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História Coração azul - Soukoku - Sentimento de amor


Escrita por: scaravodka

Notas do Autor


eu não revisei esse capítulo então se tiver algum erro, me desculpe !!!!

Capítulo 5 - Sentimento de amor


                         Dazai 


Chuuya pediu batata frita quando chegamos em casa e agora eu estou comendo com ele no sofá em uma profunda tristeza, Nakahara me olha com preocupação naquelas belas íris azuis e acho que consegue perceber como me sinto pela maneira como pego essas batatinhas em um desânimo óbvio. 


Me sinto mal por ter começado a chorar do nada quando estávamos no penhasco. Eu não devia ter falado de irmos para lá, acontece que toda vez que aprecio as belezas da natureza eu começo a pensar demais. Pensar tanto que me faz entrar em crise, me faz chorar como chorei apenas pelo simples motivo de não ver sentido nenhum na minha existência. 


Não queria que isso tivesse acontecido porque agora me sinto perto de uma real crise, e eu não quero que seja como da última vez. Não quero que minha mente me faça fazer aquelas mesmas coisas, não quero que Chuuya sofra de novo pelo mesmo acontecimento outra vez. 


Talvez eu esteja mais preocupado em como ele se sentiria do que comigo mesmo, mas não me importo. Eu não quero que ele fique mal por minha causa, não quero ser um peso ainda maior na vida dele. 


Eu senti conforto quando Nakahara me abraçou e me deixou chorar em seus braços, senti que se importou de verdade comigo. Apesar de ainda querer chorar, isso me fez sentir bem. Me senti até de alguma forma amado… 


Mas é um pouco difícil para mim acreditar nisso quando se tem uma mente fraca como a minha, uma mente que me faz pensar a todo momento que não mereço o amor de ninguém, que não mereço nenhuma sensação de carinho porque no fim de tudo vou acabar morto pelas minhas próprias mãos. 


Uma pessoa suicida só serve para deixar alguém sofrendo, não vejo motivo nenhum para continuar vivo sabendo que uma hora ou outra vou conseguir finalmente o que tanto quero. Se meu destino é morrer, então que seja logo. 


Estou com minha atenção focada no programa de culinária aleatório que deixamos na televisão, mas consigo perceber que Chuuya me olha. Por um momento desejei poder ler sua mente para saber o que pensa sobre mim quando me olha desse jeito de uma maneira tão fixa, tenho medo de que ele seja capaz de ler meus pensamentos e descobrir a caixinha de surpresas que minha mente pode ser. 


Nakahara está um pouco mais silencioso que o normal, não vou dizer que amo isso porque mesmo estando bem ao meu lado sinto como se não estivesse quando ele não fala nada. Por mais que suas palavras sejam poucas, eu gosto de ouvir a voz dele. É como um calmante para mim, me faz bem quando diz frases de conforto. Imagino como eu me sentiria se algum dia ele dissesse que também me ama. 


— Você está se sentindo bem? — Chuuya pergunta repentinamente. 


Eu faço que sim, embora não tenha total certeza sobre como estou realmente me sentindo. 


— Só me emocionei ao ver o mar. — tento abrir um sorriso. 


Acho bem difícil alguém chorar como fiz apenas porque se emocionou ao ver o mar, mas é apenas o que consigo dizer para evitar explicações. Chuuya, porém, não parece acreditar tanto na minha mentira quanto me forço a acreditar. Ele me olha desconfiado mas com preocupação no olhar ao passo que tento manter o sorriso menos estranho que posso no rosto.  


— Tem certeza? — ele insiste, os olhos tão fixos nos meus que me sinto de certa forma mal por mentir.


— Absoluta! 


— Então acredito em você… 


O sorriso que Chuuya esboça me faz sentir dez vezes mais culpado por não dizer como realmente me sinto, mas ele deve entender. 


— Eu vou dormir. — ele diz tocando o topo da minha cabeça com delicadeza. — Boa noite.


— Boa noite, Chuu. — respondo com um sorriso, tento um mais sincero dessa vez. 


Nakahara cora com o apelido, o tom avermelhado em suas bochechas junto do pequeno sorriso que tem nos lábios o faz parecer a pessoa mais adorável do mundo. É a primeira vez que o chamo assim, mas fico feliz por ver que ele não estranhou. 


— Tente não demorar muito para ir também. — continua ao se levantar. 


— Não vou! — não posso ter muita certeza disso, mas digo mesmo assim. 


Ele me olha uma última vez antes de começar a adentrar o corredor e sua silhueta se fundir ao escuro do ambiente. 


