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História Construções - Memórias - Emma


Escrita por: moniquetayahh

Notas do Autor


Olá! E ai estão bem?

Depois de muito tempo sem escrever e até mesmo sem ler fics, em meio a um surto de tédio eu voltei a ler algumas, e em meio a elas eu encontrei a preciosidade da @Jess_xwp com sua história "Além do silêncio" que é muito maravilhosa e de alguma forma me inspirou muito! A inspiração foi tanta que eu em poucos dias já estava super empolgada com esse enredo aqui, então eu sou grata a Jessica e a sua imaginação por ter me trago de volta das profundezas kkkkkk

Sobre a história, bem, eu espero muito que vocês gostem, estou fazendo tudo com muito amor e empolgação!

Bem é isso querides! Boa leitura!

Twitter: moniquetayah

Capítulo 1 - Memórias - Emma


Fanfic / Fanfiction Construções - Memórias - Emma

E M M A

Entrei pela porta principal daquele apartamento completamente inédito em minha vida, posicionei minha mala ao lado da mesma assim que a fechei, olhei ao redor o projeto perfeitamente executado que meu pai havia feito, a cozinha e sala em um conceito aberto em tons off white e madeira, tudo ali era do melhor, bom gosto, beleza, qualidade... um apartamento de revista, sonhado e desejado por muitos. Mas, por mais perfeita fosse toda aquela atmosfera do novo, de entrar já explorando cada detalhe, o que realmente me chamou atenção foram as caixas de papelão próximas a sacada.

Eram as coisas que guardei na mansão do meu pai durante anos, tudo que havia restado de minha mãe, junto as minhas memórias mais felizes, tudo que eu tinha de mais valioso estavam ali empoeiradas em caixas.

Ao sentar-me frente a elas, abrir a que estava mais próxima, naquele instante pude ver todos os meus 27 anos de vida passarem como filme.

Minha mãe, Mary Margaret Blanchard no auge dos seus 25 anos era uma solitária professora de artes, até que conheceu meu pai, David Swan, um homem galanteador que estava de passagem na cidade, com uns dez anos há mais que ela. Eles meio que se apaixonaram à primeira vista, mas o romance durou apenas uns três meses, que foi o tempo que minha mãe levou para descobrir que David era um bilionário casado... com toda sua ética e seus ideais de não ficar com homens comprometidos, ela terminou o relacionamento que mal havia começado.

Alguns meses depois ela descobriu a gravidez, sim, bem clichê de novela, mas foi assim que vim ao mundo. Mary tomou a frente decidida que me criaria sozinha como sua mãe havia feito e como muitas mulheres o fazem, que com sua renda e experiência com crianças tudo se sairia melhor do que a encomenda.

Por mais que ela não quisesse interferir no casamento alheio, que tinha tudo sobre controle, algo dentro dela não achava justo ele nem ao menos saber da minha existência... e mais uma vez seus ideais de vida falaram mais alto, o que a fez bem próximo ao meu nascimento ir atras de David para contar, somente contar que eu estava chegando.

Bem, diferente de tudo que minha mãe havia imaginado, meu pai ficou bem feliz com a notícia, ainda mais que ele não tinha filhos... e em um grande acordo, mesmo Mary não aceitando muito, eles toparam em me criar juntos da melhor maneira que conseguiriam.

Meu pai não se separou da mulher, mas também não teve mais minha mãe, quando tive idade suficiente para entender, eles me contaram a verdade que mesmo sem eu saber era como se eu já soubesse. Eu era meio que um segredo do meu pai e sabia que ele levava uma vida dupla.

David era meio ausente presente, ia nas festas da escola, nos aniversários, em quase todos os natais, me levava para passear, fizemos até algumas pequenas viagens, as vezes dormia lá em casa, mas nunca chegou a ficar mais que uma semana.

