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História Coração de Gelo - Castigo


Escrita por: YumiTsukino99

Notas do Autor


Hello my darlings!

Como vocês estão??? Espero que bem! Bora pra mais um capítulo???

Agradeço a todas as visualizações, comentários e favoritos, sério, já está com quase 1.000 e nunca imaginei chegar nesse número :)

Chega de enrolação, estão preparados???

Bom domingo a todos

Capítulo 42 - Castigo


Fanfic / Fanfiction Coração de Gelo - Castigo

~ Hiei~

Volto ao templo e analiso cada centímetro dos arredores, tentando garantir que a energia que senti a pouco não se aproxime. Não encontro nada relacionado a isso, e tenho a esperança de que tenha sido apenas um devaneio meu.

Olho pela janela e vejo Yukina e Arashi conversando. Pelo jeito elas ficarão assim a tarde toda, o que me dá um pouco de segurança para sair daqui e vasculhar mais a floresta. Eu não posso ter me enganado tanto, eu sei o que senti e preciso descobrir a fundo se aquela energia era mesmo Mime ou do contrário Arashi pode estar correndo um grande perigo. Bem, não só ela, Yukina também está aqui e, apenas de imaginar o que aquela maluca poderia fazer, um frio percorre minha espinha.

Saio dali o mais depressa possível e volto ao local onde senti aquela grande energia pela primeira vez. Novamente encontro o nada multiplicado pelo nada, mas ainda assim não desisto de continuar minha missão.

Procuro a tarde toda, e a única coisa que consigo encontrar são montes de nada que me levam a lugar nenhum. Ainda assim, eu sei que tem alguma coisa errada, então volto ao templo para garantir, ou pelo menos tentar garantir que nada de ruim aconteça.

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Já é noite quando vejo minha irmã se retira do quarto de Arashi e a mesma se levanta e ruma ao banheiro. Isso me traz preocupação e não vou hesitar dessa vez em acudi-la caso seja necessário. Me lembrar do que Kurama disse sobre o que houve com ela hoje de manhã era torturante e eu nada pude fazer.

“Imprestável” é como me sinto agora, diante de tudo o que já aconteceu. Continuo aqui feito uma aberração esperando que ela saia do banheiro, mas novamente ela está demorando um pouco além da conta. Me lembro das palavras da raposa que diziam para ter paciência, e é isso que estou fazendo, mesmo lutando contra a besta dentro de mim que quer entrar e ver o que está acontecendo pra justificar toda essa demora.

Eu sinto a energia dela entrar em confusão, o que me dá mais desespero ainda. Mais algum tempo se passa e finalmente ela sai, enrolada em uma toalha. Meu coração para de bater quando ela deixa que a mesma caia, me revelando o corpo que me causa tanta saudade. Ela se veste com uma peça bem maior que ela e retorna ao banheiro levando a toalha em suas mãos. Quando retorna, ela se ajoelha na cama e se debruça na janela, com o olhar brilhante. Ela analisa toda a extensão do jardim do templo, e posso ter certeza de que ela sabe que eu estou aqui. Bom, não eu exatamente, mas que tem alguém aqui que a observa.

“Queria muito encontrar uma maneira de me desculpar por tudo que fiz você passar...” eu praguejava contra mim mesmo enquanto apertava o peito com a mão. Acredito que nada no mundo será capaz de desfazer todo o mau que causei a ela.

Meus pensamentos são interrompidos quando a janela se fecha e ela se deita.

“Durma bem meu amor...o único” eu suspirava enquanto me surpreendia pela maneira como me sentia em relação a ela.

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É a primeira vez desde que voltei que consegui dormir um pouco mais além do que estou acostumado. Acho que ter finalmente assumido pra mim mesmo que a amo me fez muito mais bem do que podia prever. Entretanto sou acordado quando sinto a energia de Arashi despertar.

Olho pela janela de seu quarto e ela não está mais deitada. Viro a cabeça para os lados quando ouço a porta do templo se abrir vagarosamente, como se evitasse fazer qualquer tipo de barulho.

“Onde é que essa maluca pensa que vai numa hora dessas?” me questiono, vendo ela se afastar cada vez mais do templo.

Resolvo segui-la, mas sem me aproximar demais. Dessa vez eu quero fazer tudo certo e não coloca-la mais em perigo. Kurama foi taxativo quando disse para deixa-la em paz por enquanto e é exatamente isso que vou fazer. Oculto minha energia para que ela não perceba que estou aqui, tentando zelar por sua segurança.

Ela anda lentamente prestando atenção em tudo ao seu redor, e a única explicação possível que encontro é que ela está tentando se lembrar das coisas na marra, mas se ela continuar com isso pode se machucar. Dessa vez eu estaria aqui para fazer alguma coisa útil, já que tenho agido de forma inútil por tempo demais.

Podia jurar que estava fazendo silêncio enquanto a seguia de longe, e não sei como ela faz essas coisas, mas ela percebe minha presença enquanto vejo sua energia aumentar gradualmente.

