História Convivendo com o inimigo - Stray Kids - "por que todo mundo se conhece aqui?"

Já no outro dia acordo mais cedo para o café da manhã, descendo as escadas encontrando minha mãe de roupão.

— já acordou? — a mulher fica surpresa ainda com seu rosto um pouco inchado enquanto toma seu café.

— hoje vai ter trabalho voluntário e precisamos ir mais cedo. — não seguro minha risada sobre ela.

— do que está rindo aí? — ela aperta a visão olhando para mim.

— não estou acostumada a te ver tão... Não arrumada. — falo enquanto pego um ovo na geladeira para fazer um omelete.

— você sempre acorda quando já saio de casa.

— nós nunca tivemos um relacionamento de mãe filha muito bom, não é?

— tem razão. Mas, eu trabalho muito, é quase impossível.

Não, se você tentasse...

— bom, vou me arrumar, já tenho que sair. — a mulher olha em seu celular enquanto sobe as escadas.

— claro... — falo cabisbaixa começando a preparar minha comida.

Um silêncio se permanece na cozinha, com os pensamentos em minha cabeça.

Sério que ela disse impossível? Ela ama deixar claro que o trabalho é mais importante que eu. Na verdade, não só mais que eu...

Depois de comer, vou me arrumar e sair de casa até o colégio. Logo que chego, todos se separavam em algumas salas vazias enquanto os menores tinham suas aulas normais. Vou em direção a biblioteca vendo poucas pessoas em comparação com os outros.

O professor responsável pela biblioteca explica como irá funcionar nosso trabalho. Ele já havia separado as duplas que iriam ser feitas para cada classe por dia, então depois de ter terminado todos já se juntam para conversar antes de irem se apresentar para as salas.

Fico no meu lugar procurando com os olhos minha dupla.

— Park S/n? — ouço alguém ao meu lado, me virando e vendo... Uau, que lindo.

— Lee Minho? — também pergunto sem conseguir esconder meu rosto de surpresa.

— bom, muito prazer. — ele me entrega a mão para um aperto enquanto dá um sorriso amigável.

— prazer. — aperto sua mão — então... E agora?

— sinceramente... Também não sei. Ainda temos alguns minutos até ir falar com as salas. Quer ir vendo a biblioteca?

— pode ser. Ainda não vi o lugar por inteiro, só vi de longe por não ter muito tempo.

Sigo ele enquanto vai me mostrando as estantes separadas por tópicos, dizendo quase como se tivesse decorado, mas soando mais natural.

— eu gosto mais dessa parte porque é mais escondida de todos, onde eu fico lendo em silêncio ou fazendo algum trabalho enquanto ouço música.

— uau. Você conhece muito bem aqui. Estuda aqui a muito tempo?

— desde sempre, para ser honesto.

— faz sentido... — eu permaneço quieta enquanto observo todos os livros que me chamam atenção.

— e você? Sempre foi da BangHwan? — volto o olhar para ele.

— todos nessa escola sabem que eu vim da BangHwan, por acaso?

— na verdade, sim. A popularidade não some tão facilmente quando quer. Mas, então?

— não. Eu era de outra cidade. Até meus 13 anos eu morei em uma cidade vizinha, mas meus pais se separaram e vim para cá com a minha mãe. Desde então, eu estudei na BangHwan e agora vim para cá.

— desculpe se for incomodo, mas o que aconteceu com seus pais? Não precisa explicar, deve ser difícil para você.

— na verdade não foi muito... Depois que minha mãe conseguiu um emprego melhor, ela pediu para meu pai deixar de trabalhar como pescador...

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Permaneço encolhida na minha cama depois de ouvir meus pais discutindo, pensando sobre o que diziam.

— filha? — o homem com sua barba mal feita entra lentamente no quarto.

— você vai parar de ser pescador? — pergunto sem enrolação, vendo ele se sentar ao meu lado na pequena cama.

— claro que não. Pescar foi a melhor coisa que poderia ter feito. Pescar me faz pensar sobre a vida, ter um momento de calma e descanso. Não trocaria isso por nada. Você sabe que sua mãe é uma mulher dura e quer o melhor para você e seu irmão. — nós dois olhamos o garoto mais novo dormindo calmamente em sua cama.

— mas, se você não querer trocar de emprego a mamãe vai se separar de você. — ele me olha um pouco surpreso com minha fala.

— uma coisa que eu aprendi foi que ninguém pode mudar a cabeça da sua mãe tão simplesmente. Ela é uma mulher bem complicada, eu sei que você também sabe. Mas, mesmo que isso acontecer, não se zangue com sua mãe. Ela só quer o melhor para vocês, e eu também. E mesmo se nos separarmos, eu sempre vou te ver e continuar cuidando de vocês dois. — ele me abraça enquanto não seguro minhas lágrimas. Permaneço em seus braços chorando em baixa voz para não acordar o garotinho inocente que dormia.

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— agora meu pai ficou na minha cidade natal com meu irmão e minha mãe me trouxe para cá. Nunca mais conversei ou vi eles depois que nos mudamos. Nem sei se meu irmão ainda lembra de mim...

— nossa... — ele parece sem reação.

— pois é... Mas, e você?

— não gosto de falar sobre meu passado...

— e você só me diz isso depois de eu ter te contado quase minha vida toda? — pergunto indignada.

— você disse que não era incômodo. Mas, pra mim é.

— ah... Tudo bem então.

De repente, alguém chega nos chamando para apresentar para as turmas.

