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História Contigo en la distancia - A Entrega


Escrita por: Valentinas1782

Capítulo 10 - A Entrega


Fanfic / Fanfiction Contigo en la distancia - A Entrega

Narrado Eliane Giardini

 

 

- Oi Tânia - falei um pouco tensa.

- Oi, onde está o Werner? - falou calma, até achei estranho, eu e Tânia já trocamos tantas alfinetadas, mas lembrei que o Werner disse que ela tinha mudado.

- Ele está gravando e deixou o celular comigo em caso de alguma emergência de ligação - expliquei normalmente.

- Ah , tudo bem, deve está super corrido para vocês aí não é? - ela começou a puxar a assunto e eu estranhei o rumo da conversa.

- Um pouco corrido - forcei uma risada.

- Você quer eu chamei ele? - perguntei sem graça com a situação.

- Não! Não precisa, Eliane. Eu liguei para conversar amenidades mesmo - escutei o som da sua risada.

- Pode deixa ele a vontade, depois eu retorno. E você como está? Eu vi que suas filhas estão no mesmo caminho que você - tirei o celular do ouvido para conferir se era mesmo Tânia. Sorri em silêncio com a pergunta e respondi.

- Sim! As duas estão seguindo para carreira artística, eu e o Paulo estamos dando total apoio - falei orgulhosa de minhas filhas.

- É bom ficar corujando os filhos né? - perguntou.

- Sim! O Werner disse que você está com uma exposição nos EUA, parabéns! Ele sempre conta dos seus trabalhos e mostra imagens do seus quadros - falei olhando para uns dos quadros dela na minha frente.

- Realmente são muito bonitos - completei.

- Obrigada! Agora estão me chamando aqui na galeria, bom trabalho para vocês. Avisa ao Werner que eu liguei - falou com um pouco de pressa.

- Obrigada, pode deixa que eu aviso sim - desliguei. Fiquei pensativa e confusa com a ligação. Me levantei e recolhi algumas das minhas roupas e fui para o quarto do Werner, ele já tinha saído do banho e estava se vestindo.

- Já estou quase pronto, deixei uma toalha para você no banheiro. Pode ficar a vontade - ele se aproximou para me beijar e me afastei.

- Obrigada - fui em direção ao banheiro e ele me puxou pelo braço.

- O que foi que aconteceu? - entreguei o celular a ele.

- Olha a última chamada, eu vou tomar um banho - entrei no banheiro. Durante o banho, lembrei das palavras de Tânia, foi estranho o comportamento dela, mas essa ligação me fez cair na realidade da loucura desses dias, do local que eu estava e do que tinha feito com um homem casado e colega de trabalho. Depois da ducha morna, coloquei minha roupa e fui até cozinha. Werner estava terminando de colocar a as coisas para o café na mesa.

- Você aceitar um café ? - perguntou sorrindo.

- Sim - sentei na cadeira, ele colocou o café na minha xícara e sentou do meu lado.

- Então você e a Tânia conversaram ? - ele falou calmo.

- Sim, você tem razão, ela mudou muito. Foi super simpática e até puxou assunto - ele escutava atento cada palavra que eu dizia.

- Confesso que achei estranho e fiquei incomodada - fui sincera.

- Eu imagino. Ainda lembro das crises de ciúmes dela - falou sorrindo de lado.

- Não foi a conversa que me deixou incomodada, foi a situação. Eu tive que mentir, Werner! Eu falei com a sua esposa, na sua sala depois de ter passado a noite junto com você. Isso que me incomodou, foi estranho. A Tânia me puxou para realidade e... - não me permitiu finalizar a frase.

- Shi! - ele colocou o dedo nos meus lábios.

- Eu sei, não é só você que está confusa. Eu também estou. Eliane, entenda, o que está acontecendo é algum tão bom que ouso dizer que não é errado. Sem falar que se afastar de você novamente é algo impossível para mim - olhei pra ele e respirei fundo.

- Mas é errado, Werner. Só que me afastar de você vai ser difícil agora. Eu não queria ter que pensar nisso - falei entristecida, abaixei a cabeça e ele ergueu meu queixo. Olhei para ele e esbocei um sorriso tímido.

- E nem eu quero que pense! Promete que não vai mais pensar nisso? - indaguei sugestivo e carinhoso. Me aproximei dela e a abracei, fiquei com receio do telefonema ter estragado tudo, não quero que Eliane fiquei apreensiva por isso.

- Tudo bem, vou tentar não pensar mais - sorriu lindamente para mim pensei e em algo para animá-la.

- Me promete uma coisa? - pedi indagando ao mesmo tempo.

- O que? - questionou acariciando minha barba, ri fascinado por ela, cada vez que fica pensativa ou encabulada fica mais linda.

- Vamos fazer um acordo agora - puxei seu braço e nos sentamos no sofá, ela ficou de lado e colocou as pernas em meu colo. Massageei suas coxas e falei.

- Vamos esquecer nossas outras vidas. Agora o que importa sou eu e você. Mais nada e ninguém - ela respirou fundo e assentiu positiva.

- Obrigado! - agradeci, quero aproveitar cada segundo com ela sem fantasmas da realidade.

- Quero te propor uma coisa para hoje a noite - me olhou de lado e sorriu lindamente.

- O que vamos fazer hoje a noite? - perguntou interesada.

- Esse sorriso lindo, eu quero ele todos os dias - roubei-lhe um selinho rápido.

- Vamos fazer um teste, quem ganhar escolhe e prepara a noite de hoje - propus e ela ficou ansiosa.

- Ah, Werner eu não sou muito boa com jogos - ri descontraído.

