1. Spirit Fanfics >
  2. Construíndo sentimentos >
  3. Uma probabilidade impossilmente possível

História Construíndo sentimentos - Uma probabilidade impossilmente possível


Escrita por: gabriella8

Notas do Autor


Boas pessoal. Olha não é que eu queira arranjar desculpa mas me desculpando mesmo assim, não consegui postar o capitulo mais cedo ( por que como perceberam normalmente eu posto quarta e sábado) uma vez que meu pc, que a propósito é novo ficou estranho e eu estava vendo um montes de vídeos no youtube para concertar o problema. Estava fazendo coisas bem complicadas e hoje de manha eu acordei disposta a resolver isso e pelo telefone, achei um vídeo com uma solução bem simples. bem, agora vamos ao capitulo novo depois de me terem desculpado

Capítulo 14 - Uma probabilidade impossilmente possível


 

Sua cabeça andava as voltas. Os pensamentos andavam se cruzando e embrulhando, mas no final, ele arrumava tudo em uma única conclusão.

Não tinha erros. Ele estava farto, não aguentava mais.

Pensava outra vez, somente para ter certeza absoluta que não estava se enganando. Andava de um lado para outro dentro de casa, confirmando em pensamentos o que estava preste a fazer.

 Sim…. Agora não tinha voltas e não tinha dúvidas. Já decidiu o que seu coração quer de fato. Na verdade, o coração dele decidiu por ele, muito antes dele mesmo perceber o que sentia por aquela garota.

Caramba…. Nunca foi somente uma simples admiração. Tinha uma semente lá no fundo do seu coração que cresceria em algum momento na vida dele.

Ele querendo ou não, a semente afloraria. E esse momento chegou agora, muito antes do esperado. Foi como se o tempo que passou com ela, desse a essa semente fertilizantes que o fez crescer em uma velocidade absurda… ou considerado por ele… fora do normal.

O veredito já estava dado….

…. Estava apaixonado.

Não…. Apaixonado, não….

Ele estava muito mais que só apaixonado…. E precisava tirar isso pra fora.

Sabia que ela não estava em missão, pois sempre que ia a cúpula Hokage, incomodava Shikamaru com essa pergunta: “Sabes se Hinata está em missão? Não tenho visto ela pela vila”, a qual o amigo somente respondia: “Vai ao clã dela falar com ela. Estás mais chato que nunca Naruto, resolve logo isso. Que problemático”

Ou seja, isso significava que ela não estava em missão. Então, por que não a encontrava pela vila? Queria um concelho dela e perguntar o porquê do coração dele bater diferente quando estava perto dela.

Por que batia forte quando pensava nela ou por quê da vontade que tinha em querer beija-la quando ela sorria ou fazia um bico com os lábios ao pensar em algo?

Suspirou cansado de pensar essas coisas, mas seu cérebro não o dava trégua nenhuma. Levou a mão ao peito apertando, antes de levar a mão aos fios loiros herdado pelo pai, por conta dos pensamentos que não queriam parar.

Precisava do concelho dela, para saber como agir quando pensava nela de um jeito diferente.

Precisava desabafar com ela urgente.

Precisava escutar aquela voz suave, para se acalmar.

Precisava dessa ordem vindo da boca dela para que seu coração obedecesse sem questionar, sem reclamar.

Ok, não podia mais negar…. Por que se enganou tanto assim? Queria gritar para que todos escutassem o quão idiota foi, por não perceber a profundidade da admiração que tinha pela morena de cabelos azuis como a noite.

“Baka, bakabakabaka….” Se auto xingava mentalmente.

Deveria ter percebido isso antes…, muito antes de ficar se penalizando e se destruindo por dentro aos poucos, pela ausência da pessoa a quem ele agora percebeu que entregou seu coração, sem perceber, sem dar-se conta.

Mas acontece que para ele foi tão de repente, que talvez não quisesse acreditar, …, que talvez achasse que fosse errado ou que talvez se estava se enganando.

Mas no final acabou se enganando de verdade.

Aquela Hyuuga só poderia ser um anjo enviado dos céus para tirar alguém do seu coração— a quem a cabeça loira dele acreditou ter sentimentos — de um jeito tão rápido, e se alojar lá, de um modo mais aconchegado, de um modo mais natural, de um modo mais destrutivo caso ele não fosse correspondido por ela.

