História Controversial of Love - Almost

Allison Argent P.O.V

Não sei como, mas eu consegui dormir um pouco. Acabei acordando um tempo depois. Peguei meu celular e olhei as horas. Era exatamente 3:00, olhei pro lado para ver como estava Isaac. Ele dormia normalmente como se nada tivesse acontecido e como se aquela pilastra fosse a cama dele. Ao olhá-lo começou a crescer um pouco de dó por ver ele daquele jeito, eu estava praticamente igual, mas eu tinha minha blusa pra apoiar minha cabeça. Comecei a puxá-lo devagar para não acordá-lo, apoiei sua cabeça em meu colo e decidi dormir  novamente. Peguei minha blusa, apoiei ela na pilastra e encostei minha cabeça novamente.

[...]

Um tempo depois acordei novamente, desta vez já estava claro. Peguei meu celular novamente e olhei as horas, 7:00. Quando percebi que eu estava mais que atrasada pra escola me desesperei e comecei a gritar feito louca. Isaac continuava normal, mas um tempo depois ele começou a acordar, mesmo assim muito calmo pra situação. Foi quando ele levantou sua cabeça de vez, parou e me olhou enquanto eu estava quase tendo um ataque.

- QUAL O SEU PROBLEMA? - Isaac gritou mais alto que eu. - O que to fazendo deitado aqui?

- Qual é meu problema? Primeiramente olha só isso aqui. - Mostrei as horas pra ele. - Segundo, eu fui gentil e coloquei sua cabeça no meu colo, seu ingrato. - Me levantei esperando ele levantar também. Logo depois ele se levantou e foi em direção a porta. - Vai faltar?

- Claro que não, eu vou é pegar minhas coisas e correr pra escola não ta vendo? - Isaac se aproximou da porta e tentou abrir a maçaneta. -Droga. - falou baixo.

- Bom, se você quiser entrar, creio que vai ter que arrombar a porta. - Dei um riso sarcástico enquanto fazia gestos engraçados. Me virei contra ele e comecei a caminhar em direção ao meu carro.

- Que engraçada você, seu humor é sempre magnífico na verdade acho que você tem grandes chances de ser humorista ou ocupar um lugar no circo, palhaça. - Parei onde eu estava e me virei pra ele, ele deu um sorriso.

- Vou anotar isso aí. - Apontei pra ele e dei uma piscada. Me virei novamente e continuei andando. Fui até meu carro, destravei-o e entrei. Fechei a porta e observava o Isaac com cara de abobado, já que eu ia pra escola e ele continuava lá parado trancado de fora. Coloquei a chave e a rodei. O carro não ligava. Isso mesmo não ligava, ai que ótimo. Dei um soco no volante e bati minha cabeça no banco. Eu estava perdida mesmo. O carro nem era meu era do meu pai e ele precisava pra ir trabalhar. Eu só tava com pontos negativos pra começar dormi fora de casa, menos um ponto pra mim, quebrei o carro, menos dois pontos, vou faltar de aula, menos três, meu pai deve estar mega preocupado, menos quatro e por fim fiz tudo isso com um garoto por perto "nada de garotos" foi o que meu pai disse, e parece que agora depois disso eu não dei a mínima pro que ele falou. Ignorei totalmente. Menos 5 pontos pra mim.

- Ótimo. - Bufei. Abri a porta e fui caminhando de volta a casa do Isaac. Ele estava sentado na escada com os braços apoiados. Ao me ver ele começou a rir.

- Voltou por que bozo? 

- Estou ferrada, fiz várias coisas erradas, várias mesmo. - Sentei-me ao seu lado

- Hm.

- Não vai me perguntar o que eu fiz?

- Não. Na verdade não quero saber das merdas que você faz. - Eu o olhei, ele olhou e desviou o olhar pegando algumas plantinhas que tinham próximas a escada.

- Acho incrível como seu humor muda tão rápido. Esses dias estava me ajudando na detenção e hoje está sendo grosso e chato mais uma vez. 

- Pois é - Ele deu de ombros. Ele mexia e trançava as plantas, eu fiquei olhando até que ele percebeu, então jogou elas em um canto. Mudei meu olhar e dessa vez observava os carros que passavam pela rua. Ficamos um bom tempo calados até que pelo canto do meu olho vi que ele estava mexendo no seu machucado.

- Cadê seu pai?

- Deve estar lá dentro ainda. - ele continuava mexendo em seu machucado.

- Ei larga isso. - Dei um tapa em sua mão. Ele parou e me olhou.

