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História Contos do Inferno de Gelo - Profecias


Escrita por: Uchiha_Sayto

Notas do Autor


WUATAAAAAH!

Há! Não esperavam o ataque do ninja escritor poeta e alguma outra coisa que esqueci!

Então pra encerrar essa semana natalina, três capítulos pra você.

Sim, só hoje tem três capítulos. A tranquilidade no olhar de quem vai ser xingado por demorar 1 mês e postar 3 caps de uma vez.

De qualquer forma, já se acomodou? Já tem pipoca? Coca? Então

AI VAI

O

SAMURAAAAAAAAAI

Capítulo 9 - Profecias


Fay sequer esperou uma possível explicação o que Amanda disse estava para ela além de um possível perdão, antes que a latina pudesse abrir a boca para falar algo o punho da campeã já havia sido arremetido contra seu queixo, o soco foi potente suficiente para atordoar momentaneamente a filha de Apolo, porém o treinamento com Alex nunca era fácil e sempre tinha seus frutos, ainda firme a novata revidou pegando a veterana de surpresa, ela esperaria tudo, um soco, um chute, talvez até uma tentativa de golpe com a adaga do moreno que a loira portava, porém foi recebida com um puxão de cabelo e um golpe com as unhas no rosto, Fay não se rebaixaria a esse tipo de luta, forçou a cabeça para trás praguejando pela dor, e novamente golpeou com um soco a face da outra, viu o sangue tingir o chão da onde acertou a maçã do rosto da latina, em resposta a outra puxou seu cabelo enquanto chutava seu pé de apoio, caiu de costas ao chão, sentindo uma pedra afiada encravar pouco abaixo da omoplata esquerda a dor a cegou por curtos momentos, o sangue tingia o chão passando pelo rasgo na camiseta do acampamento, atordoada pela dor defendeu-se como podia dos arranhões e puxões de cabelo desferidos por Amanda, porém a recuperação foi rápida, enquanto a garota que estava encima acreditava que estava resolvido em um deslize Fay a girou fazendo-a bater as costas no chão antes de começar seu massacre, diferente da outra não dava arranhões ou puxões de cabelo, a outra ainda mantinha uma das mãos emboladas em seu cabelo e a resposta foi entregue na face da loira, perdera a conta de quantos socos, só tinha noção de que cada um que acertava o outro vinha mais forte, a raiva de ter o cabelo puxado, dos arranhões e todo o ciúme de duas semanas que o moreno dedicava toda atenção para a outra.

Gritou em fúria, quando uma mão ousada ousou passar entre seus seios para a tirar de cima, iria gritar e espancar o tarado louco de realizar tal ato, porém toda a raiva passou quando a voz dele soou. — Que porra é essa? O que raios está acontecendo aqui? — Em um instante Fay estava esmurrando a filha de Apolo e em outro estava nos braços do moreno, por alguns milésimos até passou por sua cabeça se debater, mas deixou-se ser levada para longe nos braços do moreno. — Meu pai! Essa vadia falou do meu pai! — Em reposta Alex suspirou colocando-se entre ambas, fitou Amanda com certo desprezo, porém sua atenção era total da garota de cabelos cor de mel, e por alguns instantes Fay ficou feliz por isso. — Vá para a Casa Grande, eu já vou, vou dar uma olhada nesses ferimentos. Só vou dar uma geral aqui. — Fay era uma general, mas  quando o moreno falava sério, era até mesmo difícil não cumprir, sentindo a dor profunda atrás do ombro esquerdo saiu indo para a casa grande, após a saída da outra a atenção do guerreiro voltou-se para a aprendiz, nenhum ferimento muito grave fora a moral e os hematomas que ficaria no rosto, Alex a ajudou levantar-se imparcialmente, até a ouvir resmungar. — Aquela vadia...— Ela iria continuar, só que a voz rouca e crespa do moreno a cortou. — Cale a porra da boca! Antes de sair falando o que não deve preste atenção no que faz, sou o primeiro a te defender Amy, mas acredite sou o primeiro a te açoitar também, você tinha tudo para ser perfeita, fofocas e intrigas bobas não fazem caráter, eu te nomeei minha escudeira por ver potencial, seja uma flecha, objetiva e indesviável.  Antes que eu me canse e desista de você também. — Dito isso revirou os olhos dando ordens para que os levassem até a enfermaria e correu para a Casa Grande,a campeã precisava de seu verdadeiro campeão.

 

Continuava tenso, cada ferimento da garota era uma tortura, cortes leves, algumas escoriações, vergões de unhas no rosto, e uma maldita pedra pontiaguda que adentrou na pele das costas dela, mas não era esse o pior problema. — Você tinha que arrumar briga com ela né? E você não é disso, o que houve? — Fay ainda estava de costas pelo moreno que acabara de entrar, ele se aproximou verificando os ferimentos a uma distância segura. — Não importa. Eu me viro enquanto você lida com ela, houve mais estragos da parte dela — Recolheu o desgrenhado cabelo solto, tirando o do rosto. Preferiu não fazer contato visual, então fingiu que havia algo de muito interessante nas mãos sujas. Alex revirou os olhos bufando cansado e divertido — Chega de ciúmes Senhorita Seling!. — Seu tom brincalhão não conseguia quebrar a tensão na voz. — Se o que me disse é verdade. E eu sei que é, o erro foi dela, e vamos trabalhar nesses ferimentos... Só que esse aqui em especial.. — Sem o pingo de delicadeza que ele não tinha tocou no ferimento da pedra. — Vai Inflamar, vou ter que tirar a pedra dai primeiro, e pra isso vou ter que alargar o corte... E você é MUITO melhor nisso que eu. — A garota trincou o maxilar pela dor, agora sentia a pontada profunda e tinha uma noção de quão fundo fora a pedra, mas não demonstraria fraqueza para ele. — Eu não tenho ciúmes, Alex. Só tenho noção de que perdi o controle e tenho mais experiência que ela, Amanda agora está ferida e eu posso lidar com isso sozinha— Afastou sua mão do ferimento, mas sem recuar. A gentileza — ou tentativa — dele era ácido depois do tempo afastados. —Amanda precisa muito mais de você do que eu — Alex resmungou consigo mesmo, porque ela tinha que ser tão cabeça dura? A insistência dela o irritava — por mais que ele adorasse — profundamente, inspirou pesado criando coragem. —Eu me importo muito mais com você do que com ela, é difícil acreditar nisso? Selling? Dá pra deixar as brigas de lado e deixar eu cuidar de você porra? Mesmo brigada comigo passaria dias dormindo numa cadeira de enfermaria se pudesse... Por que eu não posso retribuir? — Interrogou-a sério mesmo de costas, deu a volta nela para olhar para a garota. —Será que dá pra ser menos cabeça dura que eu? — Suspirou cansada, tirando a camisa surrada e a atirando no rosto do outro. Tinha um sorriso de canto que foi custoso para transparecer nos lábios. —Vou lavar os cortes antes, aproveita a espera pra organizar o que vai usar — Finalmente, ele sorriu deixando o cabelo negro tapar lhe o rosto e tentar esconder o sorriso de pura felicidade. —Só... que... pelo local, acho que...você vai ter que tirar o sutiã—  Disse por fim dando as costas para ela corado para buscar as ferramentas.