Suspirou entre os dentes sofrido.

“É…, eu só preciso de você…, preciso agora.” Declarou  

Não deu tempo de pensar em mais nada ou prolongar mais seu caminho. Por isso que saiu pela janela apressado, com um só objetivo em mente…. Iria encontrá-la e pedi-la que o acalmasse, porque seu coração estava extremamente agitado e ninguém conseguiria o acalmar do mesmo jeito prazeroso e bondoso que ela faria…. De um jeito completo como ela faria.

Passava pelas ruas de Konoha sem prestar atenção em nada que acontecia a volta. Nada lhe interessava ao não ser seu objetivo, que o fazia agir de modo automático seguindo o caminho que sabia que o levaria a morena de nome…. “Hinata, preciso de você”.

Só tinha um objetivo e não iria se desviara dele, não mesmo.

Não até encontrá-la.

Alguns dos seus amigos que estavam pela rua naquela hora o cumprimentaram e acenaram, mas Naruto passou reto, sem dar atenção nenhuma, pois sequer reparou que alguém o cumprimentou e muito menos quem foram.

Deram de ombros pela ação do loiro.

Naruto continuou olhando para frente pois, seria assim que sua vida seguiria se encontrasse com Hinata agora.

Só que…, tudo que é bom dura pouco.

Aqueles malditos mascarados tinham que aparecer e fazer barreira no seu caminho agora? Como isso é possível? Até algum tempo atrás estava em casa sofrendo, angustiado e precisando de um motivo para fugir dos seus sentimentos negativos, mas ninguém... repito, ninguém apareceu para dar a ele um motivo para se esconder desses sentimentos que o estavam atormentando até agora.

Ninguém.

Por que apareciam agora que ele tinha um plano traçado para seguir? Que ele tinha se dado coragem de ser o Naruto de sempre e agir segundo o melhor para ele e para todos?

Pois ele sabia que Hinata também estava mal e que precisava dele o quanto antes, e só não tinha ido falar com ela porque quando se trata dela, seu coração se tornava um covarde inseguro, sem raça e inútil, pois tinha medo de enfrenta-la e acabar fazendo as coisas de forma errada.

Naruto sentia que ela precisava conversar com ele. “Desde quando eu tenho medo de errar?... Droga….” Pensou. “Malditos anbu” terminou seu pensamento.

— O que vocês querem dessa vez, dattebayo? — perguntou urrando pela raiva que sentiu naquele momento que teve seu caminho barrado por essa gente que não faziam uso do momento certo de aparecerem na frente dos outros, ou para os outros.

Custava demorarem mais uma hora?... “Droga”

— O Hokage-sama requer da sua presença na sala dele— prenunciou o que estava na esquerda, com uma capa branca por cima do uniforme anbu.

— Hai. Depois vou lá — O loiro suspirou se acalmando.

Iria resolver seu problema primeiro, por isso já começava a dar passos continuando seu caminho quando foi barrado pelo outro anbu, que estava de uniforme e uma máscara redonda com as formas geométricas pintadas de roxo e vermelho.

— Segundo as palavras do Rokudaime: imediatamente — Naruto arregalou os olhos em espanto.

Como isso é possível?

Não poderia ser depois, não?

Será que deveria começar a acreditar em destinos e perceber que esse tal de destino estava conspirando contra ele para que ele não conseguisse falar com a morena antes de se ausentar da vila?

Nem pensar, iria falar com Hinata primeiro.

—  Depois vou lá — falou mais firme e decidido a isso, mostrado que não lhe interessava nada do “imediatamente”,  ao não ser que resolva antes o seu problema pessoal, que incluía, conversar com Hinata e esclarecer as coisas entre os dois.

Esse era o seu duplo “imediatamente”

—  Tu és um Shinobi…. Não deves desobedecer uma ordem dada diretamente pelo Hokage — voltou a falar a figura com capa, de uma voz bem potente e firme, demostrando ao loiro que ele não deveria o contrariar de maneira nenhuma.

Naruto suspirou, abaixando a cabeça derrotado. “Maldição, maldição, maldição Kakashi-sensei… você é um maldito Hokage” amaldiçoou Kakashi, por não ter escolhido uma hora melhor para requisitar sua presença.

