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História Cophine - E se eu ficar? - Capítulo 14 ''A garota do balão vermelho''


Escrita por: Witchlynn

Notas do Autor


Hey 0/
It's Friday I'm back...
Admitam, bati o meu record desta vez kkkkj
A música do caps foi sugerida por uma leitora:: Cannonball - Damien Rice.
e bem, deixarei o link da playlist nas notas finais.
Sem mais, tenham uma boa leitura ♥

Capítulo 14 - Capítulo 14 ''A garota do balão vermelho''


Fanfic / Fanfiction Cophine - E se eu ficar? - Capítulo 14 ''A garota do balão vermelho''

Seus fios amarelados e perfeitamente escovados caiam sob um rosto esculpidos por pequenas rugas. Constance era uma linda mulher de cabelos aos ombros que estava por volta da casa dos trinta e pouco anos. Naquela manhã desoladamente fria ela corria pela floresta adentro acompanhada de Phil, um homem alto, cabelos tão escuros quanto seu terno e de um rosto mais envelhecido que o seu. 

Após atravessarem uma arvore caída pelo caminho, os Cormier's puderem enfim avistar uma garota cabisbaixa. Abraçava suas pernas, acomodando-se entre as folhas com seu vestido manchando de terra.

- Delphine. – o sotaque de Phil era inigualável.

Delphine levantou seu rosto ainda mais pálido naquele estação. Seu nariz era pequeno e seu corpo era leve como ramo de oliveira. Ergueu sua cabeça e pôde decifrar na expressão rígida de sua mãe que estava encrencada por ter fugido logo após sua primeira feira de ciência.  

- Ninguém gosta de cientistas Delphine.

- Constance. – Phil a repreendeu. – Deixa que eu falo com ela.

- O que sua mãe estar querendo dizer é que eles gostam do que a ciência nos dá mas não das perguntas que ela nos faz.

- Porque não funcionou? – Confusa, Delphine pergunta. – Na primeira vez deu super certo. Mas agora, pela segunda vez não. E eu não sei o porquê.

 - Talvez não tenha entendido direito da primeira vez. – Ao contrário de Constance, Phil era um homem gentil. Delphine não pôde ter herdado as características físicas do seu pai, mas com certeza herdou as psicológicas. – Na primeira vez, amava seu experimento?

- Amava. – confessa num suspiro baixo.

- E na segunda?

- Não, só queria terminar logo.

- As pessoas acham que a ciência está aqui – Levou seu indicador até sua mente. – Mas ela também está aqui dentro. – com a outra mão indicou o coração. - Talvez estivesse fazendo pelo motivo errado, consegue me entender? - Delphine consentiu. - Certo. Sua mãe tem um presente pra você.

Assim que percebeu o que as luvas listradas escondiam atrás das costa da mulher maior, alegrou-se.

- É pra você. – disse suavemente, curvando-se para ficar na sua altura. – Você é a garota do balão vermelho agora. 

Delphine abre seus olhos de súbito, ofegante, acordou suada e mais uma vez roteada de papeis. Estava revivendo este sonho há dias.

A luz forte que entra pela janela faz com que a médica levanta-se num impulso. Abre seu guarda roupa e separa as peças que vestiria para trabalhar. Um blazer acinturado negro, uma camisa transparente, uma calça jeans e em baixo, um scarpin qualquer. Jogou tudo na cama e partiu p/ o chuveiro. 

Deslizou seu indicador pelo visor do celular e selecionou a música ''Cannonball -  Damien Rice'' para tocar.

Delphine entrou no banheiro e ligou o chuveiro, pensando mais sobre aquilo tudo. A música condizia bastante. Pois ainda havia um pouco de seu gosto em sua boca. Ainda um pouco de seu fantasma. E  ainda era um pouco difícil dizer o que estava acontecendo. 

Deixou a água escorrer por sua pele, trilhando um caminho pelo pescoço, costelas, todas as curvas do seu corpo.  

- Delphine. – Adele interrompe sem cerimônia o show, afastando abruptamente as cortinas. – Detestaria interromper a turnê de Radiohead, mas...

