– Aconteceu algo? – A voz do dono do apartamento fez-se audível quando entrou juntamente de Gaten, Caleb e Sadie.
Espera...
– Sadie?! – Exclamei expressamente confusa, todavia alegre porque estava com saudades. Ela ergueu a mão e oscilou os dedos em um aceno que complementava o sorrisinho em seu rosto. Com apenas uma troca de olhares combinamos de conversar mais tarde, nossa interação durou meio segundo e Finn respondia a pergunta do melhor amigo.
– Chloe aconteceu.
– Ela estava aqui quando chegaram. – O rapaz dos olhos claros deduziu.
– E você não me parece muito surpreso. – Comentou o que permanecia ao meu lado.
– Não era para ela ter estado aqui desde que saí, há uma hora.
– Ela está ficando com você? – Ouvi minha própria voz.
– Na verdade está hospedada em um hotel não muito longe daqui, mas passou a noite.
– Como ela ficou sabendo? – Dei alguns passos em sua direção. – Por que não contou para mim, Noah?! – Minhas perguntas saltaram antes que eu tomasse nota delas.
– Do que está falando, Mills? – Suas sobrancelhas franziram.
– Sobre n... – E então me toquei da presença de Gaten e Caleb que não tinham ideia do ocorrido. Suspirei, dando de ombros. – sobre nós dois. – Evitei reparar as reações dos nossos amigos.
– Ela não sabe sobre isso. Eu nunca contaria.
– Bem, ela sabe. E armou um circo. Por que não me disse que já tinha contado ao Finn na época em que aconteceu, droga?! – Sobressaltei-me um pouco e o cacheado segurou meu braço.
– Essa questão é a menos importante agora, Mills. – Voltou a olhar para Schnapp. – Pelo visto ela aproveitou a visitinha e andou fuçando onde não devia.
– Filha da puta. – Noah xingou, largando as sacolas de papel sobre o sofá e cruzando a sala afim de alcançar outro cômodo. Todos nós o seguimos.
Ele acendeu a luz de uma sala que parecia ser seu escritório. Era linda mas não tão imponente como a de Finn. Observei a tela de um iMac. É claro que ele também possuía câmeras. Moveu o mouse e começou a clicar em algumas configurações até chegar na pasta de arquivos datados de forma mensal. Céus, ele não vai abrir isso na frente deles, não é?
Saberem do episódio é uma coisa, deixá-los assistir é outra completamente diferente e indiscutivelmente embaraçosa.
Soltei a respiração presa quando vi que ele não abriria o video. Exalei tão fortemente que senti minhas maçãs do rosto enrubescerem pois deram risadinhas. Sequer fiz esforço para discernir quem. Esfreguei os dedos umedecidos pelo suor no jeans. Ele verificou a data de último acesso confirmando que havia sido naquele intervalo de tempo.
– Por que não deixou seu escritório trancado sabendo que ela viria?
– As trancas no hangar resolveram alguma coisa para você? – Alfinetou.
– Hã... então... – Escutei pela primeira vez no dia a voz de Gaten após um pigarreio. Virei-me em sua direção. – Suponho que pegamos o que rolou mas a plateia aqui gostaria de ficar a par da novela mexicana, rola? – Dois pares de olhos voltaram-se para mim. Um verde e outro castanho.
– Ugh! – Foi minha resposta ao sair puxando a ruiva comigo que não fez questão de esconder a gargalhada. Abri a porta a empurrando para dentro.
– Nossa.
– O quê? – Perguntei assim que fechei a estrutura de madeira.
– Ele é cheiroso.
– É mesmo. – Respondi enquanto ela inspecionava panoramicamente o quarto do morador da cobertura que exalava a fragrância de seu perfume.
– Adorei a roupa de cama.
– Claro, eu tenho bom gosto. Agora...
– Você tem bom gosto? – Uma sobrancelha alaranjada arqueou-se.
– Sim, agora será que pode me exp...
– Por que diabos você escolheu a roupa de cama dele?
– Bem, houve um acidente e eu vomitei na outra. – Respondi torcendo o nariz pela lembrança nada agradável.
– Ele não tem sabão? – Dei uma risadinha.
– É que eu me senti tão mal que quis recompensar.
– Se você vomitou na cama dele significa que você estava sobre ela.
– É mesmo, Sherlock? – Um sorriso típico de Sadie Sink começou a aparecer em seu rosto cor de leite. – Ah, não, nem vem. Eu estive na cama porque passei mal.
– Não falei nada, oras.
– Tira esse sorriso estúpido, não sou você. Sabe que estou oficialmente com Finn.
– Eu sei, estou zoando com a sua cara. – Seu semblante mudou. – E eu preciso contar uma coisa.
– Que se apaixonou por Caleb? Essa nem precisa, está na sua cara.
– O QUÊ? Claro que não, perdeu o juízo?! – Mordi o lábio sorrindo. – Eu apenas estou sem paciência para homens e daí eu decidi que posso ficar um tempinho com ele para não me estressar e...
– Aham. Claro. E está escrito otária na minha cara.
– Bem, já que você mencionou... – Falou sugestivamente e abri a boca chocada, avançando contra ela que caiu na cama e bati um travesseiro em sua cara. – Ai! – Ela deu um gritinho e eu dei risada. Ela aproveitou o momento de distração para retribuir o gesto.
– Ah, sua... – E a fala foi interrompida pela porta sendo aberta.