- Quem está ai? – sinto medo em sua voz.

Resolvo continuar tentando ocultar minha energia, mas não consigo fazer isso com esse turbilhão de sentimentos que se encontram dentro de mim. Ainda assim continuo tentando, ficando em silêncio para ver se consigo despistá-la e ela se convença de que não tem ninguém aqui. Em vão, ela é muito mais decidida do que essa tentativa pífia de me esconder.

- Vamos, apareça! – ela grita e sua energia começa a aumentar um pouco mais rápido. O tom de voz dela é de medo, mas ainda assim dá espaço para uma coragem que eu já conhecia bem, uma das características mais marcantes dela. E uma das que mais gosto.

“Se eu ficar em silêncio absoluto, talvez ela desista disso e volte ao templo caso se sinta ameaçada” penso inutilmente. Era meio óbvio que eu sabia que ela jamais faria isso, uma vez que ela já me disse uma vez que nunca desiste de nada.

- Você tem muita coragem em não se revelar. Pois bem, se é assim que deseja, farei a sua vontade – sua voz era gélida, porém cheia de coragem. Não sei o quanto ela se lembra do treinamento, se é que ela se lembra de algo, mas fico curioso para ver o que ela fará em seguida.

Arashi fecha os olhos e sua energia começa a subir ainda mais rápido, atingindo um nível que eu ainda não tinha visto. Creio eu que o fato dela não ter que se preocupar com mais nada além da própria vida lhe tenha garantido esse avanço tão grande.

Em toda a extensão de onde nos encontramos, uma densa e fria névoa começa a surgir, cobrindo tudo de branco. É ainda mais assustador como ela conseguiu alcançar a mesma área tão rapidamente. Para alguém que não seja tão bem treinado, seria fácil se perder por aqui. E então ela concentra toda a sua força em suas mãos e, se eu não tomar cuidado, ficarei gravemente ferido.

- Nevasca das trevas! – a avalanche de Arashi é direcionada diretamente a mim, e isso prova que ela sabe exatamente onde eu estou. Porém o que me assusta mais é o fato de que esse golpe está extremamente mais forte e violento de quando o vi pela primeira vez.

Tentei me esquivar mas acabei sendo atingido de raspão na lateral do corpo. Eu a aplaudiria mas no momento estou sentindo uma dor intensa, era como se esse gelo todo tivesse saído exclusivamente do País de Gelo para me queimar a pele. E não foi só isso, assim que consegui ficar de pé, olhei pelo caminho que seu golpe percorreu e pude analisar o tamanho da destruição que ele ocasionou. Onde havia uma floresta agora era um caminho desértico, sem árvores, vegetação e com um grande buraco no meio.

Volto meu rosto pra Arashi e ela contém a mesma expressão de quando treinamos esse golpe pela primeira vez. Um semblante de curiosidade e perplexidade, como se mal acreditasse no que tinha acabado de fazer, enquanto encara suas mãos. A névoa vai sumindo lentamente e ela continua ali ainda desacreditada do tamanho poder que ainda possui.

Se eu continuar a me esconder ela vai me matar com certeza, já que eu não vou usar a força contra ela. E, a julgar pelo que eu acabei de ver, ela não vai desistir. Eu não desistiria. Então decido aparecer logo de uma vez e acabar com isso. Caminho lentamente até ela e, quando paro em sua frente, a névoa termina de se dissipar por completo.

- É...é você – ela fala friamente, mas pude perceber de imediato que ela está tão nervosa quanto eu.

- Você está bem forte – digo esboçando um sorriso muito idiota na face. Talvez se eu for com calma ela não sofra tanto.

Ela baixa a cabeça e sua energia começa a oscilar. Isso me deixa mais nervoso ainda, e esse silêncio todo dela só piora a minha situação. Acho que vou sair daqui antes que eu piore as coisas com ela.

- Por que está aqui? Por que fica me seguindo? Era você me observando ontem a noite não era? – ela me faz inúmeras perguntas de uma vez, me fazendo desistir de sair. Mas como vou responder a tudo isso sem comprometer seu estado de saúde?

- Vi você saindo às escondidas do templo e fiquei preocupado, só te segui por isso. E sim, era eu quem estava lá ontem à noite – tentei responder o mais sincero possível, sentindo meu rosto queimar em brasa enquanto meu coração bater com força.

- Então me diga, de onde nos conhecemos? E por que eu me sinto estranha na sua presença? Eu... – sinto sua voz carregada de mágoa e tristeza, e isso me fere mais do que mil batalhas. Eu sei que sou o causador disso tudo, mas essa quantidade de perguntas está me inclinando a falar demais. Até quando vou suportar estar tão perto dela e não fazer absolutamente nada?

Caminho até ela com os nervos a flor da pele. Meu corpo dói, repuxa, arrepia e se contorce de vontade de agarrá-la com força e nunca mais soltar, mas eu prometi a Kurama que não faria nada até suas ordens. Bom, eu me aproximei, mas não vou fazer nada para prejudica-la. Eu realmente só estava preocupado, ainda mais com a possível energia de Mime ter aparecido do nada.