- Olha só, para. Eu estou bem e é o meu machucado portanto me deixa. 

- Tudo bem então se infeccionar, não diga que eu não avisei. - Fiquei observando ele retirar a gaze. Realmente eu estava exagerando, não tinha quase nada ali praticamente nada na verdade. Tinha como se fosse um arranhado, dava pra perceber, mas era quase irreconhecível.

- Ai meu deus Allison, está sangrando muito! Acho que vai sair meu cérebro disso aqui. - Ele olhou pra mim e começou a rir.

- Acho que você que está ótimo pra humorista. - Dei um sorriso falso enquanto colocava minha blusa de frio, é estava cheia de suor de Isaac porém eu estava com frio. Nesse momento escutamos um barulho, vinha de dentro da casa do Isaac. Olhamos um pro outro assutados. 

- Ele ta vindo. - Isaac não pensou duas vezes, pegou em minha mão e começou a me puxar. Eu estava sem controle do meu corpo e Isaac só me puxava pro jardim dele. Quando tomei controle de mim parei, Isaac parou e me olhou.

- Por que parou? Vamos. - Ele começou a me puxar de novo.

- Calma, pra onde vamos? Temos que ver um lugar. - Começamos a observar tudo em volta, quando avistei um arbusto. - Ali! - apontei pro arbusto, ainda estávamos de mãos dadas então dessa vez eu que estava puxando Isaac. Corremos muito até chegar lá. Isaac tinha paralisado. Simplesmente parado ali do nada. Fui me abaixar, mas nossas mãos dadas acabou atrapalhando e nos dando mais um problema. Comecei a puxar o braço dele, sem resposta nenhuma da parte dele. Decidi então dar-lhe um arranco, então eu usei minha outra mão e o puxei pra baixo. Péssima ideia, fez com que Isaac caísse com tudo em cima de mim.

- O que está fazendo? - Isaac me olhou enquanto tentava sair de cima de mim. Eu comecei a rir e logo ele também estava rindo.

- Te ajudando mais uma vez, ou você preferia ficar em pé paralisado ali e seu pai viesse?

- Ta, ta bom. Só acho que agora você já pode soltar minha mão. - Ele fechou a cara, me olhou e logo olhou pra nossas mãos ainda entrelaçadas. 

- Só te avisando que você que pegou na minha mão. - Soltei minha mão da dele. Ficamos um bom tempo sem falar nada. - Quer conversar sobre sua vida... Seu pai? - engoli um seco.

- Definitivamente não.

- Qual é Isaac, pode confiar em mim, eu juro.

- Não quero falar, não entendeu?

- Tudo bem eu só queria ajudar. -  Abaixei a cabeça. Isaac me olhou.

- Ta, desculpa. É só que não gosto de ficar falando sobre isso, não queria ter sido grosso assim. É que não sei, meu pai não é o pai que eu queria, nunca foi. Não sei nem se ele merece ser chamado de pai. Não é bom falar mal sobre seu próprio pai, mas ele realmente é ruim. Ainda mais falar mal do seu pai quando o pai da pessoa que você fala é bom.

- Como sabe que meu pai é bom? - O olhei.

- Seu pai te bate? Te machuca seja fisicamente, verbalmente ou psicologicamente? 

- Não - Percebi que Isaac estava começando a ficar triste.

- Então pronto, sem contar que nunca vi você reclamando dele. - Encarei Isaac por um tempo, ele me olhou e desviou o olhar. Não esperei e parti logo pra um abraço, abracei ele muito forte, como se eu nunca quisesse que ele saísse dos meus braços. Ele apoiou sua cabeça em meu ombro, ficamos abraçados um tempo até ele perceber. - Haam, obrigado. - Ele fechou a cara e se afastou. Eu não sei lidar com Isaac, as vezes ele é legal e carinhoso, mas as vezes grosso e arrogante. Eu não sei, eu estava considerando ele demais, mais do que era pra considerar, então resolvi me afastar também. Logo escutamos outra vez o pai de Isaac, dessa vez ele estava de fora e caminhando pela grama. Eu e Isaac trocamos olhares assustados. Ele se aproximou e jogou uma garrafa perto de onde estávamos. Isaac sem pensar veio pra cima de mim com a intenção de me proteger. Comecei a me desesperar só em pensar na ideia que ele podia achar a gente, bater no Isaac novamente e sabe lá o que fazer comigo já que eu estaria sozinha. Eu estava quase chorando novamente, me tremia. 