- Outra coisa, quem perder não pode saber de nada, só na hora. Tem que ser surpresa! - ela passou a mão pelos cabelos e me olhou na expectativa.

- Tá bom, e como vai ser isso? Eu já sei que vou perder - gargalhamos e a abracei apertando sua cintura.

- Lembra que quando nos encontrarmos, eu confessei que mesmo de longe acompanhei sua carreira? - enrosquei meus dedos em seus cachos e nos olhamos.

- Eu lembro sim, eu também acompanhei a sua, não perdi nada - meu coração bateu mais forte quando ela falou. Sinal ávido de que nos conectamos inconscientemente.

- Você me surpreende, uruguaiana - minha voz saiu rouca e baixa.

- Então, vamos fazer assim: cada um de nós tem direito a duas perguntas sobre a carreira um do outro, sobre alguma entrevista, qualquer coisa... Não vale empate, tem que ter diferença de um ponto pelo menos - dei as regras e senti seu nervosismo.

- Meu Deus, e se eu ganhar o que quer que eu faça? - ela mordia o lábio inferior de maneira sexy.

- Não sou boa com surpresa, já te falei isso - eu ri de seu jeito desesperado.

- Estou em tuas mãos, faça o que quiser de mim! Me mostre as estrelas, me faça esquecer do resto do mundo - vi seu rosto enrubecer na minha frente. Me aproximei-me e beijei seus lábios macios e quentes, ela segurou meu rosto e me encarou.

- Vamos começar! - autorizou e comecei a jogada.

- OK. Em 2005 eu participei de um longa, quem era meu personagem e em que categoria do Festival Mar del Plata nós vencemos? - fechou os olhos tentando buscar a informação, mas rapidamente abriu.

- Essa é fácil, seu personagem era Miguel, amigo de infância do mais temido traficante de drogas do Rio e vocês venceram na categoria de melhor filme Ibero-americano - me surpreendi com sua precisão.

- Corretíssima, uruguaiana! - ela ficou feliz batendo palmas e me diverti com sua felicidade.

- Agora você! - apontei e ela parou para pensar.

- Tá bom. Em 2005 eu ganhei o prêmio Qualidade Brasil. Qual foi a categoria? - ri da pergunta fácil e ela ficou sem entender.

- Por que está rindo, Werner - sua voz saía engraçada e eu ria mais ainda.

- Que pergunta fácil, Eliane! Pensei que fosse mais esperta - ela biliscou o meu braço e fiz cócegas em sua barriga.

- Não! - nós riamos da situação.

- Então deixa eu fazer outra! - neguei e ela fez bico.

- Não pode. Uma vez que você perguntou não tem mais volta - decretei e achei melhor completar.

- Naquele ano você ganhou dois prêmios pelo Qualidade Brasil, um deles foi de atriz coadjuvante e o outro de melhor par romântico - falei com desdém a última categoria e ela mordeu o lábio inferior.

- Por que falou assim? - segurou meu rosto e puxou meu queixo para que eu a olhasse.

- Você sabe que o Murilo se aproveitou de você! - Eliane fez cara de espanto.

- Werner! - me repreendeu.

- Ah, é verdade, Eliane! - ela gargalhou gostosamente e a encarei.

- Pediram até beijo pra vocês dois na noite da premiação - fiquei um pouco emburrado e ela sentou no meu colo de frente para mim.

- Tá com ciúme - me roubou um selinho, mordiscando meu lábio.

- Achei ele muito ousado em cena com você. Ele é mais jovem e bem que você aproveitou - ela ria e me abraçava, a apertei contra meu corpo e no aconchegamos.

- Ele era só meu colega de cena. Não tem porque ficar assim. Tudo muito profissional - falou docemente e distribuiu beijos pelo meu rosto.

- Com a gente também era profissional, mas eu roubei você pra mim - minhas mãos contornaram sua silhueta.

- Mas você é o Werner e não o Murilo. Só com com você eu sinto isso. Eu nunca me entreguei pra ninguém assim - nos olhamos e a beijei buscando refúgio no corpo dela.

- Você é só minha, uruguaiana - sussurrei em seu ouvido.

- Só sua, Werner. E você é só meu - confessou e sorri fascinado por ela.

- Então estamos empatados - ela lembrou do jogo.

- Isso - afirmei.

- Agora é a minha vez de novo. Lembrando dá diferença de um ponto, hein! - assentiu.

- Em 2006 eu estava em cartaz com a peça Cassino Coração. Qual era enredo? - ela se ajeitou no meu colo acariciando meus cabelos e pensou por alguns instantes.

- Eu não vi a peça Werner - disse tímida e se encolheu.

- Ah! Ponto pra mim. Era a história de um músico viciado em jogo e de uma dançarina viciada em homem. Eles faziam loucuras juntos e se descobriram apaixonados - vibrei e ela murchou.

- Está me deixando louco com isso, sabia. Está muito sexy respondendo minhas perguntas. - apertei sua cintura.

- Estou perdendo, Werner - revirou os olhos e continuamos.

- Dois a um, Eliane. Se eu acertar sua pergunta agora a vitória é minha - senti seu nervosismo e a cada segundo ela fazia um cara de desesperada.

- Essa você não acerta! - ouvi seu recado e me preparei.

- Se eu não fosse atriz eu pensava em exercer outra profissão. Eu estava em dúvida entre duas. Quais são elas e com quantos anos eu fiz meu primeiro trabalho? - implique.

- Você está fazendo duas perguntas em uma só - dei um tapa de leve em sua coxa.

- É pegar ou largar. Acho que vamos para o mata a mata, senhor Schünemann - balançei a cabeça em sinal de negação e vi seus olhos arregalados.