Entretanto, eu não pude evitar. Envolvi Arashi em meus braços em um abraço calmo e tranquilo. Coloquei meus braços em sua cintura e os entrelacei, enquanto o rosto eu direcionei em seu ombro. O toque macio de sua pele e seu cheio bom amoleceram meu corpo e senti que aquele era o lugar que eu gostaria de ficar pra sempre. Era como se tudo estivesse acontecendo em câmera lenta, o corpo dela emanava um calor acolhedor, e agora sei que tudo isso que estou sentindo só tem um nome: saudade.

 “Eu tenho sonhado com você” ela diz em meu ouvido e isso me faz gritar por dentro. Quer dizer que talvez ela se lembre de mim, de alguma coisa, me deixando mais feliz do que imaginei. Tenho um impulso de apertá-la com força, mas não quero que se assuste. E já posso até dizer que esse tipo de contato mais calmo com ela tem me trazido sentimentos ainda mais intensos.

Alguns minutos se passam e então Arashi me afasta dela. Ela me empurrou com tanta força que me arrastou uns bons metros de onde ela se encontra. Quando olho pra ela, seu olhar está sério, sem brilho, seu rosto com uma expressão extremamente fechada e sangue lhe escorre pelo nariz.

“Droga, está acontecendo de novo” começo a me preocupar com seu estado de saúde. Ela baixa a cabeça e ouço sua respiração ficar cada vez mais ofegante, como se ela estivesse muito cansada. Nem que ela esbraveje, me xingue, eu vou leva-la de volta ao templo e entrar em contato com Kurama. Com certeza ele vai montar guarda do lado de fora do quarto dela pra impedir que eu me aproxime, mas estou pouco me importando com isso agora. Só quero que ela se sinta bem, mesmo que isso implique estar longe de mim.

Quando vou tomar essa atitude, ela levanta a cabeça e eu paraliso ao ver seu olhar frio.

- O que você fez comigo? – ela me pergunta enquanto limpa o nariz com o braço. Sua voz era áspera e irritada.

- Do que você se lembrou? – eu espero que não seja o que estou pensando, senão estarei perdido.

- Eu...você...você estava lá, o que você fez comigo para me fazer chorar tanto? – vejo seus olhos se inundarem em lágrimas e isso me aperta o peito.

- Arashi, me perdoe – baixo a cabeça em um profundo arrependimento. Ela tem que saber, se eu fui estúpido o suficiente pra ter feito tudo isso a ela, era por mim que deveria saber a verdade, mesmo que a afastasse definitivamente de mim.

- Me diga de uma vez! – ela grita furiosa comigo.

- Eu fui o responsável por suas lágrimas porque sou um idiota, desprezível, inútil e mereço toda punição do mundo – eu a encaro tristemente. Merda Hiei, por que você é assim, mas que saco!

- Mas por que? O que eu te fiz? – a mágoa e a tristeza em sua voz eram evidentes. Os olhos outrora marejados agora escorriam como duas cachoeiras, descendo violentamente contra seu rosto e o mesmo começava a ficar vermelho tamanha era a força que ela fazia para tentar se controlar.

Eu estou me sentindo péssimo, meu corpo todo dói como se tivesse vivido uma guerra, minha cabeça não para de me fazer lembrar o porque dessa situação, de como fui egoísta e totalmente culpado por isso. Fecho meus punhos e aperto os dentes com toda força que tenho, baixando a cabeça por pura vergonha. Minha energia aumenta de forma violenta e eu não estou conseguindo me controlar adequadamente. Já não é a primeira vez que isso me acontece e agora começo a me preocupar.

- Eu sou um idiota...nesse dia eu disse que você não significava nada pra mim – isso foi a coisa mais difícil que já fiz em toda minha miserável vida porém, se esse fosse o preço a pagar pela felicidade dela, que assim seja.

Ela abre ainda mais os olhos e a sua tristeza chega a ser palpável. Meu coração parece que vai se chocar contra o meu peito, tamanha força que faz ao bater descontroladamente. Reviver toda aquela cena e vê-la assim ainda foi pior do que da primeira vez.

- Não...não diga mais nada! – ela grita tapando os ouvidos. E então ela sai correndo, nem me dando a chance de pedir perdão quantas vezes fosse necessário. Não importa em quantas batalhas eu me meta e nem em quantas feridas meu corpo receba, nenhuma punição é pior do que ter feito Arashi sofrer novamente.

- Arashi! – grito, mas ela nem se vira e aumenta ainda mais a velocidade. Eu sou um idiota de grandes proporções!

Decido não ir atrás dela. O que vi hoje me assustou muito, e Kurama está coberto de razão: eu faço muito mais mal do que bem a ela.

O sol nasce lentamente e só me traz uma certeza: hoje eu novamente vou receber a visita da raposa, e não será nada amistosa. 


Notas Finais


Toma distraído! kkkkk


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