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História Coração azul - Uma fanfic Luotto - De volta aos trilhos


Escrita por: TataNeveu

Notas do Autor


Oi!!
Desculpem, ontem dormi escrevendo! Hahahahah
Capítulo novo para vocês! Maiorzinho pra compensar a demora. ☺️
Boa leitura!

Capítulo 13 - De volta aos trilhos


Fanfic / Fanfiction Coração azul - Uma fanfic Luotto - De volta aos trilhos

 

Quando alcançaram o andar para onde Luísa havia sido levada, foram informados que ela estava na área obstétrica e que sua médica havia sido chamada. Doutora Laura esperava por eles no corredor. Quando Poliana os alcança, a médica começa a explicar a situação de Luísa:

-Ela sofreu uma concussão e uma luxação no osso do quadril. Foi um verdadeiro milagre não ter entrado em trabalho de parto enquanto estava desacordada. Os paramédicos disseram que ela caiu de uma escada, foi isso?

-Sim... Mas e essas lesões? Vai ficar tudo bem? E o bebê?

-Otto, procure se acalmar. - O acompanhamento pré-natal acabara com as formalidades e agora a médica chamava ambos pelos primeiros nomes.- O bebê está bem, mas precisamos da sua ajuda agora, ela está extremamente agitada. Devido à concussão, não podemos sedá-la a ponto de dormir, pois pode gerar sequelas, e não queremos arriscar também devido à possibilidade de que ela entre em trabalho de parto e, nesse caso, a anestesia também anestesiaria o bebê. Aí teríamos que forçar uma cesariana, o que ela não quer. A luxação do quadril não foi tão complexa e o osso foi reposicionado manualmente pelo ortopedista, mas ela chama insistentemente por você desde que acordou. Precisamos que você a acalme. A pressão dela está muito alta e isso é perigoso pra ela e para a criança. Compreende? Se continuar assim nos próximos minutos, precisaremos submetê-la à cesariana.

Otto confirma com a cabeça, respirando fundo, tentando recuperar o controle que sempre havia sido sua marca registrada. Poliana fica aguardando na sala de espera enquanto Otto acompanha a médica até o quarto. Eles vêem pelo vidro da porta enquanto Luísa tenta se levantar da cama, sendo impedida por uma enfermeira. A médica se mantém fora da porta, atenta.

-Por favor... Eu preciso falar com meu marido! -Otto entra e se dirige apressadamente para o lado dela. A enfermeira sai, e a expressão aliviada que Luísa demonstrara ao vê-lo deu lugar a culpa que sentia.

-Otto...

-Luísa, calma... Por favor, você precisa se acalmar. -Ele afasta os cabelos dela do rosto. Como era bom ver de novo aqueles olhos abertos olhando pra ele, Otto pensa, aliviado. Tomando cuidado com os fios que a mantinham ligada aos monitores, Otto a abraça suavemente, beijando-lhe o alto da cabeça e segurando-a contra si por alguns minutos. Ela ergue os olhos pra ele, agitada.

-Otto... Desculpa, eu não quis... Eu podia ter matado nosso filho!  -Ela esconde o rosto entre as mãos, um choro convulsivo abalando-a. Otto a abraça de novo, acariciando seus cabelos de leve.

-Mas não aconteceu nada com ele, Luísa, ele está bem... Você precisa se acalmar, meu amor. Por favor... Mantenha a calma. -Otto sentia que precisava distraí-la. Sentando-se ao lado dela na cama, ele segurava a mão dela entre as suas, tomando cuidado com a agulha do soro ligada à ela. -Você se lembra do que houve? Você estava na escada? Os que estava tentando fazer?

Ela ergue um olhar angustiado a ele, o rosto um misto de raiva e tristeza.

-Estava procurando as benditas fotos... Foi uma ideia estúpida. Otto, eu descobri uma coisa.

