agora você enlouqueceu. – Revirei os olhos e Alexa pegou minha mão direita, segurando em seu rosto. 
        O fato de Alexa ser uma garota carente e muito carinhosa, acabava comigo de muitas maneiras. Ela estava sempre me abraçando, me fazendo carinho e isso me dava esperanças, mas era só lembrar que ela era assim com todas as garotas para acabar com os meus sonhos. 
        - Dinah me disse que ela é linda. – Ela olhou para mim seriamente. – Espero que nunca me troque, Lauren. Essa é a verdade. 
        Ok. Se eu tivesse sido um pouco mais inteligente, teria raciocinado rapidamente o que essas palavras queriam dizer, mas o que você precisa saber, é que as coisas pioraram muito antes de melhorar.

- Eu nunca. Eu a… - Estava prestes a confessar tudo para ela, finalmente, quando Dinah abriu a porta.

- Caramba Lauren, você está mesmo empenhada nesta dieta líquida! – Ela disse analisando os rótulos em uma garrafa de vidro esverdeado.

- É da minha mãe. – Sabe o tamanho da minha frustração? 
      Então Dinah pareceu realmente notar nossa presença porque olhou em direção à cama.

- Por que sempre parece que estou interrompendo alguma coisa? – Dinah disse irritada. 
        Alexa saltou do meu colo e voltou para a  cadeira.

- Porque de fato você sempre está. – Ela disse encarando Dinah, uma pequena frase cheia de outros significados que eu desconhecia. 
            Dei de ombros e voltei a ler pelo resto da tarde. Dinah e Alexa foram pra casa em algum momento para se arrumarem para a “nossa noite”, era como elas chamavam. Nós iríamos com o carro dos pais de Dinah, então não me preocupei em me arrumar cedo. Faltando quarenta minutos para sair, fui tomar banho. Lavei meu cabelo e sequei rapidamente, passando chapinha nas pontas para definir. Acabou ficando liso demais, mas não tinha tempo para arrumar. Coloquei uma calça jeans preta um pouco larga e uma camiseta branca por baixo da jaqueta também branca de lona que eu havia ganhado da minha mãe no natal. Calcei meu All Star preto e estava pronta. 
        Senti meu celular vibrar com uma mensagem de Dinah, avisando que já estavam esperando por mim na calçada. Peguei meu óculos e desci as escadas apagando todas as luzes da casa. Minha mãe como de costume, estava no trabalho e não voltaria antes das 2:00 da manhã. Tranquei a porta da frente e corri em direção ao Range Rover branco dos pais de Dinah. 
           Abri a porta de trás e entrei.

- E aí. – Falei um pouco desanimada ao encontrar o sorriso de Dinah e a cara emburrada de Alexa.
      - O que foi? – Perguntei pegando no ombro da minha amiga. 
       - Fala pra ela Dinah! – Ela disse realmente brava. 
Dinah revirou os olhos e virou-se no banco do motorista para me olhar melhor. 
       - Nós vamos dar uma carona à Camila. Porque o Harry está sem carro e não pode vir pegá-la. – Dinah disse rapidamente. 
      Já era ruim ter que vê-la escondido das minhas amigas todas as quartas, imagina vê-la e fingir que somos completamente estranhas na frente das minhas melhores amigas. 
        - Hm, tudo bem. – Murmurei olhando para o vidro aberto. 
          Camila estava gritando alguma coisa para a porta de sua casa e depois a bateu correndo em direção ao carro de Dinah. Usava saltos prateados e um vestido preto colado no corpo. A verdadeira Barbie latina. Dinah fez um sinal com a mão para ela entrar pela porta de trás. Me afastei e fiquei atrás do banco de Alexa. 
        - Valeu. – Camila disse ofegante entrando no carro. 
Ela arregalou os olhos quando me viu a encarando. 
        - Anh, boa noite Lauren, Alexa. – Ela disse calmamente se ajeitando sobre o banco. 
     - Podemos ir? – Alexa perguntou tentando controlar a voz, eu percebi. 
       - Ah sim. – Camila disse tranquilamente arrumando o cabelo. 
              Como se precisasse parecer mais arrumada. 
Vi pelo retrovisor Alexa ranger os dentes. Então Dinah deu a partida. Alexa de fato odiava Camila, ela achava que toda idiotice girava em torno dela, mas eu sabia bem que as coisas não deveriam ser assim. Eu ouvia os Cabello discutindo quase todas as noites, e confesso que espiei algumas vezes enquanto Camila se trancava no quarto com sua irmãzinha mais nova. Nem todas as pessoas são babacas por diversão. 
       Eu nunca havia sofrido bullying de Camila, apenas dos amigos e namorado dela. E quando achei que isso fosse acontecer, ela simplesmente fingiu que nada havia acontecido. Percebi então que eu estava grata à Camila Cabello.