 

A garota ergueu-se calma caminhando pelo quarto com leve dificuldade e incômodo pelos ferimentos, com o sangue frio doía muito mais. — Eu fico de toalha sem problemas, não vai ser a primeira vez mesmo— Entrou no lavabo e deixou a porta aberta, retirando as roupas sujas dentro do box de vidro fumê. Alex podia ouvir o som da água vinda do chuveiro ligado.—Acha que vai ser mais uma cicatriz pra coleção? — Sozinho no quarto ergueu-se alongando as costas e bocejando, teria trabalho, mas dessa vez não o odiava. — Você faz mais previsões dessas coisas que eu... Acho que quando eu vir a ferida limpa posso ter uma noção... Vou ter que abrir o corte e tirar ela..— Disse em direção ao lavabo procurando os utensílios que ela guardava por ali, ela sempre tinha coisas uteis guardadas, abriu as gavetas, buscando as pinças, bisturis, gases e coisas que ela usava quando ele se feria, desligou o chuveiro quando as feridas não tinham mais resquícios de terra e sujeira, torcendo o excesso de água do cabelo e enrolando-se numa toalha. —Difícil?— encostou o ombro na parede observando-o escolher o que ia usar, procurando outras e tentando juntar tudo de uma vez.De imediato buscou-a com os olhos, vendo-a enrolada apenas com a toalha corou e virou os olhos. — Não... eu... digo, já... tenho... tudo que eu...preciso.  — Segurou o gaguejar espaçando as palavras, uma coisa era falar pausadamente, gaguejar era totalmente vergonhoso. — Pode se... sentar? —com passos cautelosos ela se pôs a caminhar até a cama. — Primeiro a pedra. Se ficar mais uma hora com isso, arranco ela fora com as unhas — Sentou-se na cama, ajustando a toalha para ficar com as costas nuas enquanto cobria o busto. O cabelo cor de mel foi jogado pra frente, para que não atrapalhasse seu trabalho. Com passos rápidos deixou a bandeja com as ferramentas que iria utilizar e sentou-se atrás dela, analisou o ferimento e suspirou para estabilizar o nervosismo, apanhou a faca com a mão direita firme. — Vai doer, vou abrir o corte para poder retirar ela. — Após o aviso o corte foi firme e limpo curto, na horizontal apenas para abrir o ferimento, em seguida colocou a pinça fazendo o movimento de abrir o ferimento e tirar com outra a pedra. — Chances de infeccionar... Altíssimas, vou ter que limpar mais o ferimento. — Pegou o pano e molhou-o de álcool colocando sobre o ferimento dela para limpa-lo. — Quer me falar como aconteceu? — Imediatamente ela soprou ar quente, buscando manter a calma e não retesar o corpo mediante a ardência no corte. — As unhadas não estavam funcionando, e ela procurou qualquer outra coisa pra atacar enquanto apanhava. Achou a pedra, temos aqui o resultado — Uma risada fraca escapou, transformando-se em um grunhido incomodo ao tratamento do ferimento.

 Com um sorriso brincalhão balançou a cabeça em negação. — Depois eu sou o irresponsável... — Riu da própria piada pegando a agulha e se focando em fechar o ferimento, nunca fora bom naquilo, mas ele geralmente que costurava os ferimentos dela, ela preferia ele a os filhos de Apolo metrossexuais para cuidar dela, e ele adorava poder ficar perto dela, ainda mais com ela de toalha, podia até mesmo ver o branco de um dos seios escapando pelo lado da toalha, grunhiu quando errou um ponto e o refez. — Eu sou péssimo nessa droga! — Como quem sentisse a falta de atenção dele, tentou uma leve brincadeira para descontrair, ele ficava muito tenso em certas situações, e ele não era do tipo que trabalhava sempre bem sob pressão. — resta atenção ou eu saio assim mesmo pros enfermeiros terminarem pra mim —Sorriu, ajeitando melhor o cabelo e a toalha, em resultado Alex riu nervoso com a piadinha dela. — Como se eu fosse deixar, antes de levantar e sair daquela porta eu já teria tirado a toalha e te jogado na cama. — Imediatamente parou estático pelo que havia falado, e voltou a focar-se terminando os pontos, ainda corado. — Esse aqui já era, onde foram os outros? — Fay Esperava muito que ele não estivesse ouvindo o coração acelerado em pânico, ou o próprio rosto avermelhado, porque o sentia bater contra o peito como louco. — Rosto, braços, ombros, coisa pouca — Virou-se meio hesitante de frente para Alex, apertando mais as mãos na toalha. Um tanto hesitante Deixou o olhar correr pela toalha poucos instantes — Deixe-me ver os braços... — Tomou os braços dela em meio as suas mãos verificando os arranhões, alguns ele colocava band-aid outros apenas limpava e alguns apenas dava leves assopros para parar a ardência, coisas que ele achava apenas ações simples que ele era impelido a fazer, terminou de analisar os braços e partiu para o rosto, aproximou-se perigosamente deixando sua respiração mesclar-se a dela para avariar aos arranhões, alguns eram bem sérios, apanhou o pano com álcool se colocando a limpar ferida por ferida com dedicação, esquecendo-se da ética de proximidade, a uma distância tão curta que sentia as gotas do cabelo dela escorrendo pelo seu rosto sem sequer se importar. Fay por sua vez decidiu apenas por fechar os olhos, franzindo um pouco as sobrancelhas quando sentia o álcool tocar alguma ferida sentia sua respiração contra o próprio rosto e esperava não estar tensa como pensava estar. O moreno terminava de passar a ponta do pano no canto dos lábios dela, ainda sem entender o porquê ela fechou os olhos terminou de limpar os ferimentos na região da testa dela. —Aconteceu algo Fay? —Perguntou ante a ação dela que ele não entendia.

