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História Contra todas as probabilidades - O prenúncio da tempestade


Escrita por: Mallagueta

Capítulo 14 - O prenúncio da tempestade


Magali sentou-se em frente do computador para checar seus e-mails e viu a mensagem do Cebola. Ela, assim como Marina, Cascuda, Titi, Jeremias e todo o restante da turma, viram a mesma mensagem.

“Gente, primeiro de fevereiro eu tô aí e com uma grande surpresa para a Mônica. Eu vou pedi-la em namoro pouco antes da aula começar porque não agüento mais ficar longe dela. Nem estou mais pensando em derrotá-la porque meu sentimento por ela é mais importante do que essas pequenas bobagens.

Quero que todo mundo seja testemunha, então não deixem de comparecer para me apoiar!”


– Gsuis! Ele vai mesmo fazer isso? Coitado! – Magali falou alto, preocupada com o Cebola. Ele com certeza não estava sabendo de nada e corria o risco de sofrer uma grande decepção.

Mais do que depressa ela pegou o celular e ligou para a Cascuda.

– Cascuda, você recebeu o e-mail do Cebola?

– Recebi, menina, e já ia te ligar! E agora, o que a gente faz? O Cebola não sabe do lance da Mônica com o Felipe!

– Não mesmo e agora fiquei de coração apertado por causa ele! Ai, que raiva da Mônica, viu? Custava ela ter esperado mais um pouco? Agora vai partir o coração dele que nem um biscoito água e sal!

– De repente ela acaba aceitando namorar com ele, sei lá. Vai ver ela só ficou com o Felipe para passar o tempo e não se sentir tão sozinha.

– Será? Ah, isso até que seria bom. Aí o Cebola volta, pede ela em namoro, eles ficam bem e tudo volta ao normal!

– É... no fim tudo vai acabar bem. Eu vou ligar para as meninas e falar a mesma coisa para elas, assim o pessoal não entra em pânico.

– E o Felipe?

– Azar o dele, ué! Ele sabia muito bem que a Mônica já gostava do Cebola a um tempão. Quem mandou ele meter o nariz onde não foi chamado? O importante que é tudo vai ficar como sempre ficou. Depois ele se arranja.

– É mesmo. Falta pouco mais de uma semana para as aulas começarem. Até lá, pode até ser que ela acabe dispensando ele, quem sabe? – Magali estava cheia de esperanças quanto aquilo. Talvez aquilo fosse só algo passageiro para ajudar a Mônica a não sofrer muito com o Cebola.

Elas se falaram mais um pouco e desligaram o telefone mais aliviada. Magali também telefonou para o Quim e pediu que ele passasse aquilo adiante. Aquela ia ser uma linda reconciliação e a turma toda tinha que estar por perto para testemunhar. Ia ser tão fofo, tão romântico!

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Felipe e Mônica treinavam deslizando sobre o gelo, sob as orientações de Luísa. Ela estava empolgada ao ver como a Mônica aprendia depressa e mal podia esperar para ver como ela ia ficar boa depois do treino.

Era bonito vê-los patinando juntos. Eles pareciam tão apaixonados! Apesar de cometerem vários erros e deslizes, não houve aqueles tombos homéricos como acontecia nos seus treinos com o irmão. Os dois pareciam combinar muito bem, em perfeita sintonia e aquilo ia contar muitos pontos com certeza.

Denise acompanhava tudo de longe, empolgada diante de uma grande fofoca. A Mônica ia mesmo participar de um concurso de patinação no gelo? “Menina, isso é babado forte, dos bons!” ela tirava várias fotos com o seu celular, lamentando por ter deixado sua câmera em casa. Um erro que não podia se repetir. Tudo bem, depois ela voltaria para gravar os treinos e publicar no seu blog. O importante era ter uma notícia quentíssima para dar a suas amigas.

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– A Mônica? Patinando no gelo com o Felipe? Tá doida, mulher?

– Doida não, fófis! Eu vi com esses dois lindos olhos que a terra um dia há de comer! E meu fiel celular fotografou tudo, olha só!

Denise mostrou as fotos tiradas com o celular e Magali não conseguiu falar mais nada. Quando ela pensou que as coisas fossem melhorar, a Mônica tinha dado um jeito de complicar tudo!

Cascuda e Marina também estavam cabisbaixas, pensando em como o coitado do Cebola ia reagir quando descobrisse tudo aquilo. Que injustiça! Ele pretendia pedi-la em namoro, até aceitou passar por cima daquela fixação em conquistá-la e a Mônica fazia aquela palhaçada com ele?

As meninas estavam reunidas na casa da Denise, que chamou todas urgente para contar a novidade. Até Carmen tinha ficado surpresa, já que seus primos não tinham lhe falado nada.

