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História Contrato - Fillie - Quebra-cabeças e redemoinhos de possibilidades


Escrita por: fl0rence

Notas do Autor


Capa de hoje foi feita pela maravilhosa @gigi_dodoc e eu preciso dizer que chorei lendo os quotes igual foi com a outra gigi (kkkkk) eu amo quando você tem o cuidado de colocar trechos da história ❤️

E agora, vamos de surto!

Capítulo 52 - Quebra-cabeças e redemoinhos de possibilidades


Fanfic / Fanfiction Contrato - Fillie - Quebra-cabeças e redemoinhos de possibilidades

Dei um passo para o lado porque eu estava praticamente atrás dele, que continuava esmagando meus ossos da mão. Eu conseguia sentir a tensão irradiando dos seus quase dois metros de altura e pela primeira vez eu acho que ele teria saído correndo se pudesse. 

– Será que poderia abaixar essa coisa? – Pediu ao irmão. – E vocês também, se não for pedir muito. – Tombou a cabeça para o lado para dirigir-se à Gaten e Caleb, que pareceram sair de um tipo de transe e abaixaram as armas. Noah não o fez. Mesmo de longe eu podia ver uma veia saltada em seu pescoço. – Noah? 

– Abaixe a arma, Schnapp. – A voz grave de Finn reverberou no ambiente quando ele voltou a si. O aperto em minha mão afrouxou suavemente mas não senti alívio algum. – Schnapp. – Repetiu incisivo e ele enfim obedeceu. Os olhos verdes dela voltaram-se em nossa direção outra vez. – Quem te deu permissão para vir aqui? 

– Huh... você? Visto que me trouxe aqui um milhão de vezes. – Arqueou as sobrancelhas ao falar. – E eu tenho isso, lembra?! – Sacudiu um molho de chaves e jogou-o. Ao invés de Finn pegar no ar como o esperado, deixou o objeto cair no chão aos seus pés sem desviar o rosto impassível do dela, ao contrário de mim, que não somente olhei para o conjunto de chaves como li o chaveiro. “C.S.W”. 

C.

S.

W.

Senti meu estômago embrulhar quando o significado daquilo atingiu-me como um soco e pareceu que eu viria a desmaiar, apertei a mão dele para dar estabilidade mas ele não notou. Continuava interrogando a mulher em nossa frente.

– O que está fazendo aqui? 

– Credo, Wolfhard, onde está o seu senso de humor? Eu tentei contatar. Mas você fez questão de ignorar todas as vezes. 

Era ela. 

As ligações. A respiração que eu ouvi. Era ela.

– Claro que era você. – Assimilou com uma pitada de ironia para si mesmo. – ID bloqueado? – Ela chacoalhou os ombros e o cabelo comprido deslizou para as costas. 

– Dado o pequeno imprevisto... Não foi difícil lembrar o caminho. 

– Você não é bem vinda aqui. – Noah pronunciou e um lampejo de mágoa atravessou as íris identicas às dele.

– Você é meu irmão! 

– Não mais. – Respondeu rude. Instintivamente me movi no intuito de ir até ele porque vi em seu semblante que por trás da raiva havia ressentimento. Finn impediu-me de sair do lugar. 

Chloe olhou de Noah para mim. De mim para Noah. Depois passou para Finn e então para nossos dedos entrelaçados. Ela curvou os lábios para cima como se tivesse acabado de desvendar o final de um filme com roteiro ruim.

– Arranjaram uma substituta?! Quantos anos essa garota tem? 

– Essa garota – Soltei a mão de Finn e dei um passo para frente. – se chama Millie. E não substituí ninguém, não preciso me prestar à esse papel. Se estou aqui é porque conquistei o meu lugar. Agora, se ainda não entendeu onde fica a saída; o que é de se preocupar já que esteve aqui um milhão de vezes, a gente mostra para você. E ah, o nome disso pode ser alzheimer, recomendo procurar um médico antes que seja tarde. – Atravessei o espaço ouvindo os passos do moreno atrás de mim. 

 

 

– Finn! – Chamei depois de segui-lo até o seu quarto. Ele não mencionou uma sílaba desde que saímos do galpão e pareceu estar em uma espécie de piloto automático em tudo que fez a partir daquele momento. Abriu uma das gavetas do móvel de cabeceira do lado em que ele dorme e pegou alguma coisa que não consegui ver.

