História Contos De Um Pirata Novato - Capítulo 1 - Kim Taehyung em uma enrascada

O tempo está bom hoje.

O céu azul, quase sem nuvens, uma brisa fresca aliviando os corpos quentes e cansados da maresia. Estouem uma cidade litorânea, lugar onde seria minha última viagem. A água aqui é azul, muito bonita, e a areia é macia e clara. Os habitantes vivem da pesca e do ouro dos turistas que vêm passar suas férias aqui. A maioria aqui tem a pele bronzeada e acabei não sendo uma exceção, já que acabei por passar tempo demais nesta região.

Caminho lentamente com meus chinelos sobre as pedras do litoral. Carrego minhas duas bolsas em cada ombro, às vezes parando para descansar graças ao peso. Tudo se torna mais difícil com o meu chapéu de palha tentando fugir de minha cabeça.

Respiro fundo e me sento em uma rocha meio úmida, pego meu cantil e dou bons goles da água ali contida.

Bom, creio que devo apresentar-me.

Sou Kim Taehyung, um jovem aventureiro - gosto de me auto intitular assim - de apenas 18 anos. Nasci em Daegu, um reino consideravelmente grande no interior das terras da Coreia do Sul. Vivi grande parte da minha vida dentro das fronteiras marcadas por soldados; Daegu sofria muitos ataques de outros reinos, então cortou completamente qualquer passagem de estrangeiros, o que impossibilitou seu povo de sair também. Quando pude ver uma brecha na segurança, não pensei duas vezes antes de fugir daquele lugar opressor. Como era órfão desde os 10 anos, não tinha do que sentir saudades.

Hoje, cinco anos depois de ter escapado dali, sinto-me mais livre, sendo capaz de fazer o que quiser.

Deito sobre a grande pedra e permito-me relaxar os músculos.

Ser andarilho requer muita força de vontade e um "objetivo". Eu, por exemplo, viajo de reino em reino para encontrar algo que me faça ficar realmente maravilhado. Para as outras pessoas isso pode parecer bobagem, mas para mim não.

Eu vivi minha infância inteira num lugar cheio de regras, onde ser diferente era algo ruim, algo de se suspeitar. As pessoas em Daegu são inteligentes, porém não tem personalidade. Me sentia preso àquilo tudo, queria conhecer coisas novas, descobrir cores e não viver somente naquele cinza. Assim fui embora, e comecei a seguir a filosofia do " me encante " .

Me ajeito naquela superfície dura e fecho os olhos.

Daqui a pouco eu volto a andar até o outro reino.

(...)

- Ei, moleque! - ouço uma voz se misturar com o barulho relaxante das ondas do mar se quebrando - Acho que ele está morto, Jimin...

- Mas como? - uma outra voz, desta vez mais aguda, se faz presente - Não pode ter sido de insolação, já que hoje o Sol não estava tão forte.

- Vamos roubar ele, então. - franziu o cenho - Morto não leva nada para a outra vida mesmo, depois a gente enterra ele aqui na areia e...

- Eu estou vivo! - levantou-se rapidamente, dando de cara com as duas figuras, que tinham expressões espantadas nos rostos.

Um tinha os cabelos negros como a noite e era franzino, além de ter olhos pequenininhos e felinos. O outro era da mesma altura, mas parecia ser mais forte - além de ter coxas fartas e bochechas adoráveis, que deixavam seus olhos gentis - e tinha o cabelo numa cor meio sem definição, de acordo com a luz da Lua - percebe-se que eu dormi bastante - parecia cinza, mas repentinamente mudava para roxo.

O moreno estava com as minhas duas bolsas nas costas, carregava-as como um velho carrega seu cesto de bambu.

- Poderiam me devolver as bolsas, senhores... - analisei suas vestes - Piratas?

- O que tem aqui dentro? - o moreno, que parecia ter a audácia de me ignorar, começou a remexer em minha bolsa - Olha! Quanto ouro!

- Deixe-me ver! - o roxo-acinzentado exclamou, pegando a bolsa das mãos do outro - O capitão vai ficar tão feliz!

- Me devolvam! - desta vez gritei, indo em direção daqueles dois ladrões.

Os dois somente me gritaram um "desculpe" e saíram correndo. 

Senti meu sangue começar a correr por todo o meu corpo e logo me pus a correr atrás deles.

Se eles acham que podem me roubar e sair assim, estão muito enganados!

Os segui até uma parte mais afastada das áreas mais populares da praia. Eles não me perceberam, tentei ser sutil para os pegar de surpresa e corta seus pescoços fora.

As sombras que a Lua formava diante as rochas me ajudavam a esconder. Caminharam até chegar num enorme navio pirata, com direto a bandeira e tudo. De dentro dele vinham e iam piratas carregando caixas e mais caixas. Os dois ladrõezinhos entraram carregando minhas preciosas bolsas.

Esperei todos pararem de ir e virem para poder me infiltrar no "solo inimigo". Corri o mais rápido que pude até o cais e me escondi atrás de alguns barris cheios de vinho. Assim que tive a chance, corri na direção onde guardam o que saquearam.

Eu sei disso porque já fiz esta artimanha de invadir navios várias vezes. Normalmente quase sou pego, mas sempre consigo fugir com sucesso.

Desço as escadinhas com pressa, porém mal consigo terminar o caminho. Um tranco que o navio deu me derrubou com força no chão. Me levantou meio confuso e quase entro em desespero quando me dou conta do que está acontecendo.

O navio está se movendo!