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História Coração de Gelo - Hanahaki Byou


Escrita por: YumiTsukino99

Notas do Autor


Boa noite seus lindos e lindas! Como estão?

Quase quase que não sai capítulo hoje, meu dia foi terrível! Mas enfim, saindo um capítulo fresquinho pra vocês.

E ai me contem tudo, como está até agora???

Beijão pra todos vocês!

Capítulo 28 - Hanahaki Byou


Fanfic / Fanfiction Coração de Gelo - Hanahaki Byou

~Arashi~

Três dias...foram exatamente três dias em que eu me escondi de tudo e de todos. Eu não sabia que tantas lágrimas pudessem existir dentro de mim, e as incontáveis joias que foram produzidas podiam provar. Até pouco tempo atrás eu jurava que seria incapaz de chorar, mas aquele idiota me fez ver que eu não sei de merda nenhuma.

Eu estava me sentindo fraca e sem energia, já que nesse tempo eu não me alimentei e nem bebi nada uma única vez. Estava disposta a me entregar ali, pois a dor que eu sentia em meu peito jamais sumiria e eu não sei viver assim, nesse estado deplorável. Tudo o que eu queria era poder voltar no tempo e esquecer essa estupidez de ter vindo pra cá.

Estou deitada sob uma árvore na parte mais escura da floresta quando ouço alguém se aproximar. Minhas forças acabaram, então desejo que seja um youkai bem terrível para que me mate de uma única vez.

- Arashi, finalmente eu te encontrei! – a voz do ruivo Kurama era como um alento pra mim.

- O que...o que faz aqui? – eu mal tinha forças pra falar.

- Vim atrás de você, cheguei da minha viagem hoje e soube por Yukina que você tinha sumido e já faz três dias! – ele parece preocupado.

- Me deixe aqui Kurama...eu...não...não quero voltar – digo em um suspiro quase inaudível.

- Deixe de ser boba, eu vou te levar de volta ao templo e você vai me explicar direitinho o que aconteceu, já que ninguém soube me dizer – diz ele me pegando em seus braços.

Assim que estou no alto, começo a tossir sem parar, e, de dentro de meus pulmões, saem pétalas de alguma flor que desconheço. Olho pra Kurama e o mesmo me lança um olhar preocupado, mas nada diz. Eu estou esgotada para iniciar um questionamento, então apenas fecho os olhos e sinto uma brisa balançar meus cabelos.

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.

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Quando chegamos ao templo, Kurama me leva direto ao quarto, enquanto Yukina o questiona sem parar de como eu estava. Touya também estava lá, e eu finalmente entendo que ele mentiu pra mim ao dizer que voltaria ao Makai.

Assim que estou em minha cama, Yukina fecha a porta e posso ver seu olhar extremamente assustado. Eu não tenho condições de iniciar uma conversa com ela, então só deixo que ela fale.

- Arashi o que aconteceu? Onde estava? Você quase me matou de tanta preocupação! – ela dizia e via lágrimas escorrerem sobre sua face, me fazendo crer que eu era uma péssima amiga pra ela.

Eu apenas fecho meus olhos tentando encontrar forças para falar, mas a única coisa que sai de meus lábios é “sinto muito”. Ela percebe que estou esgotada fisicamente e emocionalmente.

- Eu vou cuidar de você minha amiga. Assim que estiver melhor, conversamos – dizia enquanto se encaminhava até a porta – Kurama, por favor, pode me ajudar aqui?

O ruivo volta ao quarto e Yukina pede que ele me leve até o banheiro e me coloque dentro da banheira. Eu me sinto uma completa inútil por não conseguir nem me levantar da cama e tomar conta da minha própria vida enquanto ele me coloca lá, saindo logo em seguida sem dizer uma única palavra.

Yukina retira minhas roupas enquanto coloca a banheira para encher. Lágrimas voltam a inundar meus olhos e eu afundo o rosto no meio dos joelhos flexionados, abaçando-os e  tentando evitar um contato com os olhos da minha amiga, mas ela percebe de imediato.

- Está tudo bem agora – dizia enquanto ensaboava minhas costas – Botan já está preparando algo para você comer, não se preocupe. Por favor Arashi, não desista da vida, eu estou aqui pro que você precisar.

As doces palavras da minha amiga só me faziam apertar ainda mais meu coração ferido. Eu não conseguia responder nada a ela, apenas soluçava em meio às lágrimas que insistiam em não cessar. Até quando eu ficarei assim?

Novamente sou acometida pelas tosses seguidas por pétalas de flor e Yukina me olha apreensiva, com meus cabelos em suas mãos. Eu realmente não sei o que significa isso, mas posso apostar que Kurama sabe, ao me lembrar de como ele me olhou enquanto me trazia de volta.