– Uau, há quanto tempo eu não via duas mulheres na minha cama?! – E então um tapa duplo na parte de trás de sua cabeça; um desferido por Wolfhard e outro por McLaughlin. – Ouch! Isso tudo é inveja?! – Gaten gargalhou. – Que tal virem comer e deixem isso para mais tarde? – Taquei outro travesseiro em sua direção, errando o alvo. – Boa tentativa, Algodão doce!
Meu corpo quis amolecer quando o orgasmo me atingiu em ondas. Joguei a cabeça para trás apertando as pálpebras mas permaneci impulsionando-me de encontro a Finn em uma tortura delirante e prazerosa. Apertou os dedos em minha cintura quando ficou prestes a atingir o seu clímax também. Acelerei os movimentos e estremeci quando seu líquido quente misturou-se ao meu e um rugido rouco escapava-lhe dos lábios.
Continuei por mais alguns segundos até não aguentar mais e desabei em seu peito quente e acelerado, meus cabelos espalhando para todos os lados. Ele abraçou o meu tronco pelos instantes em que ficamos em silêncio tentando estabilizar nossas respirações.
– Antes de eu aparecer, o que você queria fazer? – Sua voz arrastada e satisfeita estremeceu-me da cabeça aos pés.
– Huh?
– Você ainda tem dezoito anos; embora pareça mais velha, deve ter planos de uma universidade ou algo assim. – Ergui a cabeça. Ele estava me encarando.
– Por que isso agora?
– Estou curioso.
– Eu não sei.
– Mas você quer?
– Se eu encontrar algo que faça o meu coração bater mais forte. – Sorri e ele passou a encarar minha boca. Os dedos longos e quentes deslizaram pelo contorno como se fossem asas de borboletas.
– Qual o seu maior sonho, Mills? – Prendi o ar na garganta. Ele fingiu não perceber a mudança.
Não era apenas uma pergunta.
Era muito mais que isso. Muito.
Eu gostaria de agir como se estivesse tudo bem, mas não estava.
– Depois de tudo, o que você quer? – Continuou olhando para os meus lábio e agradeci mentalmente por isso. – Eu não quero atrapalhar sua vida. – Concluiu.
Eu não posso.
Eu não sabia o que dizer.
O quanto ele me ama?
O quanto eu o amo?
– Por que está fazendo isso? – Quase não me escutei.
– Porque o futuro não irá esperar.
O futuro já não esperou. Eu não posso voltar atrás. Eu não quero voltar atrás.
– Eu sou o que sou, Sunny. – Uma camada de amargura sobrepôs a raiva escondida.
– O quanto você me ama, Finn? – Suspendi meu olhar à ele pela primeira vez.
– O suficiente para querer o melhor para você por mais que acabe comigo. – Subi a mão do seu tórax duro até seu queixo e segurei alguns cachos umedecidos pelo suor. Mexi o quadril propositalmente, pois seu membro continuava dentro de mim. Vi seu pomo de adão subir e descer.
– Então apenas continue me amando até que nada mais importe.
Na manhã seguinte fui semi desperta por lambidas em meu rosto.
– Ai, Freddie. – Resmunguei, tirando-o de perto do meu rosto e o abraçando como se fosse um bichinho de pelúcia. Ele se mexeu tentando se aconchegar, logo em seguida ficou quietinho e acabei pegando no sono novamente.
– Mills – Ouvi a voz dele ao fundo e pétalas roçando os meus ombros e então minha bochecha. – Mills! – Abri um olho e encontrei Finn sentado na cama e inclinado em minha direção. Fechei.
– Uhm, quê?
– Já é meio dia.
– E daí?
– Você não tem um compromisso? – Subitamente meu corpo congelou e fiquei desperta.
– Não.
– Não?
– Não.
– Se bem me lembro marcou de ir almoçar com Barbara hoje.
– Era um chá da tarde, e na quarta feira.
– Vocês tinham adiantado.
– Não vai mais acontecer.
– Por quê?
– Se bem me lembro – Repeti sua fala – você ficou todo irritadinho quando contei.
– E você disse que não havia pedido minha opinião e muito menos permissão.
– Mudei de ideia.
– Assim do nada?
– Sim, agora se puder por gentileza...
– O que aconteceu? – Cruzou os braços marcando os bíceps. – Millie!
– Huh, o quê? – Pisquei mudando o foco de minha atenção.
– Eu perguntei o que aconteceu.
– Nada. Não aconteceu nada. Olhe, Finnie, depois eu remarco com ela aqui em casa, ok? Você nem queria que eu fosse.
– Como se isso fosse impedí-la de tentar sair.
– Estou indisposta, apenas isso. – O olhar penetrante dele caiu sobre mim e não consegui encará-lo por mais que poucos segundos. Meu coração sobressaltando no peito. Pude sentir quando travou o maxilar, puxando o ar para os pulmões.
– O que aconteceu na festa?
– N-Nada. – Gaguejei. Droga.
– Millie...
– Não aconteceu nada, eu juro! – Tomei coragem de olhar para ele, não gostando nada do que vi.
– Não pense nem por um segundo que não reparei em como você estava quando voltou do banheiro. Vou perguntar apenas mais uma vez. O que. Aconteceu. Na festa? – Eu senti a ira dele borbulhar de cada palavra dita pausadamente. Eu estava encurralada e sabia no que aquilo iria resultar.
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