'' afunde meus sentimentos e me deixe remá-los. ''
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— O barco é totalmente seguro, por que eu, Apolo, irei estar nele! — Falava animadamente enquanto retirava as cordas que prendiam o barco da estaca de madeira. Matteo soltou um olhar apreensivo, abraçando seu próprio tronco.
— É que tem todo tipo de criatura lá, e eu não quero ser engolido por uma. — Um arrepio tomou conta de seu corpo, dando um passo para trás.
— Relaxa, eu sei como afastar elas! Você estará seguro comigo. — Disse, dando um pulo no barco, o que fez o barco tremer pelo impacto dos pés nus e um pouco sujos do garoto. Matteo engoliu seco e foi até o barco, entrando nele um pouco inseguro. Se sentou em um canto, vendo que não havia nada lá a não ser alguns panos velhos e um cristal rosa brilhante.
— ‘Tá vendo esse cristal? Ele afasta as criaturas do mar infinito. — O menor disse, pegando o cristal e o colocando em seu colo. Morgan o olhou um tanto confuso, mas aquilo aumentou sua confiança na viagem.
— Fui eu que criei essas criaturas, eu que joguei elas ao mar. — Suspirou, olhando o de cabelos curtos a sua frente.
— Não se preocupe elfo! Você poderá afastá-las! Com a ajuda disso aqui. — Deu dois tapinhas no cristal, fazendo Matteo sorrir; e aquele sorriso aquecia o seu coração e o deixava todo bobo.
E assim, foram em direção ao mar infinito.
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Passaram a tarde toda lá. No mar brilhante. Infinito.
Já era de noite, as estrelas já brilhavam junto ao cristal de Apolo. Ele deu o cristal á Matteo, para assim ele não ter medo das criaturas que criou, pois iria afastá-las. E eliminá-las de sua mente. Se sentia seguro, com aquele menino ali. Que conheceu na ponte.
— Então. — Inclinou a cabeça, olhando para o mar, onde refletia a lua cheia. — Você mora na floresta, não? Posso te visitar um dia? Eu vou trazer uvas. — Recebeu um sorriso um tanto largo de Morgan, que desviou o olhar que estava no mar para o menino.
— Claro, me encontra na mesma ponte que eu te levo lá. Eu sei o caminho. — Ajeitou uma mecha do cabelo, o que mexeu levemente seu brinco.
— Sim, eu irei. A propósito, prefere as uvas roxas, azuis ou verdes? — Indagou.
— Azuis. Por que gosto dos seus olhos. — Viu o menor soltar uma baixa risada, sorrindo e ganhando um certo rubor nas bochechas.
— Certo, seu ‘sardento. — Brincou, ganhando um olhar de indignação falso de Matteo.
— Era para ser um xingamento, caro Apolo? — Sorriu de canto, vendo o menor rir baixo.
— Não, é um elogio. Por que ficou bonito com elas, mesmo eu não tendo visto você sem. Mas consigo imaginar. — Olhou para as estrelas e a lua, aproveitando a visão.
— É, eu também consigo. — Também olhou para as estrelas.
— Você parece aquela estrela Apolo. — Ganhou uma certa lembrança da menina que conheceu, logo voltando sua visão ao garoto.
— São todas iguais Matteo. Nunca vai existir uma igual eu. — Disse em um tom indeciso.
Matteo pensou.
— Então você parece o mar. —
— Por que? Não está fazendo sentido. —
— Você cria correntezas que me levam a sentimentos que eu nunca senti na vida.
Eu me sinto seguro.
Com você.
Aqui.—
E assim, o mar brilhou mais uma vez.
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