1. Spirit Fanfics >
  2. Cophine - E se eu ficar? >
  3. Capítulo 3 - ''Narcisses''

História Cophine - E se eu ficar? - Capítulo 3 - ''Narcisses''


Escrita por: Witchlynn

Notas do Autor


It's Friday I'm in love 8'
Heey, mais uma sexta feira chegou. 0/
Novas leitores/as sejam bem vindos e boa leitura. ♥

Capítulo 3 - Capítulo 3 - ''Narcisses''


Fanfic / Fanfiction Cophine - E se eu ficar? - Capítulo 3 - ''Narcisses''

Triiiiim! Triiim! Triiim!

O despertador tocou pela décima vez naquele típico quarto de hotel de beira de estrada. O cômodo não era muito grande, era verde e possuía escritos nas paredes. Feito por certa médica que passara a noite submergindo-se á pesquisas científicas.

Boa parte do aposento era madeira rústica incluindo o teto, poucos móveis e também uma iluminação escassa. Além de sinais gráficos, haviam papeis de artigos espalhados por toda parte, assim como livros, histórico de casos e tudo que pudesse ajudar em sua busca implacável pela cura.

Triiiiim! Trii...

Delphine enfim esticou o braço para fora da cama e acabou com o disparo do despertador. Rolou pelos lençóis murmurando algo incompreendido. Espreguiçou-se devagar, havia adormecido de mau jeito o que resultou numa sensação de atropelamento e em um questionamento que revezava seus pensamentos; ‘’Onde diabos Donnie Hendrix, seu fiel assistente e agora vizinho de quarto, havia descoberto aquele lugar’’?

Assentou-se entre as cobertas e quando obteve uma vista nítida do relógio, arregalou os olhos de súbito, saltou da cama e correu para o chuveiro.

Dez minutos, Delphine tinha exatamente dez minutos para estar no Hospital. Rapidamente desfez-se de sua longa camiseta e pegou uma toca de banho qualquer na banheira, pondo todos seus fios loiros por debaixo, a água que escorreu pelo seu corpo era fria, fazendo com que todos os pelos de seu corpo se ouriçassem.

Na volta, revirou todo seu guarda roupa. Optando por fim vestir uma camisa de seda com cavalos estampados, uma calça escura e botas de salto e cano longo. Parou próximo a persiana e procurou lembrar-se onde havia jogado sua bolsa. Na busca visual fitou o lugar que permaneceria por um tempo, era monótono, sem cor, sem vida. Contudo, o tempo não lhe permitia pensar em decorações, quando por fim encontrou sua bolsa, fechou a porta e deixou o lugar. 

**
 

- Segura o elevador! – Vozeou ofegante. O homem pressionou o botão de comando e a esperou. – Obrigada. – Agradeceu. Delphine apertou o três indicando sua subida ao terceiro andar. Suspirou e encarou o teto, odiava elevadores. Dividia o elevador com três médicos do hospital, dentre eles, um que reconhecera, o homem calvo que trajava um terno negro, com direito a gravata e sapatos perfeitamente engraxados, e claro, um jaleco por cima no qual estava bordada sua identificação. – É... Doutor... Leekie?

- Aldous Leekie. – Completou e sorriu gentilmente. – Café? – Delphine negou com a cabeça e devolveu o sorriso. – Eu sempre trago mais de um. – Suspendeu os dois copos personalizados de café. – E reconheço uma pessoa atrasada de longe. Então... – a luz que indicava a chegada piscou e Delphine acabou aceitando antes de deixar o elevador.

- Obrigada! – tornou a falar.

- Não é nada. Tenha um bom dia Doutora Cormier.

Delphine parou seus passos e olhou pra trás, o elevador fechava-se e o homem assentia para ela. Mas como... Nem se quiser se apresentara... Bem, as noticias deviam correr rápido pelo hospital.
**
No laboratório, folheou alguns exames solicitados, estudo diagnóstico, tomografias e...- Achei! – revigorou e folheou as páginas, lendo atentamente cada diagnose. Sorriu com o resultado esperado e a passos largos seguiu para um corredor à direita.

Chegando ao esperado quarto, avistou uma cena que a manteve estática na porta. Sentiu seu estomago revirar-se como se dentro habitasse uma bola de neve indo em direção ao penhasco. Uma sensação perturbadora se apossou de seu corpo, talvez fosse por ver que não era sua médica exclusiva. Pois sua paciente estava esticando os lábios para outro médico, o qual compartilhava uma intimidade notável.

O médico que deduzira fazer parte de sua equipe pelos trajes sentava-se na beirada da cama e compartilhava algo mais do que a cama com ela. Seu braço apoiava-se no travesseiro e passava em volta dos cabelos castanhos espalhados pelo branco da fronha, seus narizes roçavam um no outro e gargalhavam de algo aparentemente bobo. Ele a fitava carinhosamente pelas lentes arredondadas de seus óculos. Seu rosto redondo, seu cabelo estilo nerd arrumadinho com direito a franja démodé, sua camisa xadrez e seus grandes dentes incisivos centrais incomodaram a médica francesa que continuava parada na porta. Tudo naquela cena a incomodara. Portanto ajeitou seus cabelos imensamente despenteados, fingiu uma tosse para insinuar que estava ali e adentrou. 