Esperamos na porta da primeira sala até podermos entrar para nós apresentar.

— espera, como vamos nos apresentar? — pergunto para o garoto ao meu lado.

— improviso? — ele pergunta incerto para mim — vai ter que ser.

Autorizam nossa entrada, logo que paramos na frente de todos observo os rostos fofos de todos alí.

— oi gente! — começo falando, com um sorriso no rosto, logo ouvindo a resposta de todos em um coral.

— meu nome é Minho, mas podem me chamar Lee Know. Eu acho legal.

— e meu nome é S/n, mas podem me chamar de um nome melhor que o dele. Podem escolher a vontade. — ouço a risada de algumas crianças.

— bom, nós vamos ler uns livros pra vocês no final desse ano, e aposto que vai ser bem legal.

— podem ter certeza! Vocês podem dar algumas sugestões de livros que gostariam de ler ou que já gostam. Compartilhar é a melhor parte. — não tiro meu sorriso do rosto enquanto falo.

— então, a gente espera vocês na biblioteca qualquer dia! — Minho continua.

— isso aí! Obrigada por nos ouvirem. — nós dois nos reverenciados como agradecimento.

O professor nos agradece e saímos da primeira sala.

— Lee Know? — pergunto sem segurar um sorriso.

— o que foi? Você nem conseguiu pensar em um apelido e fica falando de mim.

— eu não estava preparada, é diferente. — vamos andando até a porta de outra sala.

— realmente gosta de crianças, né? — Minho me pergunta um pouco mais sério.

— o quê?

— você fica muita mais alegre quando fica com crianças. Na biblioteca você estava muito séria, mas agora se soltou mais.

— é... Tem razão. — concordo com ele com um sorriso pequeno — melhor não se acostumar com isso. Não sou assim sempre.

Falamos com todas as salas até irem embora. Voltamos para a biblioteca para mais uma reunião com todos.

— agora ainda temos uma hora antes de iniciarem suas aulas. Vocês podem escolher os livros que irão ler para as salas agora, ou já podem sair. Já estão livres. — o professor termina de falar. Alguns já saiam e poucos ficavam conversando uns com os outros.

— quer ver os livros agora? — Minho pergunta ao meu lado.

— pode ser. Eu vi alguns livros legais na estante infantil. — falo logo ouvindo um celular tocar.

Pego o meu, mas vejo que era o de Minho que tocava. Ele atende respondendo com palavras simples como "sim", "pode ser" e "ok", então logo desliga.

— não vou poder agora, meu pai está precisando da minha ajuda. — ele diz guardando seu celular.

— tudo bem. A gente vê isso outro dia. — falo arrumando minha mochila nas costas.

Ele deixa apenas um sorriso pequeno e sai pela porta enquanto permaneço em pé. Vejo uma mensagem de um número desconhecido me mandando mensagem.

???: Oiê!

Quem é?

???: Hyunjin!

Como conseguiu meu número?

???: Eu tenho meus contatos... Salva meu número aí!

'Número salvo: Hyun irritante'

Pronto

O que quer?

Hyun irritante: onde está?

Na biblioteca.

Hyun irritante: ok, já já estou aí.

Eu já estou saindo.

Hyun irritante: eu te encontro no caminho.

Não precisa.

Hyun irritante: já estou indo. Até daqui a pouco!

Ele nunca me ouve?

Ando até a porta, observando algumas pessoas nos corredores. Ando em direção a um lado vendo de longe Hyunjin levantando o braço.

— consegue chamar menos atenção? — reclamo me aproximando dele.

— eu não chamo atenção. Mas, e aí? Como foi na sua apresentação para as salas? — nós dois andamos pelo corredor enquanto ele fala.

— foi bem legal. Mas, e você? O que você iria fazer mesmo?

— vou ensinar futebol. E foi bem legal também. Eles foram no campo para falar com a gente. É divertido falar com eles.

Continuamos a andar, até encontrar com Minjae, Seungmin e Nayeon conversando.

— e aí? Como foram? — Hyunjin pergunta a todos.

— pensei que seria pior. — Minjae fala.

— eu gostei. Tem cada criança fofa. — Seungmin diz com um sorriso no rosto.

— tinha cada menino bonito... — Nayeon fala olhando para o nada.

— Nayeon já está apaixonada. — Minjae explica para mim e para Hyunjin.

— eu nem sabia que tinha tanto menino bonito nas outras classes. — Nayeon se explica para todos — mas, e você, s/n? Tinha algum menino bonito na biblioteca?

Lee Minho é realmente lindo... Ah, o que eu estou pensando? Conheci ele só hoje.

— ninguém chamou minha atenção. — minto para eles.

— ninguém é mais bonito que eu, claramente. — Hyunjin diz se exibindo — a s/n sabe disso.

— não exagera. — falo sério para ele.

— duvido que não tenha nenhum garoto que chamou sua atenção, s/n. — Nayeon continua.

Enquanto ela fala, observo as pessoas no corredor e vejo de longe o belo garoto que havia acabado de conhecer. Ele também me vê e sorri dando um aceno.

— tá olhando pra ele agora, né? — Nayeon fala, fazendo todos olharem para a mesma direção que eu — quem é?

— só pode ser aquele... — Seungmin diz.

— ué, mas aquele... — Nayeon continua.

— não é o... — Hyunjin também fala.

— Lee Minho? — todos falam de uma vez.

Calma, eles conhecem ele? Por que todo mundo se conhece aqui?