O barulho estranho continuava e então eu decidi ir ver o que era. Saí do meu quarto e fui até o quarto de hóspedes, o que começou a se tornar mais estranho ainda.
Coloquei meu ouvido na porta e ouvi gemidos baixinhos, deduzi que eram da minha mãe. Meu coração começou a acelerar e minha mão a suar, uma raiva absurda surgiu e então eu abri a porta com tudo vendo uma cena extremamente horrível. Minha mãe estava nua em cima de um homem desconhecido.
Naquele exato momento, meu mundo desabou. A minha mãe estava traindo o meu pai em sua própria casa. As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto e eu não conseguia falar e nem se quer me mover.
Minha mãe e o homem, desesperados, começaram a se vestir ligeiramente. A mulher pôs seu vestido e deixou sua calcinha de lado vindo em direção a mim.
— Filha. - ela falou pegando em meu braço.
— Eu antes tinha raiva de você por não respeitar as minhas decisões, mas agora eu tenho raiva, nojo e principalmente vergonha de ser a sua filha. - falei olhando no fundo de seus olhos.
Me virei para ir embora, mas ela segurou meu braço.
— NÃO ME TOCA! - gritei puxando meu braço.
— Filha... - ela disse começando a chorar.
Fui até o quarto dos meus pais e fui até o closet da minha mãe. Comecei a pegar suas roupas e pôr no lado de fora do quarto. A raiva que eu sentia era enorme e ela estava me consumindo inteiramente naquele momento.
Assim que me tirei uma parte das roupas, saí do quarto esbarrando na mulher e fui embora, deixando a casa sozinha com aqueles dois.
Comecei a andar por aí, sem rumo. O meu pai não merecia algo tão ruim, principalmente daquela mulher na qual ele amava mais do que a si próprio. É incrível ver como depois de tudo o que ele fez por ela, ela ainda teve a coragem de traí-lo em sua casa.
Depois de um tempo indeterminado andando pelas ruas, comecei a me sentir tonta e fraca. Eu já havia chorado o suficiente, porém as lágrimas não cessavam. Minha visão escureceu por alguns segundos e me vi sem ajuda.
— S/n? É você? - uma voz masculina e familiar chamou meu nome e então eu olhei em sua direção.
— Jeon? - perguntei o olhando como se fosse um anjo. — Jeon... - falei abrindo um sorriso ao perceber que era ele.
Ele se aproximou rapidamente de mim. Sua feição era de preocupação.
Ele começou a falar várias coisas e não pude escutar sua voz, seus lábios só se mexiam enquanto a minha visão escurecia. Vê-lo novamente em um momento difícil, por um momento, me fez bem.
-
— Ela deve estar muito cansada, vou ligar para o pai dela vir buscá-la. - escutei uma voz feminina falando.
— Não mãe. É melhor a senhora esperar ela acordar. - a voz masculina respondeu. — Ela não é de andar pelas ruas e ainda mais chorando. Algo aconteceu na casa dela pra ter ficado dessa maneira. S/n se torna uma criança frágil toda vez que algo ruim acontece na família e isso faz com que ela aja por impulso. - a voz masculina completou.
Abri os olhos lentamente e me sentei, me deparando com um quarto de paredes pintadas de cinza.
— Ela acordou. - comentou a voz feminina.
— S/n! - falou a voz masculina me assustando.
— Jungkook? - perguntei olhando para o ser que estava em minha frente.
— Sim. Como você está se sentindo? - ele perguntou preocupado.
— Estou bem. Onde estou? Que eu me lembre, esse não é o seu quarto. - falei observando o cômodo.
— Você está na minha casa, S/n. - a voz feminina se revelou.
— Senhora Jeon? - perguntei arregalando os olhos ao vê-la com um sorriso. — Oi? Como assim? O que está acontecendo? - perguntei sem entender nada.
— É melhor você comer primeiro e depois conversamos sobre isso. - ela disse e seu sorriso permaneceu estampado em seus rosto.
...
— Então... Esse é o filho que estava sofrendo pela namorada? - perguntei olhando para o Jungkook.
— Sim. Eu ainda estou surpresa, assim como você, ao saber que você era a garota pela qual meu filho estava sofrendo. - disse a mulher rindo.
— A senhora é uma pessoa tão boa pra ter sido logo a mãe desse cara. - falei a olhando. — Sinto muito.
— Eu estou aqui, S/n. - disse Jungkook arqueado uma de suas sobrancelhas.
— Eu sei que você ainda existe e que infelizmente é filho de uma mulher que, em tão pouco tempo, eu comecei a considerá-la minha mãe. - falei.
— Eu darei um tempo pra vocês conversarem depois. - disse a mulher se aproximando de Jeon. — S/n, nós queremos saber o que aconteceu. - ela falou com uma cara de preocupação.
Dei um longo suspiro e comecei a contar o que havia acontecido. Meus olhos encheram-se de lágrimas ao lembrar da cena em que minha mãe estava nua deitada em cima de um homem desconhecido.
Jungkook, que estava ao meu lado, me abraçou assim que comecei a chorar. O seu abraço ainda permanecia com o aconchego de lar e aquilo me confortou e fez com que os sentimentos ruins fossem embora, deixando reinar apenas a paz que eu precisava naquele momento.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.