Assim que termino o banho, Yukina esvazia a banheira seca meu corpo com a toalha, me vestindo logo em seguida. E então ela chama Kurama novamente para que o mesmo me coloque na cama. Assim que já estou coberta, ela sai com ele e eu apenas me viro e agarro um travesseiro, na esperança de dormir. Não quero comer nada, toda minha fome havia desaparecido, mas Yukina não queria saber e me trouxe um prato de lamen que Botan havia preparado.

- Come tudo, eu não saio daqui até você terminar – disse ela com firmeza.

Eu tentava, mas cada vez que eu levava a comida a boca, meu estômago embrulhava, me fazendo ânsia. Devagar consegui acabar tudo, enquanto minha amiga me olhava preocupada. Eu sou uma péssima criatura, nem pra ser amiga eu presto.

Assim que termino, Yukina recolhe o prato, me cobre novamente e sai do quarto, apagando as luzes. Eu só espero conseguir dormir e recuperar um pouco da minha força, pois sei que devo muitas explicações a ela.

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Depois de muito chorar e me revirar na cama, finalmente consegui adormecer. Foram poucas horas de sono, mas amanheci me sentindo um pouco melhor fisicamente. Mentalmente esquece, acho que nunca mais voltarei a ser a mesma.

Não sei dizer que horar eram, mas parecia ser um pouco tarde já que o sol estava bem quente. Levanto meio cambaleando, coloco uma roupa qualquer que encontro no móvel e resolvo sair do quarto. Eu quero explicar tudo a Yukina o quanto antes, pois tenho intensão de voltar ao Makai o mais depressa possível. Quero tentar esquecer tudo o que eu passei nos últimos dias.

Caminho lentamente pelo corredor, me escorando algumas vezes na parede. Quando estou próxima ao salão, ouço Kurama e Yukina conversando e, pelo tom, parece sério.

“Eu achei que fosse apenas uma lenda mas...Yukina, ela tem os sintomas” foi a única coisa que ouvi o ruivo falar antes de chegar ao salão.

- Arashi, já acordou? Como se sente? – pergunta minha amiga.

- Estou melhor. Estavam falando de mim? – pergunto.

- Sim – disse Kurama me fitando – precisamos conversar.

- O que aconteceu com você Arashi? – Yukina me pergunta preocupada.

Sinto meu estômago revirar e meu peito se apertar. Pelo jeito vou ter que retornar a esse assunto doloroso mais uma vez. Espero mesmo que seja a última.

- Hiei... – disse num suspiro.

- O que aconteceu? – Kurama pergunta curioso.

- Ele...ele... – minha voz começa a embargar – ele me enganou esse tempo todo! – grito.

- Como? – Agora era a vez de Yukina me perguntar.

- Ele disse...disse que eu não significo nada pra ele, e que Touya podia me levar de volta ao Makai – as lágrimas queimam a minha face, é doloroso demais voltar até aquele momento e ouvir isso diretamente dos lábios de Hiei.

- Isso é impossível! – Kurama alterou um pouco a voz.

- É possível sim, não foi ninguém que me disse, eu OUVI diretamente dele Kurama. Sei que vocês são amigos, e francamente não entendo como isso é possível, mas ele é o ser mais desgraçado que já conheci! – estou furiosa e minha voz sai uma mistura de tristeza e raiva.

- Arashi... – Yukina levava a mão fechada ao peito – Eu sinto muito...

- Você não tem culpa Yukina. A culpada sou eu por ter acreditado mesmo que um ser daqueles pudesse ter sentimentos. Eu sou uma idiota, bem que ele tinha razão quando me chamava assim – minha raiva só aumenta.

Kurama me olha pensativo e aquele olhar me causa um certo desconforto.

 - Há quanto tempo você está tossindo pétalas de flor Arashi? – ele me pergunta calmamente.

- Desde que sai daqui e me escondi – respondo tentando me acalmar – Por que?

Ele continua me olhando e não diz nenhuma palavra. Yukina por sua vez também parecia que sabia de alguma coisa e me encarava tristemente. O que esses dois estão me escondendo?

- O que foi? Falem de uma vez, mas que inferno! – eu gritava pra ver se eles tomavam alguma atitude, já não bastava tudo o que eu estava sentindo, o que mais poderia me acontecer?

- Arashi, você está doente – diz Kurama.

- Como?

- Você tem Hanahaki Byou – diz ele em um suspiro enquanto os olhos de Yukina se enchiam de lágrimas.

- Mas que diabos é isso? – agora estou começando a ficar preocupada.

- Escute Arashi, eu pensava que isso fosse lenda, mas você está me provando que não, que ela é real – caramba, como é?

- Fale de uma vez Kurama! – grito.