Eu levava uma vida diferente, porque ao mesmo tempo em que era classe média, eu tinha muitos recursos da vida rica do meu pai. Estudei no melhor e mais caro colégio, tinha sempre o celular da moda, o melhor computador, as roupas que eu desejava, mas ao mesmo tempo eu e minha mãe morávamos em uma simples casa alugada, em um bairro mais barato e por mais que meu pai sempre insistisse em nos colocar em um ambiente melhor, aquela era uma das grandes condições que eles haviam feito quando ela permitiu que ele fizesse parte da minha vida... e sempre que o assunto vinha a tona ela dizia o mesmo “guarde todo esse dinheiro para o futuro de nossa filha, guarde para a faculdade dela, para casa dela, o carro e sei lá mais o que, enquanto Emma morar sob o meu teto ela levará a vida que eu posso dar e olha que eu já deixo você mimar muito ela”

Minha vida era boa, eu gostava de morar com minha mãe toda artista, que fazia cerâmicas incríveis, que me levava a praia em dias frios só para observar tudo deserto, que me fazia a acompanhar em todas as exposições que surgiam na cidade, que me ensinava a cozinhar com alimentos de verdade... na real minha vida não era boa, era perfeita sem tirar nem pôr... mas ai quando eu estava com meus 13 anos descobrimos seu câncer já em metástase... e mesmo com todo o dinheiro do mundo, em um ano eu a vi definhar até morrer em meus braços naquele hospital frio.

Foi aos 14 que meu inferno começou.

Ao perder minha mãe e toda a vida que eu tinha, fui apresentada ao mundo do meu pai que até então era completamente desconhecido.

Lembro-me com exatidão o dia em que meu pai fui me buscar, me levou em um restaurante em frente ao mar e lá me contou um pouco da sua vida antes de irmos de fato para sua casa.

- Eu não faço ideia de como esteja se sentindo agora minha filha, mas eu amava sua mãe, do meu jeito, mas eu a amava... e se eu estou com um enorme buraco no peito, imagina você... – pegou em minha mão sobre a mesa, mas eu recusei o toque também desviando o olhar - sei que mudar de cidade, casa, vida, vai ser bem difícil, ainda mais em uma situação como essa... mas espero que você fique bem, minha querida... de verdade... – ele chamou minha atenção tocando em meu braço – hey... olha para mim Emma... – olhei a contragosto – promete que vai ao menos tentar?

- Tanto faz – dei de ombros e me voltei a olhar para o mar.

- Antes de irmos preciso te contar um pouco sobre minha vida...

- Não... não precisa... – olhei-o com desdém, eu amava meu pai, mas eu estava com muita raiva da vida.

- Sim Emma, eu preciso, então por favor, tente ter um pouco de paciência em me escutar, vou tentar ser o mais breve possível... – e mais uma vez eu dei de ombros, respirei fundo e me esparramei na cadeira. – Eu sempre estudei e trabalhei muito desde cedo, durante muitos anos minha vida foi toda dedicada a estudos e trabalho, o que me fez ser um solteirão por muito tempo... eu até tinha lá meus casos, mas para um homem de 32 anos já com um grande império material, não ter uma família as vezes não me passava muita credibilidade e quando eu comecei a pensar em me casar, logo conheci Cora Mills, que era recém viúva de um empresário do mesmo ramo que eu, com duas filhas pequenas para criar, uma de 10 e uma de 6... Era perfeito, ela precisava de mim para lhe ajudar com os negócios que havia herdado, era muito bonita, educada, elegante, misteriosa... e o melhor é que o combo já vinha completo com as meninas... tudo aconteceu muito rápido e quando me dei conta estávamos casados, mas confesso que achei que nossa união seria bem diferente, eu estava curtindo toda aquela coisa de ser padrasto das crianças, mas no primeiro mês em que estávamos todos juntos, Cora decidiu que o melhor para nossa nova família era manda-las para o mesmo colégio interno que ela tinha estudado...

- Eu não vou estudar em nenhum colégio interno! – me exaltei.

- Claro que não minha filha...

- Ótimo!