- O quê? – Delphine esconde sua nudez, bem, as partes importantes. – Estava no aleatório.

- Okay. - Delphine sabia a letra por completo, mas okay. - Acabou o leite. – Adele tinha um tigela de cereais seco em mãos, e não pôde deixar de reparar em algo escultural a sua frente. – Hm, belo corpo. – elogia. Delphine fica vermelho tomate, a cor da vergonha carnal. Por um momento a canção para e o celular torna a vibrar na cabeceira.  – Quem é Mrs C.C?

- Nada. – A médica sai às pressas já não se importando em inundar o quarto e os pensamentos de Adele. Ela escorrega nos azulejos recém polidos, e como se não bastante agora estava literalmente um pouco machucada. – Ninguém. – murmura. 

- Delphine... Você está bem? 

- Vou ficar, posso me dar a toalha. – Adele não conseguiu conter o riso, e logo Delphine estava rindo de sua desgraça também. 

- Não vou olhar, okay? Agora termina logo com isto. Caso contrário vamos nos atrasar.

- Okay. 

**

Exatamente as oito horas e quinze minutos da manhã, Delphine incensou com sua fragrância doce o quarto que estava tentando ao máximo evitar. E diferente do que pensou, ele estava vazio. Um fato relacionado ao seu envolvimento com uma paciente era que, era inevitável a tortura de vê-las todos os dias.

Precisava realizar um procedimento simples e todos os médicos pareciam estar ocupados. E talvez se não tivesse insultado Vic, talvez ele viesse. Mas não era de seu feitio desistir, teria que continuar.  Afinal, era profissional. 

- Senhorita Niehaus? – Voltou com as formalidades. Chamando-a na medida que ia verificando cada canto. A porta do banheiro estava aberta. Ousou entrar. – Cosima?

Oh... Meu... Deus... – suspirou, balançando a cabeça de um lado para outro. 

Cosima tinha seus cabelos presos ao um coque desajeitado, estava numa banheira cheia de espumas e preparada com ervas especificas.  Cercada de Shay, que tinha um visual digno do seu apelido. Uma calça de estilo visual hippie-chick e uma camisa psicodélica. 

E sim, apelido. Pois aquilo nem parecia um nome para Delphine. 

Sentada na ponta, Cosima recebia os cuidados em um banho terno. E ainda relutante em acreditar Delphine deixou escapar um riso. 

- Atrapalho a sessão de descarrego? – perguntou debochada. De braços cruzados, assistia toda a cena de cara fechada.  

- Bom dia doutora ceticismo! – Shay a cumprimenta de forma doce. Um falso bonzinho p/ Delphine. – Caso não saiba, o banho de sal grosso com ervas. – enfatizou. – Pode fazer muito bem para Cosima, já que elimina as toxinas e as impurezas do organismo, além de quê é um ótimo estimulante para a circulação do sangue. E respondendo sua pergunta, sim, você atrapalha.

- Isso é incenso? – Delphine nota. Não se importando em circular p/ observar, ou melhor, criticar tudo em volta. – Esse é de qual? Mau-olhado, infortúnio... Tem algum pra inveja? Porque tem uma enfeira do quinto andar... Ela tem essa, como se chama? Energização negativa....

- Já estávamos terminando. – Cosima diz,  encerrando qualquer  espetáculo derrotista. 

- Ótimo. Preciso coletar uma amostra de seu sangue. – Exprimi firme. – Estarei aguardando.

Delphine estava impaciente, já havia ajustado a cadeira reta com braçadeira e aguardava inquieta na aresta do cômodo.

Quando Cosima enfim saiu do banheiro ela trajava uma camiseta de crochê por baixo de um casaco vermelho e uma calça bordô. Seus olhos delineados pousaram em Delphine. Enfim a analisando. Céus, ela estava tão linda. Aquilo certamente seria uma aprovação. 

Delphine deu um passo a frente. Iria acabar logo com isto. Quando colocou as luvas e a agulha na seringa, Shay desequilibrou-se. 

- Algum problema senhora Niehaus? – Perguntou sem dar muita importância. Retirou uma caneta do bolso e rabiscou algo no prontuário. 