— Hai…. Estou… logo atrás de vocês — O loiro respondeu desanimado.

E assim fez como dito, indo ter ao prédio Hokage. Apertou o peito enquanto corria pelos telhados até a cúpula Hokage.

Sentia que iria ficar ainda mais tempo com aquela angústia no peito, sem antes falar com Hinata.

 

 “Maldição” praguejou novamente.

 

 

 

 

………

 

 

 

Ele entrou na sala, extremamente sério, com um olhar bem frio, uma vez que precisava agir assim, para aguentar o que estava sentindo…. Para seu coração não ser esmagado pela terrível angústia que estava a sufocá-lo aos poucos.

Não iria sorrir para ninguém até encontrá-la porque até mesmo seu coração e sua razão, não o permitiam a isso.

“O que se passa contigo, Naruto?” o Hokage se questionou, assim que viu a expressão de um dos meninos mais animados de Konoha, mudado para uma expressão vazia e sem vida.

Queria perguntar isso em voz alta, mas seu posto não o permitia fazer essa pergunta agora. Iria faze-la no final.

“Que problemático..., no final converso com ele” pensou Shikamaru, já sentindo cheiro de problemas.

— Hokage-sama…, você mandou me chamar? — sua pergunta, seu tom de voz e seu semblante soavam quase como uma ameaça pela resposta que se seguiria pela parte do homem de cabelos brancos…. Algo como se dissesse: “É bom que seja importante, senão vou arrebentar a tua cara a porrada” Naruto não deixou de pensar

Estava irritado… muito irritado.

“Pelos vistos, é algo bem sério para ter me chamado de Hokage e ainda mais com esse tom maligno e tão ameaçador… aff” o Hatake suspirou. 

— Naruto, temos uma missão longa para ti — o jovem loiro arregalou os olhos.

“Como assim missão longa Kakashi-sensei?” Alarmou-se.

Queria perguntar, mas não o fez. Voltou logo a expressão de antes. Dessa vez fazendo um esforço grande para não partir os dentes da forma que os estava tricando.

  “—Se acalme gaki, estás com muita raiva — uma voz gutural pediu, se agitando um pouco.

—  Me deixe, Kurama.  Vá dormir e fique quieto.  Não estou afim de falar agora com você — A raposa rosnou em desgosto com o tom frio e desinteresse do seu jinchuriki.

— Olha como fala comigo, seu pirralho — gritou, levantando poeras inexistente naquele ambiente, fazendo as gotículas de água dançarem a sua frente, molhando completamente o Uzumaki.

Naruto ficou encharcado, mas não se moveu um centímetro sequer, ainda encarrando a raposa.

“Humanos…, tsc” pensou o bijuu descontente, prenunciando a palavra como se sentisse nojo e repreendesse a mesma.

Acabou por suspirar. Naruto estava muito chateado e teria que abordá-lo de forma mais amigável, senão as coisas sairiam do controle de tal forma que Konoha não iria conseguir lida.

— Estás muito raivoso Naruto.  Se não percebeu ainda, estás a deixar transparecer uma aura assassina e o ar está ficando pesado demais. Tu sabes que embora eu esteja colaborando contigo agora, eu ainda sou feito de ódio e, convenhamos que de raiva para ódio é meio caminho andado…. Relaxa um bocado… e se acalme antes que vazes meu chacra e acabes machucando alguém.

O loiro suspirou, olhando para baixo em seguida em entendimento as palavras do amigo bijuu.

— Desculpe Kurama. Não queria ser grosso e muito menos idiota contigo…, já me acalmo — a raposa apenas assentiu e foi se afastando da vista do loiro depois dele o dar um sorriso. Foi meio forçado, mas ao menos foi um sorriso, certo?”

 

— Estás ouvindo ao menos, Naruto? — perguntou um moreno que estava em pé ao lado da mesa do Hokage.

—Hai, Shikamaru…. Pode continuar — sua expressão não mudou, mas os outros dois perceberam que o ar ficou menos pesado, sinal que o loirinho se acalmou um pouco— Quanto tempo será a missão?