Observando os monitores, ele viu os números começarem a reduzir e se estabilizarem. Tinha que continuar fazendo-a falar, a distração estava ajudando.

-O que você descobriu?

-Achei um envelope... Um exame do Marcelo. Otto, ele era estéril. Ele sabia por quase um ano antes do casamento ter terminado e nem me falou nada. Não sei porque guardou aquele exame lá, provavelmente ia destruir depois, mas aí...

“Filho da mãe!”, Otto amaldiçoa o meio-irmão em silêncio. Estivera por perto durante o casamento deles, sabia da autocomiseração de Luísa por não conseguir dar o filho que ele tanto fazia questão, e depois ele sequer lhe contara quando descobriu que era infértil? Deixando para xingá-lo em outro momento, ele lança um olhar compreensivo a ela.

-Foi quando você caiu? Quando leu isso naqueles papéis? -Ela confirma com a cabeça, a tristeza pelos três anos que vivera sendo submetida a constantes cobranças para ter um filho voltando a sua memória envolta de raiva. O casamento terminara sem amor, mas ao menos com ela mantendo respeito e consideração pelo ex-marido e agora descobria que nem isso ele merecia. Otto desfaz o franzido entre as sobrancelhas dela delicadamente com a ponta do dedo. -Meu amor, deixa isso pra trás... Ele não merece mais atingir você agora, não deixe que ele tenha esse poder. Eu conversei com a sua médica, você vai ficar bem, mas o estresse que você está pode acabar forçando uma cesárea prematura. -Embalada pela voz baixa e serena dele, Luísa vai se deixando convencer. Ele beija o alto da cabeça dela.- Por favor... Deixe o acidente e tudo relacionado ao Marcelo pra trás. Concentre-se aqui, no nosso filho, no nosso futuro. Talvez se soubéssemos, teríamos tomado mais cuidado quando nos envolvemos, e nosso filho não estaria prestes a nascer. -Ele sorri, colocando com carinho uma das mãos sobre o ventre dela. O bebê chuta sob a pele, fazendo ambos rirem.

-Isso quer dizer que você concorda, não é, filho? -Rindo, mais tranquila, Luísa coloca a mão sobre a dele. Depois olha para Otto, a testa franzida. -Impressão minha ou você está jogando o jogo do contente da Poliana?

Ele ri. 

-Tenho jogado alguns dos jogos da Poliana nas últimas horas...

Doutora Laura entra no quarto, indo até o lado dos dois. Observa os monitores por alguns instantes e olha rindo para Otto.

-Se soubesse que o efeito tranquilizador do papai seria tão imediato, teria pedido pra ele entrar há meia hora atrás. -Eles riem com ela, depois ela começa, mais séria. -Falando sério, Luísa. Foi um milagre os danos não terem sido muito mais sérios. Vamos precisar que você repouse o máximo possível a partir de agora para evitar o parto prematuro. Embora ele já esteja completamente formado, essas últimas semanas são essenciais para a maturação do pulmão dele e o aumento de peso. Não há porque forçarmos uma cesárea agora, mas vou precisar da colaboração de vocês. O marido vai cooperar, não é?

Otto afirma enfaticamente com a cabeça, resoluto.

-Com certeza, doutora, pode deixar comigo.

Luísa revira os olhos, mas sorri. 

-Isso quer dizer que posso ir embora?

-Não, ainda não. Faremos mais alguns exames por garantia e você ficará em observação. Se tudo estiver certo, amanhã estarão em casa. -A médica sorri para ambos. -A filha de vocês está aí fora, vou deixar ela entrar por um tempo. Depois, um de vocês dois pode ficar fazendo companhia a Luísa, tudo bem, Otto? Mas lembrem-se, sem muita agitação.

Luísa olha a médica, constrangida.

-Doutora, ela é minha enteada. É minha sobrinha, também, mas isso é outro assunto... Ela é do primeiro casamento do Otto.