- Eu sei tudo, Eliane - se inquietou no meu colo.

- Não vale chutar - advertiu.

- Eu não chuto sem direção. Eu sempre acerto o alvo - falei convicto.

- Convencido! - sorrimos.

- Você queria cursar filosofia ou letras e seu primeiro trabalho foi com seu tio da Paraíba, aos dezessete anos - abri os braços mostrando quanto nada dela passava despercebido.

- Ah, não Werner! Não acredito - quis sair do meu colo, mas segurei sua cintura. Eu ria desesperadamente, enquanto ela se lamentava.

- Eu ganhei! - bradei vitória.

- Você andou vasculhando minha vida né? - perguntou buscando explicações pela minha acertividade.

- Tudo o que lhe diz respeito me interessa. Cada detalhe seu é importante pra mim - a abracei e ela retribuiu.

- Eu gosto disso - confessou quando deitei por cima dela no sofá.

- Eu estou completamente louco por isso - a beijei calmamente explorando sua boca macia. Percebo que hoje não tenho somente aquela loucura de anos atrás. Tudo entre nós era muito carnal, mas agora algo em meu coração diz que isso é muito mais profundo do que uma simples transa casual. Estamos nos entregando de uma maneira muito intensa. Nao há mais volta.

- Então eu perdi - ela se rendeu.

- Perdeu o jogo, mas vai ganhar uma surpresa - beijei sua fronte e depois a ponta do seu nariz.

- O que você vai fazer? - tentou me levar no papo fazendo charme. -

Só vai saber na quando chegar o momento. Vou te mandar mensagem pelo celular marcando o local e a hora. Esteja pronta! - ela assentiu curiosa e ficamos um bom tempo trocando carícias em minha casa. Ela teve que ir pra casa resolver suas coisas e eu fiquei sonhando acordado com essa aventura louca e maravilhosa.

 

Narrador por Eliane Giardini

 

Cheguei em casa cheia de energia e fui organizar as coisas que tinha deixado jogadas. Depois que arrumei, olhei no meu guarda-roupa algumas peças especial para essa tal surpresa do Werner. Peguei um vestido, coloquei na cama e fiquei sorrindo sozinha olhando para o look de minha escolha. Mil pensamentos inundaram minha mente sobre o que Werner poderia estar preparando para mim. Estava absorta em devaneios quando a campainha tocou. Fui correndo atender. "Será que a surpresa é agora?", pensei internamente e abri a porta eufórica. Meu semblante não disfarçou, respirei fundo quando vi que era o Paulo.

- Decepcionada? - ele brincou e me olhou tristonho.

- Não! Entra Paulo - ele se aproximou e nos abraçamos.

- Você está bem? - perguntou entrando e sentou no sofá.

- Estou e você? - fechei a porta e me aproximei.

- Estou bem - respondeu calmo e sorriu. - Você quer um suco ou uma água? - ofereci.

- Não, quero nada. Eu vim pegar a documentação que você disse que está com você - me recordei do que era.

- Ah, sim. Só um momento - me direcionei até o quarto para pegar os papéis e na volta entreguei a ele.

- Você está com tempo, Paulo? - ele pegou os papéis e começou a olhar.

- Estou, porque? - sentei perto dele.

- Eu preciso de um conselho de um amigo - falei apreensiva. Ele deixou os papéis de lado se voltou para mim.

- Pode falar, Eli - prestou atenção no que eu ia dizer.

- Não é sobre o trabalhos, mas sobre uma pessoa - falei tensa.

- É sobre a pessoa que você pensou que eu era? Por isso a cara de decepção? - ele falou rindo e enrubeci. Todas as vezes que fico envergonhada é impossível disfarçar. Meu rosto denuncia.

- Para Paulo, não fiquei decepcionada ao te ver, mas sim, estava pensando que era outra pessoa - ele me encarou curioso.

- Você está namorando? - perguntou animado.

- Não estou namorando, só saindo com uma pessoa - respondi sem entrar muito no assunto. Não quero revelar nada.

- Se não é oficial, qual é o problema então? - indagou confuso com minha resposta.

- A pessoa com que estou agora tem alguns problemas, o que nos atrapalha de ficarmos juntos. Mas me vejo cada vez mais presa a essa pessoa. Eu não sei o que fazer! Se me afasto antes que seja tarde demais ou me jogo nessa loucura. - contei por alto e senti um nervosismo me invadir.

- Eli, você sempre se priva demais! Sempre é muito cautelosa com tudo, acho que um pouco de loucura iria te fazer bem! Deixa de lado o conforto, as vezes é a melhor saída. Se abandonar essa pessoa agora nunca vai saber o que poderia ser. Pode dar certo ou não - Paulo e seus conselhos que me acalmam. No fundo ele tem razão. Sua sabedoria e racionalidade sobre a vida sempre me ensinaram muito.

- Mas eu tenho medo me machucar - confessei entre suspiros. Paulo me olhou carinhoso.

- Se você se machucar, eu prometo que vou estar ao seu lado para recolher cada um de seus caquinhos - sorri e o abracei forte.

- Obrigada por me animar, meu grande amigo - sorrimos um para o outro.

- Mas tem uma coisa! - apontou para mim e me olhou sério.

- O que? - perguntei e ele segurou minhas mãos.

- Se esse cara fizer mal a você eu vou atrás dele para dar uma boa lição - sorri com sua preocupação comigo.

- Ele é ótimo. Não vai precisar - falei convicta e vi que ele ficou feliz.

- Você merece toda a felicidade do mundo, Eli! - desejou feliz e beijou minha fronte.

- Você também! - desejei o mesmo e conversamos sobre outros assuntos no restante do tempo em que ficou aqui até ir embora. Pelos menos agora estou mais com confiante e serena.