— Dois meses exatos — o Nara bocejou, não aguentando se segurar, olhando envergonhados pela ação para Naruto e Kakashi — Gomenasai — se referia ao bocejo com relação a Kakashi, mas para Naruto se referia por o ter posto numa missão tão longa, sabendo que ele tinha problemas pessoais para resolver e percebeu que o loiro ainda não havia resolvido, pois o mesmo estava pior que no dia anterior.

Mas o mais novo mesmo com aquela expressão vazia e fria, entendeu o recado do Nara.

— E, o que eu… tenho que fazer? — a voz de Naruto era extremamente baixa e um pouco, quase inexistente desanimo, agora para quem não o conhecesse, pudesse sequer perceber.

Mas a voz dele estava concentrada numa direção só, o que permitia com que, os outros dois ali presente, o escutassem com clareza.

— Os Senhores Feudais contrataram os seus serviços— Deu uma Pausa— Na verdade exigiram a tua presença nas equipes designadas. Era para saíres em missão a um tempo, mas só agora deu tempo de te chamar por conta do trabalho que nos ocupou demais — o loiro balançou a cabeça para que o Nara continuasse, já que Shikamaru o havia olhado em questionamento, se o Uzumaki estava entendendo o que lhe era dito — Essas duas semanas e meia, vais fazer vigia numa festa entre os nobres no palácio do senhor feudal do pais da água…

Esticou-lhe um pergaminho antes de continuar com as explicações:

— Aqui dentro tem a descrição dos shinobi que vão fazer colaboração contigo, que são shinobi de Kirigakure para essa primeira missão. Mas também tem discrição de outras missões…. É tudo de escolta e de vigia. Uma em cada país: país grama, país do vento, da água e uma outra no país do som. Duas semanas mais ou menos de missão em cada. A planificação das missões está no pergaminho e siga tudo as riscas para não demorares mais tempo que o necessário— Shikamaru terminou e Naruto pegou o pergaminho guardando no bolso.

— Mais alguma coisa? — Naruto voltou a ficar sério e frio, continuando a olhar para Shikamaru atento as informações.

— Hai…, esteja atento porque essas missões parecem não ser, mas são perigosas porque estamos a falar de Daimyo que são chefes dos países e de nobres que valem o que valem só por terem dinheiro. Então, terá sempre algum inimigo infiltrado nos ambientes em que eles se encontram, para assassiná-los — completou Shikamaru, numa postura firme, mas mesmo assim, com a voz exalando preguiça e cansaço.

— Só isso?  — Naruto queria ter certeza absoluta que não faltaria nada, pois ele também não queria acrescentar mais nenhum dia para concretizar essas missões.

— Iie — dessa vez falou o Hokage — Precisas sair imediatamente, afim de chegares a tempo de fazeres uma patrulha antes de escoltares o senhor feudal do país do vento para o país da água, já que ele será um convidado de honra do Daimyo da água, o que vai demorar um pouco mais de duas semanas contando com o tempo que tens que sair de Konoha ao palácio do Daimyo do vento e escoltá-lo ao palácio do Daimyo da água. Mas também terás de escoltá-lo de volta ao país do vento quando a festa acabar.

O loiro balançou a cabeça em confirmação, pois já sabia que seria assim, fazendo uma pergunta muda se poderia sair

— Hai, dispensando, mas antes, Naruto…, está tudo bem contigo? — Kakashi estreitou o cenho em direção do ex pupilo. O loiro parou de andar, dando um sorriso estilo Sai para o seu sensei, respondendo calmamente.

— Não se preocupe…, Kakashi-sensei…. A missão será um sucesso sem margem para falhas e muito menos erros — os dois suspiraram pesado e desconsolados, vendo Naruto sair pela porta a fora.

Não estava bem.

— Podes ir Shikamaru. Dê o seu melhor para animá-lo— Kakashi pediu assim que viu a intenção nos olhos do Nara, que tinha um brilho de súplica para que pudesse ir atrás do Uzumaki.

 

 

 

 

………

 

 

 

 

—  Então, nee-sama..? É agora ou nunca.  Vai lá ter com ele e se anime. São três semana sem saíres do clã e já está mais do que na hora de te confessares e esclareceres as coisas—  a mais baixa estava com um sorriso encorajador para a mais velha.