A médica olha de um para outro, surpresa.

-É mesmo? Quando saí dos exames e fui procurá-lo, a encontrei e disse que as notícias sobre a mãe e o irmão dela eram boas... Ela não me disse nada.

Luísa e Otto se entreolham, sem compreender. Poliana entra na sala assim que a médica sai e dispara até os dois.

-Tia!! Puxa vida, eu fiquei tão preocupada! Mas vocês estão bem, né? A médica prometeu que tudo ficaria bem...

-Poliana... -Luísa estendeu a mão para a sobrinha, que pára a enxurrada de perguntas e olha surpresa para ela, pegando na mão da tia, se aproximando. -Por que você não corrigiu a dra. Laura quando ela disse que eu era sua mãe? 

Poliana a encara de volta, a expressão séria no rosto adolescente.

-Porque nos últimos quatro anos é isso que você tem sido, tia... Eu tenho a minha mãe, que eu sempre vou amar, que vai viver pra sempre em mim... E tenho você. O amor que eu tenho por ela não impede que eu ame você também como se fosse minha mãe. Eu já cometi esse erro uma vez. -Ela olha com carinho para o pai.- Não que eu vá começar a chamar você de mãe, não é isso... Mas não vou corrigir se alguém disser, porque é o que você tem sido pra mim, é assim que você me trata, então não se pode dizer que está errado.

Luísa sorri, os olhos nublados pelas lágrimas, puxando a garota pelo braço e abraçando-a. Com cuidado por causa dos fios, Poliana retribui, um dos braços também abraçando o pai. Luísa dá um beijo no rosto da garota.

-Não poderia amar mais você se fosse minha filha de verdade, viu? Foi você que me fez ver o quanto eu queria ser mãe. Você foi e sempre vai ser um presente de Deus na minha vida, nas nossas vidas, Poli.

Poliana sorri contra o ombro dela, erguendo o olhar pro pai.

-Amo tanto, mas tanto vocês. 

Dra. Laura olha a cena pelo vidro da porta, sorrindo. Sem atrapalhar o momento da família, afasta-se devagar pelo corredor.

————————————————

Pouco mais de um mês depois, era aniversário de Otto. Nunca fora ligado à data, mas Luísa, mais cheia de energia do que nunca, a três dias da data provável do parto que a médica calculara, insistia que o dia precisava ser comemorado.

-Luísa, é sério, amor. Não acho uma boa ideia um jantar a essa altura. Você recém se recuperou de uma queda, e está a poucos dias de dar a luz. Por que não podemos jantar só nós, a Poliana e o João?

-Porque eu não faço ideia do que dar de presente pra alguém que pode ter qualquer coisa no mundo,  então quero oferecer um jantar em comemoração ao aniversário do meu marido, o que acha dessa razão? -Rindo dele, ela tira o prato do café da manhã dele da mesa e está se voltando pra levar até a cozinha quando ele a puxa de volta, ignorando os protestos dela de querer lavar a louça.

-Não é que eu posso ter qualquer coisa no mundo... Eu já tenho tudo o que eu quero no mundo, Luísa. -Ele ri, puxando-a para seu colo e beijando-a. Ela retribui, enlaçando-o pelo pescoço, o prato esquecido sobre a mesa. Depois ela se afasta no abraço, rindo.

-Boa tentativa, Otto. Mas ainda assim você terá um jantar de aniversário. Apenas nós, Poliana, João, Sérgio e Joana e os filhos, além de Claudia, Gael, Benício, Yasmin e, só porque ele anda se comportando bem, Durval. Ah, convidei a dra. Laura e o marido dela, também. -A médica havia se mantido tão à disposição, inclusive fora de seu habitual horário de trabalho, que já virara realmente uma amiga da família. Luísa achou que o convite seria uma forma de agradecer todo o cuidado dos últimos oito meses. Otto suspira, rendido.

