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História Contra todas as probabilidades - Quanto maior a altura, maior o tombo


Escrita por: Mallagueta

Capítulo 40 - Quanto maior a altura, maior o tombo


Todo o conteúdo da rede foi despejado em cima da Mônica enquanto todos assistiam atônitos. Cebola também arregalou os olhos, mal acreditando no que estava vendo. Mônica permanecia serena, com um belo sorriso no rosto que com os braços abertos enquanto aquela chuva dourada era despejada sobre ela.

Era a última invenção do Franja, bolhas que estouravam liberando pequenos flashes de luz dourada e brilhante fazendo parecer uma pequena chuva de estrelas. Uma solução limpa e ecologicamente correta, já que não deixava resíduo e nem sujeira.

– O quê? Como? – ele exclamava apertando o botão várias vezes ainda com a esperança de que algo mais nojento e viçoso caísse em cima dela. Nada mais aconteceu e toda a platéia aplaudiu mais ainda, maravilhada com o belo final e a turma gritava freneticamente o nome da Mônica, atirando as margaridas em direção ao palco. Margaridas? Ele não agüentou e acabou gritando com os amigos.

– Ei, que palhaçada é essa? Eu falei pra jogar tomates! TOMATES! E por que não caiu melado com penas em cima dela?

– Ih, que cara mais chato!

– Tá estragando nossa diversão!

– Invejoso!

– Fica quieto aí!

Várias bolinhas de papel voaram em sua direção e Cebola sentiu como se algo estivesse estrangulando sua garganta ao ver todos aplaudindo e gritando o nome da Mônica. Muitos pediam bis e Felipe foi até o palco, entregando a para ela um buque de flores. Os dois deram um beijo apaixonado, levando a platéia ao delírio e Cebola ao desespero. Quando foi que eles fizeram as pazes? Como ele não ficou sabendo de nada? Aquilo só podia ser um pesadelo! O pior era que Denise estava gravando tudo e antes que aquele dia acabasse, o vídeo seria postado no youtube para ser visto por milhares de pessoas.

– Seus traidores, como vocês foram fazer isso comigo? Denise, pára de gravar isso agora senão você vai ver só uma coisa.

– Hahaha! Quem vai ver uma coisa é você, seu careca ceboludo!

Ele virou de novo para frente, onde Mônica e Felipe olhavam para ele com a cara fechada e irritados com seus chiliques. De repente, alguma coisa pareceu revirar dentro dele e um grande ronco se fez ouvir do interior das suas entranhas. Sua visão ficou turva e um sonoro pum saiu do seu traseiro.

– Ai, que nojo!

– Credo!

– O que esse cara comeu?

Todos se afastaram dele rapidamente e Cebola viu que não tinham sido apenas gases. Seu traseiro estava totalmente marrom e ainda liberando uma substancia mole e mal cheirosa que escorria pelas suas pernas por debaixo da calça. E aquilo tinha sido apenas o começo, já que sua barriga continuava roncando e ele sentia que mais uma remessa estava por vir. Sem pensar em mais nada, ele saiu dali correndo e mancando com dificuldade sob vaias, bolinhas de papel, assovios e deboches.

– Corre mesmo, seu cagão!

– Ih, olha lá a bunda do cara!

– Esse vai feder por uma semana inteira!

– Seu porco!

Denise se esforçava para manter seu controle e não rolar no chão de tanto rir. Aquela era a vingança mais perfeita da historia da humanidade. Deu trabalho pesquisar sobre um bom laxante e saber qual seria a quantidade ideal para funcionar na hora certa, mas tudo valeu à pena. Ela havia filmado tudo e foi como se uma bomba tivesse explodido no traseiro dele. Perfeito! Ela até pensava em postar aquela parte separadamente para que todos pudessem apreciar sem nenhuma moderação.

Não demorou muito para que todos se esquecessem do Cebola e voltassem a aplaudir Mônica, que saiu do palco depois que ele deixou o auditório correndo feito louco.