— Hai, estás completamente certa. E-Estou bonita Hanabi? — entusiasmada, envergonhada, mas motivada, a azulada se virou de frente a irmã.

Iria tomar atitude primeiro e nada de ficar esperando que o seu amado loiro de olhos azuis, agisse primeiro que ela.

Teria que ser corajosa e mostrá-lo que ela merece ser dele…. Que os sentimentos que sente por ele merecem ser correspondidos e não ignorados.

Vestiu-se da forma mais leve que conseguiu, mesmo mantendo seu enorme casaco lilás. De uma certa forma, queria agradar os olhos de Naruto. Queria que o seu amado a achasse bonita. “Se bem que… ele as vezes diz que eu sou linda” Hinata deu um pequeno sorriso aliviado, apaixonado e satisfeito com o pensamento.

Naruto a achava linda.

— Eeehhh — pôs a língua de fora em desagrado—  Poderias estar melhor se não vestisses essas coisas —  Hanabi apontou de baixo para cima para Hinata. Deu uma pausa, pensando melhor no assunto— Mas não importa. Ele com certeza gosta desse jeito seu, nee-san. E além do mais, não tens tempo para isso.  Precisas ir agora, porque, não sabes o que pode vir a acontecer depois, nesse tempo que ainda te encontras aqui até chegares a Naruto-san. Vai agora — gritou arrastando a irmã porta afora.

— Acalme-se Hanabi. Eu estou indo, não se preocupe — sorriu, tentando acalmar a mais nova. Lhe deu um abraço e um beijo em agradecimento—  Eu hoje confesso tudo para Naruto…, pois eu sei quem ele é de verdade, e eu sei que ele não vai negar meus sentimentos sem me dar uma chance de conquistá-lo… Até já, Hanabi — e determinada, Hinata sumiu das vistas da irmã com uma animação não antes vista nessas três semanas que não via o Uzumaki, deixando a morena menor, de cabelos castanhos escuros, atrás com um sorriso aberto e sincero, que dava somente quando via sua irmã mais velha desse jeito.

 

 

Hanabi estava feliz pela atitude que a Hinata decidiu tomar.

 

 

 

………

 

 

 

Os dois se encarravam sem nada dizer, tentando conversar com os olhos, a frente do portão de saída de Konoha.

Shikamaru percebeu que Naruto dessa vez não iria começa a falar, mesmo se tentasse. Teria que incentivá-lo a desabafar, por isso começou:

 —  Diga — disse simples assim o moreno, sem abaixar o olhar, coisa que o outro não conseguiu fazer.  

Shikamaru sabia que não precisava falar muito para Naruto entender que ele teria que expor pra fora o que estava acontecendo. Andando na direção do portão, aberto, Naruto encostou e sentou-se ali, sendo imitado pelo Nara e só então ele decidiu se prenunciar:

— Eu ia falar com ela hoje. Já estava desesperado e estava a caminho do clã Hyuuga, quando aqueles anbu disseram que Kakashi-sensei queria falar comigo — o loiro olhava para o vazio

— Lamento muito. Fui eu que atrasei essa missão porque queria que o Rokudaime fizesse outras coisas urgentes primeiro— o moreno Nara, realmente se sentiu mal por isso.

Poderia ter chamado Naruto muito antes, que dessa forma ele não estaria nesse nível de sofrimento. A mente dele estaria ocupada nas missões e quando regressasse, iria falar com Hinata sem ter chegado a se sentir tão sôfrego.

— Tudo bem, Shikamaru… O único culpado aqui sou eu — o moreno balançou a cabeça em negação.

 “Não te culpes Naruto, isso acontece e eu sou um pouco responsável por isso.” Mas não iria dizer nada. Não consolaria o rapaz usando essas palavras. Sabia que se tentasse consolar o Uzumaki com tais palavras, o deixaria pior.

— O que ias falar com ela? — quis que o loiro voltasse a falar

—  Já não a vejo a duas semanas e cinco dias e meu coração está agitado… e nem tu Shikamaru… nem tu, vais conseguir me acalmar do jeito que eu preciso — o Nara percebeu que o amigo não estava o dando total atenção e que o loiro falava o que o coração dele pedia para falar, sem reparar direito na pergunta que fazia para ele.