-Nunca vou conseguir dizer não para você, não é mesmo?

-Espero que não. -Rindo, ela o beija novamente antes de sair do colo dele e finalmente terminar de recolher a mesa do café. Poliana havia ido à missa logo cedo.

-Promete que não vai extrapolar e vai usar a Sara caso se sinta cansada?

-Otto, pela última vez, me sinto ótima! Agora pare de se preocupar.

E assim estavam naquela noite de domingo, todos os convidados conversando na sala, para o jantar de aniversário de Otto. Todos se divertiam e Luísa continuava agitada de um lado a outro, atendendo a todos, sorrindo, conversando e se utilizando de Sara o mínimo possível. Quando ela se levanta no meio do jantar e flexiona as costas, antes de verificar se o próximo prato está pronto, Otto não desvia o olhar dela, preocupado. Do lado dele na mesa, Poliana se inclina na direção do pai.

-Pai, ela está muito agitada. Perguntei um milhão de vezes se podia ajudar e ela correu comigo da cozinha todas as vezes.

Ele confirma com a cabeça.

-Eu também não sei o que fazer para que ela sossegue. Vou falar com a médica.

Quando ela volta e Sara serve a sobremesa, dra. Laura por conta própria resolve intervir.

-Luísa, você está se sentindo bem? Não comeu quase nada.

Ela faz uma cara cômica em direção a barriga.

-Não tem mais espaço. 

A médica confirma com a cabeça, mas continua observando-a. Quando todos se levantam para um licor, ela chama Luísa para um local afastado dos convidados. 

-Algum sintoma, Luísa? 

-Não, nenhum. Só uma dor nas costas que não passa desde que levantei hoje. Mas também, com esse peso. -Ela ri. A médica coloca a mão sobre a barriga dela e levanta o olhar para Luísa, surpresa.

-Luísa, sua barriga está dura como pedra. Juro que em todos os meus anos de experiência, nunca vi uma barriga tão baixa em uma mulher que não está em trabalho de parto.

-Talvez eu esteja e não saiba. -Ela diz, rindo. Depois se dirige à Joana e está conversando com ela quando outra dor na coluna, irradiando para o lado e a parte inferior das costas, a derruba sentada no sofá. Otto, inquieto, questiona a médica.

-Laura, ela não está se sentindo bem. Sei que não está em seu horário de trabalho, mas será que podia examiná-la?

-Claro, sem problemas. Me indique o quarto de vocês e convença-a a ir até lá, por favor.

Quando Luísa vê dra. Laura no quarto, olha exasperada para Otto. 

-Otto, pelo amor de Deus, eu estou bem! Nossos convidados estão lá embaixo.

-Luísa, por favor. Se tudo está certo, logo nós desceremos. Mas não antes de verificar se você está bem.

Bufando na direção dele, ela se deita na cama e a médica pega um par de luvas descartáveis na sua inseparável maleta. Ela examina Luísa e ergue o olhar para Otto, depois para Luísa.

-Você já está com alguma dilatação, Luísa. Nenhum sinal da bolsa d’água?

-Não, só um filete de água, desde hoje de manhã. -Ansiosa para provar que tinha razão, Luísa rebate. A médica olha para ela, depois para Otto, e dá uma risadinha.

-Luísa, aquilo era sua bolsa d’água. Não precisa ser um jorro. -A médica olha para Otto, que observa tudo atônito, e pede.- Por favor, providencie toalhas limpas e um dos cobertores para o bebê. Depois ligue para a emergência, informe que sua mulher está em trabalho de parto e que há uma obstetra auxiliando-a. E se prepare, vou precisar da sua ajuda. O bebê vai nascer.


Notas Finais


Peço mil perdoes se cometi algum erro médico nesse capítulo, juro que pesquisei bastante mas posso ter deixado algo passar, rsrs.
Até o próximo, com a chegada do Luís Otávio. 💙


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