Era masoquismo vê-lo tão próximo, com carinho e preocupação, assim como era escutar sua voz, se fosse para continuar ali, que fosse sem mirar seus olhos negros como um abismo, certa de que o autocontrole cultivado com tempo e cuidado ruía facilmente em momentos de fraqueza. — Não, eu só estou... Facilitando seu trabalho, caso tenha algum corte perto dos olhos,só isso. — Com cuidado o garoto passou o pano sob ambos os olhos dela, após o feito o assoprou soltando o ar quente dos pulmões para secar o álcool de cima dos olhos dela. —Não, não tem nada, deixa eu ver se tem algum corte interno, abra os olhos.—Ao mesmo instante engoliu em seco antes de abri-los e desviar o olhar quase que imediatamente, Fay queria terminar logo aquilo, poder se vestir, resolver as implicações das suas atitudes e fraquezas da briga, mas não as fraquezas relacionadas a Alex, Porque elas não podiam aparecer, ou sequer existir. Calmo olhou por dentro dos olhos dela, puxando a pele para baixo para olhar ambos os olhos, após isso apenas deu um leve assopro para ter certeza, feito isso a olhou diretamente, ela estava estranha sempre mirando algum ponto fixo no nada que o instigou ao ponto dele questioná-la — Ei... Dá pra olhar pra mim? — Fay tencionou-se por alguns instantes, antes de suprir emoções tão triviais, ela poderia lidar com elas. — Algum problema? — Todos eles, todos os problemas possíveis, a situação a asfixiava em desespero mudo, precisava escapar de qualquer jeito, Alex apenas rolou os olhos. —Não é falta de educação não olhar pra quem está cuidando de você? Quero ver se feriu os olhos também. — Resmungou revirando os olhos, por que ela sempre tinha que ser teimosa com os procedimentos que ela mesmoo fazia passar.Travou o maxilar enquanto mirava os olhos diretamente nos dele, quase furiosos como se fosse um desafio a mais. —Algum problema com os meus olhos? — Perguntou apressada. —Vamos terminar isso antes que eu encharque essa cama com a toalha molhada —Certo ele esperava tudo, exceto raiva nos olhos dela, instantaneamente recuou como se estivesse acuado com um oponente que não podia vencer,— e a situação era quase essa — logo apenas abaixou os olhos. — Não, tudo bem, já terminei. Bom... eu acho que... vou indo né? —Levantou-se espreguiçando. — Já que está tudo bem com você... — Alex caminhou lentamente e nervoso até a saída, numa situação desconfortável, iria alcançar a porta com passos rápidos se a voz da garota não o interrompe-se.

— Perdão. — Não esperou uma resposta, e continuou, ouvira o suficiente de Bern para saber que precisava abaixar a guarda e ser justa não só profissionalmente. — Pelo Roderick, pelo que eu fiz, também pela Amanda e...por ser ingrata com você. Eu sei que estou errada, e só pioro minha situação, mas eu sempre... Sempre acho que estou fazendo a coisa certa — O moreno parou na metade do caminho, suspirou cansado. —Josh me disse algo, que também pode ser feita pra você. Ele me disse pra parar de tentar resolver tudo sozinho, parar de tentar sobrecarregar, você e eu somos humanos como todos os outros, sangramos como todos os outros, temos que parar de nos forçar a aturar tudo, tem horas que não faz mal mostrar fraqueza. — Paciente Alex caminhou até ela com um leve sorriso, abaixou-se perto dela fazendo-a olhar para ele. — Esse é um momento que pode mostrar fraqueza... Mas tratando-se de você...— Sorriu abertamente — Acho que um obrigado já um bom avanço!