- Não é L? – Alexa  perguntou.

-  Anh… O que? 

- Estou dizendo à Dinah sobre as universitárias! – Ela disse, a voz soando irritada. 
           Camila fez uma expressão de nojo, chamando a atenção de Alexa que se virou no banco para encará-la. 
      - As universitárias do norte são um bando de vacas nojentas. – Ela disse soando enjoada. – Não é Dinah? 
      Alexa encarou Dinah, vendo de qual lado ela ficaria.

- Não as de fraternidade. 
       Alexa abriu um sorriso. Revirei os olhos. Olhei para Camila que  me encarava com um sorriso. Parecia impossível que ela sempre estivesse tão alegre. Virei a cabeça rapidamente olhando pela janela. 
      Mais cinco minutos e estávamos em frente ao Sound. Descemos do carro e Dinah entregou as chaves para o garoto manobrista. Alexa e ela conversavam sobre alguma coisa empolgante enquanto eu observava o quanto aquele lugar parecia lotado e apertado.

- Você gosta da garota chata não é? 
           Pulei de susto quando Camila parou ao meu lado.

- O quê? – Perguntei cética. 
         Camila apontou para Dinah e Alexa atrás de nós.

- Eu vi o jeito como você olha para ela.
Como Camila poderia saber dois dos meus segredos sem nem ao menos me conhecer????
       - Anh… - Pense numa resposta rápida e convincente, Lauren. – Não, nada ver. 
     Neguei demais. Camila deu uma piscadela e um sorrisinho. Abaixou um pouco a barra do vestido e sumiu no meio das pessoas. 
        - Cadê  a Mila? – Dinah perguntou.

- Já entrou. – Disse. –

[..]
         Eu estava certa quando disse que era um lugar apertado demais. As luzes estroboscópicas estavam me deixando zonza e a música trance também. Por que mesmo eu tinha concordado em vir? 
Sentei-me em um barzinho enquanto assistia Dinah e Alexa dançarem e jogar seus cabelos. 

- Vai querer alguma coisa garota? – Perguntou o barmen, era um homem gorducho com a barba bem ruiva e a cabeça careca.

- Ahn… Uma sprite. – Pedi dando de ombros.

O homem riu debochado e desapareceu por uns minutos antes de voltar com o meu refrigerante.

- Achei que estivesse tentando afogar as mágoas à julgar pela sua cara. – Ele voltou, pousando a lata à minha frente. 

Parecia que fazia esforço para falar com todo aquele bigode espesso.

- Não sou como a maioria – Murmurei, certa que de não tinha como ele ouvir. –, mesmo que pareça tentador. 

E de fato parecia. Depois da terceira latinha, eu resolvi procurar minhas amigas. 

Dinah estava dançando com uns amigos do outro grupo dela, enquanto Alexa havia desaparecido. Vale a pena correr o risco de uma humilhação pública, Lauren? Sim ou não?  

 - Dinah! – Puxei seu braço um pouco irritada. – Cadê Alexa? Eu quero ir embora.

A morena me olhou com os olhos pequenos já por conta do álcool, e tropeçou um pouco antes de falar: 

- Não sei, ela saiu com a Mila e outras garotas.

Arregalei os olhos. 

- Alexa e Camila? Como? 

Com certeza aquilo não significava boa coisa. 
Dinah deu de ombros e voltou a dançar, esquecendo completamente da minha presença. Otária

Um aglomerado de pessoas tentava sair pela porta da frente da boate com euforia, um menino atrás de mim gritou: 

- É a polícia, escondam as drogas! 

Merda. Merda. Merda!

Puxei Dinah pelo braço arrastando ela para perto do palco, procurando por Alexa com os olhos. Avisei sua cabeleira castanha perto demais de uma garota loira e outra morena. 

- Fique sentada aqui, tudo bem? – Disse para Dinah, que já estava com os olhos vesgos. Ela apenas assentiu e deu de ombros. 

As pessoas passavam correndo por nós tentando livrar suas peles. Corri tentando não ser esmagado encontrando Alexa com uma garrafa de cerveja na mão enquanto ria escandalosamente. 

- Que merda você está fazendo? – Disse zangada, tirando-lhe a garrafa. 

- L, essa aqui é a minha amiga Sabrina, e essa é a… - Ela parou de falar olhando ao redor. – Cadê a Amy? 

Arqueei as sobrancelhas enquanto a ruiva me beijava na bochecha. 

