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História Conto de Fadas: O Herói e a Espada - Confianças


Escrita por: Magic_Kitty

Capítulo 5 - Confianças


Natsu estava levando uma vida mais complicada do que ele imaginava.

Todo o navio tinha uma rotina. Ele deveria acordar cedo e começar a limpar o convés do navio com esfregões e baldes antes mesmo de comer algo. Lustrar o parapeito com uma flanela úmida após o almoço e lavar louça durante a tarde.

Ele não era o único. Outros vários homens sofriam do mesmo castigo. Pareciam até mesmo serem acostumados àquele tratamento. Naquele navio, apenas as mulheres tinham direitos.

Natsu não viu a Capitã sair muito de sua cabine durante a semana que se passou. Isso o fez se questionar o que ela tanto fazia em sua cabine.

Hora ou outra, a Heartfilia saia e caminhava até a ponta do navio, olhando para o horizonte perdidamente por longos minutos. Até mesmo horas, sem se mover. Depois, eafregava fortemente os olhos, como se o sol lhe machucasse as vistas e voltava para a cabine.

O único homem que entrava em sua cabine era um cara de uns trinta e cinco anos, muito alto e muito, muito gordo. Quase  não tinha pescoço, andava torto com sua perna curta e a perna de pau (Natsu se perguntava como a madeira aguentava seu peso). Ele se perguntava quem era aquele balofo.

Perdido em seus pensamentos, o rosado acabou tropeçando no balde de outro "escravizado". Esse praguejou e correu pra limpar a bagunça.

- Olhe por onde anda, Calouro! Não tem ideia do que a Capitã pode fazer com você se ver essa bagunça!! - Resmungou ele.

- A quanto tempo está aqui? - Natsu perguntou enquanto o ajudava.

- Vinte e dois anos! - Disse com orgulho - Limpava o navio do capitão Terror dourado antes de servir a sua filha!!

- Terror Dourado?

- Sim! - Disse esfregando - Acha que essa brutalidade não está no sangue? A tirania tem o mesmo temperamento do pai!

- Qu-

- Cale-se e esfregue! Ou vira comida das piranhas!! - Grunhiu.

Piranhas no mar? Provavelmente, pensou Natsu, é a loucura de um homem que convive com isso por vinte e dois anos.

- Bom... se tem tanto tempo aqui, me diga... Por que somente aquele balofo tem a atenção da capitã?

- Shhhhh!!! Respeito com o senhor Yanch!!! Se ela ouvir você xingá-lo, estará perdido! - Ele esfregou com mais força - Ele é o cozinheiro do navio. 

-... Certo... Por que ela fica tanto tempo dentro da cabine? É uma ótima guerreira, mas, se esconde dentro do próprio navio-

Natsu recebeu um golpe de escova na cabeça.

- Respeito! Respeito! - Repetiu o homem - Somente Yanch e as mulheres conhecem a Capitã!! 

O rosado se afastou. Percebeu que seria perda de tempo tentar tirar informações dele. Aquele pirata estava beirando a loucura.

~(^ u ^)~

Após o entardecer, Natsu ainda não havia jantado, mas, lavava louças sem parar. Ele não se cansava de planejar a recuperação de sua espada e sua fuga daquele navio. 

- Rosinha. - Chamou uma mulher.

Natsu se espantou. Já estava a algumas semanas ali e nenhuma mulher tinha lhe dirigido a palavra.

- Senhora?

Era uma mulher comparável a Yanch. Alta, parruda e bem gorda (ou seriam músculos?). Ela agarrou Natsu pelo braço e o puxou pelo navio. Subiu para uma salinha ao lado da cabine da capitã e o empurrou lá dentro. 

Haviam mais duas mulheres, de físicos iguais. Natsu não entendeu nada. Elas então, lhe arrancaram a roupa com brutalidade e o enfiaram numa banheira de água com espuma.

- Lave-se direito e vista as roupas que estão no canto. Se estiver fedendo quando eu voltar aqui, eu mesma esfregarei você... com minha espada! 

A porta foi fechada com brutalidade.

- Muito dóceis.

Natsu fez o que lhe mandaram. Afinal, o que ele não daria por um bom banho? Lavou bem seus cabelos, não sabia quando teria uma oportunidade dessas de novo. O que ele fez para receber Isso?

Não importa.

Saiu da banheira e vestiu as roupas que que estavam separadas. Eram bonitas. Calças de linho, camisa de algodão... 