Continuou a segurar a toalha com uma das mãos, a outra livre para acarinhar seu rosto,um sorriso se fez com a lembrança do falecido amigo, sempre dizendo o que as pessoas precisavam ouvir. — Quando você pensar que não o considero importante, se eu falar alguma besteira, só me manda calar a boca. Você é...desde que me encontrou em Vegas. — O garoto riu calmamente e tocou levemente a mão dela que acariciava seu rosto, Josh o ajudava sempre, até mesmo depois de morto, se um dia pudesse, o buscaria no submundo para dizer para ele o quanto o ajudou. — Digo o mesmo, se eu ficar de frescura, ou putaria... Ou até mesmo de gracinha com alguma garota e esquecer de te dar atenção ou te ignorar, me dê alguns tapas pra eu acordar. Você pra mim é mais importante, desde aquela maldita sapatada em Vegas — Riu de si mesmo, e em pensar que o que ele procurava era tudo, menos uma outra garota e acabou achando não uma outra garota, e sim a garota, estava realmente feliz de ter a encontrado em Vegas. Fay revirou os olhos deixando o sorriso brincar na face. — Eu estou sempre aqui, não estou? Esperando as missões, cuidando do lar dos semideuses, tudo. Sempre aqui pra reclamar quando você demora nas missões sem mim, e pra limpar seus ferimentos. Não jogo o que temos fora por escorregões. — O olhar de Alex vagou alguns instantes, antes de se chocar com o olhar cor de mel da garota. — Eu sei que você sente saudades, faz falta eu arrumando problemas quando minhas missões demoram? Faz falta eu me machucando? Faz falta eu fazendo besteiras? O que aconteceria... Se nessa guerra eu morrer? Irá cuidar de tudo sem mim? — A resposta foi dada em meio a uma leve risada. — Claro que faz falta toda a confusão que você traz consigo, quando está tudo muito calmo espero por um deus enfurecido destruindo tudo — Porém seu rosto esboçou uma faceta mais séria com a última pergunta do moreno, de repente ela perdeu a jovialidade do sorriso anterior. — Se nessa guerra você morrer, eu já estarei morta.— Aquilo o intrigou ainda mais, com o olhar fixo no dela buscava resposta nos olhos impenetráveis da Seling, porém nunca obteria as repostas que queria, dado por vencido naquela batalha quebrou o silêncio, seguindo o curso da conversa. — E por que diz isso? Está pensando em se jogar na frente de alguma espada que vai vir em mim? Fay, tem que estar preparada para minha morte, sou apenas um guerreiro, uma espada, mais um em pé na parede de escudos, você quem guia, organiza, você é a cabeça, por mais que tenha eu sido o pioneiro, você que comanda o Exército, você tem que ser a segurança deles não eu. — De imediato a garota resmungou, ele nunca entendia —Eu fico ao seu lado na parede de escudos, você sabe. Você cai, eu caio. Já cansei de pensar sobre, e não tenho outra resposta. Não vivemos sem a presença alheia pra brigar .

Suspirou cansado, até quando ela ia manter essa ideia? Segurou-lhe o queixo fazendo ela lhe olhar. — Esta guerra é mais séria Fay, eu não posso lutar tranquilo sabendo que você corre risco, você é a esperança pros novos campistas depois que eu for. Eu não posso, não estou forte ainda...— Parou por alguns instantes olhando o chão e voltou seus olhos para os dela, tão próximos e tão lindos. —... Não estou forte o suficiente para aguentar te perder e seguir firme... Mas você tem que estar; por mim. — Ela suspirou novamente era difícil estar tão próximo dele sem demonstrar qualquer tipo de fraqueza que nem sequer podia existir. — Eu tento, Alex. Sei a gravidade de tudo o que acontece, lido com as pressões e continuo a manter todos em seu devido lugar. Mas assim como você precisa de mim, eu também preciso. Não posso, mesmo que tente, estar sempre com a cabeça no lugar pra aguentar o problema de todos nas minhas costas, e se você não passar dessa guerra, passo meu posto a outro campista.— Os olhos de Alex eram um abismo escuro, um buraco negro que sugava toda sua força ao passo que também lhe impulsionava ao topo. —Vou me afastar daqui e tudo o que esse lugar representa — Por um instante vacilou, talvez ela estivesse falando de se afastar dele, talvez ele fosse um incômodo, sua consciência ele sabia o quanto era importante para todos, e mais ainda para si. Suspirou tentando se colocar no lugar. — Se eu não passar dessa guerra, honre minha memória, faça uma pira para mim, passe o que eu acreditei em toda minha vida adiante, guie os mais novos, quando achar alguém digno, pode se afastar. Mas prometa-me que saberão quem eu fui e por que eu lutei. — Aproximou-se dela olhando-a no fundo dos olhos. — Prometa-me que isto seguirá em frente. — Os olhos dela ardiam, mordeu a parte interior da bochecha para se manter firme encarando os olhos de Alex tão próximos —Saberão. Cada um deles, talvez não apenas através de mim como também por cada campista que já dividiu armas contigo; não precisa de mim para remoer sua ausência, vai ser doloroso o suficiente. — O que menos desejava era chorar ali, em uma simples conversa, mas sabia que o que discutiam era uma realidade que logo viria para assombra-los e o pior,sabia e detestava o fato de que não poderia ser firme sem ele, não para sempre.

— Fay, não sou importante para ninguém, esquecido pelos deuses, sou apenas um idiota que sabe balançar uma espada, como milhares antes de mim e outros milhares após. Eu não farei diferença, talvez quem dividiu as armas comigo podem lembrar de mim, mas após minha pira esfriar, nenhum deles lembrará sequer no que eu acreditava, eu não sou você, você será lembrada daqui a séculos, liderou o acampamento, uma general, estrategista e administradora sem igual, eu serei esquecido como qualquer soldado que lutar nessa guerra.— Os olhares  eram inquietantes, vagavam dos olhos para o rosto, a todo custo evitando a boca que seria uma tentação grande demais para ser resistida,  era quase uma provação estarem tão próximos e a sós e nenhum ter se descontrolado, Fay engoliu em seco, por um instante se perdeu e deixou que as respirações mesclassem e quase se rendeu, respirou fundo tomando compostura e voltando a falar, pelo menos enquanto estivesse falando, estaria ocupada para pensar na proximidade tão alta. — Eu não quero ser lembrada, Alex. Não me importo nem um pouco. Se te deixar satisfeito, digo a quem quiser ouvir sobre você, caso você morra. Mas não fale como se eu estivesse aqui por uma fama inútil. Não é por isso que eu luto, ou por isso que aceitei vir.— Alex balançou a cabeça em negação, ela não estava entendendo, mas isso não importava, não agora, não queria brigar, fitou-a mergulhando fundo naqueles olhos, ah... malditos olhos que o tiravam o sono algumas noites. —Está aqui porque então? — Então veio a bomba, antes mesmo de poder tirar os olhos dos dela para amenizar o efeito a resposta dela veio, direta e inocente. — Por você. Porque acredito em você, e quero que continue ao meu lado. — Por um instante esqueceu de tudo, tudo o que fez foi se aproximar, já chegava a doer a proximidade com ela, tocou-lhe a cintura e calou-a com seus lábios sobre os dela, não raciocinava muito o que fazia, na realidade eram poucos os momentos que ele raciocinava, não queria pensar, apenas aproveitar, moveu seus lábios sobre os dela e enfiou sua língua para buscar a dela e começar a batalha mais prazerosa de sua vida.