 

Narrado por Werner Schünemann

 

Depois que Eliane foi embora, aproveitei para ligar para Tânia, certamente terei que me explicar para ela, mas sei que não haverá nenhuma indisposição. Ela mudou muito. Disquei o número dela é aguardei.

- Oi amor, pensei que não ia receber sua ligação hoje - falou manhosa e sorri pelo seu tom de voz.

- Desculpa, amor. Estava muito corrido hoje! Na hora que você ligou eu tava gravando e meu celular acabou ficando na sala e pedi pra Eliane dar uma olhada pra mim - expliquei normalmente para não passar nenhum outro tipo de impressão.

- Eu troquei duas palavrinhas com ela, foi super simpática comigo. Eu esqueci que naquele horário você estaria gravando - falou com bons ares e me senti mais tranquilo. Respirei aliviado.

- Como está o andamento das exposição? - perguntei demonstrando interesse, o trabalho dela é incrível, disso eu tenho certeza.

- Está tudo como planejei, acho que até melhor! Estou muito feliz, amor - ela estava animada e eu podia apreciar sua vibração até pelo telefone.

- Parabéns, você merece todo o sucesso, eu sei do seu esforço - declarei carinhoso e lembrei de nossos planos.

- Werner - chamou-me e prestei atenção.

- Sim! - sentei no sofá e deitei um pouco.

- Sabe, eu estive pensando em uma coisa durante a viagem - fiquei curioso e indaguei.

- Pensando em que? - uma tensão pairou no ar.

- Eu estava pensando... o que acha da ideia de voltarmos para o sul depois da novela? - uma sensação esquisita se fez em meu estômago e fiquei apreensivo. Só consegui pensar em tudo o que estou vivendo com Eliane e um filme sobre o que já vivemos passou diante de meus olhos.

- Werner? - perguntou.

- Oi - saí do transe.

- Você ouviu a proposta? - questionou sugestiva.

- Ouvi, claro! Você acha isso uma boa ideia? Eu adoro nossa vida aqui no Rio. Já nos estabelecemos aqui, sem contar que outra mudança vai mexer com as crianças - levantei do sofá e comecei a caminhar pela casa, passei a mão por minha nuca aliviando a tensão dos músculos.

- Amor, Dágui e Arthur já não mais crianças, eles vão entender. Nós já tínhamos conversado sobre isso a um tempo atrás, cojitamos a ideia e você até se animou. Sei que sente saudades das suas raízes e eu também! - ouvi atentamente seu argumento e minha cabeça estava a mil.

- A gente pode conversar direitinho quando você chegar. Não precisamos falar disso agora. A novela acabou de começar e seus projetos estão a todo vapor por aqui - falei procurando sair fora do assunto.

- É você tem razão, a gente conversa depois. Tudo com calma - respirei fundo. Talvez adiando o assunto ela mude de ideia.

- Amor, eu vou ter que desligar, preciso resolver as coisas com coordenadora da galeria - disse um pouco apressada. - Tudo bem, amor. Eu também preciso resolver uma porção de coisas por aqui - falei calmo.

- Estou com saudade de você, do seu carinho - falou tristonha.

- Eu também estou. Em breve estará de volta - ouvi um beijinho solto no ar.

- Preciso ir - se despediu.

- Um beijo! - completou.

- Um beijo amor! - retribui e ela desligou o telefone. A ligação me deixou inquieto por muito tempo, mas para me livrar dos pensamentos do plano hipotético de voltar para o sul, decidi responder alguns emails importantes. Respondi alguns que vieram do diretor da novela e aproveitei para mandar outro para me certificar de algumas possíveis propostas que estou analisando. Este último foi respondido bem rápido e marquei uma visita com hora marcada.

 

Narrador por Eliane Giardini

 

Depois que Paulo foi embora, corri para me arrumar, ainda precisava ir ao projac gravar algumas cenas. Foi o que fiz, segui ouvindo música durante o caminho e pensando na conversa que tive com ele. Nem eu sabia a bagunça que estava virando a minha vida, mas é inegável que estava gostando. Por sorte o trânsito estava tranquilo e não demorei a chegar. Peguei minha bolsa e meu bloco de textos, depois segui direto para o meu camarim. Minhas roupas já estavam separadas e mudei radicalmente quando vesti os trajes de Pérola. Adorava as roupas de época e a maneira elegante dela. Olhei algumas vezes no espelho até me certificar que estava tudo no lugar. Ainda faltavam alguns minutos até a hora das filmagens, por isso não coloquei o sapato. Fiquei sentada em frente ao espelho repassando minhas cenas. A maquiadora chegou e fiquei distraída com a conversa dela. Quando estava tudo pronto, coloquei meu salto e antes de dar a última lida nas minhas falas meu celular apitou: "Estou sentindo falta de trabalhar com a minha atriz preferida." Ri ao ler a mensagem de Werner. "Aproveita seu dia de folga, general. Eu fico com o trabalho duro." Brinquei e em seguida ele respondeu "Eu trocaria minha folga se fosse para fazer várias cenas românticas com você. De preferência com muitos beijos nada técnicos." Ri outra vez "Você está me assediando?" "Estou" Balancei a cabeça rindo e quando olhei pra frente dei de cara com Luís parado na porta me olhando.

- O assunto deve estar muito bom, mas você precisa trabalhar - ele riu.

- Luís... Que susto, você nem bateu - guardei o celular na bolsa.

- Bati sim, você que não reparou - nós rimos.

- Desculpa, eu estava distraída - saí andando pelo corredor ao lado dele em direção ao estúdio - Você anda muito distraída - passou a mão por minhas costas.