– Gente, eu tô muito preocupada com o Cebola. E agora? – Marina perguntou, quebrando o silêncio. Maria sugeriu.

– A gente podia falar com a Mônica da surpresa do Cebola!

A objeção foi geral e Magali tomou a voz.

– Não, isso não! Ele pediu pra gente não falar nada. Vai ser uma surpresa! Eu acho que a gente tem que ir até a casa da Mônica e tentar convencê-la a desistir dessa idéia maluca. Mais do que isso não dá pra fazer.

– Todas nós?

Ela pensou um pouco e chegou a conclusão de que o melhor seria irem apenas ela, Marina e Cascuda. Seria mais fácil para conversar.

– Se vocês querem fazer isso, vai ser melhor esperar até de noite. Quando aqueles dois andam juntos, não desgrudam mais! – Denise falou venenosamente, deixando todas ainda mais iradas.

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– Puxa, hoje foi legal demais!

– Foi mesmo. você acha que eu melhorei?

– Melhorou bastante. Agora você até consegue patinar sozinha. Que pena... eu bem que estava gostando de te segurar o tempo inteiro...

– Ah, fica assim não. Você ainda vai ter muitas chances de me segurar.

Ele deu um sorriso, apertando-a mais contra seu corpo. Eles estavam na esquina da rua onde ficava a casa da Mônica. Ela pretendia apresentá-lo aos seus pais só depois de resolver tudo com o Cebola.

– Você marcou de conversar com o Cebola?

– Marquei, no primeiro dia de aula. Parece que ele vai chegar dos EUA meio tarde e não vai dar pra falar com ele. Então vou ter que esperar primeiro de fevereiro.

– Tudo bem. Falta pouco mesmo.

– É...

– Nervosa?

– Mais ou menos. Eu não sei como ele vai reagir...

– E você está com medo de ele acabar te fazendo mudar de idéia?

Ela abaixou a cabeça, meio tristonha. Então ele percebeu?

– Olha, Mô, por mais que o Cebola fale, chore e implore, no final a escolha é sua. Ninguém pode te obrigar a ficar com ele se você não quer.

– E eu não quero mesmo, não mais. Só que eu tenho medo de amolecer na hora, sei lá. Ele pode ser muito manhoso quando quer.

– Se quer mesmo ser feliz, precisa aprender a não se deixar levar pelas manhas dele. Você é mais forte do que isso, tenho certeza. Não pode deixar que ele te manipule do jeito que ele quer.

– Não posso mesmo, você tem razão! Eu vou ser forte e acabar tudo com ele!

– E quando vocês terminarem, você vai ser a minha namorada, não vai?

– Claro!

– E você quer mesmo namorar comigo?

– Quero, muito.

– Eu também quero muito. Pra mim, você já é minha namorada. Estou só esperando você oficializar tudo.

– Ah, Lipe!

O rapaz deu um sorriso satisfeito ao ouvir seu apelido dos lábios dela. Somente seus pais e sua irmã podiam chamá-lo daquela forma. Nem seus amigos mais chegados tinham aquela liberdade com ele.

Eles se beijaram longamente e foi com muito custo que ele concordou em continuar o caminho até a casa dela. Ela não podia chegar muito tarde em casa ou seus pais brigariam.

– Oi, filha, como foi seu treino?

– Muito bem, mãe. Eu melhorei muito!

– Que bom! Qualquer dia desses vou te ver patinar!

– A senhora vai ter uma surpresa!

– Vamos ver. Ah, suas amigas vieram te ver. Elas estão te esperando lá no seu quarto. Se precisar, tem salgadinhos no armário e refrigerante na geladeira. Eu vou ver a novela, não quero perder o capítulo de hoje!

Mônica foi para o seu quarto imaginando o que suas amigas estariam fazendo ali naquela hora. Ao entrar no quarto, ela viu que Magali, Marina e Cascuda estavam lhe esperando e com uma cara de poucos amigos.

– O que foi? Algum problema?

Magali respondeu

– Sim, Mô. Você!

– Como assim?

– Por que não contou pra gente? Você não contou nem pra mim!

– Contei o quê?

– Sobre o concurso de patinação! – Marina respondeu, já perdendo a paciência. – a gente tá sabendo de tudo.

– Ah, isso.

– E você ainda fala com essa cara lavada? É um concurso de patinação no gelo!

– E daí? Eu já sei patinar um pouco no gelo.

– Um pouco? Você nunca patinou no gelo antes!

– É por isso que estou tendo aulas com o Felipe e a Luísa, para aprender. E eu estou aprendendo muito bem. O concurso vai ser no meio do ano e até lá já estarei muito boa.