Ela poderia realmente resistir, com toda a fúria que guardava, mas simplesmente rendeu-se entre os braços do moreno, movia-se buscando proximidade e mais contato, como se aquilo fosse uma necessidade superior a respirar o mundo diluía-se ao seu redor, como poeira perto do que acontecia entre eles, deixou tudo desaparecer até que só estivessem os dois ali, a se beijar sem dar a mínima pras consequências, o moreno apenas passou as mãos pela cintura dela institivamente, a puxando para mais perto buscando contato maior com a língua dela, enquanto enroscava-a com a sua, não se importava mais se os romanos venceriam a guerra ou o que pensariam dele dali a alguns anos, tudo que importava era ela e mais nada. Fay, passou os braços pelo pescoço do garoto, o cabelo longo de Alex entre seus dedos e as línguas entre seus lábios, era incrível como se encaixavamperfeitamente, como se fossem feitos um para o outro, a consciência dos ferimentos e da toalha que descia lentamente foram esvaindo-se do ar já quente. O garoto trouxe para mais perto colando seu torso no dela, suas línguas travavam uma batalha infinita, e ele não desejava que essa batalha acabasse nunca, porém o ar lhe faltou, como odiava os deuses da criação por fazer os humanos precisarem respirar, suportou até se tornar impossível manter o beijo e então se afastou dela, abrindo os olhos levemente para contempla-la, como ela era linda, os lábios avermelhados levemente inchados completavam a beleza pelo cabelo cor mel, deixou o olhar descer até os seios desnudos dela, e no mesmo instante corou, perdendo a fala, queria mesmo avisá-la sobre a situação embaraçosa, mas não queria perder aquela visão e nem achava a voz de alerta-la.

Quando sentiu a toalha cair úmida sobre os pés, um sobressalto passou pelo corpo, lembrando-a que devia ter segurado aquele maldito pedaço de pano, devia ter se afastado de Alex; a nudez a atingira como um tapa de realidade, que a fez recolher a toalha e se cobrir com pressa, dando alguns passos atrás. Se alguém os visse assim ou se Quíron aparecesse ali... Ele imediatamente virou-se de costas envergonhado. — Não vai vir ninguém, se vista... Eu... Eu... Não vi nada, tudo bem? Se preferir vou até embora... É, ir embora, parece uma boa opção, quer que eu vá embora né?  — Ela suspirou cansada, ele não entendia muita coisa, mas deixou o peso dos ombros abater-lhe e deixou-os cair levemente. — Desculpa, Alex, eu não... isso não vai acontecer de novo... Eu não estava com a cabeça no lugar, e... Se você quiser pode ir embora, mas não tem problema se ficar. Não vamos brigar, ok? Só não me pergunte como isso aconteceu. — Enroscou-se na toalha, recolhendo algumas roupas e andou até o banheiro, realmente esperando que ele não fosse embora por isso, que ele só voltasse no dia seguinte, ou talvez até mais tarde, e um péssimo clima se instalasse entre os dois. Alex viu tudo começar de novo, ela jogando toda culpa sobre ela mesma, isso não faria bem para ela, nunca fazia. Suspirando pesado caminhou até ela com passos longos, puxou-a pela cintura a envolvendo em outro beijo novamente. Não deixou desta vez que o mesmo se prolongar e encerrou-o rapidamente. — Não pense que estou reclamando... Mas agora você pode dizer que a culpa foi minha... Eu estava pensando em dormir aqui, mas, acho que depois desses ocorridos... é melhor não... né? — Ele sorriu forçado, um sorriso com os lábios avermelhados e inchados que Fay gostaria de ter todos os dias após acordar, porém ele apenas se afastou um tanto ruborizado pelo que aconteceu, de fato lembrava-se de que Bern dizia, que o Alex corado era lindo de se ver, e ficou parada na entrada do banheiro, observando a porta de seu quarto se fechar após ele sair por ela.

 