- Você acha? - o olhei e sorri para não demonstrar apreensão.

- Acho, não quer me contar o motivo? - sorriu de lado mas alguém da produção já veio nos indicando as marcações e não tive tempo de responder. Minhas cenas de hoje seriam rápidas. Apenas uma no consultório com o Luís e outras duas sozinha, quando Pérola lembrava de Marta. É muito bom trabalhar com colegas de sua confiança. Era assim com Luís, depois de outros trabalhos juntos nos tornamos muito amigos e a cena com ele fluía sem nenhum problema. Tudo aconteceu sem erro, apenas arrumaram a luz e logo terminamos de gravar. Sentei no canto da sala esperando o diretor dar o retorno.

- Então, agora vai me contar o que está acontecendo? - Luís me entregou um copo de água e sentou ao meu lado.

- Obrigada - sorri e me ajeitei na cadeira.

- O que você quer saber? - o encarei ansiosa.

- Posso ser sincero? - balancei a cabeça ao ouvir a pergunta.

- Confesso que tenho um pouco de medo da sua sinceridade, mas diga - ri um pouco tensa.

- Mesmo você sendo tão discreta quando está namorando, quem é seu amigo, percebe que você está diferente - senti um gelo no estômago. Ele falou e bebeu mais água.

- E você acha que eu estou namorando? - ri um pouco mais nervosa.

- Se não for isso, alguma coisa está acontecendo - Luís realmente me conhecia muito bem, não adiantava mentir pra ele, sentia meu rosto quente, provavelmente já estava vermelha.

- Eu tenho alguém, mas não é um namoro - bebi água ao falar - É quem eu estou pensando? - perguntou mais baixo.

- Como assim? Quem você acha que é? - Perguntei com medo da resposta.

- É alguém do trabalho? - levantou a sobrancelha.

- Imagina - minhas mãos já estavam trêmulas, tentei fazer com que ele não percebesse e mais uma vez sorri.

- Não... claro que não - nos olhamos e desviei rapidamente. Por alguns segundos passou pela minha cabeça contar logo.

- Confia em mim - gesticulou.

- É complicado Luís... - quando tomei coragem para desabafar, fui interrompida. Carlos Manga, o diretor, nos chamou para comentar sobre a cena. Nosso assunto acabou sendo cortado e focamos inteiramente nos assuntos do trabalho. Depois disso fui gravar minhas cenas sozinhas e Luís foi embora.

 

Narrador por Werner Schünemann

 

Saí de casa em direção a um dos escritórios com o serviço que eu desejava, pesquisei muito pela internet e optei por um fora das dependências do Recreio. Passei um bom tempo analisando a proposta do rapaz que me recepcionou. Gentilmente me apresentou todos os catálogos, visualizei todos com paciência e decidi ficar com um de seus produtos. Nunca tomei uma decisão tão consciente como essa, mas sei que fará diferença daqui para frente. Resolvi toda a burocracia vigente e apenas preciso voltar a este lugar para entregar alguns papéis que restaram. Me despedi do rapaz simpático e fui em direção à algumas lojas específicas.

Entrei em uma adega e escolhi atentamente um vinho da melhor safra chilena. Em seguida fui ao supermercado para comprar algumas coisas para preparar o jantar, e por último, providencie rosas vermelhas. Depois das compras, fui para o Rio Grande. Dei início a preparativos no barco, não esqueci de nenhum detalhe, as comidas, as pétalas. Coloquei o vinho no frigobar e entre um intervalo de uma atividade e outra, mandei uma mensagem para Eliane. "Não vejo a hora de encontrar os teus olhos verdes." Não demorou muito para receber sua resposta, que aumentou ainda mais o meu ânimo e vontade de vê-la. "Estou ansiosa para hoje a noite. E curiosa para saber que surpresa é essa!" Sorri com a mensagem e isso me deixou ainda mais disposto a cuidar de cada detalhe só para vê-la feliz. Trouxe o penduricalho que ela me deu de presente e pendurei na cabine do Rio Grande. Os ventos balançavam as pedras verdes que me faziam lembrar nitidamente dos olhos lindos dela.

"Eu tenho certeza que você vai gostar, estou preparando tudo com muito carinho" ao mandar a mensagem voltei a terminar de fazer a comida, e organizei a pequena mesa para montar o jantar, a todo estante ficava a olhar a tela do celular pra ver se ela tinha respondido

"Eu sinto seu carinho por mim, é por isso que confio em você, Werner. Estou me sentindo diferente desde que você apareceu." Fiquei pensativo com a mensagem dela, parei um pouco meus afazeres e olhei para o mar. Eu também estou diferente desde que a reencontrei. Nunca havia sentido isso antes. Ela não sabe o quanto me faz bem, o quanto a quero comigo. Olhei para mensagem novamente e fiquei pensando na reposta. Não éramos mais os amigos que estavam ávidos pelo prazer, as coisas tinham mudado de figura, me deparei com a situação de estar confuso e escrevi para ela "Você desperta o que há de melhor em mim, uruguaiana." Sentei no banco e olhei o mais uma vez para o penduricalho que ela me deu de presente e sorri sozinho lembrando desse dia.