– Agora não. Eu preciso ficar sozinho. – Falou metódico. 

– Finn...

– Eu preciso ficar sozinho. 

– Certo, Finn. – Meus ombros caíram e comecei a ir para fora do quarto que exalava perfume masculino. 

– Ei, o que está fazendo? – Segurou meu braço.

– Indo para o meu quarto. Você não disse que quer ficar sozinho?

– Sim, mas não mandei você embora. 

– O quarto é seu. 

– É nosso. – Eu nem consegui aproveitar a sensação passageira de borboletas no estômago por sua frase. – Eu vou para o escritório.

– Finn, eu entendo... 

Nosso. – Repetiu, lançando-me um último olhar, cheio dos seus segredos, e foi embora. 

Mordi o lábio inferior. Meus olhos marejaram mas não permiti que as lágrimas se libertassem. 

O que diabos aconteceu essa noite? 

Tudo pareceu começar a fazer sentido. As peças do quebra cabeça começaram a ser parecidas umas com as outras. 

O quanto eu não sei sobre ele? Sobre eles.

Noah tem uma irmã. 

A irmã de Noah era... merda

 

– Você precisa disfarçar melhor.

– Disfarçar o quê? – Suguei minha vitamina de mirtilo pelo canudo e Noah me olhou com cara de tacho.

– Você está louca de tesão por ele. – Engasguei com o líquido e por um tris eu havia engolido e perdi a oportunidade de cuspir tudo na cara daquele imbecil. 

– Você está maluco?! – Perguntei com a voz mais estridente que o necessário depois de uma crise doida de tosse. Eu deveria estar vermelha como um tomate. 

– Não. Só constando os fatos. 

– Não sabe do que está falando. 

– Sei, e por isso vou pedir que tome cuidado. 

– O quê? 

– Cuidado com os seus sentimentos. 

– Eu mal o conheço.

– Uma noite pode mudar tudo. 

– Se está insinuando que eu vou transar com ele e pior, me apaixonar por ele, saiba que nunca esteve tão equivocado. Eu até posso... uh, estar... levemente atraída mas não significa que vai passar disso. Já me senti atraída por um milhão de caras e nem por isso fiquei com eles. E para que se lembre, antes de tudo, eu o odeio. 

– Eu já ouvi essa história antes.

– Como assim?

– Nada. – Ele enrijeceu e corrigiu a postura. – Apenas seja cuidadosa. Muita coisa pode acontecer em um ano.

 

 

Suas escleras estavam vermelhas e as pupilas dilatadas. Porém seu olhar era vazio. Senti o peito apertar. 

– O que aconteceu? – Talvez fosse inútil conversar, passei por isso umas boas vezes. 

– Millie? 

– Sim. – Sentei próxima a cabeceira da cama. 

– Eu não consigo. 

– Não consegue o que? – Ele permanecia olhando para o nada e foi nessa hora que vi marcas de batom em seu pescoço. 

– Não pode acontecer, Millie. 

– O quê? O que não pode acontecer? 

– Não de novo... Não posso. 

 

 

– Se der mais um passo eu atiro. Millie, vá para dentro. – Mandou e não movi um músculo. Engoli seco ao ver a pistola reluzir entre os dedos longos dele.

– Mantendo-a debaixo de suas ordens, Finn? Da mesma forma que não fez com...

– Cale a boca, Joseph. – Rangeu.

– Por onde ela anda? – Perguntou.

– Não sei e não me importo. Agora suma daqui antes que eu estoure a sua cabeça. – O outro riu com desdém.

– Nos vemos em breve, Wolfhard. – Subiu na moto e saiu cantando pneu. Finn prendeu a arma na calça. Esteve com ela o tempo todo e eu não vi?

– De quem ele estava falando? – Pôs sua atenção em mim.

– Ninguém que valha a pena ser mencionado. Você está bem? – Perguntou com o tom de voz totalmente mais brando, colocando uma mecha de cabelo atrás de minha orelha.

 

 

– Não sabia que eram amigos há tanto tempo. – Na verdade imaginei que o convívio deles era apenas por conta dos negócios de seus pais com Finn. 

– Nós... Huh, tínhamos pessoas em comum. – Olhou por cima de meu ombro. – A minha festa de aniversário vai ser na sexta. Sua casa. E acho que seu marido está pronto para uma dança. – Virei-me e avistei Wolfhard em toda a sua aura de galã temido e respeitado caminhando rumo a mim. 