Dias se passaram e o clima entre Fay e Alex não melhoraram, falava-se muito pouco além de alguns “oi” trocados para depois abaixarem os olhares envergonhados e saírem em direções opostas, o máximo de palavras que conseguiram trocar, foi quando questionados pelo alto movimento de dinheiro e metal que fora adquirido, e na explicação precisaram contar o plano de irem para guerra com seus veteranos, líderes de batalhões e os soldados de elite. Fora isto, apenas poucas palavras, e pela situação que foi imposta por Bern no acampamento — que explicou a situação devidamente aumentada, para nenhuma garota se meter em seu casal favorito— qualquer frase tão grande quanto “Me passa o sal, por favor” já atraia toda a atenção como se eles fossem se agarrar e transar encima da mesa de almoço apenas por um pedir o sal para o outro, porém aquele dia em especial Bern estava no quarto da garota de cabelos cor de mel, que por sua vez estava aflita. — Bern! Teremos uma profecia hoje... Não acredito que teremos uma profecia justo hoje! — A filha de Afrodite que estava devidamente mais preocupada com o esmalte cor vermelho vivo que passava do que com a outra. — Eu não acredito que ficou nua na frente dele e não fez nada... Vem cá, ele não deu nem uma apertadinha do tipo beliscadinha pra tirar casca? Ou ele deu aquelas apalpadas firmes e você não ta querendo falar? — A garota ficou enrubescida imediatamente, o que fez Bern revirar os olhos. — Ah Fay, qual é! Ele é gostoso! Eu já falei! Até eu queria estar no seu lugar... Se bem que eu também gostaria de estar no lugar dele... Seus peitos não são de se jogar fora, eu lembro, tem um gosto tão bo... — Fay corou ainda mais com a insinuação, ela não precisava ficar falando o que já fora levada a fazer quando mais nova e com os hormônios em chamas, principalmente por conta do Alex. — Bern! Chega tá bom? Eu disse que não rolou nada! Ele só... Ele só... Virou e foi embora, eu já disse... — Disse virando tentando se recompor, tarefa um tanto difícil quando sua amiga fica falando obscenidades. — Vamos encontrar ele logo e dizer para ele do que Quíron repassou... — Aquilo pareceu animar a mais velha, que não deixou o sorriso malicioso escondido, enquanto Fay ia em direção à porta ela continuava sentada na cama a analisando — Tem certeza que não quer ir até lá para chama-lo? Eu posso arrumar velas aromáticas, lubrificante, camisinha, afrodisíacos... — Em resposta a filha da deusa do amor recebeu um novo grito. — BERN!!

 

O caminho até a praia não foi muito longo, aquele dia em especial havia muita gente querendo curtir a praia que nunca curtiam, em sua maioria garotas de biquínis incrivelmente curtos, motivos? Um dia de muito sol e Alex correndo sem camisa em seus treinamentos de marcha forçada, Fay suspirou irritada. — Porque tem tanta vadia oferecida aqui hoje? — A filha de Afrodite só pode responder quando seus olhos pararam de ter alcance do moreno correndo. — Ah tá... Porque? Tem um garoto hipermega gostoso, correndo sem camisa, jogando água no corpo pra esfriar ele, desculpe Fay, sei que ele é o seu deus grego, mas até eu ficaria aqui olhando! Mas realmente é deplorável, isso aqui está sendo uma convenção de calcinhas molhadas, meus deuses... — Fay suspirou cansada, queria encontra-lo em um lugar sem tantas semideusas que ficam babando para ele, e também sem os milhares de olhares que receberia se simplesmente fosse até ele e pedisse para conversar em particular, seguiu o percurso dele, era fácil prever aonde ele iria, e assim pode intercepta-lo entre as árvores que tiravam a visão das fãs do garoto, porém não o encontrou da forma que queria, ao conseguir ter o alcance visual dele, o garoto sorriu e trotou em sua direção, apenas para ser abatido na metade do caminho, um virote zuniu e atingiu-o na coxa pouco acima do joelho esquerdo, antes que pudesse intervir ou sequer gritar, um outro virote atingiu o ombro direito do mesmo, o mundo de Fay girou e diluiu-se, correu até o garoto enquanto ouvia seus urros e grunhidos de dor, o amparou antes do mesmo cair de costas, com todo cuidado para não feri-lo mais ainda, até que ouviu outro barulho de disparo, por instinto ergueu a mão parando o virote de besta centímetros antes de atingir a garganta do grunge, ouviu dele uma risada fraca e um olhar de puro agradecimento antes dele tombar inconsciente. Ficou ali, parada observando até os gritos de Bern a acordarem novamente, a mais velha correu ajoelhando-se ao lado do moreno nocauteado e o ergueu colocando sua cabeça no colo, lançando o olhar de questionamento para Fay. — Virotes de bestas, ponta de arma romana, diga que levem ele na enfermaria, mas não toquem nos ferimentos... O suspeito... — Olhou para o local onde a flecha foi atirada e viu na árvore os galhos se movendo. —... Diga que estou em perseguição.

O atirador era rápido porém a campeã era mais, correndo podia se ver os vultos acima das árvores, o maldito iria cobrir o terreno acidentado por cima das árvores para ganhar vantagem, ele conhecia o terreno, mas se a questão era equilíbrio e agilidade, nenhum campista era melhor que ela no quesito, correndo  saltou pegando impulso numa pedra para um outro salto mais alto, esticou as mãos e fechou-as entorno do galho, ignorando o sangue que escorreu das farpas que morderam os dedos, girou-se no galho usando-o como apoio e impulso e logo estava de pé na árvore seguinte, e então tudo ficou mais claro, podia ver o atirador e a besta que ele levava, não era possível que fosse romano, eles não usavam aquele tipo de arma bélica, seguindo pelas árvores conseguia cobrir uma distância maior, e logo conseguia diminuir a diferença, ao notar a aproximação em meio a fuga o algoz de Alex virou em um tiro impreciso, passou longe de acertar definitivamente Fay mas, causou um leve desvio e a perca do tempo, a campeã grega passou tempo demais recobrando o equilíbrio e xingou-o junto com os deuses antes de voltar a perseguição, estava próxima agora para ver a silhueta provavelmente feminina, ao notar a aproximação demasiada a atiradora retirou de uma bolsa da cintura o arco, e cobriu a perseguidora com uma saraivada de flechas imprecisas, claro, não era miradas para acertarem mas causavam desconforto e preocupação, seguiu-se assim por tanto tempo que Fay sentia os pulmões em brasa e as coxas inchadas de esforço, sempre que cobria distância a maldita lhe atirava flechas, até tentou apanhar algumas e atacar de volta para ela no caminho mas nunca tinha o mesmo sucesso que um arco, até que enfim a invasora pulou da árvore rolando pela areia, longe demais do alcance da grega para que ela pudesse intervir, para a garota de cabelos cor de mel só restou assistir de longe enquanto a atiradora entrava em uma lancha russa, e soprava-lhe um zombeteiro beijo, antes da lancha arrancar, porém sua mente era melhor do que acharam, marcando todos os detalhes que podia, a garota usava uma touca para atrapalhar os cabelos mas, eles eram escuros, castanhos quase rubros, fáceis de notar pela sobrancelha e por alguns fios que saiam da toca, pelo tom de pele era de origem americana, o que apoiava a hipótese dela ser traidora, e pelos olhos cor avelã, junto com os outras situações, já sabia de onde era, com isto em mente voltou seu caminho, bem mais lento e pelo solo.