Meu coração bateu mais forte quando ela mandou outra mensagem, mas essa me deixou fascinado e seguro de minhas decisões. "Você já despertou isso em mim. Estou totalmente rendida e sinto que não há mais volta. O que você fez comigo eu não sei, mas não há nada no mundo que eu queira mais do que estar com você." Eu não estava mais preocupado com o rumo das coisas, eu só estava vendo apenas uma saída, aproveitar o que estava sendo oferecido para mim e me desconectar do que estava fora. Com ela eu podia discutir as minhas teorias, pois nos damos tão bem... "Eu vou vejo aos poucos que estou preso a você. E uma coisa é certa, não quero me soltar, essa dependência está me enlouquecendo." Enviei e sorri involuntariamente pela mensagem, isso nunca aconteceu antes, eu não consigo pensar nas responsabilidades, balancei a cabeça negativamente e fui organizar as rosas, que de maneira incrível pareciam ter o mesmo perfume da Eliane.

"Você já faz parte de mim. Eu respiro você todos os dias desde o momento em que eu acordo até quando vou me deitar. Posso até estar louca, mas é a melhor loucura da minha vida." Recebi e fiquei anestesiado por um bom tempo. Tudo já estava basicamente no lugar, o violão disposto em um local visível, algumas luzes penduradas pela balaustrada e o perfume que espalhei pelo local. Tudo pronto para recepcioná-la. Olhei várias vezes para os detalhes, pensei que podia estar faltando alguma coisa, mas está tudo ok. É essa minha ansiedade em tê-la em meus braços que me deixa assim, com vontade de viver. Estou passando pela melhor época da minha vida. Ela é a responsável por tudo isso. Por fazer meu coração bater mais forte. Assim que revisei tudo mandei a última mensagem para ela "Em poucos estantes iremos desfrutar dessa loucura juntos." Saí do Rio Grande e fui para casa tomar um banho rápido, coloquei uma roupa mais alinhada e guardei o celular no banco do carro. Fui dirigindo até o local onde combinei com Eliane, o nível de ansiedade estava a mil.

Estava apreensivo, fiquei perto do calçadão na praia, poucos quilômetros longe do pier e também de onde havia estacionado meu carro, olhava para o relógio, parecia um adolescente, nervoso ao encontrar a namorada. Olhei para tempo e lembrei dos momentos que desfrutamos recentemente. A Eliane, tão solta, tão entregue, esse distanciamento da minha família e aproximação com ela, fez com que eu me entregasse também a esse momento, como se houvesse apenas nós dois, sem nada que pudesse estragar esse relacionamento. Vi um carro passando muito parecido com o dela, o meu coração disparou só de imaginar que realmente poderia ser. Respirei fundo, peguei um lenço e fui para perto do carro ao constatar minha intuição quando o veículo parou ao lado do meu. A abordei e ela se surpreendeu.

- Werner, por que esse lenço na sua mão? - perguntou tentando adivinhar o porque o acessório e só de ouvir sua voz doce, sorri.

- É uma surpresa - toquei em seu rosto e a abracei.

- Estava ansioso, as horas pareciam que não passar - pressionei seus lábios com um selinho demorado.

- Te falei que não sou boa com surpresas, Werner! Você está tão misterioso hoje - falou com tom de inocência, sua timidez flui de uma maneira linda e excitante. Me agrada presenteá-la com esta noite

- Calma! Se vira - peguei o lenço e envolvi em seu rosto, ao dar um laço beijei de leve a sua nuca e percebi instantaneamente sua pele arrepiar.

- Hum! - gemeu baixinho sentindo meus lábios tocando sua pele.

- Ai, Werner. Tô nervosa - confessou e sorri com sua fala.

- Me dá sua mão, não enxergo nada! - se desesperou e rapidamente lhe dei apoio. Como o pier estava distânte, a ajudei a entrar em meu carro e segui com ela até o destino. Ao chegar, desci do carro e a ajudei a sair. Ela tremia pelo medo e eu a consolava. Guiei seus passos às cegas e caminhamos pelo pier. Parei com ela em frente ao barco e tirei a venda.

- Werner! - falou boquiaberta e visivelmente suspresa com toda a decoração que viu no barco. Seu sorriso encantador a deixou ainda mais linda e seus olhos brilharam como nunca.

- Você fez tudo isso pra mim? - indagou carinhosa e tocou meu rosto de maneira delicada.

- Você ainda não viu nada, uruguaiana. Vamos entrar - segurei sua mão. Só de ver seu semblante de satisfação, fiquei completamente feliz. Assim que entramos no barco, peguei a garrafa de vinho que estava no canto e servi duas taças na pequena mesa, levantei a duas tampas das bandejas e o cheiro da comida subiu.

- Está tudo tão lindo, Werner. Perfeito! Todos os detalhes... - disse experimentando o primeiro gole da taça de vinho, esboçou uma face de prazer pelo gosto da bebida.

- Eu não conhecia esse seu lado sensível, você está me surpreendendo, general - acariciou meu peitoral e segurei suas mãos na altura de meus lábios, sobre elas, depositei um beijo demorado e doce. Ao afastar os nossos lábios trouxe o meu violão, ela sorriu.

- Já está virando rotina, não é mesmo? - falei me referindo do violão, ela balançou a cabeça concordando, sentou no banco do barco e coloquei o violão no colo.

- Posso te conta um segredo? - abriu os olhos verdes para mim atenta.

- Eu só toco o meu violão quando estou feliz ou quando estou perto de alguém que me faz feliz... Fazia tempo que eu não tocava para alguém - ela balançou a cabeça positivamente e tomou mais um gole de vinho.

- Eu quero que cante, pois adoro te ver assim - sorri afável para ela e por uns instantes nossos olhares ternos se cruzaram.

- Sabe, Werner, depois de tantos anos eu jamais poderia me imaginar aqui com você - falou gesticulando e pensando no tempo.

- Você tocando pra mim - ajeitou os cabelos por trás das orelha.