- Bom dia! – disse sem esboçar nenhuma reação. Ok, sua cara estava um pouco fechada. – Sou Delphine Cormier. A nova médica. – apresentou-se. Cosima viu Delphine desfilar pelo cômodo e prontamente seu rosto iluminou-se todo.

- Ah... – o rapaz trouxe a tona o sorriso que tanto a importunava. – Sou o doutor Smith. Scott Smith. – Scott levantou sua mão e cumprimento Delphine. – Não se preocupe, eu assumo daqui. – Delphine puxou sua mão de mediato e arqueou uma sobrancelha.

- Doutor Smith... Creio que retornou há pouco tempo, se ainda não tem conhecimento, saiba que eu sou a nova médica do caso.

- Estou ciente disso Delphine... – Delphine o olhou com reprovação o que fez corrigir automaticamente sua frase. – Doutora Cormier. – Enfatizou. – Agradeço por cuidar dela durante minha ausência. Mas pode deixar comigo.

- De qualquer forma, acho que o conselho não comporta com isto. Vai contra a relação de médico e paciente. Você sabe.

- Oh... Oh... – Cosima que até então permanecia inerte, assistia a cena com receio da reação de ambos. – Espere... O que acha que nós somos? – Delphine levantou seus ombros e separou seus braços como o que insinuara fosse óbvio.

- Oh não! – se entreolharam e disseram em uníssono.

– Somos apenas velhos amigos. – alegou Scott.- E acho que não é comigo que precisa se.... – Brincou. Scott silenciou quando sentiu seu braço ser apertado por Cosima.

- Velhos amigos que já mataram a saudade e que se encontraram mais tarde. – Continuou. – Até mais Scott. Ele já está indo. – Cosima o empurrou da cama e sorriu torto.  Scott fez menção de que falara algo mais. – Scot, TCHAU!

- Até mais Delphine.... Quer dizer... Doutora Cormier. – Scott acenou para a médica loira e deixou os aposentos. Delphine franziu o cenho, sua mente buscava por razões lógicas para explicar o que acabara de presenciar.  Cosima deu de ombros e voltou sua atenção a médica.

- Você não me disse ao menos um oi. – Cosima fala fingindo um desapontamento. Delphine teve vontade de argumentar, alegando que a mesma estava distraída demais para notar-la entrar. Contudo apenas ficou mais próxima, sentando-se na cadeira ao lado.

- Oi! – sussurrou. Cosima se encolheu e devolveu os olhares que Delphine lhe lançara. Elas ficaram se olhando por um breve período de tempo, até a médica francesa estourou a bolha que as acolhia. – É... Eu... Trouxe seus exames. – pegou os papeis e os folheou, lendo atentamente. – Seu hemograma mostrou um nível bom dentre suas plaquetas e hemácias. Não vou me ater a um valor específico, mas é o considerado normal. A falta de hemácias prejudica o transporte de oxigênio... Em excesso... – Delphine parou quando sentiu, algo pousar em suas mãos.

- O sangue fica espesso, o que atrapalha no fluxo. E coisa e tal...

- Sei que já deve ter ouvido isto antes, mas...

- Delphine...O que isso significa?

- Que vou te levar pra passear hoje. – disse animada e erguendo-se. – Vou pegar a cadeira de rodas.

 **
 

- Cosima! – Delphine deu três batidas na porta do banheiro. – Tem certeza que não quer ajuda? – perguntou receosa. Cosima optou por trocar de roupa sozinha. Não queria demonstrar fraqueza na sua frente. – Posso chamar uma enfermeira ou...

- Não, tudo bem. Eu me viro.

- Está bem. – Delphine bateu o pé apressada e aguardou de braços cruzados do outro lado da porta.

- Terminei. – avisou. Delphine colocou a mão no trinco da porta, mas não entrou sem antes uma autorização. 

- Então vou entrar... Posso?  

- Sim. – ouviu baixinho. A médica abriu a porta e a encontrou. Cosima vestia um casaco de algodão branco com rendas azuis e uma simples calça em malha jeans. Delphine pôde perceber que a mesma havia delineados seus olhos verdes impecavelmente. Seus cabelos sempre pareciam ter sido desmanchados de algum penteado e seus lábios estavam mais coloridos. Cosima levantou o rosto, e colocou seus óculos, sentindo seu coração palpitar aos poucos ao percebera que Delphine gostava do que via, havia uma expressão de aprovação em sua face.

- Vamos? – Cosima assentiu. – Venha, eu te ajudo. – Delphine se aproximou e passou um dos seus braços pela cintura e outro pelo pescoço da paciente e ajudou a caminhar até a cadeira de rodas. O toque da médica era tão suave que a cada contato Cosima sentia uma corrente elétrica percorrer seu corpo. 