Fay caminhou um tanto pesada até a enfermaria, apenas para ver quatro filhas de Apolo babarem no moreno, tentando passar por uma Bern irritada que não as deixava passar, a filha de Afrodite pareceu notar o cansaço estampado na face da amiga, e logo que entrou na divisória em que Alex repousava puxou-lhe a cadeira e lhe serviu água. —Pegou ele Fay? — A mais nova fitou o moreno, as flechas ainda encravadas no corpo dele, apenas o sangramento foi parcialmente estancado. — A maldita era grega... Do acampamento, mas eu nunca a vi antes... — Suspirou e ergueu-se para verificar os ferimentos, a precisão do disparo não havia sido das melhores, poucos centímetros e ela poderia ter o matado; ou ele que havia esquivado inconscientemente, as habilidades de esquivar-se e evitar danos letais do moreno eram absurdas, suspeitava que ele desviaria de um tiro a queima roupa no coração dormindo, de uma forma milagrosa que o ferisse, mas não o matasse, porém aqueles ferimentos eram estranhos. — Bern... A ficha dele. — A mais velha estranhou, era difícil algum ferimento que a campeã não conhecesse, a filha de Afrodite entregou a ficha nas mãos da mais nova. — Pode ser uma novata... Que entrou, apenas para isso não? — A face de Fay claramente negou a pequena esperança que a outra pudesse ter. — Se é tão novata teve acesso a grandes informações... Como por exemplo a que o Alex teve os músculos da coxa esquerda comprometidos por um tempo, exatamente onde a flecha se encravou, e que já rompeu os tendões do ombro e precisou fazer cirurgia, e onde essa flecha está encravada Bern? A maldita ainda colocou veneno na arma... Seja quem foi Bern, fez exatamente para neutraliza-lo e o conhece muito bem... Talvez até melhor que eu.

 

O dia se passou rápido, até demais, perdera a noção do tempo enquanto cuidava de Alex, pedira para Bern se retirar para poder focar-se logo que viu que teria problemas, a ficha não mentia, realmente os virotes acertaram locais que ele já tivera problemas anteriores, o ombro fora o pior, tivera que fazer uma micro cirurgia, para religar os tendões, tomando todo cuidado para não rompê-los, já que estavam feridos devido ao antigo ferimento, os dados não mentiam, estava explicito na ficha de todos os ferimentos dele no acampamento—Uma ficha e tanto, agradecia aos deuses por fazerem ela bem organizada — o ferimento que ele sofrera em 1986 rompera os ligamentos do ombro, algo que perfurou e deu-lhe impacto demais ao mesmo tempo, e a julgar pelas contas, ele matara o Minotauro no mesmo ano, então era fácil distinguir de onde viera o ferimento, já o da coxa foi em 1987 fora um corte incisivo no músculo frontal, um corte feio e exposto que ele forçava e fazia voltar a abrir várias vezes. Todos os dados muito bem colocados, e o pior de tudo, com a letra de Josh, que mostrava que fora na época que ambos saiam na missão, e havia outros dados também e o que a alertou, o dito ferimento sobre o olho direito, algo feito com uma adaga dentro das dependências do acampamento, fora isso nenhuma informação adicional, estranho, se tratando de Josh, sempre tinha informações adicionais, se ele não escreveu é porque havia de ter algo. Só parou de vasculhar a ficha dele após Max entrar na enfermaria, o cabelo cor vinho era fácil de distinguir, a pouco tempo por insistência do moreno levadas por Bern pelo clima que se instalara entre ambos, acabara nomeando a garota sua escudeira, ela tinha mais senso e noção que os garotos e mais que a maioria das garotas. — Senho... digo, Fay, Quíron está chamando no anfiteatro, são seis horas, eu separei suas coisas, roupas novas também, estão encima da sua cama. — Maxine era uma escudeira dedicada, isso tinha que assumir, fazia as coisas que nem sequer era preciso ou que era do feitio dela fazer, no exército escudeiros era uma forma de chamar quem não era diretamente combativo ou que tinha alguma habilidade muito mais útil fora dele, como o caso dos filhos de Apolo que cuidavam da parte médica, mas a garota insistia em realizar tudo que era pedido, até mesmo o que achava que poderia ajudar Fay, possível que se um dia perdesse o almoço e pedisse para Max ela cozinharia para a campeã. — Obrigado Max, eu já estou indo... — A garota era mesmo competente, e boa em combate, tentara até mesmo esgrimir com ela, não que si mesmo fosse tão boa quando Alex ou outros grandes lutadores com a espada, na verdade com uma espada era pouco acima da média, mas sabia ver que a outra tinha potencial e que Alex a treinara bem, e tentou manter a mente nesse foco antes de sair, ficar se perguntando coisas não faria sentido, mas sabia para quem fazê-las e encontraria quem foi que fez aquilo com o moreno.

