História Consequências A Parte. (Harmione) - NÃO SOMOS OS MESMOS

Respirou fundo e admirou a bela casa. 

Era realmente uma casa linda. Um jardim admirável na frente com uma cerca de entrada e logo ao fundo, uma mansão branca vitoriana. Não que ele fosse do tipo que gostasse do clássico, mas esta foi a opção de sua esposa e não pôde relutar muito, já que queria agradá-la na época.

Já faziam 5 anos que eram casados, 5 anos que estava em um casamento que não dava certo a nenhum custo. Por que ele permanecia? Até ele se perguntava, na verdade, ele sabia a resposta, se ele se divorciasse de Gina, ela faria a vida dele um inferno - mais do que já é - pensou ele. 

Observando sua grandiosa residência, percebeu que dinheiro não é tudo, sempre soube disso, mas a pouco tempo se deu conta do que estava se tornando tudo. Havia uma linda esposa, uma conta bancária que invejaria a muitos, um cargo no ministério de respeito, entretanto, não havia aquela que amava junto a si. 
Criando coragem, decidiu entrar na residência. Entreabriu a porta da sala de entrada, observou tudo e fechou a porta. Tudo estava muito silencioso. Isso era estranho.

Quando de repente, um vaso voou em sua direção, logo com seu reflexo de apanhador se abaixou rapidamente antes que fosse atingido. Gina logo apareceu em seguida. 

- Onde você passou a noite? - perguntou do alto da escada com os braços cruzados. Sua expressão era de fúria. 

- Eu lhe avisei que havia uma missao noturna que precisava realizar. - falou ele com calma, retirando seu casaco e colocando no armário do hall.

- Eu sei que você não teve “missãozinha” nenhuma. Eu só vou perguntar mais uma vez. ONDE VOCÊ ESTAVA? - disse Gina, descendo cada degrau da grande escada cada vez mais furiosa, aumentando seu tom de voz.

Harry respirou fundo e a olhou profundamente, estava cansado dessas discussões cada vez mais sem fundamentos e que não levavam a lugar nenhum. 

Gina havia mudado bastante desde sua adolescência, se tornará uma mulher linda, sedutora e cativante. Era a mulher que lhe arrancava o seu melhor sorriso, mas também poderia ser aquela que lhe faria ter pesadelos. E para Harry, ela era a segunda opção. 

- Não começa com gritaria, por favor, preciso me arrumar e ir trabalhar, e eu acho que você também. - disse Harry já tomando caminho até escada, em seguida subindo-a. 

- Se você acha que eu não sei que estava com ela, está enganado. Você me faz de burra, Potter. - disse Gina, fazendo-o parar no mesmo degrau que ela, bem no meio da escada. 

- Não te faço de burra, Gina, você não tem provas concretas e apenas suposições. Não me venha cobrar uma coisa que nem mesmo você faz. Você não tem esse direito. - disse ele, arqueando as sobrancelhas. 

Gina o encarou desacreditada. Ele estava lhe acusando de traição, uma coisa que ela não se igualaria a ele. Ela achava que estava acontecendo, mas ainda não havia como provas apenas “paranóias” - nas palavras dele. 

- Eu jamais te trairia, e você sabe bem disso. Eu amo você, só queria que me tratasse como sua esposa e parasse de me ver como sua inimiga. 

- Jamais? Acho que está é uma palavra que você não pode usar. Não te vejo como minha inimiga. Mas parou de ser minha esposa há muito tempo e você sabe. - Harry a olhou com pesar, apesar do casamento não ser mais o mesmo há mais de um ano por decorrência de acontecimentos, ele ainda admirava aquela bela mulher a sua frente, ele sabia que havia tido sorte de tê-la ao seu lado - antes de tudo. 

Gina o olhou com os olhos marejados.

- Então, por que não pedir o divórcio? POR QUE FICAR PRESO A MIM SE É COM ELA QUE VOCÊ QUER FICAR? HERMIONE NÃO É SEU SONHO? Ela consegue te dar tudo o que quer mesmo. - disse Gina desesperada entre o choro, lhe segurando nos ombros e apoiando a cabeça em seu próprio braço. 

- Eu prometi que ia ficar e eu vou ficar. Só pare de falar coisas que não sabe. - Harry falou levantando a cabeça dela e a segurando pelo queixo, olhando profundamente em seus olhos. 

Logo em seguida, Harry se soltou e continuou a subir. Seu quarto ficava logo a direita e o entrou batendo à porta e respirando profundamente. Os dois estavam cansados. Mas não podia deixá-la agora. Agora não. Toda a situação era de extrema delicadeza e sensibilidade. Ele ainda sentia a dor de perder seu filho e sabia que Gina sentia até mais que ele, já que se culpava pela perda todos os dias, entretanto, ele não conseguia perdoa-la por ter entregado seu filho aos comensais da morte que ainda rodavam ao mundo.