- Continuando... o que era para ser um exemplo de família tradicional, mesmo que elas não fossem minhas, se foi... no entanto Cora tentou engravidar, mas não tivemos sucesso, foi quando ela descobriu um problema sério por conta da sua última gravidez o que a levou a ter que tirar seu útero por completo... aquele foi um ano meio difícil, ela se afastou... eu comecei a pressioná-la para trazer as meninas de volta e ela sempre dizia que eu não era pai delas, que eu não tinha o direito de intervir em suas escolhas para o melhor das meninas... – ele parou para beber um gole do suco – foi naquela época em que conheci sua mãe, bem o lado nosso você já sabe todo... mas voltando a minha esposa e suas filhas, bem... é sobre isso que quero mais falar... Cora tem um gênio meio difícil, é meio fechada para muitas coisas e leva etiqueta muito a sério, então minha filha talvez ela pegue um pouco no seu pé, mas tente relevar, tente não bater de frente, eu e ela já conversamos, ela está feliz com sua chegada, mas como disse Cora tem uma personalidade forte. Já as meninas... bem elas não são mais meninas, Zelena tem 28 anos cursa medicina em outra cidade... Já Regina tem 24 e para minha alegria cursa arquitetura e administração ao mesmo tempo, se tem uma coisa que aquela jovem é, é dedicada aos estudos e interessada nos negócios da família, tenho certeza que logo logo ela será minha braço direito na construtora... – seus olhos brilhava ao falar da tal, o que me fez sentir ainda mais raiva da vida, eu só queria deitar e levantar quando toda aquela dor passasse, mas lá estava eu ainda ouvindo o conto de fadas do meu pai. – Ah Regina também cursa em outro estado, então não terá que se preocupar com as meninas, já que eu mesmo que sou padrasto delas quase nunca as vê na vida... – ele parou para pensar por alguns segundo – nossa isso é uma grande verdade, eu quase nunca as vejo... então é mais ou menos isso, você vai ter que lidar com Cora, mas a casa é grande, se você fizer o mínimo de esforço vai ficar dias sem esbarrar com ela... – sorriu cumplice - já com Regina e Zelena... bem, sabe-se lá quando você vai as conhecer... fora isso espero que seja tudo mais que normal em sua vida... você vai ter seu quarto, poderá escolher em qual escola da região quer ficar, poderá chamar seus amigos para virem passar o final de semana... uma vida completamente normal...

Cora era a personificação da madrasta má, na frente do meu pai ela me amava, me bajulava, mas bastava ele se afastar que ela virava um monstro, no início eu tentei fazer queixa com meu pai, mas ela era ardilosa e sabia o levar na lábia, mas eu achava que era ainda mais esperta e em pouco tempo aprendi a lidar com ela de uma forma que muitas das vezes me divertia bastante.

Da menina corajosa, gentil e sonhadora que minha mãe havia criado, com todas as circunstâncias que haviam acontecido me levaram para no auge do meus 16 anos ser a filinha rica, mimada e rebelde, tudo que Cora mais repugnava e quanto mais eu sabia que eu a irritava mais eu me sentia plena.

Foi naquele mesmo ano em um grande evento que eu tive o prazer de conhecer Zelena e o desprazer com Regina.

O evento estava rolando e eu só estava ali por obrigação, então nada mais justo eu estar bem longe de todos, sentada sozinha com meus fones nas alturas enquanto eu bebia champagne sem medo algum de ser pega.

- Minha filha... – David tirou meus fones, me olhou dos pés a cabeça e soltou o ar ao ver meu sapato. – Poxa minha filha, pedi tanto para você se vestir a altura para esse evento tão importante para mim... – sua voz tinha um pesar que mesmo eu fazendo força para não sentir, eu me sentia uma idiota quando eu era má com ele.

- Em minha defesa você me fez prometer que eu me vestiria a altura da festa, que me maquiaria e que arrumaria o cabelo, e bem eu fiz tudo isso, mas em nenhum momento você disse que eu teria que vir de salto... então aqui estou eu, de vestido, maquiada, com meu cabelo parecendo o de uma princesa, e sim estou com meu all star preferido.

Meu pai revirou os olhos e sorriu ao balançar a cabeça.