- Shay enjoa quando vê sangue. – Cosima justifica.

- Não quer esperar lá fora?

- De jeito nenhum. - Shay prontamente rebate. - Eu aguento.

- Como quiser. – Delphine fala abrindo o kit e continuando a separar o material. 

- Shay... –  Cosima exprimi. - Você  não tem aquela ligação pra fazer? Acho que este horário as linhas não estão congestionadas. – Shay bufou mas Cosima conseguiu convencer-la. 

- Ta, eu vou. – ela se aproxima e deposita um beijo nos lábios de Cosima, esta que foi pega de surpresa. Assim como Cosima, Delphine também tenta disfarçar seu desconforto. 

Delphine não podia estar sentada no bar com os cotovelos apoiados no balcão, bebendo e lamentando as desilusões amorosas, mas sem dúvida estava com dor de cotovelo. 

- Certo... Esqueci de algo, preciso voltar ali. – Cosima indica o banheiro.  – Já volto. 

- Estou de olho em você. – Shay fala num cochicho logo apos fica a sós com a médica. 

- Okay, Mas não vá muito longe pode não voltar mais. - rebate irônica.

Shay deixa o cômodo tombando com Adele no caminho. 

- Ai está você. Imaginei que estivesse aqui! – Adele fala pulando de animação. – Ok, não tenho muito tempo. Lá vai, adivinha o que vamos fazer hoje á noite? – ela não dá tempo para Delphine responder, trata logo de soltar com o ar sua confissão.  – Vamos ver a trilogia de Matrix. Qual é? Você nunca viu. Consegui alugar o boxe, podemos pedir pizza.

- Eu não sei Adele, preciso terminar meus  relatórios dos residentes. Não se vai dar pra sair cedo hoje.

- Você vai... – intimou.

- Irei? Tudo bem...Ah... - Delphine lembra-se com empolgação. – Podemos fazer biscoito. Comprei leite, quer dizer, pedir pra Donnie comprar. De qualquer forma temos leite e suco. – E quando se deu conta já estava aos saltos feito uma adolescente. 

- Mentira? Você é a melhor colega de quarto de todas. Eu poderia te beijar agora mesmo. 

Cosima finge uma tosse, estava assistindo a situação ha algum tempo. 

- Atrapalho a reunião das líder de torcida? 

- Não, eu já estava de saída. Senhorita Niehaus. – ela reverencia. – Cautela Cormier, cautela. – Adele sussurra no ouvido de Delphine. Causando ainda mais indignação em Cosima, que imagina o que ela falou das piores formas possiveis. 

- Doutora  Loyal.  – ela assente forçadamente. 

**

Durante o procedimento, o celular de Delphine não parava de balançar em seu bolso. Já cansada daquele vibração irritante, a médica pega o aparelho e recusa todas as chamadas possíveis. Desligando-o logo em seguida. 

Por outro lado,  Cosima estava curiosa, instigada. Queria saber quem era, queria saber porque não atendia e acima de tudo queria saber a razão de sua dor nas costas. Vez e outra e em cada movimento mais brusco Delphine murmurava um baixo ''ai'' na cadeira. 

Tendo como distração apenas o sangue fluindo na seringa, Cosima sente a necessidade de ''quebrar o gelo''. 

- Você está bem? - perguntou alerta. 

- Yeah... e você? - Delphine responde, não a fitava em momento algum. 

- Estou com fome, mas vai passar. - Disse de forma amigável. - Então... Você e a Adele, hein... Achei que dividisse o apartamento com o Donnie. A proposito como vai Donnie?

- Bem. Bem no apartamento ao lado. – diz, separando a agulha da seringa, e a descartando no cesto de lixo. – Adele estava procurando um apartamento e eu tinha um quarto disponível. - deu de ombros. 

- Então você a viu e achou que fosse destino, essas coisas? - Delphine percebeu o tom de ciumes e raiva em sua voz. 

- Yeah! A gente se diverte juntas. Mas quer saber? Muitas coisas parecem destino e não são. - provocou-a. 

