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História Contra todas as probabilidades - E a vida segue, mais ou menos


Escrita por: Mallagueta

Capítulo 28 - E a vida segue, mais ou menos


Aproveitando-se da ausência do irmão, que tinha ido testar alguns patins fornecidos pelos patrocinadores, Luísa entrou no quarto dele com a intenção de olhar seu computador. Ela não estava gostando nem um pouco de fazer aquilo, mas era necessário. Se dependesse do Felipe, ela ia acabar morrendo na ignorância. Era impossível arrancar alguma coisa daquele idiota teimoso.

Luísa sentou-se em frente o computador dele e foi acessar seus e-mails. Ela tinha reparado que Felipe passava horas na frente do computador olhando alguma coisa, mas quando ela chegava perto, ele fechava tudo. A única coisa que deu para ver era que ele estava acessando seus e-mails no Outlook. Então a pista que ela precisava estava lá.

Após olhar a lista de e-mails recebidos, ela viu um que era do Cebola e não pensou duas vezes. A foto que tinha naquele e-mail fez com que ela arregalasse os olhos. Então era por causa daquilo que Felipe tinha terminado com a Mônica? Que garota mais descarada! Como ela teve a coragem de trair seu irmão daquele jeito?

“Ah, eu vou dar uns tapas na cara daquela vagabunda! Espera só até ela chegar de viagem!” ela ia desligar o computador para sair rápido daquele quarto quando algo veio a sua mente.

“Olha, eu acho que você deveria procurar conhecer melhor as pessoas antes de ficar acreditando em qualquer fofoca por aí, viu?”

Ela não tinha nenhuma explicação lógica por ter se lembrado daquilo justo naquela hora, mas aquela lembrança fez com que ela parasse um pouco e ela resolveu encaminhar aquele e-mail para ela olhar no próprio computador em seu quarto Talvez as coisas não fossem o que pareciam ser.

Após enviar o e-mail para si mesma, ela apagou seus rastros indo até a pasta de itens enviados e excluindo o e-mail que ela tinha mandado. Com aquilo, Felipe não ia desconfiar de nada. Depois disso, ela desligou o computador e correu para o seu quarto. Assim ela pode olhar com mais calma e viu que aquela garota não parecia ser a Mônica.

“Estranho... quem será?” ela não conhecia mais ninguém que tivesse aquele cabelo. “Eu não conheço ninguém mais que tenha esse cabelo... será que o Cebola usou alguma outra aluna? Eu heim... e como é que o Lipe não percebeu nada? Aff! Ele é lerdo demais, viu?”

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– Ei, Magá, espera!

Ela virou-se e viu o Cascão correndo ao seu encontro. Ambos estavam indo para a casa do Cebola para uma reunião de emergência.

– Você sabe o que o Cebola tá querendo?

– Ele não falou nada. Olha, Magá, eu tô ficando preocupado...

– Eu também. A Mônica até ficou doente por causa disso tudo, coitada!

– Eu falei isso pro Cebola, mas você sabe como ele é.

– Sei sim. E depois ele vem falar da teimosia da Mônica, que coisa! Olha, eu não sei se quero continuar com isso não, viu? A Mônica é minha melhor amiga, quase uma irmã e agora a gente nem pode se falar mais? Tá muito difícil pra mim. Eu sinto a falta dela...

– Eu também. Cara, é chato demais nem poder chegar perto dela pra conversar! E dá até pena de ver como ela tem andado deprimida.

– Nem me fale! É horrível ver minha amiga sofrendo e não conseguir ajudar. Ela está sozinha e eu não tô podendo fazer nada!

Estava ficando muito difícil para eles. Os passeios com a turma não eram a mesma coisa sem ela. Tudo tinha ficado muito chato e sem graça.

– Chegamos. Vamos ver o que o Cebola vai aprontar dessa vez.

Quando todos chegaram, Cebola pediu silêncio e começou a falar.

– Bem, pessoal, eu chamei vocês aqui pra deixar bem claro que vamos seguir com o nosso plano. Quando a Mônica chegar na segunda, continuem fazendo a mesma coisa.

Ele olhou para a turma e todos pareciam tristes e desanimados. Ninguém ali queria continuar com aquilo.

– Você não acha que já chega? Ninguém aqui agüenta mais ficar de mal com a Mônica.

Todos concordaram. Aquela situação estava indo longe demais.

– Nada disso teria acontecido se ela não tivesse se afastado da gente. Ou você esqueceu que ela nos trocou pelo Felipe?

– Quer saber de uma coisa? Eu não acho que tenha sido por causa do Felipe.

O resto da turma acompanhava a conversa, ora olhando para o Cebola, ora olhando para Magali. Ambos tinham argumentos muito bons e estava difícil tomar partido de alguém. Todos ali estavam confusos e perdidos.

– E foi o que então, espertinha?