- Eu gosto disso, me faz bem. Eu me sinto ótima quando estou com você, e só quando estou com você é que que eu realmente mostro quem eu sou - fiquei totalmente hipnotizado por seu comentário. Meus olhos brilharam e me animei a cantar só para ela. Para que soubesse o que eu estava sentindo.

Peguei a minha paleta e comecei os primeiros acordes.

- Essa música é especial, estava resolvendo algumas burocracias essa manhã e ela tocou na rádio e a única pessoa em que pensei foi você - ela sorriu e me perdir no em seu sorriso iniciei a música.

- "Nem sol, nem mar, nem o brilho das estrelas, tudo isso não tem valor, sem ter você" - olhei para ela, Eliane me olhava encantada.

- "Nem o som da mais linda melodia, nem os versos dessa canção, irão valer, nem perfume de todas as rosas é igual a doce presença do seu amor" - enquanto eu tocava e olhava para ela, o mundo ao nosso redor parecia que tinha sumido, os sons eram apenas o barulho que fazíamos e o resto não significava mais nada.

- Eu sinto a música sair de seus lábios como uma poesia pra mim - falou em sussurros e senti meu coração bater mais rápido.

- Isso é tão especial, nesse momento da minha vida em que eu me sentia só - deixei o violão de lado e me aproximei-me dela, puxei sua cintura e colei nossos corpos.

- Perto de você eu me sinto respirando ar fresco, é como se eu retomasse o fôlego, Werner! Cada dia eu estou mais encantada com a gente, com você - respirei mais rápido e a abracei fortemente sentindo as batidas dela no mesmo ritmo das minhas. Segurei seu rosto delicado e a beijei com intensidade, nossos lábios se tocavam com volúpia e eu me sentia todo dela, totalmente entregue a esta mulher.

- Werner, eu não quero perder isso. Eu estou aqui por você - falou assim que paramos o beijo e entendi seu recado. Nos abraçamos fortemente.

Beijei seu ombro e rocei o nariz por seu pescoço, queria demonstrar pra ela que eu sentia o mesmo. Eliane abraçou minha nuca e respondi.

- Eu também estou aqui por você, por tudo aquilo que não tivemos coragem de viver anos atrás - segurei seu rosto e nos olhamos.

- Agora com você aqui comigo, eu percebo o quanto senti sua falta - sussurrei contra os lábios dela.

- Todos os dias - completei a frase e a beijei sem deixa-la responder. Fui correspondido na mesma intensidade e apertei seu corpo pequeno contra o meu. Ela passou as mãos por meus ombros e as deslizou em meus braços, paramos os beijo e apenas encostamos nossas testas.

- Eu quero ter uma conversa com você - esfreguei a ponta do dedo em seu lábio inferior.

- Que conversa? - sorriu curiosa.

- Tenho que te contar uma coisa - lhe dei um selinho.

- Conta logo, Werner - me empurrou e falou manhosa.

- Calma - ri da sua reação.

- Vou contar só quando você tiver comendo, vem - puxei sua mão e fomos para a mesa.

- Eu sou muito curiosa, sabia? Quero saber do que se trata - se sentou e me olhou em sua frente.

- Primeiro o jantar - servi um pouco so risotto para ela.

- Werner, fala logo. Já está me irritando - gargalhei com o tom de voz bravo dela - É sério - ela bebeu o vinho e me olhou.

- Lembra aquela casa de Petrópolis que comentei com você? - começamos a comer.

- Lembro, você disse que queria comprar ou estava procurando - respondeu.

- Isso, eu achei um lugar incrível e que me lembrou muito nós dois - sorri.

- Por que? - me olhou.

- Ela é afastada, próxima da natureza, com muita privacidade e o espaço é maravilhoso. Antiga sabe? - falei com o garfo na mão.

- Sério? Tem fotos? - sorriu interessada - Tenho, mas na verdade queria que você conhecesse pessoalmente - segurei sua mão que estava apoiada na mesa.

- Eu já comprei ela e comprei pra gente - ela colocou a mão na boca.

- Como assim pra gente, Werner? Você está louco? - perguntou supresa.

- Quando estivermos juntos, eu quero você por inteira e quero estar por inteiro também. Por isso eu comprei essa casa pra ser nosso lugar - falei sério.

- Werner... isso é uma loucura - confia em mim, vamos combinar um dia pra ir lá, um fim de semana - segurei sua mão outra vez.

- Eu quero te mostrar o quanto você é especial Eliane - beijei sua mão.

- Você é louco, Werner - ela soltou minha mão de uma vez e por um momento me assustei com esse gesto, mas logo se levantou da cadeira e parou em minha frente. Segurou meu rosto com as duas mãos e inclinou o corpo sobre mim.

- Eu acho que eu também estou louca, eu não sei o que está acontecendo - falou um pouco alterada e nos beijamos. A puxei pelas coxas e a fiz sentar em meu colo.

- Eu também não, mas é uma coisa muito boa - puxei seu cabelo, nos olhamos por uns instantes e nos beijamos outra vez. Apertava suas coxas com desejo e chupava sua língua com desespero.

 

Narrado por Eliane Giardini

 

Eu perdia todos os sentidos com Werner, esquecia que ali estava meu companheiro de trabalho casado e com dois filhos. Pra mim era apenas o Werner que me fazia enlouquecer. A maneira que ele me tratava, todas as confissões e surpresas me deixaram com ainda mais vontade de estar com ele. Estava sentada em seu colo com as costas apoiadas na mesa. Puxava seus cabelos e ele mordia meus seios por cima da roupa ou pelo decote. Era incontrolável a vontade de senti-lo, rebolava contra seu colo e constatava o quanto ele estava me desejando no momento.

- Você sempre me deixa louco - mordeu minha orelha e se levantou comigo no colo.