- Oh... Hm, vocês se divertem juntas. Do tipo ''minha nova melhor amiga'' ou ''que se dane, estou no jogo'' . Porque sabe, estou há bastante tempo neste hospital e durante minha estadia, eu pude perceber, bem, como vou dizer isto. - uma pausa dramática. - Ela gosta de ir pra cama com todo mundo. Talvez você duas... Não, quer saber? Não importa, apenas não fiquem de afago na porta do meu quarto. Porque... 

Porque o que? Delphine pensou incrédula. Ferir seus sentimentos? seu ego? Ela não tinha este direito. Delphine transferiu o sangue para um tubo de ensaio, retirou as luvas e encerrou o procedimento. 

- Me desculpe...  eu te machuquei? - indagou sarcástica. - Oh, me desculpe. Mas como acha que eu me sinto? Como acha que eu me sinto sempre que chego aqui e vejo você com Shay, você, ela e esses rituais curandeiros. E essas trocas de... - aquilo a matava. - Então você fica me olhando com este olhar calmo para eu me sentir melhor. Não preciso me sentir melhor. Não preciso da sua simpatia. Coisas assim acontecem e estou preparada. Você me deixou. Você escolheu a Shay. - Sua fala era repleta de mágoa. - Não, quer saber? Não importa, não vou pedir desculpas pelo jeito que estou tentando arrumar o que você bagunçou. - ela recolheu o material e antes de ir, fechou os punhos e voltou. Botaria pra fora. - E Uau? Que M**rda é Uau? Eu abro meu coração pra você, recito algo praticamente poético e... Brega.  E tudo que você diz é ''Uau''! ? Faça-me o favor o favor, da próxima vez que responder a uma declaração com algo tão curto, tenha  ao menos a decência de fazer uma rima. 

**

- Doutora Cormier. – Vic finalmente a alcança seus passos acelerados. 

- Aconteceu alguma coisa?

- Limparam o quarto 36C, um novo paciente vai ocupá-lo. Achei que gostaria de ficar com isto. Era da Kendall. – entregou-lhe um cachecol. -  Ela estava fazendo pro vizinho dela.

- Carl. - deduziu. 

- Eu não sei. Mas acredito que tenha as informações de enderenço na ficha dela, caso você... 

- Ok, Obrigado. E Victor, me desculpe por aquele dia. Eu deixei meus sentimentos pessoais. – sentimentos muito fortes. – atrapalhassem minha decisão.

- Tudo bem, você não tinha dormindo. Tem uma rotina médica. E se você não tivesse feito isto, não fosse deste jeito, acho que não seria capaz de trabalhar neste hospital. 

Delphine sorriu amável p/ o enfermeiro e volta a caminhar rumo a saída.  No fim de mais um dia, havia terminado o relatório dos residentes a tempo. Aguardaria apenas Adele. A medida que ia se aproximando da abertura dupla, viu um rosto conhecido. Parece  que aluguém a aguardava. 

- Ei o que você está fazendo aqui? Lembro-me de ter assinado sua alta naquele dia.

A garota chinesa falou algo em seu idioma que nesta ocasião não entendeu. Pois da última vez foi preciso Donnie subir num poste para captar o sinal e traduzir suas falas. E bem, foi assim que conseguiu ajudá-la.

Mas desta vez não precisou, a mulher a abraçou e Delphine entendeu que ela estava agradecendo.

- Oh pra mim. –  Surpresa, ela pega um balão vermelho. Kendall, estava certa. Talvez ela tivesse que ver o lado bom. – Obrigado. – sorriu e a viu desaparecer. O celular vibrou mais uma vez no bolso. Respirou fundo, desta vez atendeu.

— O que você quer, mãe? 

 


Notas Finais


Peço desculpas se deixei passar algum erro.
E simmm, o dialogo do começo do caps foi baseado numa animação chamada ''Frankenweenie''.
Muito legal por sinal.
Sintam-se a vontade para sugerir músicas também (caso queiram) rsrs
Link da playlist: https://open.spotify.com/user/22o5tfxu3dediedz2myqyodfy/playlist/2VcIkj9JOkNNCvYGbg52jH
Espero que tenham gostado, até a próxima bjs bjs ♥


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