– A forma como nós a tratamos! Gente, pensa bem! Tudo o que fizemos foi isolar a Mônica, debochar dela, fazer brincadeira sem graça e um monte de outras coisas. Vocês queriam que ela fizesse o que?

– Que ela lutasse pela gente! Que tentasse ficar bem de novo! – Cebola falou voltado para todos e de forma eloqüente. – a Mônica sempre lutou pelos amigos, sempre correu atrás e nunca foi de desistir. Por que ela desistiu de nós agora? Por que ela não tentou reconciliar com a gente? Ela preferiu continuar com essa idéia do que ceder e ficar com os amigos! E por acaso esqueceram de que ela até bateu em mim e no Cascão por causa dele?

Aquilo foi suficiente para que todos ficassem do lado do Cebola e Magali acabou perdendo a batalha daquela vez. Nada do que ela falou foi ouvido.

– E o que a gente faz agora? – alguém falou e ele deu um sorriso vitorioso ao ver que tudo estava sob controle novamente. Com Magali fora de ação, ele voltou a dar instruções para o restante da turma. Não era nada demais, apenas que continuassem o que estavam fazendo. Após falar com cada um, ele voltou sua atenção para Magali novamente.

– E você, Magali, não venha ficar com peninha da Mônica, viu? Sua contribuição é muito importante. Se você amarelar, vai estragar tudo. Entendeu?

Ela ficou em silêncio, com os braços cruzados e olhando para o chão.

– Eu perguntei se você entendeu!

– Tá, entendi, não precisa gritar!

– Então responda. Você sabe que a contribuição de todo mundo é importante.

Depois de dar mais algumas ordens, ele dispensou a turma dando-se por satisfeito. DC saiu dali de cabeça baixa, irritado consigo mesmo por ainda estar comparecendo a essas reuniões e continuar a fazer o que o Cebola queria. E o olhar do Toni para ele também lhe irritava.

“Pra mim, você é apenas uma outra versão do Cebola.” aquilo martelava em sua cabeça de forma insistente e por mais que tentasse, ele não conseguia afastar aquele pensamento. E ele não estava gostando nem um pouco de se sentir igual ao Cebola.

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Após o jantar, ele não quis falar com mais ninguém e correu para o seu quarto. Sua vontade era de ficar sozinho com seus pensamentos. Felipe estava deitado em sua cama, segurando seu pingente com os dedos. Por que ele ainda usava aquela coisa? Não era para ter jogado aquilo no lixo? Ele não conseguia. De alguma forma que ele não conseguia explicar, estava difícil se desfazer daquela jóia que representava a ligação que ele tinha com a Mônica.

“Eu sou mesmo um burro, que bosta! Estou morrendo de saudade dela... será que ela vai demorar muito pra voltar?” ele virou-se para o lado e continuou dando curso aos pensamentos. Será que aquele lance do beijo foi mesmo pra valer ou o Cebola só andou jogando conversa pra cima dela de novo? Talvez ele a tivesse confundido, deixado confusa e como ela estava fragilizada com a perda dos amigos... e se fosse isso?

“Poxa, ela podia até estar bolada, mas precisava beijar a boca dele?” não, aquilo não era desculpa para a sua traição. Ou era? Talvez tivesse sido apenas um “acidente”, algo que aconteceu sem ser planejado, algo de momento que não se repetiu mais. Aí alguém se aproveitou e tirou uma foto só para fazê-lo brigar com ela. “Aposto que foi mais um dos planos ridículos dele, que droga! Mas poxa... mesmo que fosse um plano, não teria dado certo de ela não tivesse beijado ele... ou não? Ah, porcaria!” sua cabeça começou a ficar confusa e a sua única certeza era a saudade que ele sentia dela.

Teria valido mesmo a pena terminar o namoro? E se ele tivesse lhe dado mais uma chance? Talvez conversado seriamente com ela, colocado tudo em pratos limpos... afinal, a historia deles vinha de longa data e não fazia sentido esperar que tudo tivesse se acabado de um dia para o outro.

“Ela falou que não estava mais encanada com ele. Se bem que aquilo foi quando ele estava viajando, depois que ele voltou... não, peraí! Se ela quisesse, teria voltado a ficar com ele!” ele lembrou-se do dia em que Cebola a pediu em namoro com aquele ramo de flores e tudo. No entanto, ela recusou e com isso ficou contra os amigos.

“Ou será que ela arrependeu e tentou voltar atrás? Só que ela nunca pareceu arrependida!” mais uma vez ele ficou confuso e tentou parar de pensar naquilo. Foi em vão. Aqueles olhos castanhos não saiam da sua cabeça e ele começou a pensar na possibilidade de pedir para ela voltar. De que adiantava manter aquele orgulho besta e continuar sofrendo daquele jeito? Ele não conseguia esquecê-la e não agüentava mais ficar longe dela. Talvez o melhor seria passar por cima daquilo tudo e lhe dar mais uma chance.


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