 

 

– Se faltar com respeito com minha mãe outra vez ou pronunciar mais uma vírgula à respeito da integridade de Millie eu juro, Eric, eu juro que acabo com você. – Ameaçou e soltou-o com força. Eric arrumou a camisa cara no pescoço.

– Você está apaixonado. – Afirmou soltando uma risada pelo nariz.

– Cale a boca. 

– Você está apaixonado e está cego. Da última vez que ficou enfurecido assim, Michael, foi defendendo outra pessoa. E ambos sabemos que as coisas não terminaram bem. – Tapei a boca com as duas mãos para sufocar o grito horrorizado ouvindo o estalo de quando Finn avançou contra seu pai dando um soco tão forte em sua cara que o lançou contra a parede. Ele começou a sangrar na mesma hora. 

 

 

– Estalei a língua no céu da boca. Tinha algo ocupando um espaço bem grande da minha cabeça e eu precisava perguntar. – Finn.

– Meu nome. – Respondeu ainda com a atenção posta sobre mim.

– Charlie é a dona dos livros? 

– Quê? 

– Os livros da biblioteca. Alguns estão assinados como C.S. É ela, não é? – Finn estudou meu rosto por incontáveis segundos antes de me dar uma resposta.

– Não. Não é. – Respondeu por fim. 

 

 

– Eles não te contaram a história toda, não é?

– Não. Melhores amigos guardam segredos, não é? – Repeti. E falo por experiência própria. 

– Sim. E eu admiro a irmandade dos dois. – Charlie mordeu o lábio ao exalar o ar dos pulmões. – Eu o amo, Millie. E eu sei que Noah sente algo por mim também. – Olhou para baixo e chutou uma pedrinha com a ponta dos sapatos. – Os seis anos de diferença que nos separou anos atrás não foi o único problema. – Contou – Existe outra pessoa, Millie. E ele sempre vai escolhê-la. De modo algum eu o julgo por isso. Não escolhemos a quem amar. E quando ele tiver de escolher, por que essa hora sempre vai chegar, vai ser ela. Ele sempre vai escolher ela. E não podemos lutar contra isso.

 

Porque eu sinto que estou prestes a ter o meu coração partido pelos dois homens que eu mais amo? 

 

Eu não sei quanto tempo passou e nem quanto tempo eu fiquei esticada no colchão mirando o teto. Um redemoinho de pensamentos, possibilidades, incertezas e receios girava em minha cabeça, fazendo-a latejar. Bem agora. Tudo isso bem agora.

Descasquei todo o esmalte  das cinco unhas da mão direita. Abaixei as pálpebras na mesma hora em que escutei, devido o silêncio, seus passos no corredor. Se existe uma coisa em que sou boa, essa coisa é fingir dormir. As luzes permaneceram apagadas quando a presença dele inundou o quarto. Regularizei a respiração para parecer mais leve e lenta. Senti-o na ponta da cama e então ele pegou o meu pé, desamarrando meus sapatos um de cada vez e deixando-os no chão. Em seguida controlei o arrepio quando seus dedos vieram para o cós da minha calça, abaixando e puxando-a pelas minhas pernas devagar e então foi a vez da blusa que eu vestia; tirou-a com todo o cuidado para não me acordar e suspirei sem querer em alívio, pois o tecido pinicava. Um toque macio espalhou-se em meu tronco quando deslizou uma camisola de seda fina em mim e por fim o edredom cobriu-me até a altura dos ombros. Finn permaneceu sentado na beira da cama como se observando-me e segundos depois retirou alguns fios de cabelo que tampavam meu rosto. Prendeu-os atrás da minha orelha e dedilhou minha bochecha com as costas dos dedos quentes. Um exalar prolongado escapou-lhe dos lábios e sua voz soou baixa:

– O que eu faço, Mills? O que eu faço? – Trouxe a carícia para o meu cabelo. – Eu sei que não deveria... mas não consigo controlar o que sinto. Sou bom em esconder. Mas eu sinto. E isso está acabando comigo. Porque vai... – Acabar com você. 

Ele não disse, só que eu sabia que seriam essas as suas palavras. 

Ele se afastou e as portas encostaram-se uma na outra. Foi o tempo de saltar da cama e correr para a janela para ter o vislumbre da lambo atravessando os pesados portões de ferro da mansão.


Notas Finais


TEORIAS NA MINHA MESA VAMO


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