— Eu sei, mas ao menos podes tentar desabafar…. Isso ajuda. — Naruto continuava com a cabeça baixa, enquanto o amigo o observava com a expressão tranquila, mas preocupada.

— Eu sinto uma dor tão forte aqui — apertou o peito com a mão direita — Nem mesmo quando Sakura decidiu ficar com o Sasuke doeu tanto assim…, com essa intensidade toda, a ponto de me sufocar desse jeito. Isso está três vezes pior e eu não consigo saber como ainda estou em pé…. Eu quase não consigo respirar direito, e quando eu tento me esforçar uma pouco mais… — seus olhos já tinham resquícios de lágrimas. Estava ofegante, mas havia prometido a si mesmo que não iria derramá-las até falar com ela, por isso, levantou o olhar para o céu, numa tentativa desesperada de secá-las — ... elas doem mais ainda.

 

— Isso quer dizer q…—  Shikamaru foi interrompido, antes de completar seu raciocínio.

— Que só a voz dela vai me permitir respirar direito Shikamaru... Só a ordem dela para que eu sorria, vai me fazer sorri…. Que eu já entendo meus sentimentos e eles estão tão fortes, que chega a ser sufocante…. Shikamaru…— Naruto deu uma pausa, ainda com os olhos marejados, fazendo um esforço danado para que nenhuma lágrima caísse.

Ledo engado.

Uma única.

Uma única gotícula de água ele viu cair no chão onde olhava.

Não conseguiu segurá-la “Maldição… droga, droga. Que droga”. Pensou assim que a viu se misturar ao asfalto ali presente

— Eu queria que ela fosse a primeira pessoa a ouvir isso, mas eu não aguento mais segurar isso só para mim. Shikamaru…, eu amo a Hinata com todas as minhas forças— falou entre dentes, apertando ainda mais o peito, como se essa ação pudesse aliviar a dor que sentiu quando seu coração deu uma batida mais forte, no momento que disse essas palavras.

Shikamaru deu um sorriso de canto, feliz pelo loiro finalmente ter chegado a essa conclusão.

Demorou, mas, é de Naruto que estamos falando…, então, paciência será sempre o melhor remédio. Ele pode demorar a entender as coisas, mas no final faz sempre as escolhas certas.

“Seu Baka, seu Baka…, finalmente…. Tsc. Estava vendo que teria que te dizer o que sentes, porque nem mesmo se eu desenhasse, irias entender o que tu sentes pela Hinata e nem o grau desse sentimento.”

Tudo aconteceu como um reflexo…, nenhum dos dois esperavam essa atitude do moreno, muito menos ele mesmo. Simplesmente seu corpo se moveu por essa necessidade que sentia pela situação, pois queria muito, e muito queria acalmar e aliviar um pouco da dor em que o coração do amigo se encontrava, a quem ele prometeu ser o melhor concelheiro de sempre.

Um abraço.

Tudo que o Nara precisou fazer, para que Naruto suspirasse um pouco mais aliviado, sem nem ao menos utilizar de sua mente e dos seus neurónios super-rápidos para pensar nisso.

Não foi uma estratégia.

Foi um simples ato humano que nenhuma mente brilhante pensaria ser o óbvio para aliviar a dor de alguém.

Foi algo emocional…, algo que a razão descarta.

Shikamaru abraçou Naruto, sem nem pensar no ato.

 

— Ainda bem — disse ele durante abraço — Tens dois meses para pensar na melhor maneira de dizeres isso a Hinata, já que querias que ela fosse a primeira a saber e isso não aconteceu…. Encarre isso como uma missão de concentração, para a realização de um objetivo maior…. Crie um plano de um génio para te declarares a Hinata em grande estilo Uzumaki Naruto, sem margem para problemas nenhum te atrapalhar.

Se afastaram do abraço e o loiro acabou por sorrir um pouco mais verdadeiro com a fala de Shikamaru que não era uma pessoa dada a fazer piadas, embora fosse um sorriso meio triste

— Agora vá…, tu és um shinobi e tens uma missão de extrema importância para cumprir com sucesso — Shikamaru dessa vez falou mais sério

 

— Hai —  sendo que o Naruto respondeu firme, saltado em seguida, sumindo das vistas do Nara, que deu um sorriso aliviado.

