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História Contra-Mão - Autodestruição


Escrita por: babyvwolfhard

Notas do Autor


Oi, gente rsrsrs
Mano, desculpa, vocês não sabem como que eu tô atrapalhada pra tudo, e isso só vai passar quando as provas acabarem, eu estou oficialmente LASCADA.
Desculpa mesmo a demora, eu tô tentando o quanto eu posso, mas fé no pai que até Hide Our Lies sai (alguma hora, sabe lá quando).
Enfim, beijinhos, desculpa pelo capítulo pequeno, o clima já já tá melhorando, vai ficar tudo bem com os xuxus ❤

Capítulo 19 - Autodestruição


Ontem, depois de ver Finn na praça junto com aqueles garotos que eu não conhecia, vi uma assinatura num muro lá perto que eu não tinha reparado ainda, e estou até agora com aquilo na cabeça, porque eu já tinha visto o símbolo antes, em outros lugares, e ele sempre me chamava atenção e curiosidade. Talvez seja por isso que não ouvi absolutamente nada que meu professor da disciplina de Política Externa Brasileira disse desde que a aula começou, e quase não percebo quando ela termina.

Hoje é sexta-feira, mentalmente agradeço por isso enquanto levanto da cadeira e pego a bolsa. Jack está me esperando lá no corredor, uma cena comum, e vou cumprimentá-lo já que ainda não nos vimos hoje. Nos tornamos amigos logo quando entrei na faculdade, ele foi monitor de turma em uma disciplina, já que era meu veterano direto. 

Maddie chega em seguida, junto com uma outra amiga, Lilia, ainda antes de sairmos do prédio, e no caminho conversamos sobre as coisas do curso.

As meninas se despedem no estacionamento, e como o carro de Jack está no conserto, ofereço carona.

Mesmo a casa dele sendo mais longe do que a minha do campus, não me incomodo, e passamos o tempo inteiro rindo e falando das aulas, ele me conta sobre o andamento do seu TCC e evito o tópico Finn o máximo. Mas, em algum momento, já perto do seu apartamento, ele surge com Finn na conversa.

— Como vocês dois estão? Ele não tá me contando muito as coisas.

— Acho que estamos bem. Perguntei pra ele, ele também acha. Eu só... não sei. Ainda é estranho. Tipo, demais. - digo - Não consigo nem saber o que Finn tá sentindo, e eu tenho tipo um milhão de perguntas pra fazer...

— Ele vai responder todas. - Jack me assegura - Só espera o tempo dele, tudo bem?

Queria poder entender o que Jack está dizendo. 

— Não quer subir? - ele pergunta, quando paro o carro em frente ao prédio - Aí eu já posso ajudar com aquele trabalho que você me falou.

Não preciso pensar muito:

— Ah, não. É melhor outra hora...

Jack sorri:

— O Finn não tá. 

— Não?

Ele

— Tá na aula. Acho que volta tarde hoje.

— Ah. Bom... tudo bem. - concordo, e viro o carro para estacionar do outro lado da rua.

Subimos conversando e quando chegamos, vamos sentar na bancada que dividia a sala e a cozinha, pra poder espalhar os papéis pro trabalho.

Já escureceu quando termino, graças a ajuda dele, que fez esse mesmo trabalho um ano atrás. Enquanto Jack vai pegar duas cervejas pra nós na geladeira, entro no Twitter aleatoriamente, e paro num post específico daquela página que eu gostava.


acho tudo ficou pior desde que a gente se desconheceu.

mas ao mesmo tempo eu sei

que se continuei vivo depois de te deixar passar por mim e ir embora

não tem mais nada que acabe comigo

como aquilo acabou.


me desculpa por tudo. porque se aquilo doeu pra você tanto quanto doeu pra mim...

meu deus, me desculpa por tudo

mas principalmente por ter desistido da gente. de mim.

hoje eu sei que aquele foi o maior ato de autodestruição que já cometi.


Bloqueio a tela do celular e a latinha é colocada na minha frente. Quando já estamos terminando de beber, a porta do apartamento se abre e eu imediatamente olho pra lá.

Um Finn distraído com os olhos no celular entra no apartamento e fecha a porta com o pé. Só ergue os olhos para nós depois que Jack o chama. 

— Ahm... oi - Finn responde, guardando o celular no bolso e acenando com uma mão antes de passar direto e entrar no seu quarto, fechando a porta.

Olho para Jack, que me dá um sorriso sem graça. Me ponho de pé e digo, baixo:

— Acho melhor eu ir, né?

— Você que sabe. O pessoal vem pra cá hoje, eu comentei, não foi?

Faço que sim com a cabeça:

— Não sei se venho.

Jack, compreensivo, me dá tchau pouco depois quando eu saio e solto um longo suspiro quando finalmente chego no meu carro.

Enquanto dirijo, Sadie me liga e quase me convence a aparecer no apartamento dos meninos mais tarde. Usa o argumento de que Finn e eu parecemos estar bem e, pensando assim, ela está certa. Parecemos bem mesmo, e ele disse que estávamos. O que eu não entendo é porquê me sinto dessa forma então, como se não estivesse fazendo o certo, ou... como se eu tivesse muito pra fazer. Tipo dizer coisas.