- Tira isso - sussurrei e puxei os botões da sua camisa com pressa. Werner me sentou na beira da mesa e empurrou os pratos e objetos para a outra extremidade, sem se preocupar com o que caiu. A noite estava linda, o céu completamente estrelado. Olhava pra cima observando cada detalhe enquanto sentia os beijos e as mordidas por meu pescoço. Ele literalmente devorava minha pele. O barulho do mar e a brisa forte que batia, se contrastavam com as nossas respirações ofegantes. Werner desamarrou a parte de cima que prendia meu vestido e o puxou para baixo de uma maneira mais brusca, deixando meus seios expostos de uma vez.

- Ahh - Gemi entre uma risada quando ele mordeu minha barriga. Alcancei minha taça de vinho bebi um gole e sorri observando suas mãos e sua boca se aproveitarem do meu corpo. Em seguida derramei a bebida sobre meus seios quando ele aproximava os lábios deles.

- Eliane... - sussurrou e abocanhou onde o líquido escorria. Chupou com avidez cada um deles e arrancou gemidos altos de mim.

- Que coisa boa - larguei a taça, apoiei as duas mãos pra trás na mesa e choraminguei rebolando em seus dedos que me provocavam com rapidez - Eu quero você só pra mim - ele falava e abria a calça. Rapidamente pude visualizar seu membro totalmente rigido.

- Hummm - Mordeu meus lábios ao sentir minha mão o estimulando.

- Me quer agora? - sussurrava no ouvido dele e o apertava.

- Agora! - puxou minha calcinha pro lado e facilmente puxou minhas pernas em volta do seu corpo.

- Ahhh - gemi ao senti-lo invadir minha intimidade. Ele prendeu meus pulsos contra a mesa e foi empurrando meu corpo contra ela, me fazendo deitar. O barco parecia balançar ainda mais com os movimentos rápidos dele sobre mim - Quantas vezes eu já tive você assim? - Falava descontrolado e mordia meus seios. Eu puxava seus cabelos com força e olhava para o céu. Apreciando o momento.

- Ahhh Werner - o apertava com as pernas e gemia muito pelo prazer que sentia. Segurou meus braços para cima e me encarou. Nossos rostos estavam tão perto, nossa respiração se misturava.

- Quantas Eliane? - perguntou outra vez depois soltou minhas mãos e o agarrei pelo pescoço.

- Muitas, todas que tivemos oportunidade - respondi e chupei seu pescoço.

- Por isso que eu nunca vou esquecer cada detalhe do seu corpo - apertou meus seios com pressão e nos beijamos desesperados. Arranhei seu peitoral quando ele segurou firme meu quadril. Não me importava em marca-lo, não me policiava em nada, queria apenas aproveitar o momento delicioso que ele me proporcionava. Werner me penetrou tantas vezes, que sentia meu corpo fraquejar em seus braços.

- Que delícia - sussurava mordendo os lábios e apoiava as mãos para trás, ele agarrou meu corpo contra o dele e me levantou, em seguida se sentou na cadeira. Sentei lentamente em seu colo e nos beijamos.

- Que gostoso, Eliane - bateu em minha coxa. Nossos lábios não se desgrudavam. Adorava seu beijo e agora eu rebolava sem parar buscando cada centímetro. Logo chegamos ao ápice juntos e ele me apertou contra si. Nos abraçamos ofegantes. Beijou meu pescoço, passou as mãos por minhas costas e nossos corpos exalavam calor mesmo com a brisa que invadia o barco.

- Você é linda - sua voz rouca soou baixa. Ele olhava para meu corpo e passava as mãos por ele.

- Para de me olhar assim - ri e segurei suas mãos.

- Deixa eu te admirar - ele riu também e tentou soltar as mãos.

- Não - falei próximo ao seu rosto enquanto prendia meu vestido de volta.

- Esses olhos lindos - segurou firme meu rosto e roubou um selinho demorado.

- Os seus também são - dei outro selinho, depois apoiei em seus ombros e sai de cima dele.

- Volta aqui - ele fez drama segurando meu pulso.

- Olha como você me deixou, espera - brinquei e arrumei minha roupa no lugar. Werner fez o mesmo. Deixamos a bagunça pela mesa, sentei no banco na lateral do barco e Werner se deitou, apoiando a cabeça na minha coxa.

- Eu adoro sua companhia uruguaiana, sempre adorei - entrelaçou nossos dedos.

- Eu também general - olhei pras nossas mãos.

- Eu não estava brincando sobre Petrópolis, quero te levar pra lá o mais rápido possível - Beijou minha mão.

- Você sabe que eu vou, mesmo não devendo ir, eu vou - passei a mão por seu cabelo.

- Você não vai se arrepender - sorriu olhando pra mim, inclinei meu corpo até alcançar seus lábios e nos beijamos devagar.

- Eu acho que o Luís está desconfiado de nós... - falei depois de afastar o rosto.

- Por que? - me olhou.

- Ele veio com umas conversas estranhas, a gente precisa disfarçar melhor - mexi em seus dedos.

- Será que foi pelo dia que chegamos juntos? - balancei a cabeça.

- Pode ser. Vamos evitar muito contato perto dos outros. Não queremos problemas, não é? - ele se sentou.

- Não consigo não ter contato com você - me agarrou pela cintura e ri.

- Não consigo - começou a beijar meu pescoço me fazendo cócegas.

- Para! - continuei rindo e batendo em seu ombro.

- Não consigo - ele repetia e tentava me beijar. Ficamos ali conversando sobre várias coisas, Werner tocou outras músicas e bebemos mais vinho. O tempo passou rápido e na hora de ir embora ele me levou até o carro.



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