“Finalmente fizeste a escolha amorosa acertada… , baka” ficou ali por um tempo com os olhos fechados, fixo no mesmo lugar, sem se mover, pensando nas coisas que viriam a acontecer a seguir.

Suspirou.

Tinham milhares de caminhos, conseguia visualizar as consequências desses mesmo caminhos, e as consequências das consequências desses caminhos… tudo caia como dominós…. Um calafrio percorreu por seu corpo quando pensou em uma consequência que a saída de Naruto agora iria trazer para Hinata. 

Bocejou e suspirou.

“Isso tem poucas chances de acontecer” pensou.

Mas quem disse que algo com pouca probabilidade de acontecer, não acontece?

Nunca é impossível. 

Suspirou.

Shikamaru sentiu-se exausto por pensar tanto, mas só saiu dos seus desvaneios, quando ouviu uma voz chamar por ele ao longe, o fazendo ficar horrorizado com o nível dos seus pensamentos.

— Shikamaru…— saiu do transe em que se encontrava, virou-se sobre o calcanhar devagar, quase que em câmara lenta, não acreditando no que estava acontecendo, arregalando os olhos não só com o estado desesperado da moça, mas por conta de como as coisas aconteciam.

Certo…, acabou por imaginar essa situação como consequência, mas não deixou de se surpreender, talvez não consigo mesmo, mas como o tempo brincava com as pessoas de forma tão desgraçada e imprevisível.

As chances de isso acontecer eram tão mínimas. Mas, se eram tão mínimas, por que tinha se atentado a essa consequência que havia imaginado?... E agora ela se realizava.

Se a morena tivesse chegado cinco minutos antes.

Somente cinco minutos antes.

Suspirou pesaroso.

Engraçado que só sabia fazer isso ultimamente.

— Hinata? — “Maldição. Problemático. Que problemático. Que saco, que droga”  — Droga— grunhiu de raiva e desagrado.

Se ela tivesse chegado um pouco mais cedo, ou se ele segurasse Naruto um pouco mais….

Somente por mais cinco minutos.

Suspirou mais uma vez.

Cansou-se disso…. Não faria mais isso por hoje.

 Suspirou outra vez. “É sério? Nem controlar isso, eu posso?” pensou descontente pelas situações todas.

Suspirou novamente “Que problemático”

Hinata estava curvada a frente dele, com as mãos nos joelhos numa tentativa desesperada de tentar recuperar o próprio fôlego e aliviar o seu coração que estava saltando de tão ofegante que estava.

Olhou para frente e a volta de si com uma expressão esperançosa, mas sua expressão mudou completamente para uma feição dececionada e triste. Principalmente por não ver quem queria e ainda mais pela ação do moreno que grunhiu zangado com alguma coisa.

Percebeu que ele entendeu o que ela queria.

Percebeu também que ele ficou assim pois sabia que ela não iria conseguir o que queria.

— Shikamaru-san…, não me diga que Naruto-kun…— não completou. Não conseguiria completar por conta de tantos nós que se formaram na sua garganta em poucos segundos.

Não precisava perguntar para saber qual seria a resposta que receberia do moreno do clã Nara.

Seus olhos já marejavam. Ficou triste. Levou a mão ao peito ainda curvada, por conta da dor que sentiu ali. Se não fosse tão covarde, não estaria nessa situação…. Pensou zangada consigo mesma…. Sua irmã mais nova tinha razão, as coisas poderiam mudar em pouco tempo.

Mas no caso dela foi muito tempo.

Três semanas.

Três semanas para apanhar coragem e sair de casa.

Três semanas em que recusou duas missões para não ter que correr o risco de encontrar com o loiro pela vila, pois não teria coragem de olhar naqueles olhos azuis, sem que as dúvidas a viessem a cabeça outra vez, e chorasse na frente dele e corresse para longe do mesmo.

Como agiu de forma tão idiota assim?

“Talvez, Naruto-kun mereça alguém melhor do que eu…, a-alguém com mais c-confiança em si mesma…, sem ter receio das coisas darem errado quando arriscasse um pouco mais”  Hinata lamentou-se.