- Não percebeu que as pessoas estão indo embora? A polícia está lá fora, Lex! – Quanto mais eu olhava pra cara dela, mais tinha vontade de distribuir um soco. 

- Puta merda! – Ela exclamou como se acordasse de um transe. – Cadê a Dinah? 

Respirei fundo, olhando sobre o ombro, Dinah ainda estava sentada me esperando.

- Estou com ela. – Falei ao passo de que o som alto ia diminuindo. – Dinah me disse que você estava com a Camila… - Arqueei as sobrancelhas um pouco cética. Aquilo era impossível. 

Alexa apontou com o queixo para o seu lado do sofá de veludo azul, onde uma morena estava com o cabelo no rosto parecendo derrubada. 

- Caralho, o que você fez?! – Disse enfezada chegando até Camila. 

Não estava brava por ela, não. Só pelo fato de Alexa se meter com ela. 

- Só uma brincadeira, Lauren. Ela obviamente não aguentou! – Alexa deu de ombros. 

Olhei para ela trincando os dentes e tentando levantar Camila. 

- Por que você quer ajudar ela agora?  

O quanto uma nadadora poderia pesar? 

- Porquê provavelmente… - Bufei tentando puxar os braços de Cabello. – O namorado e os amigos babacas dela já foram embora. E ela veio com a gente, então. 

Alexa revirou os olhos e veio me ajudar. Apoiamos Camila nós ombros e seguimos até Dinah. 

- Não tem como sair pela porta da frente. Estão barrando as pessoas. – Dinah disse com a voz embolada. 

O som alto já não tocava mais, tudo o que se ouvia era a voz das pessoas desesperadas para saírem daquele lugar. Provavelmente todos menores de idade, que os pais não faziam ideia de estavam ali.

- Saída de emergência! – Eu disse. Todo estabelecimento tinha uma dessas. 

Alexa assentiu e disse para Dinah ir na frente. Subimos uma escada de ferro que dava para o barzinho na parte de cima, Dinah empurrou uma portinhola vermelha e ficou de joelhos para passar. Não era isso o que eu imaginava. Alexa passou depois para separar Camila do outro lado.

- Vai Camila. – Eu disse tentando fazê-la ficar sobre os joelhos. 

- Eu quero ficar aqui. – Ela murmurou com os olhos fechados. Fedia álcool dos pés à cabeça. 

Respirei fundo, tirando o cabelo dela que grudava na boca. 

- Se você ficar aqui, a polícia vai te pegar. E você vai levar uma bronca de Alejandro. Agora, por favor atravessa a porta. 

O chão preto estava começando a me incomodar com tanta sujeira grudando nos meus joelhos. 

- Tá bom, mas o meu pai não manda em mim! – Camila falava mole é tudo embolado.

- Eu sei que não, mas a gente precisa ir pra não arrumar mais encrenca. Você já está para repetir no colégio. 

Ela abriu os olhos e a boca como se descobrisse uma coisa inédita e sorriu em seguida. Quando ia dizer novamente, a cabeça de Alexa apareceu no vão da porta com a expressão emburrada. 

- Dá pra ir logo?! 

Camila revirou os olhos para mim e mostrou a língua. 

- Ela é tão chata quanto você, um belo casal! 

E então atravessou a porta dando os braços para Alexa. Eu ri e balancei a cabeça indo logo atrás delas. 

O vento forte da madrugada quase me fez encolher. Havia uma escada de incêndio pela qual escapamos. Dava para um beco escuro e fedorento. Não havia policiais ali. Alexa foi na frente para buscar o carro enquanto esperávamos na esquina. Dinah e Camila conversavam – ou tentavam – sobre a “noite”. 

- Precisam de uma carona gatinhas? – Alexa apareceu com o carro dos pais de Dinah, sorrindo.

Dinah riu e foi atrás dela saltitante. Camila e eu sentamos no banco de trás de fomos para casa. 

[…]

- Lauren, me liga se precisar. – Alexa disse seriamente enquanto me deixava em casa. 
Eu infelizmente não conseguia disfarçar o quanto estava brava com ela por ter embebedado Camila Cabello de propósito.

- Estou bem. – Disse descendo do carro. Abri a porta para Camila e beijei a bochecha de Dinah.

- Vocês vivem brigando. – A morena disse balançando a cabeça. 

Não tive tempo de respondê-la porque logo Alexa deu a partida saindo o mais rápido possível da minha rua. 

Respirei fundo fechando os olhos. Camila me olhava com as sobrancelhas arqueadas e as sandálias nas mãos.

- Posso ficar na sua casa? – Ela disse. 