- Ai Emma, as vezes esqueço que com você eu preciso ser literal em tudo – ele me olhou novamente dos pés a cabeça – é filha... mesmo com esse tênis velho e surrado você está magnífica, a mais linda da festa. – ele estendeu a mão me puxando de leve para que eu ficasse de pé. – Vem, Zelena e Regina chegaram, quero finalmente apresentar minha filha linda a elas.

- Ain...é mesmo necessário?

- Por favor minha filha, elas são as filhas da sua madrasta, já tem o que? Dois anos que mora aqui e nunca as viu... então sim é necessário! – eu bufei – E por favor minha Emma rebelde, seja gentil com elas.

- Claro – forcei um sorriso.

- Ah! Mais uma coisa, não quero ver a senhorita bebendo, estamos combinados? – afirmei a contragosto.

Meu pai me fez cruzar todo o ambiente parando inúmeras vezes para me exibir a pessoas que eu nunca havia visto até que finalmente chegamos ao outro lado, logo avistei Cora e suas filhas, estranhamente na mansão só tinha uma única foto delas e era delas criança, acredito que com 10 e 6 anos... mas devido as duas diferenças físicas eu consegui identificar de cara quem era quem, Zelena era a de cabelo ruivo e olhos azuis como a menina da foto, logo era a irmã mais velha a médica. Já Regina era a mais nova, de cabelo curto castanho e olhos da mesma cor. Ambas as mais velhas eram bem bonitas e tinham uma postura muito parecida com a de Cora. Antes mesmo delas me verem eu já as prejulguei mentalmente como Corinhas, Corinha 1 para Zelena e Corinha 2 para Regina.

- Regina... Zelena... – meu pai sorria ao pronunciar seus nomes como cumprimentos o que as fez levantarem de imediato – finalmente esse encontro está acontecendo – ele parecia mesmo feliz com aquilo, já eu não sabia muito bem onde enfiar minha cara, já que a ruiva me olhava curiosa e tinha até um leve sorriso no canto da boca, já a outra me encarava do mesmo jeito que Cora fazia quando queria ser indiferente. – Essa aqui é minha pequena Emma – ele me abraçou de lado com seu sorriso estampado – essa é a Zelena – apontou para a ruiva – filha mais velha da Cora, que agora podemos oficialmente chamá-la de médica.

- É um grande prazer te conhecer, Emma – Zelena invadiu meu espaço pessoal e me abraçou contente, eu permaneci estática sem saber muito como reagir, ela logo me soltou segurando em meus ombros e olhando fundo nos meus olhos – Ela tem seus olhos David – olhou rapidamente para ele que sorriu ainda mais largo em resposta – e é também de muito bom gosto por sinal... amei o vestido com o all star – se afastou dando uma leve piscada mostrando sua cumplicidade, mas o que me deixou confusa foi achar que ela estava realmente sendo legal comigo e não fingindo como Cora normalmente fazia, será que ela era a única ovelha boazinha?

- E essa minha filha, é a Regina, nossa futura arquiteta, design de interiores, administradora e mais! Assim que terminar todos os estudos que está mais próximo do que nunca, fará parte dos negócios da família, em breve Regina será a cara da Construtora Swan Mills.

Toda aquela empolgação para falar da tal Regina me fez inevitavelmente revirar os olhos, eu juro que tentei evitar, mas foi mais forte que eu.

- Prazer em te conhecer, Emma. – diferente de sua irmã ela permaneceu no mesmo lugar, apenas afirmou uma única vez com a cabeça como cumprimento, o que me fez fazer o mesmo.

- Venha querida – David chamou por Cora que permanecia sentada – vamos dar um pouco de espaço para as meninas se conhecerem melhor.

Eles se retiraram, mas antes de Cora dar as costas para mim, sem meu pai perceber ela fez questão de me olhar daquele jeito único, com bastante desdém.

- Vem, Emma, sente-se com a gente... – Zelena me convidou já se sentando.

- Eu vou pegar algo para beber... – Regina ameaçou ir, mas sua irmã logo levantou e a impediu.