— Sim Hinata, ele já foi. Ele estava indo falar contigo quando Kakashi mandou o chamar para uma missão de emergência — Shikamaru olhava para Hinata receoso com a expressão dela. Por ela continuar curvada, com a mão no peito, sem olhar para lugar nenhum a não ser o chão.

O vazio.

— Q-Quando ele… vo-volta? — a voz dela estava trémula e embargada, embora ele percebesse que ela não derramava lágrimas alguma.

— Er…, ah… — engoliu em seco, pensando na melhor resposta. Decidiu falar a verdade — Em… em dois meses — o Nara tinha ficado em dúvida se deveria responder isso a Hyuuga, mas se não respondesse talvez seria pior.

Com certeza seria pior.

Ela iria ficar esperançosa que Naruto voltasse cedo, mas ele não voltaria como era óbvio. O que iria deixar Hinata bastante preocupada, pensando nos piores cenários em que Naruto estaria por demorar numa missão por tanto tempo.

— D-d-dois… m-meses? — agora sim Hinata chorava.

O chão molhado era a prova disso.

— Hai Hinata…. Dois meses — ele estava cauteloso com a reação da morena. Pensando em como iria agir independentemente de como ela fosse reagir quando absorvesse a informação dada.

 — Eu… e-eu tinha ido a casa dele e ele não se encontrava lá e-e-e…, depois fui a sala do Hokage porque imaginei que ele estivesse lá com vocês, mas..., ma-mas o Hokage-sama disse que Naruto-kun iria sair em missão, mas que estavas a conversar com ele antes de ele ir, e, se eu viesse rápido,  teria chance de falar com ele se fosse algo urgente… Da-daí eu pensei q-que, se viesse ao portão correndo iria ter t-tem-tempo para me despedir dele depois de… de o a-abraçar e dizer boa m-misão, m-ma-mas … — Hinata não conseguiu mais falar.

Desabou ali mesmo.

Não aguentou mais se segurar tanto para tentar sair dessa situação com a cabeça erguida. Começou chorando e soluçando toda a tristeza que sentia

 — S-s-se eu… se não f-fosse tão covarde — reclamou consigo mesma, não gritando, pois, sua voz não a permitia.

Shikamaru não sabia o que fazer. Estava numa situação delicada e não sabia o que fazer. E por não saber o que fazer, estava começando a ficar desesperado e tendo curtos circuitos pensando na melhor forma de agir decorrente a situação.

Pensou.

Pensou várias coisas, em um segundo…, várias formas de agir…, mas foi num momento de já desespero total, que ele viu Ino e Tenten passando por lá, a muitos metros distante do portão de entrada.

“Kami, que problemático”.

Fez alguns sinais de mão se ajoelhando no chão em um joelho só e outra perna dobrada.

De repente, as duas kunoichi que ele havia avistado segundos antes, se sentiram paralisadas. As duas tentaram dar passos para frente e para trás, entretanto, algo as segurava, e quando olharam para o lado, viram uma sombra que percorria um longo caminho e terminava em…

— Shikamaru!? — espantaram as duas juntas quando viram outra figura ali sentada no chão, de costas para elas, tremendo os ombros, com uma mão espalmada no chão e outra parecia ir de encontro ao peito pela posição inclinada em que se encontrava a morena.

Perceberam logo que era Hinata. Que enquanto estava ali no chão sentada, ela chorava desesperada… um choro sofrido.

Sorte que não tinha mais ninguém por ali, exceto os guardas dos portões, Izumo e Kotetsu, que estavam dormindo e não viam aquela cena.

Ino e Tenten se desesperam também e logo foram correndo para perto da morena sentada no chão, assim que Shikamaru percebeu que tinha chamado a atenção que queria e soltá-las das sombras.

— Pode deixar, vamos cuidar dela Shikamaru, é nossa obrigação. Podes ir agora — Ino falou e o Nara assentiu confirmando.

Estava aliviado porque realmente estava paralisado e não sabia o que fazer ali com a azulada naquele estado, ainda mais porque sua mente ficou bloqueada, não conseguindo pensar em nada.

 

 


Notas Finais


Kami, tantos favoritos em tão pouco tempo. eu estou literalmente besta.
obrigada por isso :) <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...