– Ah, sem essa! – Cascuda cortou bruscamente. – Você patinando no gelo? Desde quando? Se fosse hóquei até que ia. Mas patinação no gelo? Isso é quase como dançar balé. Alguém aí imagina a Mônica dançando balé? – ela finalizou olhando para as duas amigas, que concordaram com ela.

– Credo, que é isso? Vocês nem me viram patinar e já estão tacando pedras?

– É que estamos preocupadas com o Cebola, Mô. Como ele vai reagir com tudo isso? Coitado!

– Não esquenta com o Cebola que eu me arranjo com ele. Nós vamos conversar como gente grande e terminar com tudo.

Cascuda quase entrou em desespero.

– Não, você não pode fazer isso! Ele vai... – Magali cortou na hora antes que ela falasse alguma besteira.

– Vai o que? – os olhos dela percorriam os rostos das amigas, sem entender nada.

– Vai... Vai... Ficar de coração partido! É! Ele vai ficar de coração partido! – Marina tentou consertar.

– Ih, tem dó! Pra começo de conversa, ele não pareceu de coração partido quando terminou nosso namoro e nem quando inventou essa viagem pros EUA. Por que se preocupar agora?

– Desde quando você ficou tão egoísta? Tem que pensar um pouco nele também, né!

– E eu pensei, por meses a fio. Esperei, apoiei, tive paciência. Agora vou pensar um pouco em mim também. Não quero ficar esperando por ele pelo resto da vida.

– Só que você não vai ficar esperando pelo resto da vida, criatura! – Marina explodiu e logo tentou consertar antes que a Mônica ficasse desconfiada. – ele gosta de você, te ama! Um dia ele vai te pedir em namoro. Por que você não espera só mais um pouco? Tenha paciência com o Cebola!

– Gente, não dá! Eu gosto do Felipe e quero ficar com ele.

– Que horror! Como você esquece assim tão fácil de alguém que foi especial durante sua vida inteira? – Magali perguntou, horrorizada com a frieza da sua amiga.

– Sabe, certa vez eu li em algum lugar que um relacionamento é como uma planta. Tem que cuidar todos os dias para crescer e ficar forte. Se a gente não cuidar, o relacionamento murcha e morre. Foi o que o Cebola fez. Ele não cuidou do nosso relacionamento, então tudo acabou murchando e morrendo.

Elas ficaram de boca aberta ao ouvirem aquilo. E de certa forma, admitiam que Mônica tinha razão. O Cebola tinha se descuidado muito, deixando-a sempre no vácuo esperando por ele indefinidamente. Apesar disso, elas sabiam que ele pretendia consertar as coisas, então por que não lhe dar uma nova chance? Por que deixar de lado um relacionamento que tinha de tudo para ser tão bonito?

– Mônica, pensa bem amiga! Dá mais uma chance para ele, só mais uma!

Mônica olhou para as três muito desconfiada. Por que elas insistiam tanto a favor do Cebola? Alguma coisa ali parecia estar errada.

– Foi mal, mas não dá. Eu lutei contra isso, tentei continuar, tentei manter vivo o sentimento que tinha por ele. Não teve jeito. Ele não cuidou do nosso relacionamento e sozinha eu não pude fazer nada.

Outro choque. Então era mesmo verdade que a Mônica não gostava mais do Cebola? essa não! Por mais que insistissem, Mônica não mudou sua decisão e elas foram embora muito decepcionadas, pensando no sofrimento do pobre Cebola.

– Gente, isso não é justo! – Cascuda reclamou quando elas ganharam a rua. – tô morrendo de pena do Cebola, coitado!

Marina concordou, também muito triste com tudo aquilo.

– Eu também. Está certo que ele pisou muito na bola, mas agora está tentando consertar. Gente, eu não sei não, viu... se a Mônica deixar o Cebola muito magoado, acho que nem vou mais querer falar com ela!

– Isso não! – Magali objetou. – a gente não tem o direito de virar a cara com a Mônica por causa de uma coisa dessas. Esse assunto é entre eles e a gente não tem que se meter!

– Temos sim, somos uma turma, a gente se conhece desde criança! Tudo estava tranqüilo até a Mônica inventar de ficar com o Felipe e agora tá estragando tudo!

– Também não é assim, Marina! Eu preferiria mesmo que ela ficasse com o Cebola, mas se a Mô ficar com o Felipe, tudo bem. Que ela seja feliz com ele.

As outras duas não concordaram, mas também não falaram mais nada. Dentro de poucos dias, toda aquela história ia ter uma definição e elas tinham a esperança de que as coisas acabassem se arranjando. A Mônica se fazia de durona, mas no fim ela nunca resistia quando Cebola se derretia diante dela.


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