– Que show, heim? Eu disse que ia ser um estouro, não disse? – Licurgo falou para a platéia que não conteve o riso. – Agora vamos para o próximo show. E por favor, nada de bombas flatulentas na platéia. É para isso que existem banheiros na escola!

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– Ai, amiga, você foi demais! – Magali falou dando um abraço na Mônica, sendo imitada pelo resto da turma.

– Ficou lindo!

– Amei!

– Aquela chuva dourada do Franja deu um toque especial.

Todos a cumprimentavam e ninguém mais se importava por Felipe estar ao seu lado, todo orgulhoso da namorada. Toni e DC acompanhavam de longe, felizes com o desfecho da história. O Cebola tinha recebido uma boa e merecida lição.

– Nossa, o que aconteceu ali gente? Magali, por acaso você não andou dando alguma coisa com laxante pro Cebola comer, andou?

– Eu não!

– Fui eu. – todos olharam espantados para Denise, que exibia um sorriso de vitoria no rosto.

– Denise? Por que você...

– Achou mesmo que eu não ia à forra com aquele careca? Até parece!

– Mas isso foi demais...

– Demais nada, gatz. Ele mereceu.

– Eu não sei por que você tá com peninha dele. – Nimbus falou balançando a cabeça. – Ele não teve nenhuma pena de você quando te sacaneou durante todo esse tempo e não ia ficar com nenhuma pena de te ver coberta com penas e melado.

– É que...

– Não se sinta mal por ele, Mônica. É a lei do retorno. Tudo aquilo que fazemos aos outros, volta para nós. Pode parecer duro para ele agora, mas no futuro será um grande aprendizado.

Ela procurou esquecer aquilo e também não pode falar mais nada quando seus pais entraram nos bastidores para parabenizar a filha.

– Ai, filhinha, que orgulho! Você estava linda!

– Linda mesmo. – apesar de não ter gostado de ver aqueles rapazes babando pela sua garotinha, Souza teve que admitir que ela estava linda mesmo. Era inevitável que eles ficassem loucos por ela.

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Cebola estava sentado no vaso do banheiro, tentando colocar tudo para fora. O pior era que aquilo parecia não acabar nunca. Será que ele tinha comido tanto assim? E como se não fosse o bastante, suas calças tinham ficado totalmente imundas de cima a baixo. Sua cueca então, foi perda total. Ele não ia ter coragem de usar aquilo de novo.

“Droga, que bando de filho da puta! Ah, isso não vai ficar assim não! Se ela pensa que me derrotou, tá muito enganada! Eu vou dar a volta por cima e me vingar dela e de todo mundo que aprontou essa sacanagem comigo!”

A diarréia por si só era terrível, mas não era a pior parte. O que mais doeu foi aquela sensação de ter o chão desmanchando sob seus pés, tirando-o do topo e atirando-o instantaneamente ao pântano pegajoso da derrota.

Ela tinha vencido, mais uma vez. Mais uma vez seu plano fracassou. Como ele não percebeu isso antes? De repente, tudo ficou claro para ele. Ela tinha feito as pazes com Felipe e com a turma sem que ele percebesse e com certeza armou aquele plano. E tudo isso por debaixo dos panos, não deixando que ele descobrisse nada! Enquanto ele pensava que estava no topo como dono da rua, dominando a todos como um soberano, ela tramava pelas sombras fazendo com que ele acreditasse estar no controle de tudo só para depois derrubá-lo com um único golpe.

Estava difícil acreditar que seu plano tinha falhado de uma forma tão vergonhosa. Ele não tinha somente falhado. Tinha contribuído, sem querer, para dar um lindo final ao show dela. Que bela ironia... ele apertou aquele botão pensando que ia fazê-la sofrer a pior humilhação do planeta e tudo o que conseguiu foi deixá-la ainda mais radiante e poderosa.