- Então pra aonde é que está me levando? – Cosima perguntou. A loira empurrou a cadeira de rodas e a moveu em direção ao jardim do hospital. – Não sou daquelas que gosta de esbanjar luxo, bizarrice, restaurantes caros, essas coisas... Se eu for atendida nos primeiros trinta minutos já está de bom tamanho. Não me importo com estrelas de destaque... – Cosima insinuara um convite para jantar que ainda não vira.

- Hm, então você gosta de estrelas? – Indagou a médica. Estacionou a cadeira de rodas e sentou-se ao seu lado em um banco de cimento. – Que tal apreciar aquela ali? – apontou para o sol. - É rica em vitamina D e convenhamos, alguém esta precisando de uma corzinha. – brincou.

- O quê? – Cosima fingiu abismo. – Não basta me arrastar do meu quarto, me iludir, agora vai insultar sua paciente?

- Contra fatos não há argumentos. – Sorriu. O vento soou alto e seus cabelos dourados que já não estavam muito comportados, eles espalharam-se, tomando posse de todo seu rosto. Cosima parou e ficou observando-a, o vento brincava com seus fios amarelos e era lindo. Delphine notou a feição de quem estava adorando ver a cena, e corou. – Eu acordei um pouco atrasada hoje, o apartamento é novo e acabou que não deu tempo de eu penteá-los. Você tem algo ai que posso me ajudar a controlar essa fera de vida própria? – Cosima negou com a cabeça. Ela gostava deles assim. - Nem um lápis. 

- Acho que vai ter que deixar-los assim. - rebateu. - Mas me conta, aonde está hospedada?

- Num hotel que o Donnie arrumou, sinto cheiro de ‘’estou ajudando um amigo meu’’. O lugar é uma espelunca. – Enquanto conversavam observavam toda uma paisagem verde, sons de pássaros e estatuas romanas em meio a uma fonte. Os narcisos amarelos pendia a beira de um lago, e predominavam ali.  Os raios de sol atravessavam as árvores, criando todo um cenário entre elas. 

- Então pretende mesmo ficar? - Cosima perguntou.

- Na cidade sim. Mas lá? Eu não garanto.

- Ah, qual é? Não pode ser tão ruim assim. 

- Meu colega de quarto é um guaxinim. – Cosima gargalhou enquanto Delphine apenas apreciava o som de sua voz.  – Está bem, possa ser que falte algo por lá, mas eu sobreviverei. Não é um ''narcisses''...

- Gosta de narcisos?

- Sim...- respondeu, o bip vibrou em seu bolso.  E cosima notara que não era a primeira vez desde que Delphine a fazia companhia.

- Tudo bem, você pode ir agora. Posso chamar alguma enfermeira espalhada pelo pátio do hospital.  – Delphine não queria ir, queria ficar mais um pouco. Queria ouvir mais sobre ela, queria conhecer-la, mas era não tinha só Cosima de paciente, já a roubara de Paul e de outra enfermeira naquele banho de sol, então decidiu ir mesmo que relutante. 

- Mas...

- Delphine, você já fez o bastante... Não vou precisar de sua ajuda até uma nova rotina amanhã. Então... Está liberada para outros casos. 

- Está bem.. Eu vou... Mas eu volto, está bem? - Antes que a paciente admirada pudesse revogar, Delphine fez questão de lembrar-la.  - Eu sempre voltarei. – dito isto, ela ficou breves segundos gravando seu rosto para rememorar durante o dia e saiu. 

**

Acabou que o dia da Doutora Cormier passou bastante corrido e quando se deu conta já estava num táxi a caminho de casa. Quando chegou no corredor do seu prédio, lembrou-se que não passou no quarto de Cosima para se despedi. Pensou em voltar, pensou em ligar, pensou em ligar para algum médico de plantão e perguntar, pensou em várias coisas, só não pensou no que encontraria ao chegar. Parou seus passos ao se deparar-se com um jarro das mais belas flores amarelas em sua porta, abaixou-se e leu o bilhete que veio junto.

‘’Você falou que sua casa estava vazia, nada melhor do que decorá-las com Narcisos, eles são auto-suficientes, acho que combina com você. É algo tão esplêndido quanto seus cabelos coloridos ao vento’’.  A paciente do quarto 324b21.

Delphine ficou maravilhada, ela sorriu no escuro, sentiu seu estomago se alvoroçar novamente, o tom de mirantes acastanhados brilhavam, os recolheu e fechou a porta. Pensando em como ela conseguira seu endereço e algo a mais que isso. 

**

- Porque demorou tanto? Deu certo? Ela recebeu? Você acertou o quarto? Tem certeza que não deixou no número errado? - disparou as perguntas. 

- Cosima, relaxe! Eu consegui o endereço com o amigo dela, tive que o seguir até em casa. Mas...  Sim, eu deixei em sua porta.

- E o bilhete?

- Eu li.

- Você o quê?

- Cosima...

- Scott, já fazem seis meses, talvez ela nunca volte. 


Notas Finais


Ainda é sexta ein... Peço desculpa se deixe passar algum erro. ^-^
Então é isso... Eu espero que tenham gostado. Até a próxima s2


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...