- Allison, calma está tudo bem. - Ele colocou sua mão em meu rosto. Eu o olhei. - Não fica assim, ele não vai encontrar a gente. - Eu apenas assenti. Isaac colocou sua outra mão em minhas costas e ficou acariciando-as para me acalmar. Eu não sei como nem por que, mas eu estava gostando da forma que ele estava tentando me acalmar. Naquele momento esqueci do mundo, esqueci do problema que eu tinha que resolver sobre o carro, do fato do pai do Isaac estar poucos centímetros da gente, esqueci de tudo. Sentia que só tinha eu e ele ali e ninguém mais. Eu o olhei, ele devolveu o olhar. Estávamos nos aproximando, eu sentia a respiração ofegante dele, e ele sentia que estava me acalmando porque aos poucos eu fui parando de me tremer. A mão dele que estava em minhas costas agora estava em meu rosto limpando os vestígios de lágrimas que faltou pouco pra cair. Nossos rostos se aproximaram, olhei em seus olhos novamente. Seus olhos me hipnotizavam de uma forma aterrorizante. Quando estávamos quase nos beijando, ele interrompe tirando sua mão de meu rosto e se afastando. 

- Acho que ele já foi embora, e você também está mais calma. - Eu o olhei e assenti. Ele se levantou. Observou se estava tudo bem, eu esperava que ele me desse um sinal que eu podia me levantar, então foi quando ele estendeu sua mão eu a segurei e ele me puxou pra cima. Saímos com cuidado, ele foi na frente eu estava atrás. Tropecei em um galho que eu havia pisado e sem lugar pra me apoiar segurei na cintura dele que logo ao ver que eu estava prestes a cair segurou minha mão. - Cuidado meu deus quer quebrar uma perna bem agora? - Eu mostrei língua pra ele e ele revirou os olhos. Tirei minha mão de sua cintura e então fomos caminhando de volta a casa dele. Quando estávamos próximos Isaac me empurrou contra a parede e me fechou colocando seus braços pra me cercar.

- Me prometa que não vai contar pra ninguém. - Eu apenas o olhei e não disse nada, - Por favor me prometa, você não pode contar pra Lydia, muito menos pro Stiles, nem pra Malia, Kira, Theo ou seja quem for. Eu só continuei encarando-o até que empurrei seu braço e saí dali. Fui caminhando em direção a rua pra ir embora e Isaac foi andando pra sua varanda. Eu estava prestes a realmente ir quando eu parei onde estava e me virei.

- ISAAC. - eu gritei. Ele estava abrindo a porta pronto pra entrar, então ele se virou buscando respostas. Caminhei um pouco pra frente. - Prometo que não vou contar, não vou contar pra NINGUÉM. - Dei ênfase ao ninguém. Ele apenas deu um sorriso sem mostrar os dentes e entrou em sua casa. - Tchau pra você também - falei baixo. Me virei novamente e tomei o rumo de volta a minha casa. Deixei o carro lá, eu não tinha escolha mesmo. No caminho peguei meu celular pra ver as horas novamente, dessa vez já era 11:10, tinha 23 chamadas perdidas do meu pai, 7 de Lydia e 5 de Stiles. Deixei todo mundo preocupado, ótima filha e uma ótima amiga também. Eu estava disposta a escrever uma mensagem pra Lydia avisando que eu estava bem e que ela avisasse ao Stiles pra não se preocupar. Escrevi 2 linhas e quando fui olhar a rua onde eu estava, eu já não fazia a mínima ideia de onde que eu me encontrava. Comecei a entrar em desespero, meu dia só está dando errado e agora mais essa. Fiquei expirando para me acalmar agora sim eu estava desabando. Andei mais 4 quarteirões e cada vez eu só ficava mais perdida, desisti. Sentei-me na calçada mais próxima que tinha. Decidi que tudo que eu estava passando nesses dois últimos dias iam ser desabafados com lágrimas. Comecei a chorar feito bebê, tirei minha blusa pra poder secar minhas lágrimas e a cada segundo que passava mais lágrimas desciam. Fiquei sentada na calçada chorando e pensando em tudo que estava acontecendo em minha vida, tenho que resolver as coisas com meu pai e meus amigos. Não irei me aproximar mais do Isaac, a partir de agora decidi que iria me afastar dele, pensando em tudo isso em outro mundo, senti alguém se aproximar. Corri pra limpar meu rosto, já estava todo borrado da maquiagem que eu havia passado, porém continuei limpando com a blusa o mais rápido que eu podia.

- Allison? - Colocou sua mão em meu ombro. Me virei assustada.