O Anfiteatro estava tão vazio que até pensou que fosse brincadeira e não houvesse nada, esquecera-se que os campistas ou estavam afastados ou mortos, muitos chegavam a todo instante, mas perdia-se mais campistas que chegavam, e ainda não era verão, por mais que em todo o registro da história nunca houve uma época com tantos campistas e meio-sangues ainda havia poucos ali, eram tão numerosos que se perguntavam se os deuses não sabiam da guerra e tiveram diversas milhares de vezes mais filhos nessa época por esta guerra, mesmo assim, ouvia-se burburinho pouco mais alto que seria convencional e a fogueira ao centro queimava lenta e baixa, lembrava-se do primeiro verão ali, a fogueira tão alta que nem mesmo Quíron podia ficar ao lado dela tamanho calor que emanava , e agora tão fraca que demoraria para assar marshmallow, assim que ela chegou os outros campistas deram espaço para ela, mesmo com claramente espaço suficiente, era o simples respeito,  Roderick estava ali também, ostentando o louro de campeão com o gesso onde Alex quebrara-lhe o pulso, tentando uma postura minimamente descente e não abalada com o que ocorreu, mas pode se ver ele encolhendo assim que Fay tomou sua posição ao lado dele como Campeã, era raro ela chegar atrasada mas aquilo fora algo superior, não pode evitar, Quíron silenciou a todos batendo os cascos na grama. — Bom, acho que podemos começar. Primeiro vamos ao assunto que todos devem se perguntar, sim, o campista Alexander, ou Alex mais conhecido, foi ferido aqui dentro do acampamento, estamos tomando providências para a segurança dos Campistas tentando aumentar a patrulha de algumas áreas com Sátiros, Ninfas e Harpias, porém precisaremos destacar mais campistas para a vigia noturna, quanto ao quadro do Alex. Poderia nos dizer algo sobre, Fay? — Quíron indagou, a garota deu um passo à frente. — Ele sofreu ferimentos sérios e envenenamento, não corre risco de vida enquanto eu estiver cuidando dele. — Limitou-se em dizer e voltou ao seu lugar, não alimentaria mais as fãs enlouquecidas, Quíron teve de pigarrear novamente para parar o burburinho que se instalou.— Mas não foi apenas para isso que eu os chamei aqui, hoje novamente, a oraculo deu a sua profecia, o que leva a ser anunciada aqui. Prestem bem atenção!

— Quando a filha do sol se revelar/Perto do fim a guerra vai estar/A Campeã e o Sol estarão por fim unidos/Apesar de brigas e muito empecilhos /O violeta fará o equilíbrio perfeito/Mesmo assim o sacrifício da pomba há de ser feito/Sem dor, remorso ou rancor/O pequeno viajante virará ceifador/A guerra no inferno só pode acabar/Se a maré de sangue o Raio anunciar! — Fay imediatamente fitou o chão, A campeã obviamente era ela e a ultima filha de Apolo a ser revelada fora Amanda, e o pior, um filho de Afrodite já fora morto, ou melhor Josh foi sacrificado pelos planos de Alex. Quíron deixou os campistas murmurarem entre si, quando achou que era suficiente não tardou para bater o casco novamente. — Atenção por favor! Precisamos coordenar o grupo para ir na missão, por conta da profecia, Amanda e Fay terão que ir, e com Alex incapaz de sair em missão, ainda falta mais um, alguém se habilita? — O silêncio que veio foi constrangedor, ninguém queria correr o risco, se até mesmo o melhor campista em séculos que fora Josh perecera em combate com um exército o que esperava de um pequeno grupo? O silêncio foi morrendo aos poucos quando um burburinho nasceu, e uma garota do chalé de Atena proferiu. — E porque não manda Roderick? Ele é o mais qualificado! Além de ser o Campeão lutou o verão passado Inteiro ao lado da Fay, seria o melhor indicado. — Os outros campistas iam concordando enquanto a tez de Fay ia se fechando, se ela julgava por lutar ao lado dela e de Alex um garoto que o moreno tinha que ficar salvando toda vez que eram atacados e ainda se achava por ser filho da deusa da Sabedoria, então sim, ele lutou bravamente, lembrava-se claramente dele encolhido atrás de um carro enquanto Alex abria caminho entre os lobisomens enquanto ela segurava os ataques das harpias. Quíron estava para dar sua sentença quando Fay deu um passo à frente.— Nem pense nisso, eu me recuso a ir à mesma missão que ele. Eu tenho mil e um motivos para não ir com ele, e se for por mérito de ser um campeão, eu Fay Selling como a Campeã Invicta do ultimo ano, indico Maxine Vinnehouse para a missão. — O murmurinho cessou-se imediatamente, com o grito histérico de Roderick. — Isso é um ultraje! Como ousa me rebaixar assim! Me colocando atrás de uma vadia novata que nem sequer foi reclamada? Quem você pensa que...— Ele calou-se quando Maxine ergueu-se da fileira dela, e caminhou até ele, cada passo fazia o som ecoar das pisadas pesadas pelo anfiteatro, ela alcançou o garoto que por poucos centímetros era mais alto que ela, sorriu falso e se inclinou para perto do ouvido dele. — Me chama de vadia... Só mais uma vez.

O garoto engoliu em seco, ela falara alto suficiente para todos ouvirem devido o silêncio, ela não alterara a voz, o tom ameaçador surgiu naturalmente, sem precisar expor a raiva em alterações de voz, ele titubeou, engoliu em seco, abriu e fechou a boca sem emitir nenhum som e mais nada, ela sorriu de escárnio. — Foi o que pensei.— Proferiu novamente, antes de empurrá-lo para longe e se colocar ao lado de Fay com um sorriso, e nesse instante um brilho arroxeado a envolveu, levando o símbolo da videira acima antes de esvair-se completamente, Quíron bateu os casos para cessar o burburinho que surgira novamente. — Então a equipe está formada, vamos até o Oráculo para que ela diga a profecia da missão que levará o fim da guerra. Mas antes, Saúdem Maxine Vinnehouse! Filha de Dionísio!


Notas Finais


Gratissimamente agradeço quem leu até aqui, principalmente esses três em um dia.

E disseram que não conseguia, pfff...

obrigado por sua audiência, por me aturar nas notas do autor e nas finais, por suportar três capítulos inteiros em um único dia.

Que os Deuses lhe role bons dados
e

TCHAU


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