- Tudo bem...preste atenção:

“Hanahaki Byou era para ser uma doença literária ou até mesmo uma lenda. Era o que eu pensava até ver o que está acontecendo com você. Essa doença consiste em que a vítima é invadida por flores no interior do seu corpo, resultado de um amor unilateral, não correspondido. As flores que você está vomitando provavelmente são as favoritas da pessoa que você ama. A doença pode levar a vítima a morte já que afeta órgãos vitais como pulmões e coração”

Eu olho incrédula pra ele. Quer dizer que, além da humilhação que sofri, ainda fiquei doente disso? Ah como me arrependo de ter vindo pra cá e ter conhecido aquele idiota!

- Céus, mas como você pode ter certeza que eu estou com essa doença? – pergunto.

- Bem, a doença possui três estágios:

“No primeiro, o doente cospe ou tosse pétalas de flor, podem aparecer marcas na pele no formato da flor em questão, e é onde você se encontra; no segundo estágio, você começa a vomitar flores inteiras, que vão te causar feridas e muita dor, indicando que as flores já estarão instaladas nos seus órgãos vitais; e no terceiro estágio que é o mais grave, você começara a vomitar buquês, galhos, espinhos e outras flores juntas, o que a levará a morte”.

Meu coração batia descompassadamente. Eu estava a beira de um ataque de nervos e Yukina coloca a mão em meu ombro vendo que eu poderia ter um treco.

- E existe cura? – pergunto preocupada.

- Bem, assim como os estágios, a doença tem três formas de cura. Mas você deve ouvir atentamente, porque cada forma de curar traz uma consequência:

“A primeira forma de cura é através de cirurgia. Um cirurgião vai retirar todas as flores de seus órgãos. Esse é um procedimento que não causa nenhum tipo de sofrimento ou dor ao portador. Porém, ao se optar por esse tipo de tratamento, a vítima perderá todas as suas lembranças de quem amou. Ela poderá jamais sentir qualquer tipo de sentimento por ninguém novamente, e só restará o vazio;

A segunda forma é ser correspondido. Caso o amor se torne bilateral, ou seja, os dois se amem da mesma maneira, todas as flores desaparecem e a vítima é curada;

E a terceira é morrer de amor. A pessoa que escolhe não fazer a cirurgia e não tem o amor correspondido acaba aceitando seu destino por não querer esquecer que um dia amou alguém, com medo de viver com esse vazio pelo resto da vida. Optando por esse método, as flores vão engolir todos os seus órgãos vitais, levando a vítima a morte”.

Agora sim eu estou perdida. Ouvi atentamente cada palavra que Kurama disse, levando minhas mãos ao meu peito enquanto Yukina passava a mão em minhas costas. Um choro contido começou a querer aparecer mas eu tinha que me controlar. Uma decisão precisava ser tomada e eu já sabia exatamente qual eu escolheria.

- Eu já sei o que quero fazer – digo suspirando.

- Qual decisão você tomou? – Kurama me pergunta.

- Eu não quero cura nenhuma. Vou continuar dessa maneira até morrer.

Kurama me olha curioso enquanto Yukina leva a mão à boca. Ela deve me achar uma louca.

- Arashi, não faça isso! – ela me pedia suplicante – Você vai morrer! O que eu vou fazer sem você? – lágrimas escorriam em sua face.

- Eu não quero me sentir vazia Yukina...e não há garantias de que a cirurgia vá me fazer nunca mais me apaixonar. Eu nunca mais quero passar por isso de novo, então é melhor eu sofrer agora de uma vez e, se o meu destino for a morte, que assim seja! – sei que ela está preocupada comigo, mas eu nunca mais conseguirei levar minha vida normalmente. Também sei que essa é a saída mais covarde que eu poderia tomar, mas eu não quero mais sofrer.

- Você tem certeza Arashi? – Kurama me pergunta sério – Você ainda tem tempo de mudar de ideia.

- Kurama, convença-a a fazer a cirurgia! – Pedia Yukina suplicante.

- Essa é uma decisão dela Yukina. O cirurgião só pode fazer com a concordância dela, e se ela se recusa, ele nada pode fazer – explicava Kurama.

Eu apenas confirmo com a cabeça que era isso mesmo o que eu queria. Se fosse pra sofrer, que pelo menos seja por um breve período de tempo, e logo minhas dores sumiriam. Meus pensamentos são interrompidos por Kurama.

- Mas tem alguma coisa errada nessa história, e eu vou descobrir. Yukina, não deixe que Arashi saia do templo até que eu volte está certo? – ele disse se virando para a porta do templo e desaparecendo logo em seguida.

- Você ouviu bem não é? – Yukina me lançava um olhar autoritário.

- Não sei o que ele vai fazer, mas nada vai mudar Yukina. Eu vou permanecer aqui até eu melhorar um pouco e volto ao Makai o mais depressa que puder – digo, me levantando e indo em direção ao meu quarto.


Notas Finais


Sem comentários :((


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