Tomo um banho demorado depois que chego no apartamento vazio e subo para o quarto. Arrumo minhas coisas da faculdade depois, já vestida com um pijama quentinho, e passando pela minha prateleira de livros, sinto uma pontada, talvez até de culpa, vendo o livro preferido de Finn que havia ficado comigo esse tempo todo.

Acho que é isso que me convence.

Sei que pouco depois já estou vestida e em alguns longos minutos de trânsito chego, estacionando o carro perto de onde estava há duas horas. Pego o livro que trouxe junto, colocando-o na bolsa, saio e me identifico na portaria.

Finn não está na sala quando Jack abre a porta do apartamento pra mim, mas todos os nossos amigos estão, e me cumprimentam. Me junto a eles no sofá, aceitando uma cerveja que Jack me traz. Na televisão está passando um episódio aleatório de alguma série que a Sadie ama, e estamos todos espalhados pelo chão, até Chloe veio dessa vez. É quase como antigamente, preciso admitir.

Finn chega nesse instante, vindo pelo corredor do seu quaro, os cabelos úmidos que indicam que ele deve ter acabado de sair do banho, um jeans e uma camisa preta. Ele dá um oi geral antes de ir pra cozinha e volta pouco depois com uma latinha de refrigerante na mão, indo sentar ao lugar vago no sofá ao meu lado.

— Oi - ele diz.

Viro pra ele, sorrindo minimamente:

— Oi, Finn.

Nossos amigos olham pra gente, o que torna aquilo desconfortável, mas no instante seguinte todo mundo se dispersa.

— Quer mais uma? - Finn pergunta pra mim, apontando pra cerveja, já dez minutos depois de ter sentado ali e passado esse tempo conversando com todo mundo.

— Ahm... não. Valeu - dispenso, e ele assente, levantando, provavelmente porque já ia à cozinha. Olho pra minha bolsa no braço do sofá e lembro do livro - Ei, Finn.

Vou atrás dele na cozinha.

— Tem uma coisa sua comigo - digo, sem jeito. Ele franze o cenho pra mim do outro lado do balcão.

— Tem?

Faço que sim com a cabeça. Ele respira fundo.

— Quer ir conversar?

Sou eu que assinto agora. Ele passa pelo balcão e segue para o corredor, e eu vou atrás dele, parando só pra pegar minha bolsa, e felizmente nossos amigos nem notam a movimentação.

Estar no quarto de Finn é sempre uma sensação estranha. Boa, em grande parte, mas algo ali me faz sentir um pouco melancólica. Acho que porque estou num lugar pessoal dele.

Sento na cama ao seu lado, tirando o livro da bolsa. Está do mesmo jeito de quando ele me emprestou, três anos atrás. Lembro bem daquela tarde; eu precisava contar que minha mãe tinha recebido uma proposta de trabalho em Nova York e ele estava estranho demais. Viemos pra casa dele e ele me emprestou o livro. Nunca mais consegui devolver. Bom, até agora.

— Desculpa ficar esse tempo todo com ele - foi a única coisa que você deixou, é o que eu quero dizer, mas opto pelas desculpas. Porque, no fim das contas, eu me sentia culpada por ter ficado esse tempo todo com esse livro, que não é só o preferido dele, mas também um presente que ganhou da mãe.

— Não podia ter ficado em melhores mãos - Finn me diz, com tranquilidade, ao pegar o livro.

Ele levanta, e eu fecho os olhos, até meio surpresa, quando ele beija minha testa. É um gesto que me aquece por dentro, um gesto doce que eu senti falta.

Observo enquanto ele guarda o livro numa das tantas prateleiras e fico em silêncio até ele voltar a sentar do meu lado.

— Finn - digo - Sabe o dia que você me emprestou esse livro?

— Ahm, sim, acho que sim. O que tem ele?

— Eu tinha uma coisa pra te falar naquele dia. - confesso.

— É?

Faço que sim com a cabeça. Então explico sobre a situação de Nova York. Finn me ouve tão atentamente que nem suspeitei que ele já soubesse disso.

— O Noah me contou. No dia do sarau da escola. Ele me disse isso lá.

— Sério?

— Aham. Eu... me senti mal pra caralho. Não queria tirar aquilo de você, interferir na sua relação com a sua mãe nem nada...

— Eu sei que não. Eu que escolhi ficar, e a minha mãe concordou, não tivemos nenhum problema uma com a outra.

— Eu teria feito tudo diferente se eu pudesse, hoje sei disso.

Tudo que consigo fazer é assentir. Respiro fundo, e digo que vou voltar para a sala. Finn agradece pelo livro outra vez e fica sozinho no quarto. Quando volta, parece mais descontraído do que lá dentro, e a conversa entre todos nós flui com a cerveja e os assuntos sem fim, desde política a qualquer outra besteira. Finn até sorri pra mim, às vezes.

É, acho que estamos bem mesmo.

Volto pra casa só duas ou três horas depois, tenho uma sensação gritante e difícil de entender no peito, tento ignorá-la. Enquanto abro as cortinas do meu quarto, olhando pra cidade dali de cima, volto a pensar no que li no celular hoje. E em como aquilo partiu meu coração. Como aquelas coisas que a gente lê às vezes e sente que foi escrito pra gente.



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