Acho que não preciso falar de novo sobre a sensação de solidão que é deixada em mim quando o pequeno sai porque já se tornou hábito eu me sentir assim. 


Decido deixar a sala e ir até a sacada, eu poderia pular daqui agora mesmo mas a Lua lá no alto parece não querer que eu faça isso. Ela é tão linda e brilhante que me faz querer ficar vivo por mais um tempo apenas para poder apreciar sua beleza. Eu queria ser uma estrelinha ao lado da Lua e brilhar junto dela, acho que assim eu seria um pouco mais feliz e teria alguma importância. 


Mas não é possível, eu posso dizer quantas vezes quiser que quero ser uma estrelinha mas nunca me tornarei uma porque acho que nem o céu gostaria de ter uma pessoa como eu na sua imensidão. Eu seria um peso lá também, um estorvo. 


Meus pensamentos retornam para Chuuya quando uma folhinha verde caiu em meu cabelo, não sei ao certo por que isso me fez lembrar do ruivo mas talvez seja o tamanho. Ambos são pequenos e assim como a folhinha, Chuuya aparece repentinamente e com o vento some na mesma velocidade com que chegou, deixando apenas a lembrança de um dia ter estado comigo. 


A sensação de solidão me acoberta, e sem pensar direito isso me faz direcionar o corpo até o quarto de Nakahara. Talvez eu seja carente demais por querer estar com ele quando não faz muito tempo desde que saiu, mas me sinto ainda mais triste quando estou sozinho. Não me importo se vamos ficar uma eternidade sem trocar palavras, apenas quero estar ao lado dele. 


Assim que chego até a porta, minhas pernas param e eu fico a observar a madeira como se pudesse ver além e adivinhar se o garoto já está dormindo ou não. Mas infelizmente meu senso de adivinhação não é nada bom e eu paro de dar uma de vidente tocando a maçaneta com cuidado, esperava que a porta estivesse trancada mas ela responde rápido ao meu toque.


Eu estava tentando ser silencioso, mas essa porta parece me odiar. Ela se abre com um rangido longo e dramático, um completo oposto do que eu queria. Quando já tenho uma visão dentro do quarto, vejo os olhos brilhantes e arregalados de Chuuya me encarando. Ele está enrolado em inúmeras cobertas com apenas a cabeça de fora e alguns fios de seu cabelo pelo travesseiro. 


— Aconteceu alguma coisa? — Nakahara pergunta, a voz um pouco sonolenta.


Sim, aconteceu que eu me senti sozinho demais e queria uma companhia. Mas nunca vou verbalizar isso. 


— Posso ficar aqui com você? — pergunto baixo, mas o suficiente para que ouça. 


Ele hesita por um instante, os olhos estreitam um pouco ao passo que parece me analisar. 


— Pode. — diz enquanto se remexe na cama. 


Não demoro para adentrar o quarto, preciso fazer isso rápido antes que ele pense em mudar de ideia. Eu contornei a cama e deitei ao lado do ruivo me afundando naquele monte de cobertas. 


Acho um exagero ter tantas mas é confortável, tão confortável que me sinto nas nuvens. Os lençóis tem o cheiro de Chuuya, tão suave e marcante que me faz querer ficar aqui para sempre.


— Aconteceu alguma coisa? — Chuuya repete, ainda de costas para mim. 


— Não. Eu só queria ficar com você. — digo enquanto passo meu braço pela cintura dele chegando mais perto de seu corpo. 


Nakahara parece tão tenso com essa proximidade que me faz querer rir, apenas queria poder ver como seu rosto está. 


— Por que queria ficar comigo? — sua voz vacila um pouco na pose de sem emoção e ele parece triste dizendo isso.


— Porque eu gosto de ficar com você… — me pego dizendo. 


Chuuya não diz nada, mas consigo ouvir um suspirar leve enquanto gira lentamente o corpo para o meu lado. Nossos olhos se encontram e ele cora, abaixando o olhar para qualquer ponto em meu pescoço. 


Sempre foi uma grande dificuldade para mim ler o que o pequeno pensa e entender suas emoções, e agora não é diferente. Ele é como um enigma para mim. 


— Se você quiser, eu posso sair… 


Vou me desvencilhando aos poucos da cintura dele quando sinto Chuuya subitamente me puxar de volta me fazendo colocar o braço onde estava.


— Quero que você fique. — ele diz baixinho, sua voz parece chegar direto ao meu coração quando afunda a cabeça em meu peito. 


E então eu fico, nós ficamos a noite inteira. Com o corpo de Chuuya tão próximo ao meu, quase consigo acreditar que compartilhamos do mesmo sentimento de amor. 






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