- Regina, por favor...

- Por favor o que Zelena?

- Por favor, não faz a Cora e fica... vamos conhecer a Emma... – sorriu rapidamente para mim, mas voltou a sua irmã.

- Não tenho nada para conhecer aqui, nossa mãe já nos contou tudo, uma bastarda, uma adolescente, mimada e rebelde. – Regina disse sem nem ao menos olhar para mim, suas palavras saíram exatamente como as de Cora.

- Se vai se referir a mim, então tenha pelo menos a coragem de falar olhando na minha cara. – me exaltei.

- Com muito prazer, você é uma bastarda, mimada e rebelde. – Sorriu sem emoção.

- Regina...! – Zelena chamou sua atenção em tom baixo.

- É exatamente isso que sou e é por isso que diferente de você eu tenho uma vida real aqui... tipo uma vida normal sabe? – semicerrei os olhos com deboche – eu estudo em uma escola normal, tenho amigos normais, vou em festas normais... tenho uma convivência familiar normal, tirando a bruxa da sua mãe... já você... tadinha... foi colocada tão cedo na prisão por sua própria mãe, que olha só parece ter se tornado a própria, arrogante, metida, fria – Zelena me cortou ao segurar em meu braço e olhar em meus olhos com firmeza.

- Chega! – Zelena não elevou a voz.

Regina nada disse, apenas se retirou sem nem ao menos olhar para trás.

- O que foi isso, menina?

- Ela que começou, me chamando daquelas coisas sem nenhum motivo. – Zelena me analisou por alguns segundos e negou com a cabeça antes de dizer mais alguma coisa.

- Meu deus... o que a Cora faz com as pessoas... – sentou nitidamente chateada. – É por isso que eu nunca quero vir, é por isso que eu nunca quero estar perto disso tudo...

Naquele instante um estalo se fez em minha mente e as peças começaram a se encaixar, eu que achei que tinha Cora sob meus domínios na verdade era ela que tinha tudo mundo em suas mãos. Toda vez que ela me desprezava e exaltava suas filhas, toda vez que ela fazia meu pai exaltá-las... aquilo também era o seu poder de manipulação, ali eu vi que até mesmo as coisas que Regina me disse foram impostas por Cora e que se eu parasse para pensar mais um pouco, a forma com que eu reagi, também era ela me fazendo agir daquela maneira.

- E-eu... – sentei a frente de Zelena sem saber o que dizer ou fazer. – foi mal...

- Não tem que se desculpar comigo... na verdade eu nem acho que deva se desculpar com alguém... Cora tem esse feito, ela vai envenenando ali, aqui e quando nos damos conta, estamos todos presos em sua teia.

- Você é diferente delas...

- Eu graças a mim sou sim diferente de minha mãe... mas por mais que pareça que não, Regina também não é como Cora...

- Eu de fato não sei nem como você é e nem como ela, só o que conheço mesmo é a Cora, já que moro com ela há dois anos... – sorri forçado.

- Imagino que não deve ser nada fácil.

- É... mas eu até que tenho minhas técnicas para evitá-la...

- Ah é? Me conta como isso funciona... – Perguntou empolgada.

Naquela noite mesmo eu sendo uma adolescente de 16 anos e Zelena uma adulta de 30, nos demos muito bem, ali foi o início de uma grande amizade, ela meio que se tornou quase como uma madrinha... ela me ajudava com meu pai, com a Cora, com questões da escola, com meus romances. Ela era a única que apoiava a minha arte, que acreditava nos meus sonhos de viajar o mundo com minhas telas, tecidos, roupas, tudo pintado com minha alma... eu era uma artista assim como minha mãe.

Quando chegou a época do pré-vestibular, assumo que estava um pouco atrasada por ter reprovado 3 séries na escola, não por ser menos inteligente, mas... eu meio que perdi dois anos por conta do câncer da minha mãe... e no ensino médio, eu reprovei o segundo ano por rebeldia mesmo, quase nunca ia a aula, não prestava atenção... mas enfim, quando chegou a hora de entrar em uma faculdade é claro que eu queria artes, mas meu pai foi completamente contra, na verdade ele me incentivava a levar a arte como hobbie e não como fonte de renda principal.