Arregalei os olhos com medo de ter escutado mal.

-  O que? 

- Não quero ter que lidar com uma discussão quando entrar em casa e depois ter que acalmar minha irmã. Então… Posso?

- Ahn… - Certo, eu estava com pena de Camila Cabello. Eu já havia passado por aquilo antes, com os meus pais, mas nada como ter de lidar com uma criança que me enxergava como uma heroína. – Claro. – Respondi. 

Camila abriu um sorriso e cambaleou pela grama até chegar na porta da minha casa, esperando que eu abrisse para ela. Assim o fiz, e deixei que ela passasse na frente, achando graça do jeito como ela andava quando não estava sóbria. A latina deixou as sandálias sujas no canto da porta e eu fiz o mesmo com meus tênis, subindo para o meu quarto com ela logo atrás de mim. 

- Você quer tomar um banho? – Perguntei um pouco sem jeito. 

Camila assentiu olhando para a parede. 

- Ok, o banheiro você já sabe onde é, pode indo lá. Eu te levo uma troca de roupas minhas se você não se importar. – Disse indo atrás closet. 

Camila atravessou meu quarto e entrou pela porta branca do banheiro. Peguei algumas roupas e uma toalha limpa e deixei na cadeira do quarto. Saí e fui tomar banho no quarto da minha mãe, que para minha não surpresa, não estava em casa. Bufei sendo atingida por uma onda de tristeza momentânea. Eu estava sempre sozinha. Entrei no chuveiro e lavei o cabelo para demorar um pouco mais. Depois vesti meu pijama do Star Wars e desci para cozinha. A porta do meu quarto estava entreaberta e eu podia ver a sombra de Camila só de toalha sentada na cama.

Não olhe Lauren, é feio!

Preparei um café forte para minha convidada e subi as escadas. 

Bati na porta duas vezes antes de entrar.

-  Camila? – Chamei não encontrando-a. 
 

- Aqui. – Ela disse, a voz soando melhor do banheiro. 

Sentei sobre a cama, sentindo o sono se apossar de mim aos poucos. A morena saiu do banheiro usando o shorts branco com estampas de girafa e uma camiseta grande vermelha. O cabelo molhado estava preso por uma das minhas presilhas transparentes.

- Adorei suas roupas, são confortáveis. – Ela disse sentando-se ao meu lado, com as pernas em posição de índio.

- Valeu. – Eu disse sorrindo um pouco enquanto coçava os olhos. – Fiz um café para você, li na internet que é bom para ressaca. 

Camila pegou a xícara e sorveu um pouco do líquido, para minha surpresa, sem esboçar nenhuma careta. Arqueei as sobrancelhas olhando para ela, pasma. Aquilo estava muito amargo.

- O quê? – Ela sorriu. – Eu gosto de café sem açúcar. – Deu de ombros e continuou bebendo. 
 

Revirei os olhos e tirei os óculos.

- Bom, então. Você pode dormir aqui na minha cama, e eu durmo no quarto da minha mãe. – Olhei no relógio ao lado do computador, quatro e vinte e cinco da manhã. – Ela não deve voltar hoje mesmo. – Disse um pouco baixo, dando de ombros.

- Eu posso dormir na sala mesmo, Lauren. – Camila disse. 

- Não, sério. Lá bate muita luz de manhã, ninguém gostaria disso. – Digo sorrindo amarelo.

- Tudo bem. – Camila repousou a xícara ao lado da cama, e se enrolou nos meus cobertores, sem tocar em nenhuma das minhas almofadas de Harry Potter. 

Levantei da cama pronta para sair do quarto quando ela me chamou de volta: 

- Lauren. – Virei-me novamente. 

- Sim? 

- Por que você achou que eu contaria para alguém sobre… Sobre aquela noite na minha casa? – Seus olhos castanhos estavam arregalados, mas não com medo ou surpresa. Com preocupação. 

Essa me pegou de jeito. Eu não poderia dizer “porquê acho que você é uma vaca que quer arruinar a vida de todo mundo."

- Eu não sei. – Disse bufando. – Achei que você iria querer fazer disso um novo assunto do colégio.

- Certo, por que sou uma vaca sem coração. – Ela disse desviando o olhar do meu rosto. 

Talvez Camila soubesse que eu concordaria com suas palavras. De fato, ela parecia ser. Mas não para mim, mais. Só parecia uma vaca… Mas eu sabia que tinha sentimentos, e sabia o que passava dentro de casa. Porém, não conseguia entendê-la, longe de casa era uma pessoa muito ruim, ou se forçava a ser.

- Boa noite, Camila. – Disse apagando a luz do quarto. 


Notas Finais


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