Pouco tempo depois, a porta se abriu tão gentilmente quanto fora fechada. A mulher lhe cheirou (algo não muito agradável) e por constatar que ele não mais fedia, puxou-lhe mais uma vez.

Ele estava em frente à porta da cabine da capitã. 

A mulher bateu e em seguida abriu a porta (nossa! Ela tem educação!). O empurrou para dentro e fez uma reverência.

- Aqui está, minha deusa. Como pediu.

- Obrigada, Alma.

- Se ele fizer qualquer coisa.... - Ela cerrou os punhos. Natsu teve certeza que não queria receber um soco dela.

- Não se preocupe. Por que não vai jantar? Pedi a Yanch para fazer seu prato preferido.

Alma sorriu grandemente e saiu quase saltitando. Natsu finalmente observou o lugar. Era muito luxuoso. Tinha uma cama enorme, com cortinas cor creme em volta. Vários baús e figuras religiosas em ouro puro. Além de muitas joias por toda a parte.

Perto dele estava uma longa mesa de madeira, repleta de comidas cheirosas (o seu estômago poderia estar gritando nesse momento), mas, o mais chamativo de tudo, com certeza era a Capitã.

Lucy estava sentada a borda da mesa, bebendo vinho de uma taça luxuosa. Usava vestido, longo e preto, com grandes rasgos laterais que a deixavam incrivelmente sexy. Os pés estavam descalços e a gola alta da roupa combinava com seus cabelos dourados que lhe caiam sobre os ombros.

Mesmo estando dentro daquele quarto luxuoso a semanas, ela tinha uma expressão cansada, como se fosse ela quem estivesse esfregando o convés. 

- Sente-se e coma.

Natsu não reclamou. Sentou -se na cadeira que restava e começou a comer. Se ele tivesse comidas tão saborosas assim, também amaria o Yanch. Aquilo estava divino.

Porém a Capitã apenas observava.

- Diga-me... O que veio fazer em auto mar? 

- Estou em busca de algo. - Disse evasivo.

- Não parece conhecer nada do oceano. Foi capaz de pensar que derrotaria um Heartfilia com aquela tripulação. Ela sorriu.

- Onde está o Gorvy?

- Eu tenho um tratamento especial para meus traidores. - Foi o que respondeu.

A capitã se levantou e começou a caminhar em sua direção lentamente.

Natsu desviou o olhar. Mesmo que ela fosse linda, ele ainda era um homem comprometido. Aquilo era errado.

- Nenhum tesouro que esteja no oceano escapa de mim. Se me disser o que procura, poderei lhe ajudar. Ao meu preço, claro.

Ela se apoiou na parede, ainda bebericando vinho.

- Procuro Zaarath. 

Um silêncio se fez presente por longos minutos.

- Ambicioso. Não satisfeito apenas com uma espada sagrada?

- tenho meus motivos. 

- Certo. Eu sei a localização de Zaarath. - Lucy sorriu, o peito de Natsu acelerou.

- Onde?! No Kraken?

Lucy gargalhou.

- Não. Muitos pensam que sim, mas, você irá precisar do Kraken.

- Para quê? 

- Ele é meu inimigo de longa data, entende? Se me ajudar a derrotá-lo, terá a localização de Zaarath. - Ela sorriu- Não disse que irei te ajudar a pegá-la.

- Para mim está ótimo, mas, tenho pressa. Meu último prazo é daqui a três Luas cheias.

- pouco tempo, mas, o suficiente. Temos um acordo? - Ela lhe estendeu Adebarã. De onde a tirou?!

- Temos. - Ele pegou sua espada, mas, ela não soltou de vez.

- Lembre-se Natsu... eu tenho um tratamento bem especial para quem me trai.

Lucy  caminhou para trás de sua visão. Colocou a mão no ombro de Natsu e sussurrou em seu ouvido.

- Espero não ter que castigar você. Limpou bem o meu convés.

Natsu então, não soube o que aconteceu com ele. Os pelos do seu corpo se arrepiaram pela voz dela e seu toque fez o corpo dele ferver (literalmente). Aquilo era muito estranho.

Lucy se sentou e começou a comer.

Natsu respirou fundo e se acalmou lembrando das carícias de Lisanna. Era por ela que ele estava enfrentando tudo aquilo. Não iria se deixar seduzir por outro alguém.

 - Tenha uma boa noite de sono. Irá fazer batalhas simuladas amanhã.  - Avisou a Capitã - E... Natsu... Cuidado com as pessoas que você confia.



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