Confusa e muito chateada foi Zelena mais uma vez que me ajudou, disse que minha vida seria muito mais fácil se eu fizesse como ela havia feito, cursou a tal medicina, se especializou como cirurgiã plástica, e depois quando tinha tudo sobre seu controle, que não precisava mais de Cora para absolutamente nada, ela tinha dado início ao seu sonho de ser atriz. Com isso, entrei de cabeça no que meu pai tinha planejado para mim, primeiro cursei Arquitetura depois fiz Design de Interiores, sim eram os mesmos cursos que havia feito a queridinha Regina, Presidente da Construtora Swan Mills.

Muito bem formada, com passagens por ótimos estágios aos 27 anos com fome de viver minha própria vida eu tinha me estipulado apenas mais um ano, nada mais que um ano, naquela vida dos sonhos do meu pai. Aceitei o carro, o apartamento planejado e o tal cargo na empresa. Por mais que eu tivesse me colocado um limite de tempo, eu estava bem nervosa com aquela situação em que eu teria que trabalhar ao lado de Regina.

Meu primeiro contato com ela aos 16, não foi nada agradável, naquele momento depois de 11 anos, eu a havia visto mais umas o que? Cinco vezes? Sendo a segunda a única vez em que houve um diálogo.

Final de noite, após o jantar de comemoração de integração a Regina na Construtora, avistei-a sozinha, apoiada a janela mirando o horizonte com sua bebida em mãos. Respirei fundo e resolvi me aproximar, por mais que tenha passado dois anos desde a última vez, eu ainda me sentia meio mal e tinha vontade de me desculpar.

- Parabéns pela nova fase – tentei parecer gentil o que a fez mover apenas a cabeça em minha direção e sorrir sem emoção – bem... sei que já faz tempo, mas... quero me desculpar pelas grosserias que te disse quando nos conhecemos.

Ela me encarou por mais tempo do que eu desejava, lentamente moveu seu corpo ficando de frente para mim e tomou um gole da bebida como se pensasse bem antes de dizer qualquer palavra.

- Eu aceito suas desculpas – eu ameacei sorrir involuntariamente – mas isso não muda nada. – meu sorriso se desfez

- Como assim?

- Não muda nada entre nós... se você acha que podemos ter qualquer tipo de relação assim como tem com minha irmã... bem vai sonhando... – sorriu com deboche, deu as costas e partiu.

Aquele foi o dia, mesmo inconsciente na época, em que ela se tornou um desafio para mim. Sei também que anos depois quando eu aceitei cursar o que meu pai desejava, parte também era por conta dela. De longe eu desejava que ela fosse minha amiguinha, eu queria era respeito, queria que ela me olhasse como igual e quem sabe até com certa admiração?

Existia aquele desejo de ser reconhecida por Regina, mas admito que também havia certa curiosidade sobre ela, já que de fato eu não a conhecia, sabia a quão boa ela era em seu trabalho, mas sua vida pessoal era um total mistério, não fazia ideia de quem ela era por trás daquela máscara de Cora... e por mais que eu tenha conhecido Zelena e que nossa relação fosse muito boa, só de pensar em me aproximar de Regina meu coração ia a boca. Ela me intimidava e ao mesmo tempo me intrigava e por mais empolgada que eu estivesse para aquele um ano acabar, eu sabia lá no fundo que eu estava mais ansiosa do que nunca era para finalmente conhecer Regina.

 

OBS: NÃO HÁ INCESTO NA HISTÓRIA! NÃO HÁ LAÇO SANGUINIO E NEM MESMO DE CONVIVÊNCIA ATÉ ENTÃO.  Emma e Regina se viram cerca de 6 vezes em 11 anos, sendo que em apenas dois encontros que se falaram mais do que um cumprimento, momentos estes narrados nesse capítulo. Elas são completas desconhecidas uma para outra.



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