E mais difícil ainda era aceitar que outra vez, a Mônica lhe superou com um plano. Até em bolar planos ela era melhor do que ele! Apesar de ter feito poucos, todos funcionaram muito bem. O que mais doía era aquela sensação de ter tido o mundo aos seus pés e de repente tudo lhe foi tirado de uma única vez. Era uma sensação desagradável que ele não conseguia se livrar dela. Até poucos dias, ele era o dono da rua, mandando e desmandando de acordo com seus caprichos. Depois daquela noite, ninguém mais iria levá-lo a sério novamente. Todo o respeito que ele tinha da turma foi para o espaço.

Aliás, ele teria muita sorte se não acabasse apanhando nos próximos dias. Agora que todos idolatravam a Mônica, não ia mais ter lugar para ele naquela turma. Cebola sabia que depois de tudo, ele seria deixado de lado sem a menor consideração.

Uma voz vinda do lado de fora interrompeu sua autocomiseração.

– Cebola?

– Vai embora, não tá vendo que eu tô ocupado me virando do avesso?

– Deixa disso, careca. Eu ainda tô do seu lado.

– Se tá do meu lado, então por que não me falou nada, porra?

– Porque você tava indo longe demais com isso. Eu falei antes e vou falar de novo: sou seu amigo pro que der e vier, menos pra fazer coisa errada.

– Todo mundo estava tramando pelas minhas costas e você não avisou!

– Não ia adiantar. Mesmo que eu falasse alguma coisa, todos iam continuar do lado da Mônica.

Seu amigo abaixou a cabeça. Aquilo não deixava de ser verdade. Mesmo que Cascão falasse sobre o plano da Mônica, no fim ela acabaria saindo vitoriosa porque tinha novamente a turma do lado dela.

– E por que você veio atrás de mim?

– Porque ainda sou seu amigo, ué! Se não fosse, não estaria aqui agüentando sua bomba fedorenta. Credo, nem eu sou tão fedido assim!

– É porque alguém colocou alguma coisa na minha comida!

– Deixa isso pra lá. Olha, eu trouxe pra você uma calça minha que tava lá no meu armário há alguns dias. O cheirinho tá meio ruim, mas dá pra você ir embora com alguma dignidade.

– Por que tá me ajudando?

– Você é vacilão pra cacete, mas ainda é meu amigo.

Cebola ficou calado por um tempo, como que perdido em seus pensamentos e depois voltou a falar com o amigo novamente.

– Acha mesmo que eu fui um vacilão?

– E como! Você foi o rei dos vacilões!

– Também não precisa exagerar, né?

– Não tô exagerando, careca. Dessa vez você foi longe demais.

– Eu só queria a Mônica de volta.

– Isso não vai rolar. Você teve sua chance e deixou passar. Agora ela tá em outra e feliz da vida.

A última frase ficou martelando na cabeça dele e foi preciso um esforço muito grande para não chorar. Durante anos, sua vida girou em torno do sonho de superá-la. Seu sonho de ser dono da rua, dominar o mundo, se tornar grande e poderoso... tudo aquilo era por ela. De uma forma ou de outra, era pela Mônica que ele lutava.

– O que eu faço agora, Cascão?

– Primeiro termina de cagar aí pra não ser pego desprevenido no meio da rua. Eu também trouxe uma toalha pra você molhar na pia e se limpar. E pode jogar fora depois porque eu não vou querer isso de volta nem a pau!

– ...

– No mais, só te resta juntar os cacos e seguir em frente. Com o tempo, as coisas se ajeitam.

– Ajeitam nada! É bem capaz do resto do pessoal querer me arrebentar todo!

– Sei lá, de repente eles nem vão mais querer te dar uma surra.

– Por que acha isso?

– Porque chutar cachorro morto não tem graça. E você tá pra lá de morto, rapaz. Até cheira como se fosse um! Hahaha!

Cascão deu uma risada e voltou a falar, dando umas leves batidas na porta do banheiro.

– Agora termina logo aí pra gente ir embora. Isso tá ficando meloso demais e eu não tenho paciência pra choradeira de marmanjo.

Notas Finais


E aí, gostaram do castigo do Cebola? Vamos ver se agora ele toma vergonha na cara e pára com esses planos, né?


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